Hoje irei postar a segunda parte sobre Sevilha, Espanha. Fiquem comigo, e vejam mais maravilhas desta milenar cidade espanhola. São mais de 3000 anos de história.O que iremos ver neste segundo dia em Sevilha:
- Teatro Coliseo España ou Edifício Coliseo (exterior)
- Plaza del triunfo
- Arquivo Geral das Índias (exterior)
- Reales Alcazáres de Sevilha (interior)
- Museu da Juderia - Museu Sefardi
- Jardines de Murillo
- Plaza de España
- Jardins Maria Luisa
- Torre del Oro
- Teatro de la Maestranza
Do Hotel seguimos a pé até a Av. de la Constitución, a mesma onde fica a Catedral de Sevilha que vimos na postagem SEVILHA, Espanha - Parte I. Aliás, na foto abaixo, estamos ao lado da Catedral.
A área arborizada lá no final da avenida é conhecida como Puerta Jerez. Uma área ajardinada com uma fonte central, a Fonte Híspalis, circundada com vários prédios e restaurantes.
O belo prédio de 4 pisos abaixo é o Teatro Coliseo España, onde era o antigo Convento de Santo Tomás. Inicialmente foi o usado como cinema, o Reina Mercedes Cinema (1924), uma homenagem à primeira esposa do rei Alfonso XII. Em 1929, passou por modificações para a Mostra Ibero-Americana do mesmo ano, passando a ser usado como teatro, época em que era conhecido como Reina Victoria Theatre. Em 1931 após reformas e remodelações pelos irmãos arquitetos José e Aurelio Gómez Millán, foi renomeado como Teatro Coliseo Espanã, como até hoje é conhecido, ou simplesmente Edifício do Coliseo. Em 1971, foi declarado como Monumento de Interesse Cultura. Apesar do nome, o edifício abriga o Banco de Vizcaya, para o qual foi adaptado entre os anos 1975 a 1979 pelos arquitetos José Maria Chapa y Galindo e Fernando Gómez Estern, que não puderam derrubar as fachadas externas originais, mantidas em prol do Patrimônio sevilhano.
Possui uma localização privilegiada, com três lados da construção livres. Seu exterior recebe tijolo talhado e painéis de cerâmica vidrada, varandas e duas lindas torres de observação.
Arquivo Geral das Índias
Seguimos da Av. de la Constitución para a Calle Fray Ceferino González, contornando a Catedral de Sevilha.
No lado contrário à Catedral temos o prédio renascentista do Arquivo Geral das Índias, arquivo histórico espanhol que concentra toda documentação referente às colônias espanholas. Criado em 1785, pelo rei Carlos III, sendo o projeto do arquiteto Juan de Herrera. Designado Patrimônio Mundial da Humanidade em 1984. Entrada gratuita. Mais uma vez, não adentramos neste prédio.
Plaza del Triunfo
Pela Calle Fray Ceferino González, chegamos na Plaza del triunfo. No centro da praça fica o Monumento a la Inmaculada Concepción. Ao fundo, as muralhas do majestoso Real Alcázar de Sevilha.
Nesta praça é comum as carruagens puxadas por cavalos, destinadas ao turismo e nomeadas por Calesa. Possui carroceria com duas ou quatro grandes rodas, lugar para dois ocupantes, um banco dianteiro para o condutor e uma cobertura tipo capota que pode ser recolhida. Ideal para um despreocupado passeio pela cidade ou um tour mais romântico. Uma curiosidade que tive que registrar.
Nesta praça fica o monumental Real Alcázar de Sevilha ou Reales Alcázares de Sevilha, no plural por ser um conjunto de palácios. Está mais para uma cidadela do que Palácio. Ao todo, são mais de 15 hectares de construções palacianas e 7 hectares de jardins. Os palácios e jardins elaborados em períodos distintos e com característica próprias, ao longo dos séculos foram modificados e adaptados conforme as necessidades de cada momento. Cada espaço mais lindo do que o outro.
Declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1987, junto com o Arquivo Geral das Indías e a Catedral de Sevilha.
E, foi pra lá que nos dirigimos. Antes, vamos conhecer um pouco sobre suas origens.
👉Sobre ruínas de assentamento romano do séc. I., foi construída uma igreja cristã primitiva, no período visigodo. Após a invasão moura no ano de 713, junto às muralhas romanas foi edificada a cidadela (al-gasbah) de Madinat Isbiliya, ampliando e fortificando as muralhas já existente. No local da antiga igreja visigoda, foi edificado pelos almóadas (quinta dinastia moura), palácio fortificado denominado como Palácio Al-Mubarak de Al-Mutamid, no séc. X. Com a expulsão dos mouros no ano de 1248, os cristãos espanhóis assumiram a fortificação, remodelando, adaptando e construindo novos palácios, até ficar com as configurações atuais. Cada monarca, que aqui passou, deixou sua marca no complexo palaciano.
- Puerta del León
O acesso principal é pela Puerta del León (Porta do Leão), ladeada por duas torres restante das antigas muralhas defensivas almóadas, do séc. XII.
Observe o mural acima do arco da portada de entrada que traz a figura de um leão gótico segurando um crucifixo, com uma coroa real, pisando uma bandeira caída no chão e envolto em faixa com dizeres em latim, que se traduz por "Pronto para tudo". Trabalho em azulejo orientado por José Gestoso e executado pelo artista Manuel Tortosa y Fernández, da fábrica Triana da Mensaque, em 1894. Este azulejo substituiu um antigo mural pintado a fresco na parede, que tinha o mesmo tema.
Existem duas filas, uma para a compra do ingresso "in loco" (um pouco lenta) e outra para os visitantes que compraram via internet. Pela internet o preço é maior e não dá a opção de possíveis descontos pela idade, estudante, nativo ou horário.
Ao passar pelo portão, você adentra em um espaço anexo. Neste espaço à direita fica a bilheteria. O portal gradeado leva à escadaria que acessa o passadiço da muralha. Infelizmente, estava fechado. Não sei se permitem visitas no alto das muralhas.
👉Não deixe de pegar o panfleto do monumento. Audio-guias podem ser alugados. No dia de nossa visita só tinha panfleto em inglês e espanhol. Não tinha em português.😌
Existem ocasionais visitas noturnas com guia que precisam ser agendadas.
- Pátio do LeãoCom o ingresso em mãos, seguimos para o quadrangular e simpático Pátio do Leão. Este pátio é dividido em quatro quadrantes delimitados por sebes de murta podadas e possui duas fontes de mármore ao nível do chão. A atual configuração deste pátio vem da remodelação realizada no início do séc. XX por Joaquín Romero Murube.
No fundo deste pátio, temos uma parede do templo dos almóadas com três grandes portadas em arco semicircular, sendo a central mais alta que as laterais. Esta parede separa o Pátio do Leão do Pátio das Montarias. Parece que as portadas, no período islâmico, eram em ferradura.
Esta foto não é minha. Consegui no Google. |
- Palácio Yeso
O Palácio de Yeso era a residência oficial do califa Abu Yacub Yusuf. Considerado uma das partes mais antigas do Alcázar.
Antes de seguir para o próximo pátio, ainda no Pátio do Leão, à esquerda e próximo aos arcos que fazem a separação dos dois pátios, temos dois importantes espaços que faziam parte do Palácio del Yeso, do período islâmico. A entrada é tão discreta que pode passar despercebida. Os espaços são a Sala da Justiça e o Patio del Yeso (Pátio do Gesso).
Sala da Justiça:
A Sala da Justiça ou Sala do Tribunal ou Sala do Conselho, era parte do antigo Palácio Almóada de Yeso (Sala del Mexuar), local onde o conselho de vizeres se encontrava.
De planta quadrada foi reformada pelo monarca cristão Alfonso XI, em estilo mudéjar, entre os anos de 1340 a 1350, para comemorar a vitória na batalha do rio Salado. Era onde o rei Alfonso XI e depois seu filho Pedro I se reuniam com o conselho do governo.
Reparem na riqueza do rendilhado mudéjar em gesso nas paredes e contorno do teto. O estilo mudéjar incorpora elementos e/ou materiais muçulmanos e cristãos na decoração ou arquitetura, entre os séculos XII e XVI.
A cúpula da sala recebe um maravilhoso e rico trabalho em madeira.
No centro do piso da sala uma fonte d`água em mármore com decoração de azulejos pintados e vitrificados. A água excedente da fonte escorre por um rasgo no chão que vai até uma piscina no próximo espaço.
Patio del Yeso:
A cúpula da sala recebe um maravilhoso e rico trabalho em madeira.
No centro do piso da sala uma fonte d`água em mármore com decoração de azulejos pintados e vitrificados. A água excedente da fonte escorre por um rasgo no chão que vai até uma piscina no próximo espaço.
Patio del Yeso:
Da sala da Justiça você segue para o Patio del Yeso, construído no período almóada, no final do séc. XII, como parte do Palácio de Yeso.
De planta quadrangular, com um grande tanque artificial no centro, cercado por baixos muros de sebes de murta. Ao redor da piscina ficavam os quartos do Palácio del Yeso.
Em um dos lados do pátio, à direita na próxima foto, temos lindas e trabalhadas arcadas decorativas em gesso rendilhado, formando uma galeria que antecede uma pequena sala com abertura tipo ferradura dupla.
Durante alguma reforma o trabalho rendilhado em gesso do período islâmico, foi encoberto. Apenas no final do séc. XIX, foi descoberta por Francisco María Tubino. Sua restauração foi feita apenas em 1912 pelo arquiteto José Gómez Millán.
Algumas colunas encrustadas nas paredes sem finalidade lógica sugerem que, no passado, ali haviam galerias que circundavam o pátio e estas colunas sustentavam arcadas desmanchadas em algumas remodelação do espaço.
Na parede contrária à parede rendilhada que vimos, temos um conjunto de 3 arcos em forma de ferradura que foram fechados com tijolos.
- Patio de las Monteria
De volta ao Pátio do Leão, seguimos até o Patio de las Monteria (Pátio de Montaria).
A foto abaixo foi tirada pelo lado do Pátio das Montarias, nela aparecem dois arcos da antiga parede do período islâmico que separa os dois pátios. O arco central é mais alto que os laterais. Neste pátio também encontramos sebes de murta podadas, formando baixos muros, além de outras plantas.
Era neste pátio que a realeza, sua comitiva e os batedores se reuniam antes de seguirem para atividades de caças.
A cúpula que aparece além do pinheiro, lá no fundo, pertence à Sala de Justiça no que sobrou do Palácio del Yeso.
👉Na foto seguinte, temos o detalhe da vegetação entre os dois arcos vistos na foto anterior. Sou apaixonada por buganvílias. Não sei se vocês sabem, mas este arbusto ou trepadeira é nativa do Brasil, e seu nome original é "primavera". Foi espalhada em todo o mundo por um botânico francês com o nome Bouganvílle ou Buganvílias, como passou a ser conhecida, inclusive no Brasil. 👀
Neste pátio temos três prédios construídos em épocas distintas, que juntos formam um grande U. São eles o Palácio D. Pedro I no centro, a Casa da Contratação à direita (ambos na primeira imagem da foto abaixo) e o Palácio Gótico à esquerda (segunda imagem da mesma foto).
Vamos começar pela Casa da Contratação, o prédio cuja frente apresenta uma galeria com colunas de mármore que sustentam arcos semicirculares, conhecida como Galeria Porticada. Sobre a qual fica um segundo piso que ostenta os mesmos tipos de colunas e arcos, porém envidraçado.
👉Inicialmente, a Casa da Contratação, fundada pela rainha Isabel I, ficava nos Estaleiros de Sevilha. Isto após o descobrimento das Américas, o Novo Mundo, em 1503. Sua principal função era gerir e controlar o comércio e o transporte marítimo da Espanha com as colônias recém descobertas do outro lado do Oceano Atlântico e decidir questões judiciais correlacionadas. Devido as perdas de mercadorias por constantes inundações, foi transferida para o Real Alcázar, onde foi instalada na Sala dos Almirantes, até sua transferência para Cádis, em 1717. No prédio da Casa da Contratação, o rei Carlos IV, fundou a Academia das Ciências, em 1797. Em 1964, ocorreram grandes modificações, restando poucas salas da construção original. Atualmente, toda documentação e relatórios oriundos da Casa de Contratação estão no Prédio do Arquivo Geral das Índias.
No mapa abaixo, em azul, os espaços mais importantes no térreo da Casa da Contratação. Alguns pequenos pátios e passagens simplórios não foram registrados.Galeria Porticada
Na Galeria Porticada, próximo à porta principal uma placa em mármore, marca a fundação da Academia das Ciências por Carlos IV, em 1797.
A Sala do Almirante é a primeira sala que adentramos neste prédio, através de uma porta em estilo neoclássico. Foi sede do Tribunal do Almirantado de Castilla e fez parte da Casa da Contratação.
Atualmente, esta sala é utilizada como salão para eventos públicos e conferências.
Nas paredes, várias telas históricas dos séc. XIX e XX decoram o recinto. São pinturas de vários artistas como Alfonso Grosso, Virgilio Mattoni, Eusebio Valldeperas e outros.
A foto abaixo mostra duas destas obras pictóricas. O quadro à esquerda, é o retrato da infanta e duquesa de Montepensier Maria Luísa Fernanda de Bourbon (1832 1897), obra do pintor germânico Franz Xaver Winterhalter (1805 1873).
