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sábado, 14 de dezembro de 2019

BADAJOZ, Espanha

A cidade de Badajoz é a capital da Comarca Terra de Badajoz que, juntamente com Cárceres, forma a Comunidade Autônoma de Extremadura, na região sudoeste da Espanha.
Com uma área de 1470 km² e aproximadamente 150 mil habitantes, é a cidade mais populosa e importante economicamente da comunidade.
De clima do tipo mediterrânico, com verões quentes e secos. O inverno é frio para quem vem de países tropicais. A temperatura normalmente varia de 34°C (julho) a 3,2°C (janeiro). Mas, em casos extremos já atingiu a temperatura de 44°C (jul) e -7,2°C (jan). Então, sugiro que pesquise sobre o clima no período de sua viagem. A oscilação é grande.
Badajoz está situada em uma região elevada, na colina Cerro de la Muela, às margens do Rio Guadiana, entre a planície castelhana e Lisboa. Tendo sido palco de vários conflitos e guerras ao longo de sua história.

Um pouco da história de Badajoz:

Achados arqueológicos confirmam a presença humana na área de Badajoz à época do período da pré-história.
Entretanto, pouco se sabe sobre a mesma antes de sua fundação por Abdalá Rahman ibne Maruane (Ibn Marwan), em 875 d.C. Durante a ocupação muçulmana da Península Ibérica, após o declínio dos visigodos, a cidade era conhecida pelo nome Batalvaws. Época, em que o império Al Andaluz era governado por emir Muhammad I, tendo como capital Córdoba.
Sua organização seguiu os preceitos das cidades islâmicas medievais, com a construção de uma Alcazaba (cidadela fortificada árabe) protegida por duas muralhas. Uma ao redor da cidade e outra que protegia a zona administrativa,e residência do governante da Alcazaba e guarnição militar. Esta muralha interna, protegia tanto de ataques externos como de revoltas internas. Pode-se afirmar que a antiga Badajoz nasceu junto com a cidadela árabe.
Badajoz, adquiriu importância política-cultural-artística já no período árabe, durante sua fundação. Atingindo o apogeu após a desintegração do Califado de Córdoba, tornando-se Reino de Taifa (Emirado de Badajoz ou Taifa de Badajoz), no século XI. 
Sendo os Reinos de Taifa, cidades independentes, logo sofreram ataques dos cristãos. Para conter o avanço dos exércitos cristãos, os reinos muçulmanos se juntaram à confederação de tribos do norte da África, os Almorávides. Estes após derrotarem o exército cristão (1086), conquistaram os Reinos de Taifa e formaram o Império Almorávide de Al Andaluz, que durou até meados do século XII.
Em seguida, foi a vez dos Almohades, ortodoxos religiosos, inimigos dos Almorávides. E foram os Almohades que aumentaram e reforçaram as muralhas, em 1169, cujo aspecto é o que vemos nos dias atuais. 
Por sua posição estratégica e próxima da fronteira com Portugal, a região de Estremadura (Cáceres, Mérida e Baldajoz), dominada pelos Almohades, foi palco de cobiça e disputas contantes pelos reinos de León, Galicia e Portugal.
Em 1229, a cidade de Cáceres foi tomada pelo rei de León (Leão), Alfonso IX
No ano seguinte, 1230, Mérida e Badajoz, foram reconquistadas, por Alfonso IX, retornando aos cristãos. Após a reconquista de Badajoz, a cidadela islâmica passou a ser conhecida como "el Castillo".
Portugal, entre os anos de 1580 a 1640, era subordinada à Espanha. Após a Guerra da Restauração (1640-1668), com independência de Portugal da Coroa da Espanha, em 1668, as cidades fronteiriças entre os dois países tiveram suas defesas reforçadas. 
Na segunda metade do século do século XVII, mantendo a muralha árabe já existente, foram feitos ampliações e aperfeiçoamentos defensivos na muralha de Badajoz. Como a construção de oito baluartes: San Pedro, La Trinidad, Santa María, San Roque, San Juan, Santiago, San José e San Vicente. Além de novas portas de acesso.
No ano de 1801, foi a vez da Guerra das Laranjas, conflito entre os reinos de Portugal, Espanha e França, terminado com o tratado de paz, intitulado de Tratado de Badajoz ou Paz de Badajoz.
Entre os anos de 1811-12, Badajoz, sofreu quatro cercos durante a Guerra Peninsular (1807 a 1814), onde espanhóis, portugueses, franceses e britânicos, lutavam entre si pelo domínio da região.
Em 1936 a 1939, foi a vez da Guerra Civil Espanhola, sendo Badajoz massacrada por bombardeiros aéreos e execuções sumárias.
Hoje o que vemos, é uma Badajoz reconstruída e forte, sem esquecer o seu passado de perdas e glórias. 