A segunda foto, à direita, veremos com mais detalhe em seguida.
A sala é presidida pela grande tela intitulada como "A inauguração da Exposição Ibero-americana de 1929", do pintor Alfonso Grosso.
Em outra parede, destaque para a pintura intitulada "Las Postrimerías de San Fernando" (O fim de São Fernando), de Virgilio Mattoni.
No final da sala, uma porta leva à sala subsequente conhecida como Sala de los Abanicos ou Sala dos Torcedores (ou fãs). O destaque desta sala é a coleção de leques artísticos exposta em armários vitrines. São 37 peças do séc. XVIII ao XIX doadas por colecionador particular.
Da sala dos Abanicos vc acessa a ala com várias salas e pátio central que serviam aos militares do palácio, denominado por Cuarto Militar (Sala Militar).
Abaixo, o pátio del Cuarto Militar que é ligado ao Pátio do Leão, próximo ao muro com os três arcos. Fato que pode ser observado no mapa mostrado anteriormente. Mas, não usamos esta saída, queríamos explorar a Capela do prédio. Para tanto, retornamos à Sala do Almirante.
Na Sala do Almirante, por outra porta praticamente em frente à porta de acesso ao exterior do recinto, adentramos a Sala do Capítulo ou Sala de Audiência ou Sala do Tribunal. Uma sala quadrada cujo destaque é o lindo altar da Virgem de los Marineros, responsável por tornar a sala conhecida como Capilla de la Virgen de los Marineros. Além de ser ponto de encontro para oficiais e cosmógrafos, tornou-se local de devoção onde marinheiros se reuniam no séc. XVI.
À esquerda do altar uma bela reprodução de um navio espanhol da época.
As paredes da capela recebem tapeçarias bordadas com escudos dos almirantes do exército de Castela até Cristóvão Colombo, período de 1254 a 1506.
O lindo teto tipo caixotão é decorado com motivos geométricos renascentistas, de influência árabe, séc. XVI, que infelizmente não aparece na foto.
Em detalhe, o retábulo tríplice (tríptico) em madeira esculpida e dourada.
A pintura central traz a Virgem de los Mareantes ou Virgen del Amparo de los Navegantes com um grande manto protetor. Representa a descoberta e conquista das Américas. Trabalho realizado entre os anos de 1531 a 1536, atribuído ao pintor espanhol Alejo Fernández.
Nas laterais duas pinturas de cada lado, de autorias desconhecidas.
À esquerda, a representação de São Sebastião (superior) e Santiago Matamoros (inferior)
À direita, a representação de San Telmo (superior), padroeiro dos marinheiros e São João Evangelista (inferior).
Ao sair da Casa da Contratação, voltamos à galeria arcada do edifício e seguimos até a entrada que leva à escadaria para o andar superior onde fica a ala conhecida como Cuarto Real Alto. Ala privativa da realeza espanhola.
Do alto do teto em caixotão de madeira que cobre a área da escadaria, desce uma linda lanterna. O trabalho mudéjar no teto é muito bonito, pena que na foto ficou muito escuro. Praticamente não dá para ver os detalhes.
Os azulejos, que cobrem parte da parede que acompanha a escadaria, são réplicas dos encontrados no Convento de Madre de Dios, também em Sevilha. Na borda superior do painel de azulejos, os escudos de Leão e Castela, além da legenda em latim Plus Ultra, que significa "Mais Além", considerado lema da marinha espanhola.
No término da escadaria, no patamar do andar superior, fica o Retábulo de San Cristóbal carregando o menino Jesus em seu ombro esquerdo, patrono dos viajantes e motoristas. Uma referência também encontrada na Catedral e na Igreja do Salvador, ambas em Sevilha. Existe uma lenda a respeito de San Cristóbal, que postei em SEVILHA, Espanha - Parte I.
No topo da escada, à direita, fica a porta que leva à ala real onde ficam os Quartos dos Reis da Espanha, no andar superior do Palácio D. Pedro I. Este é um ponto de conexão entre os dois prédios.A atual realeza espanhola utiliza esta ala sempre que visita a cidade. Pelo o quê, o acesso é restrito, com guia agendado com visitas de meia hora, sendo cobrado uma taxa extra na compra do ingresso geral. Bolsas, mochilas, celulares e máquinas fotográficas, são proibidas nesta ala e devem ficar numa pequena recepção perto da entrada. Não visitamos esta ala, mas quem lá foi, saiu encantado com o que viu.
Seguimos à esquerda para uma parte inclusa no ingresso geral que, no mapa abaixo, corresponde ao número 30.
Coleção Carranza
Nesta área, em três salas interligadas, temos a Coleção Carranza, uma espetacular exposição permanente de faiança e azulejos de Triana. Considerada a mais importante coleção, em qualidade e quantidade, de cerâmicas da Espanha. No mapa anterior, corresponde ao número 30.
São 170 peças doadas pelo colecionador e Curador D. Vicente Carranza Escudero, datadas entre os séc. XII a XVIII. São provenientes de diversas cidades da Europa como Lisboa, Talavera, Catalonia, ..., Sevilha.
A exposição é intitulada como "Miguel Ángel Carranza Garcia", em homenagem ao filho do curador, representado pelo busto em bronze na entrada da exposição.
A coleção, distribuída nas três salas interligadas, conta a história e evolução da técnica da azulejaria.
- Sala 1: "Os azulejos da Sevilha Mudéjar". Com forte influência muçulmana e mudéjar, entre os séculos XII e XVI. São também conhecidos como azulejos mudéjar ou azulejos hispano-mouriscos ou azulejos hispano-árabes.
O estilo mudéjar, que mistura formas hispano-árabe, iniciou-se na Espanha, inicialmente em Toledo sendo difundido em outras localidades até chegar em Sevilha. De Sevilha, através da fábrica de Cerâmicas de Triana, entre outras, alcançou outros países vizinhos, atingindo o apogeu na segunda metade do século XVI. Técnica que foi expandida ao Novo Mundo pelos colonizadores espanhóis e portugueses. É comum nas igrejas barrocas do Brasil encontrarmos paredes e painéis de azulejos decorativos.
É do curador D. Vicente Carranza a frase: "A cerâmica não fala, mas transmite emoções silenciosas. Ao acariciar suas texturas, ela nos eleva em sonhos a outros mundos irreais".
Azulejo é um tipo de cerâmica feita com pasta de argila de barro que após a secagem é cozida ou queimada em fornos a altas temperaturas, tendo uma das faces vidrada (face nobre), o que a difere de outros tipos de cerâmicas. Normalmente, possui formato quadrado ou retangular, mas pode ser hexagonal ou de outros formatos. As cores empregadas vão do branco, azul, verde, amarelo, castanho ao preto.
As técnicas empregadas são o alicatado (processo mais primitivo e rústico), azulejo de corda seca, azulejo de técnica mista (corda seca + aresta) e azulejo aresta. Normalmente, monocromáticos.
O Azulejo Alicatado era muito comum entre os séc. XIII e XV, na região de Andaluzia, Espanha. Técnica artesanal que consistia no corte de placas de barro, com um alicate. Eram pequenos cortes geométricos (quadrado, retângulo, triângulo, pentágono, hexágono, octógono, círculo, estrelado) que se encaixavam de maneira a permitir sua montagem posteriormente para formar o desenho desejado. Cada pedaço era colorido com pigmentos que resultavam nas cores finais após o cozimento. O desenho é visualizado após a montagem definitiva do quebra-cabeça, o que exigia paciência, concentração e tempo. Em outras palavras, todo o processo era artesanal, trabalhoso, moroso e oneroso.
Abaixo, em uma área do piso da sala, alguns exemplos de azulejos alicatado. Observe como como cada um é feito com pequenas peças de cerâmicas montadas como mosaico. Como resultado final temos motivos geométricos diversos.
Embora não tivesse nenhuma cerca isolando o local, ninguém se atreveu a pisoteá-los. 👍👏👏
Com a procura aumentada pelos azulejos, surge a necessidade de agilizar o processo de produção e instalação. Surgem os moldes quadrangular para cerâmicas e os azulejos de corda seca.
Para que as cores não se misturassem durante o cozimento da peça, contornavam os desenhos com linhas de óxido de manganês. Este contorno podia ser feito com pincel ou corda embebida em óxido de manganês misturado com óleo de linhaça ou banha. Após o cozimento os motivos se apresentam delineados por traço negro.
O azulejo de técnica mista ou corta seca mista ou fendida ou pré-aresta, utilizava um molde ou matriz de madeira ou ferro (gradilha) com o desenho desejado em relevo. Isto agilizava a produção das peças. O molde formava sulcos no barro cru. Estes sulcos eram circundados com o óxido de manganês, antes do desenho receber as cores desejadas. Isto facilitava a pintura da peça e a qualidade dos motivos repetitivos.
Posteriormente, no final do séc. XV, surgiram os azulejos de arestas ou cuencas. Neste, as cores eram separadas por relevos produzidos pelos moldes em negativo. Os relevos separavam as cores, não mais precisando do óxido de manganês. Um trabalho a menos na elaboração dos azulejos.
Exemplo de azulejos de aresta.- Sala 2: "Dorados de Triana".
Tradição muçulmana de motivos geométricos e uso da faiança dourada como decoração. Peças que absorvem as culturas islâmica, gótica e italiana renascentista. Com predomínio o renascentismo.
Ao longo dos séculos os azulejos se fizeram presentes em várias construções particulares, públicas ou religiosas. Ornamentando paredes, escadarias, tetos, fontes, pavimentos, altares, bancos, jardins, praças, ... Inicialmente, de maneira discreta, sendo usado apenas para pequenos detalhes e complemento.
A partir do início do século XVI, adquiriu força e passou a cobrir grandes áreas de forma ostensiva e exibicionista. Período que cobria não uma parte da parede, mas toda a parede. Em vários casos, todo o recinto (paredes, teto, pavimento, portadas).
- Sala 3: "Um mundo de devotos e galantes"
No século XVII, uma nova técnica surgiu, denominada de Majólica. As peças são pintadas com óxidos e esmaltes, podendo receber várias cores. Pelo tipo de tintas empregadas, as cores não se misturam durante o processo de queima. O que dispensa o uso de óxido de manganês, sulcos ou relevos para a separação das cores e definição do desenho. Esta técnica favorece uma grande variedade de temas. Flores, jarros, pessoas, santos, animais, brasões, cenários simples ou complexos e muito mais. Afinal, é possível pintar tudo o que se deseja. O resultado depende da imaginação, criatividade e habilidade do artista.
O painel abaixo é composto por vários azulejos com figuras avulsas. São vários ladrilhos pintados com corante natural azul, sobre fundo branco. O corante azul, provavelmente, foi obtido da pedra lápis-lazúli. Observe que não há relevos ou sulcos nos ladrilhos. Por serem peças pintadas artesanalmente, na repetição de temas encontraremos algumas diferenças. Afinal, um trabalho artesanal é sempre único e nunca totalmente imitado.
Nesta sala, encontramos peças com forte influência barroca, de inspiração profana, religiosa ou cotidiana. A maioria entre os séculos XVII e XVIII.
Abaixo, algumas louças como pratos, tigelas, xícara e açucareiro, estilo barroco rococó.
Pinturas em azulejos que formam paneis com uma temática específica, são nomeados como "azulejos de tapete". Aqui, não poderia faltar os azulejos com pinturas religiosas cristã e devocionais, tipo os tapetes da Via Crucis, séc. XVI, vistos na foto seguinte. Neste mesmo período, era comum a colocação de tapete de azulejos com a imagem do Santo protetor na parede externa de algumas casas, segundo a devoção dos moradores.
Casa do Assistente
No final, ao descermos ao térreo, passamos rapidamente na Casa do Assistente, cuja discreta entrada fica ao lado da escadaria. Resumindo, a Casa do Assistente, ocupa uma parte da antiga Casa da Contratação. Foi construída no séc. XVIII para o Assistente de Sevilha, Pablo de Olavide. Espaço com alguns quartos e pátio interno interligados, com alguns armários expositores contendo azulejos pintados. Coleção bem mais simples que a vista no andar superior.
Se o seu tempo estiver corrido, este é um espaço que pode ser "pulado". Eu não me empolguei em tirar fotos. Confesso que estava guardando a bateria para fotos mais impactantes. Ainda tínhamos muita coisa pra ver. Mas poderia ter tirados algumas. Agora já era. 😧😬 A foto abaixo é do Google e mostra o Pátio do Assistente com alguns armários vitrines.
- Palácio do Rei D. Pedro I ou Palácio Mudéjar
Retornamos ao Patio de la Montería, onde se destaca a fachada do Palácio do Rei D. Pedro I, do séc. XIV, nossa próxima incursão.
Construído por determinação de D. Pedro I de Castela, o cruel, para ser sua residência real dentro do complexo, entre os anos 1356 a 1364. Para o mesmo, foram demolidos três construções almóadas danificadas durante o terremoto de 1356.
Nominado como Palácio Mudéjar pelo estilo arquitetônico e decorativo predominante. Apesar da morte prematura de D. Pedro I, em 1369, antes de completar 35 anos e tendo residido pouco tempo no Palácio, este prédio é mais conhecido como Palácio do Rei D. Pedro I.
A construção envolveu vários artistas que dominavam a arte mudéjar, oriundos de Toledo, Granada e Sevilha. Os melhores para impressionar e adular o narcisismo do Rei.
Embora tenha sido construído por D. Pedro I, sofreu transformações na época dos Reis Católicos e dos primeiros Habsburgos.
Abaixo, no centro da fachada do Palácio D. Pedro I, a grande porta retangular é o principal acesso e se destaca pelo trabalho único executado em sua portada com blocos de pedra acolchoados. Ladeando a porta de entrada, arcos cegos finalizados com rendilhado mudéjar decorativo (sebka) apoiados em colunas de mármore.
Logo acima, ficam três janelas multilobadas em estilo árabe. A central com três arcos lobulados e as laterais geminadas com dois. Os arcos estão apoiados em finas e delgadas colunas de mármore.
O Palácio abriga várias inscrições em árabe, enaltecendo o monarca titular do prédio.
O Palácio abriga várias inscrições em árabe, enaltecendo o monarca titular do prédio.
Na parte central da fachada, abaixo de um magnífico beiral de madeira, fica um mural de azulejos azul e branco com inscrição em epigrafia árabe "Não há vencedor senão Alá", alguns alegam que o ano de conclusão da construção está incluso na faixa. Circundando este mural, a inscrição em latim e castelhano antigo: "o muito alto e muito nobre e muito poderoso e muito conquistador Dom Pedro, pela graça de Deus, rei de Castela e Leão, mandou construir essas fortalezas e palácios e portais".
Confesso que eu não consegui ver. De qualquer maneira, não sei árabe, latim ou castelhano antigo, então irei confiar no que nos foi repassado e pesquisado.
Ao passar pela entrada, você adentra em um vestíbulo (lobby ou hall de entrada).
Apesar de ser um local de passagem, merece destaque pela decoração nas paredes e teto, realizados por artistas árabes.
O vestíbulo é ligado a dois corredores, um de cada lado, separados por lindo arco semicircular, sustentado por colunas de mármore oriundas de antigas construções romanas e visigodas. Mas, no lado esquerdo, há um segundo arco trabalhado em estuque de gesso, apoiado em pilastras e não colunas, como os anteriores.
A parte superior das paredes (roda-teto) é forrada com paneis em gesso com motivos vegetais e inscrições árabes. Os arcos também são ricamente decorados em gesso. Observe a decoração do intradorso de um dos arcos.
O teto de madeira trabalhada em estilo caixotão mudéjar é diferente em cada trecho do corredor. A foto abaixo, é em um trecho do lado esquerdo do vestíbulo.
Gente isto é apenas a entrada no Palácio, ainda estamos no Hall. Tive que fazer esforço para não exagerar nas fotos, ainda teríamos muito o que registrar.
A parte inferior das paredes estão recobertas com azulejos. Acima deles corre uma faixa em gesso trabalhado em relevo, contorna toda área. Esta faixa contém repetição da legenda em árabe "Glória ao Senhor Sultão D. Pedro, Deus o ajude e conceda-lhe a vitória".
O corredor à direita de quem entra, conduz ao Pátio de las Muñecas, e aos quartos que compunha a área privada ou residencial da família real. Segundo informações, este corredor era usado por D. Pedro I, sempre que este precisava sair sem ser visto, sendo inclusive uma rota de fuga em caso de ameaças à sua segurança. (primeira imagem da foto abaixo)
O corredor à esquerda da entrada, era considerada a entrada oficial protocolar ao interior do Palácio, levando à área pública ou área social. É este caminho que seguiremos.
O corredor escolhido faz uma curva de 90 graus, alargando e formando uma espécie de antessala, ligada a outro curto e estreito corredor que conduz ao Pátio das Donzelas (segunda imagem da foto abaixo).
Esta foto não é minha. Consegui no Google. |
Nesta área, à esquerda, há uma pequena escadaria com degraus que conduz a uma porta fechada. Não descobri onde leva. Talvez, ao andar superior? (Desculpem a qualidade da foto. Um dia ainda aprendo a tirar selfie. 😉).
Patio de las Doncellas
Patio de las Doncellas
Chegamos à galeria que circunda o Patio de las Doncellas (Pátio das Donzelas). Principal pátio e maior espaço interno do palácio, intimamente ligado à vida pública do Palácio Mudéjar, mas também ligado ao espaço privado do Palácio.
O pátio de formado retangular, com 21 metros de comprimento e 15 metros de largura, é cercado pela galeria coberta nos quatro lados. Observe o trabalho da cobertura em madeira do teto, os arcos, as colunas, as paredes. Cada detalhe da galeria merece atenção.
Lindos arcos polilobulados decorados com rendilhados em gesso na arte mudéjar (sebka), contornam esta galeria. São 7 arcos nos lados maiores e 5 nos lados menores, sendo os arcos centrais mais largos e altos. Estes arcos são sustentados por colunas duplas de mármore, com exceção dos cantos que recebem colunas triplas. Um total de 52 colunas. Ao longo dos séculos, sofreram modificações até a configuração atual.
Abaixo, uma visão geral do pátio. Separando o térreo do primeiro andar, uma cornija em madeira sobressai e contorna todo o pátio, servindo para sacar a galeria do andar superior. Em estilo semelhante, a cobertura da galeria do andar superior, recebe um beiral em madeira que sustenta o telhado.
Abaixo, uma visão geral do pátio. Separando o térreo do primeiro andar, uma cornija em madeira sobressai e contorna todo o pátio, servindo para sacar a galeria do andar superior. Em estilo semelhante, a cobertura da galeria do andar superior, recebe um beiral em madeira que sustenta o telhado.
No centro do pátio, ao longo do comprimento, uma longa e estreita piscina central (lago ou tanque) atua como um espelho d'água, ladeada por dois canteiros ajardinados e escavados em nível mais baixo que o chão. Repare no muro de sustentação das paredes que formam os canteiros. Internamente, recebem trabalhos em relevo de arcos que se entrelaçam. Nas construções almóadas, a água é supervalorizada, pois remete aos oásis dos desertos. Motivo pelo qual a grande maioria dos pátios e algumas salas possuíam fontes ou piscinas artificiais.
No séc. XVI, entre 1580 a 1584, quando o Salão dos Embaixadores foi usado como tribunal (durante a construção da Casa da Contratação), a área central do pátio foi coberto com mármore para permitir o grande fluxo de pessoas que vinham ter audiências com o monarca.
No piso térreo do pátio, três dos quatro lados levam a quartos e salas. Atualmente, estes quartos estão interligados uns aos outros como um labirinto.
As salas e quartos do lado da entrada principal do palácio, eram de uso privativo do rei e familiares. O lado à esquerda de quem entra não possui salas ou quartos. As salas e quartos nos dois lados restantes eram usados para eventos públicos e administrativos.
O Palácio gira ao redor do Pátio das Donzelas, conforme planta atual do Palácio na próxima ilustração.
Para melhor compreensão, se posicione de costas para a parede sem salas, onde fica a estrela no mapa abaixo (★):
- À direita, do exterior para o interior da edificação, temos a partir do Pátio das Montarias, a entrada principal, o vestíbulo com duas alternativas de curso. Já no Pátio das Donzelas, você tem acesso às salas de âmbito privativo. Entre elas, a Alcoba Reale ou Dormitório dos Reis Mouros, composta por duas salas. A sala maior (Câmera) era privativo do rei e a sala adjunta e menor era o dormitório propriamente dito. Na época de D. Pedro, foi denominado por Dormitório de D. Pedro I. Além da Alcoba Real, este lado contempla outras salas privativas da realeza, com destaque para o Pátio de las Muñecas e o Quarto dos Príncipes que veremos mais adiante.
- Em frente, fica o principal recinto do Palácio, o Salón do Embajadores, além de dois recintos colaterais e o Salón del Techo de Felipe II ao fundo.
- À esquerda, temos o Salón del Techo de Carlos V, que provavelmente era uma capela com presbitério. Além da Sala de los Infantes e outras adjacentes. No canto esquerdo deste lado, fica uma discreta porta de acesso ao Palácio Gótico, fechada ao público.
- No quarto lado, às suas costas, não há portas, janelas, salas ou quartos, apenas três grandes nichos. Esta parede faz fronteira com o Palácio Gótico. Antigas ilustrações, de um passado remoto, indicam a existência de escadaria no nicho central que levaria à Capela do Palácio Gótico. Hoje, não há sequer vestígios de sua existência.
Na foto abaixo, podemos ver os três lados com quartos e salas que formam o Palácio Mudéjar. No centro, o pátio das Donzelas, obra-prima do estilo mudéjar andaluz, centro da área oficial ou protocolar do palácio.
O quarto lado, na face que não aparece na foto, ficam os nichos que possivelmente tiveram relação com o vizinho Palácio Gótico.
👉Este pátio serviu de cenário na série Game of Thrones (reino de Dorne) e nos filmes Lawrence da Arábia e Cruzada.
No piso superior, ficam os aposentos reais, os Quartos dos Reis da Espanha ou Sala Real Alta, ainda utilizados pela realeza espanhola atual e pelos chefes de estados em suas visitas à Sevilha. Este piso, construído por D. Pedro I no séc. XIV, foi renovado entre os anos de 1540 a 1572, redecorados no séc. XVII e, posteriormente, no séc. XIX. Por ser uma área ainda habitada é natural que passe por constantes manutenções e reformas. Além de ser compreensível que cada morador imponha seus gostos pessoais, afinal é uma área privada.
Espaço acessado pela escadaria no prédio da Casa da Contratação. Existem outras passagens e escadarias, que foram fechadas ao público em geral. Não visitamos o andar superior.
A galeria do piso superior, formada por arcos semicirculares sustentados por colunas simples ou duplas de mármore branco alternadamente, recebe uma balaustrada no mesmo mármore. Projeto executado no reinado de Carlos V, pelo arquiteto Luis de Vega.
"Alguns" contam que o nome do pátio veio de um tributo anual de 100 donzelas e importante soma de tesouros, imposto pelos mouros pela ajuda prestada ao rei das Astúrias ao tomar o trono do Império Omíada, meados do séc. XIII. Em um trono, o Trono del Tributo, colocado na parede com nichos do pátio, o rei mouro recebia e conferia pessoalmente o pagamento. Mito ou verdade?
👀Sei não, mas nascer mulher naquela época era um destino cruel e desumano.
Acima da arcada e teto do piso superior, o "qubba" se destaca. Estrutura arquitetônica árabe que se eleva acima de todos os outros telhados do Palácio Mudéjar. Corresponde ao exterior da soberba cúpula da Sala dos Embaixadores (veremos mais adiante). Em relevo de estuque de gesso, podemos observar escudos, brasões, monogramas e emblemas da monarquia espanhola.
Vamos seguir para a Sala dos Embaixadores, que no auge das conquistas das Américas, funcionou como zona de recepção e Sala do Trono, e serviu como tribunal até a conclusão da Sala de Audiências na Casa da Contratação. O verdadeiro coração do Palácio Mudéjar.
Do Pátio das Donzelas, reparem no arco que antecede a entrada ao Salão dos Embaixadores. Um grande arco semicircular, enquadrado em uma moldura trabalhada (alfiz).
Acima da moldura três pequenas janelas em arco semicircular, cegas, paralelas e finalizadas com treliças rendadas. Serviam para ventilação, iluminação e decoração. Veremos este mesmo tipo de janelas nas outras paredes do interior do recinto.
O Salão do Embaixador, de planta quadrada e pé direito alto, encanta pela riqueza e excesso na ornamentação decorativa das paredes, teto, portais e portas. É o recinto mais impactante e charmoso do palácio, onde o minimalismo não tem vez. Não há um único espaço sem revestimento, sejam azulejos ou estuques de gesso. Motivos e inscrições árabes e cristãs se mesclam de maneira harmoniosa e pacífica. Ostentação era a regra.
Entretanto, os espaços não possuem mobílias, o que permite a mobilização dos turistas sem restrições.
Neste espaço, também conhecido como a sala do Trono do Rei Pedro, eram realizadas as principais cerimônias da corte. Não é pra menos que é o lugar mais suntuoso e majestoso do palácio. Um lugar para ser visto, admirado e fotografado sem pressa.
Esta sala ocupa o espaço onde ficava o salão Al-Turayya da Fortaleza de Al-Mubarak, demolida para a construção do Palácio de D. Pedro I.
De planta quadrada, sua altura ultrapassa o piso superior e sua cúpula é a parte mais alta do palácio. Lembram do telhado, do qubba? Pois, a Sala do Embaixador é o referido qubba islâmico.
O salão é coroado com uma espetacular e gigantesca cúpula hemisférica ou "meia laranja" em madeira talhada, entrelaçada e adornada com arabescos dourados. Obra de intrigante perfeição geométrica, com grande impacto visual. Projeto de Diego Ruiz, em 1427, bem depois da morte de D. Pedro I.
Abaixo da cúpula, no roda teto, um friso gótico de madeira traz retratos de monarcas. Em cada lado da sala, no centro do friso, há uma abertura com varanda sacada em ferro forjado ao nível do andar superior. Estas varandas foram abertas no final do séc. XVI. De lá a família real e/ou a guarda real podiam acompanhar os trabalhos e eventos no recinto.
O friso é do período medieval, mas os retratos foram substituídos por Diego de Esquivel, por volta de 1600. Ao todo são 56 retratos, do rei visigodo Chindasvinto ao rei cristão Felipe III. Entre eles Pedro I, na metade da parede sul.