Nosso trajeto até Badajoz:

Saímos bem cedinho de Évora, com destino a Badajoz, cidade espanhola que faz fronteira com Portugal. 
Seguimos de carro pela via A6, um percurso aproximado de 101 km e levamos aproximadamente 1 h 15 min. Uma estrada estreita, mas bem conservada e sinalizada. Basta seguir as placas, mas um GPS sempre ajuda.
No caminho, por pouco não entramos na cidade fortificada de Elvas, Portugal. Da estrada é possível visualizar uma pequena parte da maravilhosa estrutura murada do Forte de Santa Luzia (1641-1648) e parte de sua igreja no ponto mais alto. Entre estas muralhas, como era o costume na época, ficava a casa do governador. Em 2000, o forte foi transformado em Museu Militar, aberto ao público. Mas, resistimos ao nosso impulso e continuamos o nosso trajeto.
Elvas;
Rapidinho chegamos na rotatória para entrar em Badajoz. Fácil de reconhecer pelo monumento central (foto abaixo) e pelo Centro Comercial El Faro. Um shopping center com várias lojas (HiperCor, El Corte Inglés, Bri Cor, Zara, Sephora, Vodafone, Cortefiel e muito mais) bem ao lado da rotatória. Se o seu interesse for "compras", este pode ser um bom lugar para parar. 
Do outro lada na estrada, fica o parque aquático nominado AQUA Badajoz.
Não era nossa intenção fazer compras ou ir ao parque, então seguimos em frente. Já estamos na cidade. Apenas tome cuidado para não pegar a via errada ou você irá retornar. Permaneça na A6, sentido para o centro histórico de Badajoz.

Sítio histórico de Badajoz (Casco Antigo ou Bairro Histórico):

O nosso objetivo era chegar ao centro histórico de Badajoz, para visitar a cidadela de Albazaba. Para isto, tivemos que atravessar o Rio Guadiana. 
Existem quatro pontes para se fazer a travessia. São elas a Ponte Real, Ponte de la Universidad, Ponte de Palmas e Ponte Autonomia
Nós pegamos a primeira, a Ponte Real. Uma ponte estaiada com 452 metros de comprimento, inaugurada em 1994. É a ponte mais recente.
Vejam a vista espetacular do rio Guadiana, um importante curso fluvial da Espanha. Pena que não tem como parar o carro para admirar a paisagem.
Terminamos na parte mais nova da cidade. Depois de algumas circuladas, resolvemos voltar e pegar a ponte certa.  Pelo menos a mais perto do nosso destino, afinal, todas acabam levando para o mesmo lado. Entretanto, esta seria a maneira mais rápida para chegarmos à parte histórica que nos interessava.
Nosso objetivo era chegar na Plaza Alta e no monumento árabe, conhecido como Albazaba ou Alcáçova. Para evitarmos o trânsito pelas ruas da cidade, a melhor opção foi pegarmos a quarta ponte, a Ponte Autonomia.
A ponte que aparece na foto abaixo, paralela à ponte Autonomia, é a famosa Ponte de Palmas, século XV. Ela conduz ao portal histórico, denominado como Puerta de Palmas (Portas de Palmas). Este portal, construído em 1551, após a reconquista cristã, servia de acesso à cidadela fortificada pelos cristãos. É formado por duas torres cilíndricas unidas por um arco, por onde se dava a passagem para a cidade. 
Como a ponte de Palmas, é pedonal e estávamos em Badajoz apenas de passagem, e, fazer o trajeto a pé não estava em nossos planos, descartamos a mesma.