Cada monarca carrega uma espada (mão direita) e um globo (mão esquerda).
Acima do friso de retratos dos monarcas, um friso menor contorna toda a sala alternando os brasões de Castela e Leão. Abaixo de cada monarca, outro friso traz seu emblema e, abaixo deste, o período do reinado correspondente.
Sem dúvida, o ponto alto da visita, em todos os sentidos.
👉No salão dos Embaixadores, Jaime Lannister, negociou o resgate de sua "sobrinha" Myrcella com os Martell, na série Game of Thrones.
Detalhe de um conjunto de três janelas em arco semicircular, cegas, fechadas com treliças rendadas.
Todo o recinto recebe azulejos decorados nos rodapés, até meia altura. Acima dos azulejos os trabalhos em estuque de gesso no estilo mudéjar complementam a parede até o friso de madeira com os retratos dos monarcas.
Todo o recinto recebe azulejos decorados nos rodapés, até meia altura. Acima dos azulejos os trabalhos em estuque de gesso no estilo mudéjar complementam a parede até o friso de madeira com os retratos dos monarcas.
A foto abaixo nos traz a imagem do encontro de duas paredes do recinto. Nesta quina podemos observar que embora similares, existem diferenças sutis (outras nem tanto) entre cada lado da sala. Seja no desenho, tonalidade das cores ou composição. Mas, no geral são muito parecidas.
Três dos lados do salão possui entrada direta para outros ambientes do palácio. Passagens feitas através de lindas portadas com arcos triplos em ferradura sustentados por colunas de mármore. Para cada lado, as colunas de mármore são de cor distinta.
Três dos lados do salão possui entrada direta para outros ambientes do palácio. Passagens feitas através de lindas portadas com arcos triplos em ferradura sustentados por colunas de mármore. Para cada lado, as colunas de mármore são de cor distinta.
Na foto abaixo, temos duas faces do Salão dos Embaixadores, à
direita fica a entrada para o Salon de los Sevillanos e à esquerda a entrada para o Salón del techo de Felipe II.
Salón de los Sevillanos
Nesta
sala retangular, a linda portada de três arcos que conduz ao Salão dos Embaixadores recebe ornamentação bem diferente se comparado com o outro verso.
Acima dos arcos em ferraduras e abaixo das janelas cegas, nos extremos externos de dizeres em epigrafia árabe, temos o escudo da Ordem do Bando. Ordem militar, fundada por Alfonso XI de Castela, em 1332. No centro, o brasão de Castela e Leão.
O Salón de los Sevillanos se comunica com o privativo Pátio das Bonecas (Patio de las Muñecas) através de um arco único.
Abaixo, alguns detalhes da portada de arco único que separa o Salón de los Sevillanos do Patio de las Muñecas. Vejam a riqueza de detalhes da curvatura do arco. Os tetos dos dois ambientes, assim como todos do palácio, são diferentes e únicos. O teto que aparece na foto, no lado esquerdo, é de uma das quatro galerias que contorna o Pátio das Bonecas.
Aqui e acolá, você vê uma concha ou vieira entre os arabescos e estuques que decoram os arcos de passagem. Segundo consta, eram considerados símbolos de fertilidade.
Era responsável por articular a área mais intima e privativa do palácio, a ala familiar real, provável "domínios" da rainha.
Este pátio também pode ser acessado a partir do corredor à direita no hall do palácio. Lembram da rota de fuga do rei? (vejam na planta do palácio postada anteriormente).
Antes de mais nada, vamos esclarecer o singular nome do pátio em questão. No base de alguns arcos que separam a galeria do centro do pátio, pequenas "caras de bonecas" esculpidas a partir do séc. XIX. Daí a razão do nome.
Achei as caretas meio sinistras e sem sentido, mas ..., quem sou eu para questionar. Talvez fosse uma piada interna. 👀😏
A configuração atual deste pátio não é a mesma na época de D. Pedro I. Daquela época restam as colunas de mármore e os arabescos mudéjares do piso térreo.
Entre os séculos XVI e XVII foi edificado o andar superior.
No séc. XIX, passou por grandes reformas no piso superior, durante o reinado de Fernando VII, que mandou caiar os trabalhos em gesso policromado dos quartos e pátios do palácio. Entre os anos de 1847 a 1855, no reinado de Isabel II, os arquitetos Juan Manuel Caballero e José Gutiérrez, acrescentaram a cornija ricamente trabalhada (muqarnas) que contorna a base do primeiro andar e o mezanino neo-mudéjar, entre o piso térreo e o primeiro andar. Também é deste período a cobertura do pátio em vidro (cúpula de cristal).
Durante o reinado dos Reis Católicos os cômodos domésticos ao redor desse pátio sofreram importantes mudanças, principalmente no andar superior. Enfim, cada monarca deixava sua marca, melhorias e atualizações no palácio.
Apesar de pequeno, este pátio é uma explosão de detalhes, arabescos e beleza.
Na época de Pedro I, os arabescos trabalhados em gesso eram policromados. Uma explosão de formas e cores. Até que o monarca Fernando VII mandou "caiar" e todos os detalhes se cobriram em branco, séc. XIX. Pelo menos ele manteve os arabescos.
Eu acredito que, antes da instalação da cobertura de vidro e ferro, os relevos eram danificados ora pelas chuvas e lodos, ora pela poeira, exigindo reparos constantes. Não acredito que o valor econômico da manutenção era a maior preocupação da realeza. Pintar em uma única cor era mais prático e rápido, preservando a intimidade do espaço longe dos olhos curiosos.
A cobertura de estrutura de ferro e vidro, instalada pela rainha Isabel II, permiti a passagem da luz solar e inibi os danos pelas chuvas. Quem sabe, algum dia estes relevos voltem a colorir o espaço.
Seguindo o padrão de todo o palácio, as paredes da galeria do pátio das bonecas são decoradas com azulejos coloridos até meia altura (rodapé) com motivos geométricos. As paredes recebem frisos em relevos de gessos (rodateto) com motivos florais e vegetais, arabescos esculpidos em estuques.
Seguindo o padrão de todo o palácio, as paredes da galeria do pátio das bonecas são decoradas com azulejos coloridos até meia altura (rodapé) com motivos geométricos. As paredes recebem frisos em relevos de gessos (rodateto) com motivos florais e vegetais, arabescos esculpidos em estuques.
Na galeria do lado leste, você tem duas passagens em arco semicircular de tamanhos diferentes. O maior liga o pátio ao Salón de los Pasos Perdidos (acesso direto ao dormitório real) e o menor ao vestíbulo (rota de fuga ou escapulida do rei).
Do lado oeste do pátio, também temos duas passagens em arco semicircular. O arco mais largo leva ao Salón de los Reyes Católicos. E a passagem menor (foto abaixo), com portal com moldura trabalhada em estuque de gesso em arte mudéjar e porta de madeira trabalhada e policromada, conduz a um estreito corredor que por sua vez leva à galeria que acessa os Jardins do Palácio. Passagem fechada aos visitantes.
Com relação às demais portas dos aposentos do palácio, todas são em madeiras trabalhadas com igual primor.
Cuarto de los Principes (Quarto dos Príncipes)
A galeria norte do Pátio das Bonecas, conduz ao Cuarto de los Principes, composto por três quartos interligados por largos arcos sustentados por pilastras. O central é maior e retangular, os laterais são menores e quadrados.
O nome é uma referência ao fato histórico no qual a rainha Isabel I, a católica, teria dado a luz ao príncipe D. Juan (João) neste aposento, em 1478. Parto que teria sido assistido por alguns "convidados" para testemunharem que a criança era, de fato, filho da rainha e herdeiro ao trono. Estranho costume, mas se considerarmos a inexistência de testes de DNA na época... 😏 D. Juan foi o segundo filho e único varão dos reis católicos, falecendo prematuramente aos 19 anos sem deixar herdeiros.
Reparem que aqui, o roda teto e os arcos, também são decorados com estuques de gesso em relevos policromados no estilo mudéjar. Porém, assim como cada ambiente do castelo, seguem uma composição diferente.
O teto de madeira decorado e pintado é simplesmente lindo e sofisticado. Dizem que esta cúpula representa o céu estrelado. Mas, me pareceram flores do tipo margaridas. No centro das estrelas (ou flores?) brancas, as heráldica dos reis católicos (Castela e Leão) estão presentes, alternadamente. Um pequeno detalhe que muitas vezes passa despercebido.
O teto de madeira decorado e pintado é simplesmente lindo e sofisticado. Dizem que esta cúpula representa o céu estrelado. Mas, me pareceram flores do tipo margaridas. No centro das estrelas (ou flores?) brancas, as heráldica dos reis católicos (Castela e Leão) estão presentes, alternadamente. Um pequeno detalhe que muitas vezes passa despercebido.
As sala laterais chamadas de alcovas, do quarto do príncipe são menores e recebem decorações diferenciadas no teto, paredes e pavimentos, assim como em todo o palácio.
O piso, abaixo, é da sala lateral direita do quarto do príncipe.O salão do teto de Felipe II, pode ser acessado pelo Salón de los Reyes Católicos ou pelo Salón do Embajadores. É considerada a maior sala do Palácio.
A face interna da entrada principal que leva ao Salão dos Embaixadores é conhecida como Arco de los Pavones (Arco dos Pavões), uma alusão aos relevos em forma de aves acima dos arcos. Complementa a decoração do portal e roda teto inscrições árabes e arabescos mudéjares. Aqui as colunas que sustentam os arcos em ferradura são de mármore negro. As cores que colorem os trabalhos mudéjares parecem mais intensas e marcantes neste recinto.
A sala é nominada pelo teto de madeira em caixotões renascentista meia-volta instalado no reinado do monarca Felipe II.
Neste recinto retangular, uma porta em ferro forjado leva ao Jardim del Príncipe.
Salón de los Toledanos
Abaixo parte da portada de três arcos em ferradura e do teto do Salão dos Toledanos. Este salão pode ser acessado diretamente pelo Salão dos Embaixadores ou pela Sala dos Infantes.
Sala de los Infantes
Pelo que li, este recinto funcionava como Sala de Refeições. Não consegui confirmação desta informação. Pela lógica do nome, devia ser uma sala destinada às crianças.
Recinto entre a Sala de los Infantes e o Salón del techo Carlos V
Salón del techo de Carlos VSalão retangular, situado no lado sul do Pátio das Donzelas. Recebe esta denominação pelo teto em caixotão de madeira, do período do monarca Carlos V da casa de Habsburgo, entre os anos de 1541 e 1543. São 75 caixotões octogonais entalhados, trabalho atribuído a Sebastián de Segovia.
Ao que tudo indica, neste salão funcionou a primeira capela do Palácio. Com a criação do oratório no Cuarto Real Alto (piso superior do palácio), passou a servir como dormitório.
👉São tantas salas, quartos e quartinhos, tudo interligado como um labirinto. Há momentos que você fica meio perdido entre tanta ornamentação e detalhes. Mantenha o mapa à mão e vá clicando o que for vendo e fotografando.😎Terminado o interior do Palácio D. Pedro I, optamos em ir aos Jardins antes de seguirmos para o Palácio Gótico. Mas, você pode fazer o contrário, apenas tenha o cuidado de não sair do complexo do Alcáceres Reais antes de completar o circuito.
- Jardins do Complexo Palaciano Real Alcázar
O Real Alcázar, possui belos jardins, com fontes, esculturas, terraços, galerias e muitas plantas verdejantes de tamanhos diversos. São jardins elaborados entre os séculos XI ao XX. É praticamente um Jardim Botânico com mais de 170 espécies oriundas de várias partes do mundo. Cada jardim tem seu estilo próprio com características árabes, renascentista e modernas. Você passa de um jardim ao outro se deslumbrando com a variedade de plantas e ornamentações.
A área dos jardins é bem extensa e merece vários minutos de dedicação e atenção. Minha dica é circular sem pressa ou agonia. Aproveite este momento de deleite para relaxar, refletir e desfrutar o tempo como melhor lhe aprouver. Sem pressa, sem correrias, sem relógio. Esqueça o tempo, mesmo que por breves minutos.
👉 No verão, ocorrem concertos noturnos nos jardins. 😍🎷🎸🎹🎻🎼
Jardín del Príncipe
O Jardim do Príncipe pode ser acessado tanto pelo Quarto dos Príncipes (saleta adjacente) ou pelo Salão do Teto de Felipe II. É um formoso jardim formado por quatro canteiros de laranjeiras, limoeiros, plantas aromáticas (jasmim, louro, buxo aromático), magnólias e palmeiras chinesas, circundados por sebes de murta podadas. No centro, entre os canteiros, não poderia faltar uma pequena fonte tipo chafariz, a nível do chão. Sua construção data entre os anos de 1760 a 1770.
Do jardim do Príncipe, seguimos para o Jardim das Flores. Como este outro jardim fica em nível mais baixo, usamos a escada rente ao palácio que aparece na foto abaixo.
Jardín de las Flores
Em frente à escadaria da foto anterior, no Jardim das Flores, há um lago artificial com carpas vermelhas, tendo ao fundo o que parece ser uma antiga e rústica gruta.
A foto abaixo, tirada do Jardim das Flores, mostra dois aviões que faziam manobras sobre o Real Alcázar, indo e vindo por diversas vezes. Não sei qual era a comemoração ou se era apenas treinamento, mas registrei o ocorrido.
Na mesma foto podemos ver parte superior da galeria coberta que separa o Jardim do Príncipe do Jardim das Flores. Lembrando que o Jardim das flores fica num nível mais baixo em relação ao Jardim do Príncipe.
O prédio à direita, na foto, é uma das fachadas laterais do Palácio Mudéjar.
Este jardim ocupa uma área onde funcionava os currais dos tempos árabes. Coube ao monarca Felipe II, a transformação da área próxima ao Palácio Mudéjar em pequenos jardins com laranjeiras e limoeiros. Baita transformação, não consigo visualizar um curral neste local.
Em um dos muros do Jardim das Flores temos um monumento ao Imperador Carlos V, em estilo clássico. Ao centro, em um nicho, o busto do monarca. No alto do monumento o escudo de Castela e Leão. No meio do jardim uma pequena fonte redonda em mármore.
Uma larga portada com degraus e decorada com os emblemas de Castela e Leão, comunica o Jardim das Flores com Jardim da Cruz, que veremos mais adiante.
Para acessar o Jardim da Galera ou Jardim Galé, é preciso passar pelo arco que visualizamos na foto abaixo. Este pequeno jardim foi criado por Felipe II em substituição aos já existentes, em torno de 1574.
No Jardim da Galera há uma escadaria que conduz à Sala de los Infantes. O que me faz acreditar que este jardim era um espaço para as crianças brincarem, caminhar e tomar sol.Na foto seguinte, temos a famosa coluna de mármore edificada em homenagem ao rei poeta Al-Mu'tamid. Pertencente à dinastia árabe Abádidas, governou a Taifa de Sevilha no séc. XI.
Cave do Palácio MudéjarNo Jardim da Galera, você acessa uma ala subterrânea do Palácio Mudéjar, denominada como Cave ou porão. Trata-se de um rústico espaço semienterrado, com quatro salas principais com teto abobadado em estilo mudéjar, com área útil de 280 m².
Pelo que eu compreendi, este espaço foi construído no reinado de D. Pedro I, para diminuir o desnível do terreno, onde o Palácio Mudéjar foi construído. Lembrando que o Palácio Mudéjar foi construído nos escombros de antigos palácios almóadas e parte das estruturas foram aproveitadas nos novos alicerces.
Inicialmente, era depósito e guarda de alimentos (grãos, vinhos, azeite, temperos, insumos) dado a sua proximidade com as cozinhas da época (hoje, escritórios do Patrimônio Nacional Espanhol).
No reinado de Felipe II, final do séc. XVI, este espaço deixou de ser armazém de alimentos e foi interligado aos jardins renascentistas, através da substituição das janelas por portas. Fato que ocasionou melhora na ventilação e iluminação do ambiente.
Após a saída dos soberanos da Casa de Habsburgos da Espanha em 1700 até o início do século XX, a cave praticamente foi abandonada.
No reinado do rei Alfonso XIII, passou a servir como depósito de lixos e entulhos.
No início do séc. XXI, despertou o interesse dos arqueólogos, sendo recuperado várias peças de cerâmica, talheres e utensílios diversos de várias épocas.
Foram anos de abandono e mau uso. Faz pouco tempo que esta área foi liberada para visitação. Fato que só ocorreu após trabalhos arqueológicos, retiradas de escombros acumulados ao longo dos séculos e reconstituição dos ambientes internos.
Vale a experiência de conhecer.
Jardín de la Cruz ou Jardín del Laberinto viejo
Jardim da Cruz ou Velho Labirinto
A partir do Jardim das Flores, acessamos o Jardim da Cruz. Originalmente, construído com labirintos de murtas pelo Conde-Duque de Olivares, no período do reinado de Felipe IV. Sendo modificado posteriormente.
No centro deste jardim, em um grande tanque-fonte, fica a Gruta de las Sultanas. A gruta com quatro aberturas é uma representação do Monte Parnaso e da árvore do amor. Segundo a mitologia grega o Monte Parnaso era uma das moradas de Apolo (deus grego) e suas nove musas.
Em alguns trechos do amplo jardim cortado por caminhos sinuosos, bancos convidam a uma parada e descanso à sombra das imensas e frondosas árvores. Os jardins acolhem algumas aves, como pássaros e pavões. Um deleite, à parte, aos visitantes.
Pabellón de Carlos V
Abaixo, um pouco mais desse lindo jardim com árvores frondosas e canteiros cercados por sebes de murtas.
Jardins Inglés
Ao sul do Jardim da Cruz, temos o Jardim Inglês, como se fosse uma continuidade do primeiro. Localizado dentro das muralhas do complexo palaciano, num prolongamento almóada do séc. XII, onde servia como espaço agrícola, denominado Huerta de la Alcoba. A configuração atual ocorreu após reforma de 1927, pela Rainha Vitória Eugênia.
Pabellón de Carlos V
Pabellón de Carlos V (Pavilhão de Carlos V) ou Cenador de Alcoba. Gazebo construído em comemoração ao casamento do Imperador Carlos V com sua prima Isabel de Portugal, projeto de Juan Hernández, entre os anos de 1543 a 1546. Foi mantido o formado quadrado do antigo qubba islâmico existente no local.
É circundado por uma galeria coberta, que acompanha sua forma quadrada. A cobertura da galeria é sustentada por arcos semicirculares apoiados em delgadas colunas de mármore.
Mistura os estilos mudéjar com o renascentismo espanhol (plateresco).
Sua única sala quadrada tem as paredes revestidas por azulejos de aresta (arista) do séc. XVI, da oficina dos irmãos Juan e Diego Polido. A cobertura recebe teto de madeira em caixotões, com abóbada semiesférica. No chão da sala, uma única fonte central drena a água por um rasgo que vai até a parte exterior do recinto.
Sua única sala quadrada tem as paredes revestidas por azulejos de aresta (arista) do séc. XVI, da oficina dos irmãos Juan e Diego Polido. A cobertura recebe teto de madeira em caixotões, com abóbada semiesférica. No chão da sala, uma única fonte central drena a água por um rasgo que vai até a parte exterior do recinto.
Conta a história que o Rei Fernando III, o santo, faleceu no ano de 1252 no antigo qubba islâmico que ficava neste local.
Abaixo, detalhe de um dos azulejos de aresta no muro que contorna o Pavilhão de Carlos V, também atribuídos aos irmãos Polido, 1543 a 1546.
Jardín del Laberinto
Cenador del LeónAo lado do Pavilhão de Carlos V, fica o Cenador del León (Coreto do Leão). Este coreto possui formado semelhante a uma pequena capela com cúpula semiesférica, decorada com azulejos em seu exterior. Sua criação é atribuída aos arquitetos Francisco e Benito Valladares, séc. XVII.
Trata-se de uma construção com um único vão aberto por um grande portal em formato de arco semicircular, sem portas.
Em frente ao coreto, uma antiga piscina de captação de água em formato retangular e decorada com um leão. Esta fonte é responsável pelo nome atribuído ao coreto.Jardim de las Damas
O Jardim das Senhoras ou Jardim das Damas, foi executado em 1526, na época do casamento de Carlos V e Isabel de Portugal. No séc. XVII, foi ampliado em direção ao antigo pomar de Alcoba. Atualmente, são oito quadrantes envolvidos por sebes de murta, tendo ao centro uma fonte de mármore com estátua de bronze de Netuno. A fonte é do séc. XVIII. No centro do longo paredão, conhecido como Galeria del Grutesco, o Portal do Privilégio se destaca.
Galeria del Grutesco
Abaixo, podemos observar o longo paredão cujo andar superior é formado com uma comprida galeria coberta, conhecida como Galeria del Grutesco ou Galeria Grotto. Esta galeria com 160 metros de comprimento foi construída no reinado de Felipe III, em 1612. Projeto e execução do arquiteto Vermondo Resta que aproveitou parte da antiga muralha Almóada do séc. XII. Na época dos mouros, a muralha tinha dupla finalidade: defesa militar e evitar inundações do rio Tagarete.
A transformação do muro em galeria tinha o propósito de servir para passear em dias de chuvas, admirar a vista dos demais jardins, além de separar os novos jardins do antigo e extenso pomar e horta que ficaram por detrás do paredão. Para que o muro tivesse a aparência atual, foram necessárias várias interferências sucessivas, até o séc. XIX.
No centro do muro, a Puerta del Privilegio, permite a passagem para o outro lado dos jardins.
Um dos lados da construção é decorado com pedras irregulares, reboco e pintura imitando mármores.
Um dos lados da construção é decorado com pedras irregulares, reboco e pintura imitando mármores.
É possível subir na galeria coberta e obter lindas vistas panorâmicas dos dois lados. As vistas são esplêndidas. Então, deixe de preguiça e suba.
No alto, você consegue perceber melhor o estilo de cada jardim.
Abaixo, vista de parte Pavilhão de Carlos V e jardins no entorno, entre outras maravilhas ao fundo. Foto tirada do alto da Galeria del Grutesco.
Jardín de los Poetas
Criado com influências islâmicas, renascentistas e românticas, pelo curador do Real Alcázar Joaquim Romero Murube, entre os anos de 1956 e 1958. Vistas obtidas a partir da Galeria del Grutesco.
Vista do Jardim dos Poetas, com dois grandes lagos retangulares, circundados por sebes de murtas podadas, altas e delgadas palmeiras, laranjeiras, limoeiros, ciprestes, caminhos que convidam ao passeio e áreas com bancos para relaxar.
Os jardins andaluzes possuem a água como elemento vital em suas composições. Fontes, lagos, tanques estão sempre presentes, favorecendo um ambiente fresco e agradável.
No total, os jardins do Real Alcázar contabiliza 7.000 hectares de cenários deslumbrantes. Impossível ver e registrar tudo em uma única visita. Na próxima foto temos a fachada do Palácio Gótico voltada para o Tanque de Mercúrio e, ao lado, o Jardim da Dança. Dá para perceber que o tanque fica mais elevado que os demais jardins.
Lagoa de Mercúrio é um tanque artificial que no período romano coletava água de um aqueduto. Este tanque foi reconstruído pelos almóadas (período árabe), para armazenamento e distribuição de água à antiga cidadela local e hortas. Sendo mais elevado, em relação aos jardins, favorecia a irrigação por gravidade.
A construção em destaque, na foto abaixo, pertence ao Palácio Gótico. É a sua fachada voltada para os jardins.
No centro do tanque, podemos observar uma fonte chafariz com uma estátua renascentista do mitológico deus grego Mercúrio, responsável pela nomeação do tanque. A estátua em bronze foi projetada por Diego de Pesquera e fundida por Bartolomé Morel (o mesmo escultor do Giraldillo da Catedral de Sevilha), em 1576.
De outro ângulo do tanque quadrangular temos, ao fundo, o grande paredão formado pela Galeria Grutesco. A parte do paredão defronte ao tanque de mercúrio possui arcos fechados e ornamentados com afrescos renascentistas contendo cenas mitológicas, pinturas de Diego Esquivel.
Jardines de la Danza
Seguindo a fachada do Palácio Gótico, uma escadaria ao lado da lagoa de Mercúrio, leva aos Jardins da Dança, decorado com uma fonte chafariz baixa.
Duas imensas colunas marcam a entrada do jardim, construído na década de 1570. Consta que no passado haviam duas estátuas, uma em cada coluna, um sátiro e uma ninfa dançante, responsáveis por nomear o espaço. Estas estátuas simplesmente desapareceram. 😵😦😲😕
Daqui seguimos para as Termas (ou banhos) de Maria Padilha, no subsolo do Palácio Gótico e Pátio do Cruzeiro.
Banõs de Doña Maria de Padilla
Os Banhos ou termas de D. Maria de Padilha são câmeras de captação de água das chuvas localizadas sob o Palácio Gótico e Pátio do Cruzeiro (Patio del Crucero). Sua entrada é acessada a partir de uma passagem tipo corredor próxima no Jardim da dança.
👉Maria de Padilha era a amante que D. Pedro I, o cruel, mantinha no palácio. Segundo conta a história, após a morte da amante, D. Pedro ordenou que fosse desenterrada e oficializou a união se casando com a morta. Após a cerimônia, exigiu que os convidados presentes beijassem a mão da "defunta" em sinal de respeito. Tipo, ou beija ou morre. 😲😳😵
As termas, se apresenta como uma câmera subterrânea, em formato de longo túnel, com cobertura de dez abóbadas nervuradas, ao estilo gótico. Ao longo do túnel, um comprido espelho d'água.
Embora seja conhecido pelo uso como termas por Maria Padilha, foi construída bem antes como passagens e cisterna árabe, no séc. XII.
As termas, serviram de cenário em episódio da série Game of Thrones.
Próxima parada, o Palácio Gótico e suas salas.
Mas, antes de visitar o interior do Palácio Gótico, vamos fazer algumas considerações sobre sobre o mesmo.
Nas fotos abaixo, temos a fachada do Palácio Gótico, voltada para o Patio de las Monteria (Pátio de Montaria). Mas, não é preciso voltar ao pátio para acessar o Palácio Gótico.
O Palácio Gótico, foi construído em estilo gótico por Alfonso X, o sábio, governante de 1252 a 1284, ao lado do Patio del Crucero. Portanto, construído antes e com aspecto mais formal do que o Palácio Mudéjar. A adaptação da construção ao estilo renascentista ocorreu na restauração feita por Carlos I, séc. XVI, tendo contudo preservado a estrutura gótica do piso térreo.