Cidadela árabe de Alcáçova ou Alcazaba

Abaixo, uma vista parcial externa do cinto das muralhas fortificadas da histórica cidadela militar de Alcáçova, cercada pela encosta íngreme. A topografia do terreno e os dois fossos naturais formados pelo rio Guadiana (norte) e o riacho Rivillas (leste) que deságua no primeiro, reforçavam o caráter defensivo da cidadela.
Apenas as muralhas que envolvem a cidadela islâmica foram preservadas ou reconstruídas. 
Trechos das muralhas construídas posteriormente, devido a expansão da cidade, não mais existem. Embora, algumas de suas portas e bastiões estejam preservados.
Foto obtida na via Ronda de Circunvalación Reina Sofia.
No nosso trajeto, ainda fora da cidadela árabe, passamos pelo Parque de la Legión, projeto de Pedro Benito WattelerUm belo e arborizado parque, construído no antigo fosso da fortificação murada, próximo dos bastiões da Trindade e São Pedro. Neste parque, entre a vegetação, fica uma linda e refrescante fonte rodeada com esculturas de anjos.
Dobramos à direita, na Av. Ricardo Carapeto Zambrano.
No Bastião de la Trindade, da era cristã, foi construído outro parque, em 1956.
Abaixo, o Monumento Al Héroe del Baluarte de La Trindad, obra de Juan de Ávalos, no Parque da Trindade.
Os dois parques, praticamente um em frente ao outro, perderam parte de sua área durante a reconstrução das muralhas e baluartes. Mas, ainda são excelentes para passear, relaxar e descansar.

Próximo aos mesmos, fica a Porta da Trindade (Puerta de la Trindad), da época pós reconquista cristã. Mas, não será por ela que entraremos. Vamos continuar.
Na Av. Ricardo Carapeto Zambrano, dobramos na primeira rua à direita, na Calle Eugenio Hermoso, seguida pela Calle Joaquiím Rojas Gallardo e via Calle Castillo. Contornando as muralhas da cidadela, sempre atentos, na esperança de achar um lugar para estacionar próximo à entrada principal.
Bem próximo de uma das torres da cidadela (Torre Atalaia), tem um estacionamento, aos cuidados de cegonhas que fazem seus ninhos em altas chaminés.  Mas, não conseguimos vaga e tivemos que retornar um pouco e estacionar a certa distância. Do estacionamento, seguimos a pé.
Estacionamos em um local, que fica ao lado da Galeria de Fusileros de San Pedro, museu histórico. Decidimos visitá-lo depois da cidadela e terminamos não o fazendo. Nosso tempo em Badajoz foi bem curto.

Puerta de Mérida

No caminho, na via Calle Castillo, próximo ao local em que estacionamos, fica a Puerta de Mérida, que recebeu este nome por estar voltada para a antiga estrada que conduzia à cidade de Mérida. Simples assim. 
Construída, na junção entre a muralha árabe e os bastiões edificados no século XVII.
Este acesso não conduz ao interior na cidadela islâmica e permanece fechado para passagem. Você pode subir pelas escadarias e ver o entorno. Não é nada excepcional, apenas um desfiladeiro de pedras. Vale pelo valor histórico. 
Puerta de Mérida;

Torre da Atalaia ou Torre Espantaperros:

Depois de uma curta e cansativa subida (estamos em uma colina), avistamos a Torre Albarrana do Alcazaba Almohade ou Torre da Atalaia, com planta octogonal. Construída no século XII, no ano de 1170, pelo califa Abu Yaqub Yusuf. É a mais importante e mais alta torre de vigia da muralha, com 20 metros de altura e terraço com ameias.  
Esta visão me deixou mais animada. Estamos perto. Ufa!!! Subir a colina debaixo de um sol escaldante não estava em meus planos. Mas, tudo faz parte da diversão. 😎  Não se esqueçam de usar roupas leves, sapato confortável e baixo, óculos escuros, protetor solar e levar uma garrafinha d'água.
Esta torre também é conhecida pelo estranho nome, Torre de Espantaperros (espanta cães), devido ao som agudo do sino da torre, tocado em caso de aproximações não esperadas e indesejadas. No caso, os cães eram os invasores. Mas, o campanário quadrado com 8,5 m de altura, em estilo mudéjar, no topo da torre, só foi adicionado no século XVI.
Além da função de vigia, esta torre foi utilizada como depósito de grãos e cereais, importante para resistir aos longos cercos em casos de guerras e conflitos.
Ao lado da Torre de Espantaperros, fica um lindo e bem cuidado jardim. É o Jardim de la Galera, que veremos adiante.
Torre de Atalaia; Torre Espantaperros;

Plaza Alta:

Ainda não entramos na cidadela islâmica.
Apesar de sua importância, a Torre Espantaperro não tem passagem direta para a cidadela.
É preciso passar por uma passagem em forma de largo arco, em construção pintada de vermelho, que leva a uma grande praça. É a Plaza Alta, em estilo esplanada, considerada a mais importante da área histórica de Badajoz.
Praça em formado retangular, com edificação com vários arcos no térreo e intricante trabalho na fachada. São as Casas Coloradas (casas coloridas), que ocupam boa parte da praça. Construídas sobre as antigas casas muçulmanas que ficavam junto às muralhas, trazem em sua fachada a técnica de esgrafiado, pinturas com motivos geométricos.
Plaza Alta;
Em 1445, uma grande reforma na praça tentou retornar a antiga função de mercado. Época que foram construídos os arcos de pedra e tijolo. As inscrições que delimitavam a área de atuação de cada tipo de comércio, ainda podem ser vistas. 
Atualmente, a praça é um importante ponto de encontro com alguns restaurantes no entorno.
Mas, nem só de comércio vivia a praça. Esta praça foi palco para corridas de cavalo e touro, atos religiosos, teatros, execuções públicas, manifestações políticas, ponto de encontro, ...
Como não há árvores nesta praça, em dias de sol escaldante, as sombras oferecidas pelos arcos das casas coloridas é uma algo a ser agradecido. Pensem numa sombra bem-vinda. 
A área onde a praça foi erguida, acolheu o mercado de animais, no período medieval. Comércio que fervilhava nos limites da antiga cidade muçulmana.
No passado, nesta praça ocorriam todo burburinho e agito da cidade. Dizem que nos finais de semana ocorrem feiras de antiguidades.
No dia de nossa visita, estava decerta. Sem uma viva alma, além da nossa.
A antiga Casa Consistorial (final do século XV), exerceu a função de prefeitura municipal até 1799. Atualmente, é utilizada para a celebração de atos institucionais. Infelizmente, a sensação é de abandono e descuido.
Em um dos cantos da praça, busto em pedestal de Juan Marín de Rodezno (1627 - 1706), bispo de Badajoz entre 1681 a 1706, um dos responsáveis pela reforma definitiva da praça. Estátua em granito e bronze (cabeça, mão direita e documento). Trabalho atribuído ao escultor espanhol, José Manuel Gamero Gil. 
Juan Marín;
Próximo ao monumento, fica outra passagem em arco, o Arco del Peso del Colodrazgo, que conduz à Plaza de San José.
É preciso passar por este arco para se chegar em uma das entradas para a cidadela árabe de Alcáçova ou Alcazaba.
Agora sim, vamos acessar a cidadela árabe. Finalmente!!!

Portas de acesso para a cidadela árabe de Alcáçova

As portas construídas após a reconquista cristã são: Porta da Trindade, Porta de Palmas, Porta de Pilar (ou Porta de Jerez) e Porta de Mérida, entre outras. Estas portas e partes da antiga muralha abaluartada, não fazem parte da reconstruída cidadela de Alcáçova. Foram construídas pelo crescimento da cidade e necessidade de ampliar as fortificações defensivas. Portanto, não levam ao interior da cidadela islâmica.
Apenas quatro portas, da muralha islâmica, sobreviveram ao tempo. São elas, Porta do CapitelPorta do AlpendizPorta da Coracha (Porta da traição) e Porta de Yleves
A Porta de Yleves, acessada pela via Suárez de Figueroa, foi totalmente destruída em 1914, para abertura, em forma de arco alargado que permitisse a passagem de carruagens e carros com destino ao Hospital Militar (atualmente, departamentos da Universidade de Extremadura). Por este motivo recebe também o nome de Porta dos Carros. Em 1970, a Porta de Yleves foi totalmente reconstruída. Contudo, a entrada dos carros foi mantida e seu acesso é livre. Para saber mais sobre as diversas portas de acesso, acesse o link AQUI.
Mapa obtido no Link.
Não será por esta porta que entraremos.
Logo após o Arco del Peso del Colodrazgo, acessamos a Puerta del Capitel (Porta do Capitel), principal entrada para a cidadela árabe de Alcáçova ou Alcazaba e seu monumento mais importante. Construída em 1169 pelos Almohades, durante a ampliação e reforço na fortificação da cidadela. Esta foi a única porta árabe que registrei com fotos.
Entrada gratuita para a cidadela.
Puerta del Capitel; cidadela árabe;
Esta porta, assim como as demais portas árabes, é uma entrada formada por um caminho tortuoso. Com várias passagens em ângulo de 90° que formam esquinas e pequenos pátios. Seu estilo de construção obrigava a quem entrava, a fazer curvas entre as paredes das muralhas. O acesso era vigiado tanto da torre adjunta como do alto da muralha. Este tipo de acesso é nominado como "porta cotovelo". Onde o objetivo era dificultar o acesso direto em caso de conflitos armados. 
Elementos árabes estão bem presentes em alguns trechos. Observem o que parece ser uma coluna visigótica (ou romana?) em mármore, usada como reforço de uma das quinas da passagem. 
Em uma das passagens um portal em arco de ferradura, estilo árabe, apresenta um elemento decorativo sobre o mesmo. Algo pequeno, que só é observado se você olhar para a parte de cima do portal. Este elemento é parte superior de uma antiga coluna romana, conhecido como capitel, razão do nome desta porta.
Puerta del Capitel;
Abaixo, a foto mostra a Porta Capitel pelo lado interno da cidadela. As escadas levam à parte mais alta da cidadela onde ficava o Palácio Real Árabe e as mesquitas. O palácio e as mesquitas que não mais existem. 
Puerta del Capitel;
Atualmente, escadaria leva à uma praça onde fica o museu arqueológico que veremos mais adiante. 
Na construção das muralhas, foram empregados tijolos, pedras e argamassa (mistura de cimento, cal e areia). 
Alcazaba;