Sala de las Bóvedas
Sala dos Vaults ou Sala dos Cofres ou Sala das Abóbadas ou Salão de Festas ou Grande Salão. É o salão principal do Palácio Gótico, tendo sido palco de fabulosos banquetes reais.
Este recinto é coberto por abóbadas ogivais. Em uma das paredes, duas amplas janelas dão vistas para os jardins.
Foi reformada em estilo renascentista por ocasião das bodas de Carlos V, séc. XVI.
Posteriormente, no reinado de Felipe II, filho do Imperador Carlos V, os rodapés das paredes receberam azulejos de autoria de Cristóbal de Augusta, entre os anos de 1577 a 1579. Estes rodapés de cerâmicas são considerados um importante símbolo do Renascimento Espanhol.
O terremoto de Lisboa (1755) afetou a estrutura do palácio, além de outras áreas do complexo. A restauração seguiu uma estética barroca.
Reparem no gigantesco pé direito da sala. Você se sente pequenina, como uma formiguinha.
Em cada extremidade do salão, podemos apreciar duas importantes tapeçarias. Como a imensa tapeçaria com o escudo do Imperador Carlos V (primeira imagem da foto abaixo). No outro extremo temos o escudo da rainha Isabel de Portugal (segunda imagem da foto abaixo).
Outras tapeçarias, normalmente expostas nesta sala, foram retiradas para manutenção e recuperação.
Abaixo, detalhe dos azulejos do Salão de Festas. No friso superior, emblemas referentes aos domínios do Imperador Carlos V. No restante, figuras masculinas, alegorias da mitologia clássica, aves diversas, plantas e outros motivos.
Salón de los tapicesSalão ou Sala dos Tapetes possui belíssimo teto abobadado e bem decorado.
Em cada extremidade, no alto da parede e em relevo, podemos observar o escudo de Castela e Leão. Escudo que também está presente na decoração do teto do recinto.
A sala dos tapetes é decorada com imensos tapetes medievais, manufaturados de origem flamenca (Bruxelas). São tapetes tecidos à mão sem o uso de máquinas, conhecidos como Gobelin. Um feito que requer muita habilidade e paciência.
Após o terremoto Lisboa (1755), esta sala foi totalmente reconstruída na segunda metade do séc. XVIII.
Em 1982, esta sala serviu como primeira sede do primeiro Parlamento Andaluz.
Abaixo, uma tapeçaria mostra um pouco da rotina da vida dos sevilhanos no período medieval.
Os trabalhos de tapeçaria são atribuídos ao mestre estofador e tecelão da Fábrica de Tapeçarias Real, Jacobo Vandergoten Canyuwell, o Jovem, entre os anos de 1730 a 1744.
Na realidade, os trabalhos são réplicas dos tapetes feitos pela oficina em Bruxelas de Wilhelm de Pannemaker (1548 a 1554), baseados nos desenhos pintados em papelão pelos pintores Jan Cornelisz Vermeyen e Pieter Coecke Van Aelst (1535).
A coleção original, em comemoração a expedição de Carlos V a Túnis em 1535, deteriorou após dois séculos de existência e sendo substituída por réplicas exatas. Tanto os originais como as réplicas foram tecidas à mão.
São as réplicas de Jacobo Vandergoten que encontramos no salão.
Os desenhos que originaram as tapeçarias, estão no Kunsthistorisches Museum, em Viena.
São 10 fabulosas tapeçarias da série "Conquista de Túnis", dos quais seis estão no Real Alcázar de Sevilha. As outras quatro estão em Madri, capital da Espanha.
Esta coleção possui um imenso valor histórico e cultural, além do artístico, pois simboliza a Tomada de Túnis (nordeste da Tunísia), sob poder do Império Otomano, pelo Sacro Império Romano Germânico, comandado por Carlos V, em 1535. É bem verdade que os otomanos recapturaram Túnis em 1569. E, em 1573, Túnis foi novamente reconquistada pelos cristãos após a vitória da Batalha de Lepanto em 1571. Em 1574, Túnis foi novamente reconquistada pelos turcos, comandados pelo sultão Selim II. Mas, isto é outra história e não tira o valor das tapeçarias.
Na foto abaixo, o tapete intitulado como "O Mapa" ou "Mapa à beira-mar", que traz a imagem cartográfica do Mar Mediterrâneo, é considerado o de maior valor da coleção.
Outra tapeçaria da coleção "Conquista de Túnis", intitulada como "Os acampamentos militares em Rada".
O glorioso passado de conquistas pelas frotas marítimas espanholas, não poderia ficar esquecido. Abaixo, a tapeçaria intitulada de "Captura de la Goulette" ou "Tomada de la Goulette". É a sétima tapeçaria da série "A Conquista de Tunis".
Seguimos para o último recinto do Palácio Gótico aberto para visitação, a Capela.
Inicialmente, era a Capela de São Clemente, criada em 1271.
No séc. XVIII, o retábulo foi substituído pelo que se encontra até os dias atuais. O retábulo em madeira talhada é do artista Diego de Castillejo.
No séc. XVIII, o retábulo foi substituído pelo que se encontra até os dias atuais. O retábulo em madeira talhada é do artista Diego de Castillejo.
A pintura central do retábulo da Virgem de la Antigua é de autoria anônima. Trata-se de uma cópia fiel do original exposto na Catedral de Sevilha.
A janela acima do altar da capela, possui um belíssimo vitral com o brasão de armas dos reinos Castela e Leão.
A janela acima do altar da capela, possui um belíssimo vitral com o brasão de armas dos reinos Castela e Leão.
A decoração das paredes da capela são complementadas por belas pinturas à óleo de tema religioso cristão.
Na extremidade contrária ao altar, fica o coro da capela. Nas paredes laterais da capela, dois grandes e fundos nichos ao nível do piso, um de cada lado, acomodam o órgão e confessionário.
Na foto abaixo, temos o nicho com o órgão da capela. Não consegui descobrir a época da fabricação e nem se ainda funciona.
Patio
del Crucero Pátio do Cruzeiro ou Pátio da Travessia pode ser acessado tanto pela Capela como pela Sala dos Tapetes.
Sua construção data dos almóadas, no século XII. No período do reinado de Alfonso X, recebeu galerias com abóbadas nervuradas. No passado, o jardim central possuía dois níveis, mas o terremoto de 1755 soterrou a parte de nível mais baixo, alterando sua configuração original.
Atualmente, a área retangular ajardinada é dividida em quatro quadrantes limitadas por sebes de murtas e com várias árvores, palmeiras, jasmim e buganvílias.
A foto abaixo, pega no Google, mostra a galeria onde fica a porta de acesso à Capela pelo pátio do Cruzeiro. É a fachada do Palácio Gótico, voltada para o Pátio do Cruzeiro. Esta fachada foi modificada no século XVIII, por Sebastián Van der Brocht que, entre outras alterações, fez o portal de acesso ao pátio e a galeria em estilo barroco.
Seguimos até o Pátio do Apeadero que conduz ao Pátio das Bandeiras.
O Apeadero é um grande salão retangular com colunas, projetado pelo arquiteto Vermondo Resta, séc. XVII. No passado era o local de chegada das carruagens ao palácio.
O Pátio das Bandeiras funcionava como o Pátio de Armas do complexo militar do Real Alcázar. Aqui eram hasteadas as bandeiras indicativas da presença dos reis no palácio. Assim como os demais espaços do complexo, sofreu alterações e adaptações ao longo dos tempos.
Atualmente, é o local de saída dos visitantes do Real Alcázar de Sevilha, com acesso direto ao antigo bairro judeu. A Catedral e o Real Alcázar ficam no antigo bairro mouro conhecido como Bairro Alfama que faz parte do distrito Casco Antigo.
Bairro de Santa Cruz
Antigo bairro judeu que assim como o bairro Alfama faz parte do distrito do Casco Antigo (centro histórico). O bairro de Santa Cruz é também conhecido como Juderia. Após a expulsão dos judeus pelos cristãos em 1492, o bairro ficou abandonado. Apenas no início do séc. XIX foi recuperado passando a ser uma das atrações da cidade. Neste bairro, estão concentrados grande parte das construções históricas e monumentos de Sevilha.
Na foto abaixo estamos na Plaza Virgen de los Reyes. No lindo prédio amarelo de esquina funciona o Restaurante El Giraldillo Sevilla (★★★★), com opções de mesas no interior ou na praça. Uma das muitas opções que o bairro oferece.
Hoje em dia, o bairro é muito procurado por turistas que amam seu labirinto de ruelas sinuosas, becos e praças recheadas com lojas comerciais, hotéis-boutique, casas de shows e vários restaurantes e bares que servem as famosas "Tapas". Por conta disto, os preços podem ser um pouco mais salgados do que em outras áreas da cidade.Algumas ruelas são tão estreitas que só é possível circular à pé. Ande sem pressa e admire os casarões antigos bem cuidados e suas janelas com estreitas sacadas gradeadas e enfeitadas com vasos floridos. Em muitos recantos do bairro, as antigas e charmosas casas caiadas em branco servem de tela para pinturas coloridas sem, contudo, perder o seu encanto.
Abaixo, uma vista da Rua Ximénez de Encino.
Algumas lojas merecem uma observação mais cuidadosa, como a loja de artigos em cerâmicas, uma grande paixão espanhola. Não deixe de parar se algo chamar a sua atenção, provavelmente você não irá retornar pelo mesmo lugar. Nós sempre procuramos caminhos diferentes nas idas e vindas pelas cidades que visitamos.
Centro de Interpretação da Judieria de Sevilha
Centro de Interpretação da Judieria de Sevilha
Ao lado da loja de cerâmicas fica o Centro de Interpretação da Judieria de Sevilha ou Museu Sefardi, criado em 2012. Uma agradável surpresa que não estava em nossos planos. Um dos muitos benefícios de fazer turismo à pé.
O Museu Sefardi conta um pouco da história e cultura do povo judeu, através de coleção privada de obras de arte, pinturas, documentos históricos e outros objetos de utilidade doméstica ou pessoal.
A coleção histórica é composta por livros e manuscritos da cultura judaica, além de documentos originais da Inquisição de Sevilha. Nas paredes, grandes pôsteres trazem parte desta história que resgata a memória de um povo e sua evolução desde os tempos da Idade Média até a atualidade.
Os diversos objetos contam um pouco sobre o modo de vida do povo judaico. Seus costumes e festividades. Suas crenças e rituais. Suas privações e provações. Seus anseios, incertezas, perdas e vitórias. Versos e canções. Histórias e lendas.
La Casa del Flamenco é uma casa de show de danças e canções flamengas, típicas da região da Andaluzia. As apresentações noturnas e diárias ocorrem no pátio principal de um antigo palácio do séc. XV.
Casarões típicos
Casarões típicos
Muitos casarões da época do apogeu Andaluz, abrem seus pátios internos para visitação durante as estações da primavera e verão.
Bom, abrem em parte. Na maioria dos casarões, as portas de madeira ficam abertas, mas os portões de ferro forjado são mantidos fechados. O que permite a apreciação do turista, sem invasão nos ambientes mais íntimos das construções. Acho muito justo. Vá que você fique empolgado e vá entrando sem convite. O recado é claro: Pode espreitar à vontade, mas não entre. 😂😂😂
Pátio interno ao estilo andaluz. Galeria com cerâmicas até meia parede, arcos apoiados em colunas de mármore e no centro muitas plantas bem cuidadas. Amei!!!
Plaza Santa María la Blanca
Pátio interno ao estilo andaluz. Galeria com cerâmicas até meia parede, arcos apoiados em colunas de mármore e no centro muitas plantas bem cuidadas. Amei!!!
Plaza Santa María la Blanca
Na calle Santa María la Blanca, há uma pequena praça, a Plaza Santa María la Blanca. Nesta praça fica a igreja cristã que leva o mesmo nome, a Iglesia Santa María la Blanca. No mesmo local ficava a antiga sinagoga de Sevilha construída no séc. XIII. Em 1391 com a conversão ao cristianismo imposta aos judeus, foi adaptada para igreja cristã, assim como muitas outras. Em meados do séc. XVII, foi reconstruída em estilo barroco. O exterior é simples, mas dizem que o interior é um requinte do barroco andaluz. Infelizmente, estava fechada e não entramos.
Ao lado da igreja fica o Hotel las Casas de la Judería, 4,5 estrelas com SPA. Aliás, este bairro possui vários hotéis e pousadas boutiques.
Ao lado da igreja fica o Hotel las Casas de la Judería, 4,5 estrelas com SPA. Aliás, este bairro possui vários hotéis e pousadas boutiques.
À esquerda do hotel fica o prédio da Consejería de Cultura (Ministério da Cultura) da Junta de Andalucía.
Na mesma área, vários bares/restaurantes bem frequentados, como o Bar Carmela, o Bar Altamira Café entre outros.
Bar las Teresas
Bar las Teresas
Eu não poderia deixar de registrar este curioso bar na rua Ximenes de Enciso. O Bar las Teresas, tradicional bar de tapas em um ambiente descontraído e simpático, no bairro de Santa Cruz. Apesar de ter amado o nome não foi aqui que comemos. Estava um pouco cheio (sinal que é bom) e não queríamos perder tempo. Seguimos um pouco mais adiante.Bodeguita la Parihuela
Paramos na Bodeguita la Parihuela, em uma ruela, também no Bairro de Santa Cruz. Bar com opção de mesas do lado de dentro ou ao ar livre. Pedimos um delicioso Filet de Porc Marine ao Jerez, acompanhado de cerveja gelada.
Após esta curta e merecida parada, seguiremos com o nosso passeio.
Sevilha possui várias praças e parques pequenos e grandes. Um mais bonito e bem cuidado que o outro. Infelizmente, não dá pra ver tudo em uma curta temporada na cidade.
Abaixo, uma das entradas para o turístico Murillo Garden, na Plaza Alfaro.
Observem a varanda sacada que aparece no lado esquerdo da foto. É o El Balcón de Rosina, que segundo consta teria inspirado a ópera-bufa O Barbeiro de Sevilha, do compositor italiano Gioachino Rossini. Quem nunca ouviu o refrão "Figaro qua, Figaro la"?
Rosina é a personagem feminina da referida ópera.
O Murillo Garden possui várias árvores seculares, bancos de cerâmicas para descansos e muitas fontes. Este jardim está diretamente ligado aos Jardines de Murillo.
O Jardines de Murillo é um belíssimo parque urbano planejado em formato alongado, numa área que até o início do século XX pertencia à antiga horta do Alcázar (Huerta del Retiro). Foi o rei Alfonso XIII que destinou o terreno para se tornar uma espaço público, projeto do arquiteto Juan Talavera y Heredia, em 1911. Inicialmente foi chamado de Jardines de Talavera. Em 1918, foi renomeado como Jardins de Murillo, homenagem ao pintor sevilhano Bartolomé Esteban Murillo.
O Jardines de Murillo é um belíssimo parque urbano planejado em formato alongado, numa área que até o início do século XX pertencia à antiga horta do Alcázar (Huerta del Retiro). Foi o rei Alfonso XIII que destinou o terreno para se tornar uma espaço público, projeto do arquiteto Juan Talavera y Heredia, em 1911. Inicialmente foi chamado de Jardines de Talavera. Em 1918, foi renomeado como Jardins de Murillo, homenagem ao pintor sevilhano Bartolomé Esteban Murillo.
No centro deste importante jardim histórico, fica o emblemático Monumento a Cristóbal Colón (Cristóvão Colombo), grande navegador espanhol e descobridor das "Américas".O Monumento a Cristóvão Colombo, com 23 metros de altura fica localizado no centro de uma grande fonte circular. A base do monumento é decorada com dois medalhões de mármore, um de cada lado. De um lado, o medalhão exibe o escudo dos Reis Católicos (visto na foto abaixo) e, do outro lado, o medalhão com o busto do navegador Colombo. Esta base sustenta duas colunas de mármore. No meio das colunas, duas proas de caravelas em bronze, que trazem o nome dos Reis Católicos, Isabel e Fernando, um de cada lado do monumento. Lembrando que foram os reis católicos que financiaram a expedição de Colombo que culminou no descobrimento das Américas, o Novo Mundo, iniciando a era dourada espanhola. No topo, fica uma majestosa e imensa escultura de leão. A base que sustenta o leão de um lado recebe a inscrição de "1492" e do outro lado a inscrição "a Cristobal Colon".
Projeto arquitetônico de Juan Talavera. A escultura do leão (no topo) e o busto de Colombo (do outro lado do monumento) são de Lorenzo Coullaurt Valera.
Fuente de Catalina de Ribera
Caminhando ao longo do Jardins de Murilo, temos a Fuente de Catalina de Ribera, projeto do arquiteto Juan Talavera, em 1921. A fonte tipo chafariz fica no passeio que leva o mesmo nome. Entretanto, o passeio em si data de 1895.
Até o ano de 1965, foi decorada por afrescos de Manuel Cuesta, que não mais existem. A pintura central foi substituída por azulejos pintados com o retrato de Catalina. As pinturas laterais foram substituídas por afrescos policromados do pintor Francisco Maireles.
Catalina de Ribera y Mendonza, foi a fundadora do Hospital das Cinco Feridas (Hospital de las Cinco Llagas), atual sede do Parlamento de Andaluzia.
Seguimos até a saída dos Jardins.Um minuto para admirar o entorno e decidir o melhor trajeto a seguir. Com certeza, um bom motivo para alguns cliques a mais.
Plaza Don Juan de Austria
Saímos dos jardins, em um grande cruzamento, com rotatória (rotunda). No centro da rotatória uma grande e bela fonte conhecida como Plaza Don Juan de Austria. Esta praça é a própria rotatória. A fonte monumental no centro é a Fuente de las Cuatro Estaciones popularmente chamada de Fuente de la pasarela, foi inaugurada em 1929 para a Exposição Ibero-americana do mesmo ano, trabalho do escultor espanhol Manuel Delgado Brackembury.
A área arborizada que aparece na foto abaixo, por trás da rotatória, é o Parque Prado de San Sebastián.
E lá no fundo, uma pequena vista do nosso próximo destino a Plaza de España.
Parque Prado de San Sebastián
Parque Prado de San Sebastián
Nosso tempo estava ficando curto, mas não resistimos à uma rapidíssima passada no Parque Prado de San Sebastián. Parque bem arborizado, tranquilo, com bares ao ar livre, lagoas tipo grandes tanques com jatos d'água. No centro do parque uma grande área livre para atividades culturais e sociais, como o Festival das Nações realizado sempre em outubro.
Abaixo, o Pavilhão de Portugal construído para a Exposição Ibero-Americana de 1929, pelos irmãos e arquitetos Carlos e Guillermo Rabello de Andrade. Atual sede do Consulado de Portugal em Sevilha.
Abaixo, o Pavilhão de Portugal construído para a Exposição Ibero-Americana de 1929, pelos irmãos e arquitetos Carlos e Guillermo Rabello de Andrade. Atual sede do Consulado de Portugal em Sevilha.
A referida exposição abriu as portas com todas as ex-colônias hispânicas representadas, sendo Sevilha a capital do domínio hispânico.
Próximo fica a Fuente de Hispania ou Glorieta de San Diego.
Hispânia era o nome da Península Ibérica durante o período romano. O nome Glorieta de San Diego foi originado do antigo Convento de San Diego que existia na mesma área.
Esta fenomenal fonte, foi construída para demarcar a entrada oficial da Exposição Ibero- Americana de 1929.
Em uma base de mármore branco, erguem três grandes arcos em tijolos. Trabalho de Vicente Traver, em 1927.
O arco central, muito maior que os laterais, é apoiado em colunas de mármore. Sob o mesmo fica a escultura alegórica que simboliza Hispânia, vestida com uma longa túnica e manto. O leão e o globo terrestre, simbolizam a importância secular da monarquia hispânica. Trabalho do escultor espanhol Manuel Delgado Brackembury, aquele da Fuente de las Cuatro Estaciones.
Sob a escultura fica a fonte cuja concha coleta a água que escorre para o tanque.
Sob o arco lateral esquerdo fica a representação alegórica da riqueza material da cidade de Sevilha, representada por figura feminina vestida de túnica e manto com frutas nas mãos.
Sob o arco lateral direito fica a representação alegórica da riqueza espiritual de Sevilha. Nesta alegoria, a figura feminina, também vestida de túnica e manto, carrega uma pequena estatueta de N. Sra. Imaculada. Estas duas alegorias são atribuídas ao escultor espanhol Enrique Pérez Comendador.
Da fonte seguimos pela Av. Isabel la Católica, até o gradeamento de ferro forjado onde fica a entrada para a Praça de Espanha. Sim, muitas cidades espanholas possuem uma Praça de Espanha, tem inclusive em outros países. Mas, nenhuma se compara com esta Plaza de España, importante ponto turístico que se tornou um dos símbolos da atual Sevilha. Venha descobrir o motivo.
Esta praça foi projetada para a Exposição Ibero-Americana de 1929, pelo arquiteto sevilhano Anibal González., em estilo renascentista/neo-mourisco.
Logo na entrada você depara com a Torre Norte da imensa construção semicircular que delimita a praça.
Você ainda nem viu o resto, mas sente a grandiosidade e imponência do projeto logo na entrada, fazendo jus ao fato de ter sido a obra mais cara feita para a Exposição de 1929. Mas, valeu cada euro empregado.
👉 Curiosidade histórica: A primeira pedra da praça foi colocada por Alfonso XIII, em 1914.
Os prédios da Praça de Espanha são em tijolos, decorados com placas de cerâmicas Triana policromadas, colunas em mármore e pequenas torres.
A maioria dos prédios construídos, após a exposição de 1929, foram destinadas para abrigar várias subdelegações do Governo da Andaluzia, da Capitania Geral e o Museu de História Militar de Sevilha ou (Museu Militar Regional).
Os prédios da Praça de Espanha são em tijolos, decorados com placas de cerâmicas Triana policromadas, colunas em mármore e pequenas torres.
A maioria dos prédios construídos, após a exposição de 1929, foram destinadas para abrigar várias subdelegações do Governo da Andaluzia, da Capitania Geral e o Museu de História Militar de Sevilha ou (Museu Militar Regional).
A praça foi construída em formato semi-elíptico com 200 metros de diâmetro. Uma longa edificação foi construída na periferia da praça, com vários edifícios unidos por galerias e arrematado pelas duas belas, altas e idênticas torres, uma de cada lado. No centro, podemos observar uma grande fonte circular. Acompanhando a forma da praça, foi construído um canal artificial com 500 metros de comprimento.
A praça simboliza o abraço com o qual a Espanha acolhe suas antigas colônias americanas, durante as festividades da Exposição Ibero-Americana de 1929.
Para um melhor entendimento tomei a liberdade de usar uma foto aérea e um desenho esquemático da praça, ambos conseguidos na internet através do Google.
Foto e desenho conseguidos na Internet via Google |
O ideal é uma foto aérea como a foto junto ao mapa, que peguei no Google. Ou usar um Drone, se for permitido nesta área.
No centro, uma linda e imponente fonte d'água, a Fonte Vicente Traver. É o único elemento não original da praça, tendo sido construída pelo arquiteto Vicente Traver, responsável pelo nome da mesma.Esta fonte fica defronte ao prédio principal da praça.
De cada lado do prédio principal, ficam dois edifícios idênticos, de dimensões menores se comparado ao central. Se são idênticos na construção, são diferentes nos detalhes.
O edifício à esquerda é denominada por Puerta de Aragón e o edifício à direita por Puerta de Navarra.
O mega projeto é finalizado pelas duas torres gêmeas. Tudo unido por extensas galerias.
As torres gêmeas podem ser vistas praticamente de qualquer ponto da cidade.
É comum a presença de artistas locais nas áreas comuns dos prédios.
Músicos, cantores e dançarinos encantam os turistas com sua arte.
Da varanda do piso superior a vista é soberba.
Você pode apreciar a construção que envolve a praça de um novo ângulo.
Na foto abaixo, dá para ter ideia da grandiosidade da praça. Reparem como as pessoas parecem pequenos pontos, tamanha a dimensão da área.
Aproveite e repare nos acabamentos e detalhes da construção. A construção de tijolos exposto é complementada com arcos, janelões, varandas, pináculos, azulejos e vários ornamentos de cerâmica policromada.
O edifício à esquerda é denominada por Puerta de Aragón e o edifício à direita por Puerta de Navarra.
O mega projeto é finalizado pelas duas torres gêmeas. Tudo unido por extensas galerias.
As torres gêmeas podem ser vistas praticamente de qualquer ponto da cidade.
A praça não para de encantar os turistas. Chegando mais próximo das galerias, você descobre alcovas tipo nichos que formam grandes bancos finalizados em cerâmica.
No total são 48 bancos, organizados em ordem alfabética, que representam as 48 províncias espanholas.
😏Ops, mas a Espanha tem 50 províncias e não 48. A explicação é simples. Sevilha por ser a anfitriã não foi representada. E, em 1929, as províncias de Santa Cruz de Tenerife e Las Palmas de Gran Canaria, que pertencem às ilhas Canárias, formavam uma única província. O que totalizava 48 províncias.
Embora o estilo de cada banco é similar, cada qual recebe decoração diferenciada. No centro, murais em cerâmica policromada tipo azulejos pintados, contam um pouco de cada província. Acima do mural o nome da localidade representada.
Que tal subir a escadaria que leva ao piso superior? Observe o belo trabalho de cerâmica da escadaria e das paredes.
Circulando no andar superior.
É comum a presença de artistas locais nas áreas comuns dos prédios.
Músicos, cantores e dançarinos encantam os turistas com sua arte.
Da varanda do piso superior a vista é soberba.
Você pode apreciar a construção que envolve a praça de um novo ângulo.
Na foto abaixo, dá para ter ideia da grandiosidade da praça. Reparem como as pessoas parecem pequenos pontos, tamanha a dimensão da área.
Aproveite e repare nos acabamentos e detalhes da construção. A construção de tijolos exposto é complementada com arcos, janelões, varandas, pináculos, azulejos e vários ornamentos de cerâmica policromada.
Observar as torres da construção em diferentes ângulos de vista, é um deleite à parte.
Depois de minutos de contemplação, retornamos ao térreo e ao exterior da construção. Reparem no belo trabalho de mosaico do pavimento que contorna a fonte d'água.A área é tão grande que apesar de estar cheio de turistas, parece quase deserta.
Mas, não se engane o calor é grande. Apesar da fonte central e do cana que contorna a praça, o clima é muito seco e quente.
Na parte central da praça, existem poucos pontos de sombra.
Não se esqueça do filtro solar, roupas leves e água.
Cruzando o canal, temos 4 pontes que representam os antigos reinos da Espanha.
Na parte central da praça, existem poucos pontos de sombra.
Não se esqueça do filtro solar, roupas leves e água.
Cruzando o canal, temos 4 pontes que representam os antigos reinos da Espanha.
Estes reinos são: Castela, Leão, Aragão e Navarra.
É com certeza uma das praças mais bonitas do mundo. Simplesmente, MAGNÍFICA.
Até parece cenário de cinema. Não só parece como já foi.
Não é atoa que esta praça serviu de cenário para filmes como "Lawrence of Arabia" (1962), "Attack of the Clones" (2002).
Pela sua extensão é ideal para grandes eventos públicos, culturais e esportivos. A exemplo de cerimônias de abertura e algumas competições de atletismo, como no Campeonato IAAF de Atletismo (1999), dentre outros.
Balaustrada de uma das pontes decorada em cerâmica pintada em branco e azul.
O canal navegável dá um clima romântico e bucólico ao conjunto da praça.É com certeza uma das praças mais bonitas do mundo. Simplesmente, MAGNÍFICA.
Até parece cenário de cinema. Não só parece como já foi.
Não é atoa que esta praça serviu de cenário para filmes como "Lawrence of Arabia" (1962), "Attack of the Clones" (2002).
Pela sua extensão é ideal para grandes eventos públicos, culturais e esportivos. A exemplo de cerimônias de abertura e algumas competições de atletismo, como no Campeonato IAAF de Atletismo (1999), dentre outros.
A vegetação que aparece ao fundo da foto abaixo, tirada ainda na praça de Espanha, marca o limite desta praça com o Parque María Luisa. Muitas pessoas consideram que as duas áreas são uma só. Mas, não. São espaços independentes mesmo que um pareça complementar o outro.
No limite que separa a Plaza de España do Parque María Luisa, fica a estátua em homenagem ao arquiteto modernista espanhol Aníval González Álvarez-Ossorio. Erguida em uma rotatória no centro da pedonal Av. de Isabel la Católica. O monumento de bronze com 2,5m de altura, fica sobre um pedestal de mármore. Projeto do arquiteto Manuel Osuna e execução dos escultores Manuel Nieto Lópeza e Guillermo Plaza, sendo inaugurada em 2011.
No limite que separa a Plaza de España do Parque María Luisa, fica a estátua em homenagem ao arquiteto modernista espanhol Aníval González Álvarez-Ossorio. Erguida em uma rotatória no centro da pedonal Av. de Isabel la Católica. O monumento de bronze com 2,5m de altura, fica sobre um pedestal de mármore. Projeto do arquiteto Manuel Osuna e execução dos escultores Manuel Nieto Lópeza e Guillermo Plaza, sendo inaugurada em 2011.
Antigo jardim do Palácio de S. Telmo (que veremos mais adiante), foi dado à cidade pela princesa Maria Luísa. Graça ao seu tamanho e ampla variedade de vegetação é considerado a principal área verde no coração de Sevilha. Entre as folhagens e altas árvores pássaros, cisnes, patos e pavões circulam livremente.
A atual configuração foi projetada pelo paisagista francês Jean Claude Nicolas Forestier para a Exposição Ibero-Americana de 1929.
Na primavera, até as flores mais singelas encantam com seu colorido e presença graciosa.
Este parque é uma visita obrigatória. Em seu interior ficam dois importantes museus. O Museu Arqueológico e o Museu de Artes e Costumes Populares.
Um lugar para apreciar com calma. Descansar em um dos muitos bancos e se conectar com a natureza.
No meio da exuberante paisagem, várias construções despertam a curiosidade e interesse. Como é o caso do prédio estilo mourisco abaixo.
Esta construção já serviu como quiosque de bebidas. Hoje é sede do viveiro do parque.
Um lugar para apreciar com calma. Descansar em um dos muitos bancos e se conectar com a natureza.
No meio da exuberante paisagem, várias construções despertam a curiosidade e interesse. Como é o caso do prédio estilo mourisco abaixo.
Esta construção já serviu como quiosque de bebidas. Hoje é sede do viveiro do parque.
Além dos monumentos e construções, o parque possui várias fontes de tamanho e formato diferentes. Um lindo exemplo é a fonte estrela de oito pontas toda revestida de ladrilhos, próxima ao edifício mourisco.
Esta fonte é parte da Glorieta de Juanita Reina, uma rotatória dentro do parque inaugurada em 1994.
Cada fonte do parque tem uma configuração e acabamento diferente. Tem até um lago com uma ilhota central.
Monumento a Juan Sebastian de Elcano
Cortando o parque pela avenida central, na Glorieta de los Marineros, temos uma rotatória. No centro da rotatória fica o Monumento a Juan Sebastian de Elcano, navegador e conquistador espanhol. Composto por lago com fonte em forma de guinchos d'água e uma coluna de mármores com baixo-relevos alusivo aos feitos do navegador.
Costurero de la Reina
Impossível não reparar no prédio em forma de castelo com torres, ameias triangulares e pintura listradas. Esta construção em estilo neo-mudéjar é de 1893 sendo conhecido como Costurero de la Reina.
Estamos no Paseo de las Delicias, grande e importante avenida que margeia o Canal de Alfonso XIII de um lado e do outro possui uma grande variedade de construções de valor histórico, restaurantes e bares.
Palácio de San Telmo
Seguimos pela direita no Paseo de las Delicia até o Paseo de Roma, cujo cruzamento fica a fachada lateral do Palácio de San Telmo.
A fachada principal do Palácio de San Telmo fica no Paseo de Roma. Este palácio em estilo barroco foi construído entre os anos de 1682 a 1796, pelo Tribunal do Santo Ofício, a instituição da Inquisição Espanhola.
Projeto inicial do arquiteto Antonio Rodríguez, sendo finalizado por Leonardo de Figueroa, seguido por seu filho Matías de Figueroa e, posteriormente, por Lucas Cintoria. Várias reformas e adaptações surgiram ao longo dos anos.
Inicialmente, foi construído para ser o Colégio do Seminário da Universidade de Mareantes, destinado à instrução dos órgãos dos marinheiros comerciantes das Américas. Fato que ocorreu até o ano de 1841, tendo tido várias utilizações no decorrer dos tempos. Servindo inclusive como residência real da infanta Luísa Fernanda de Bourbon, irmã de Isabel II da Espanha. Em 1992, passou a ser sede do Governo de Andaluzia.
Sua monumental entrada central foi projetada por Leonardo de Figueroa.
Defronte ao Palácio, fica o pequeno e simpático parque urbano conhecido como Jardines de Cristina.
Canal de Alfonso XIII
Voltamos para o Paseo de las Delicias. Atravessamos até a margem ajardinada do Canal de Alfonso XIII, que muitos confundem como sendo o rio Guadalquivir, o único rio navegável da Espanha, cujo nome vem do árabe e significa "grande rio".
O Canal de Alfonso XIII é relativamente recente, tendo sido construído no século XX com o objetivo de resolver o problema de inundações na região.
Nas margens é possível andar de bicicletas, fazer longas caminhadas ou corridas.
Em suas águas, ocorrem competições aquáticas desportivas além de lazer e passeios.
Ao longo de ambas as margens do canal, é possível contratar embarcações para os passeios .
Ao longo de ambas as margens do canal, é possível contratar embarcações para os passeios .
Os preços podem ser negociados na própria orla do rio. São várias empresas que partem a cada 30 minutos, com preços variados.
Várias pontes cortam o canal, ligando as duas margens.
Várias pontes cortam o canal, ligando as duas margens.
Torre del Oro
Um dos pontos de destaque nas margens do canal é a Torre del Oro com 36 metros de altura. Datada de 1220, da época do califado Almóada, foi edificada como uma das torres de vigilância das muralhas que protegiam a antiga cidade.
Segundo a crença popular o nome se deve ao passado quando esta torre era revestida por azulejos dourados.
Além da função militar original, já foi prisão, depósito de pólvora, capela e, atualmente, Museu Naval, com miniaturas de embarcações, ferramentas e mapas de navegação.
Segundo a crença popular o nome se deve ao passado quando esta torre era revestida por azulejos dourados.
Além da função militar original, já foi prisão, depósito de pólvora, capela e, atualmente, Museu Naval, com miniaturas de embarcações, ferramentas e mapas de navegação.
As muralhas foram destruídas a medida que a cidade foi crescendo. Felizmente, mantiveram a torre em pé.
Cobra pequena taxa de acesso com direito a subir até o terraço panorâmico no alto. Optamos em não entrar. Mas, aproveitamos a sombra por alguns minutos para recuperarmos o fôlego.
Cobra pequena taxa de acesso com direito a subir até o terraço panorâmico no alto. Optamos em não entrar. Mas, aproveitamos a sombra por alguns minutos para recuperarmos o fôlego.
Teatro de la Maestranza
Vista externa do Teatro de la Maestranza, construído onde ficava a antiga Maestranza de Artilharia para a Expo'92. Projetado por Luís Marin de Terán e Aurelio de Pozo.
Glorieta Curro Romero e Real Maestranza de Sevilha
Abaixo, Glorieta Curro Romero, famoso toureiro espanhol.Ao fundo, a Real Maestranza de Sevilha, construída entre 1761 a 1881.
As touradas sempre foram uma paixão espanhola.
As touradas sempre foram uma paixão espanhola.
Na entrada, pósteres dos espetáculos cobrem as paredes.
Além das touradas mensalmente, sua arena central pode ser visitada em tour guiado se não houver espetáculo. A arena abriga até 14.000 espectadores.
Além das touradas mensalmente, sua arena central pode ser visitada em tour guiado se não houver espetáculo. A arena abriga até 14.000 espectadores.
Eu, particularmente, não me vejo assistindo touradas, mesmo que não haja sacrifício do animal. Não faz parte de minha formação cultural. Mas, vale conhecer o prédio e ver o museu pela questão cultural.
Monumento a María de las Mercedes
Monumento a María de las Mercedes, estátua equestre da Princesa Maria Mercedes de Bourbon-Duas Sicílias, Condessa de Barcelona, apaixonada por touradas. Localizada defronte à Capilla del Rosario de la Reasl Maestranza de Caballería.
No dia seguinte, após o café da manhã, nos despedimos da cidade com as últimas fotos abaixo.
Torre Sevilha
Abaixo, a Torre Sevilha, localizado na Isla de la Cartuja é considerado o edifício mais alta da Andaluzia.
Torre Triana
A próxima foto mostra a Torre Triana, projeto de Francisco Javier Sáenz de Oiza, em formato circular.
Considerações finais:
Pernoitamos duas noites na cidade, vimos muitas coisas e outras tantas não tivemos tempo de apreciar. Um bom motivo para retornarmos em outra ocasião. 😉😎
Considerando que nosso objetivo inicial era conhecer a Catedral de Sevilha, o Real Alcázar, a Plaza España e o Metropol Parasol, atingimos o nosso objetivo primordial. E, ainda conseguimos ver outros pontos interessantes. Achei a visita maravilhosa e muito proveitosa. Mas, sempre fico com um gostinho de quero mais. 😂😇
O que não vimos e gostaríamos de ter visto:
- Interior do Ayuntamiento de Sevilla (Só vimos o exterior);
- Arquivo Geral das Índias (interior. Só vimos o exterior), entrada gratuita;
- Interior do Museu de Belas Artes (Só vimos o exterior);
- Casa de Pilatos, séc. XV. Localizado no Bairro de Santa Cruz;
- Palácio la Dueñas;
- Palácio Marqueses de la Algaba ou Centro del Mudéjar, entrada gratuita.
- Basílica de la Macarena e seu bairro;
- Isla de la Cartuja;
- Bairro Triana: Castillo de San Jorge (quartel general da Santa Inquisição Espanhola. Entrada gratuita); Mercado de Triana; Cerâmica Santa Ana (fábrica e museu);
- Aquário de Sevillha.
- Centro Andaluz de Arte Contemporânea
É bom saber 👉🏽: O fuso horário de Sevilha (Espanha) em relação ao Brasil é de + 4 horas (horário de Brasília). 🕓
E vocês, já visitaram Sevilha? Se sim, como foi a sua experiência?
Aguardem a próxima postagem de viagem ⇒ Albufeira, Portugal.
⇨ 😎Viajando e sempre aprendendo. Muitas informações da postagem, foram conseguidas in loco, nos folhetos informativos dos monumentos, na recepção do hotel ou através de pesquisas na internet ("Santo Google" 🙌). 😉 Se gostaram, façam as malas e boa viagem. ✈🚌🚊🚗 Mas, antes confirmem como estão as regras com relação à pandemia, necessidade de passaporte de vacinação, uso de máscaras e outros cuidados exigidos, além da liberação dos pontos turísticos. 😷😷😷
Não deixem de curtir e compartilhar.
Bjs e até a próxima postagem que pode ser artes, guloseimas ou companhia (pensamentos, viagens, passeios, ..., devaneios)!!! 💋💋💋
Para quem se animar:
FAÇAM A MALA e BOA VIAGEM!!!!!
Um abraço carinhoso a todos os meus familiares, amigos e visitantes,
Teresa Cintra
Se vocês tiverem gostado desta viagem, não deixem de ver:
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