Parque de La Alcazaba

No interior das muralhas, uma ampla área arborizada, com caminhos e brinquedos infantis. É o Parque de La Alcazaba, com 8.000 m² de área verde. 
Restaurado nos anos de 1938, 1946 e por fim em 2007. Sua arborização e vegetação é composta principalmente por pinheiros, palmeiras, alecrim, tomilho, lavanda, entre outras plantas.
Aqui e acolá, ruínas são desenterradas, revelando o passado. Aos poucos estas ruínas são identificadas e reconstruídas. 
Parque de la Alcazaba; cidadela árabe

Muralhas islâmicas

Apenas as muralhas islâmicas resistiram ao tempo ou foram fielmente reconstruídas após escavações e estudos arqueológicos. 
Outras muralhas, construídas posteriormente em decorrência da expansão da cidade, não mais existem. Pelo menos não em sua totalidade. Ainda é possível ver alguns baluartes, portas cristãs entre as quais a Porta de Palma que foi reconstruída. 
Pela sua importância e conservação, a Alcazaba de Badajoz foi declarada Monumento Histórico-Artístico em 1931. É considerada a maior Alcáçova da Espanha. Tão ou mais importante que as de Málaga e Almería, ambas na Espanha. (SIC, ainda não conheço as duas cidades).
muralhas alcazaba; cidadela árabe;
No detalhe da foto tirada do alto da muralha, podemos avistar a torre e parte da estrutura que forma a Porta Capitel. A torre albarrana da Porta Capitel, fica situada entre as duas praças conjuntas, a Praça Alta e Praça San José, o que favorecia o monitoramento e controle de ambas.
No canto direito, vemos parte do Arco del Peso del Colodrazgoque faz a ligação entre as duas praças situadas ao pé da cidadela.
Contornando o exterior da muralha principal, uma "segunda" e baixa muralha (mais para muro), formando um pequeno fosso entre elas. Este fosso era aterrado o suficiente para formar um corredor elevado e manter a proteção dos soldados. Era o primeiro empecilho contra os invasores e sitiadores. É a barbacã ou barbacana.
muralha; barbacã; cidadela árabe;
As torres e a parte superior da muralha são ligadas por caminhos tipo "estrada" denominados de Adarve, acessados pelo lado interno da cidadela por escadarias. Os Adarves circundam toda a muralha e serviam para as rondas de vigília ou para abrigar os exércitos durante as guerras e conflitos.  
Você pode acessar e circular livremente por praticamente toda muralha. Basta ter disposição para subir e descer as escadarias de tempo em tempo.
muralha; adarve; cidadela árabe;

Torres da muralha:

A muralha recebe várias torres albarranas quadrangulares, em intervalos regulares. São as Torres defensivas e as Torres Abarlongadas.
As torres defensivas são as torres situadas nas diversas entradas da cidadela e incrustadas na muralha. Robustas e austeras, apresentam ameias em seu topo. São elas: Torre de los ahorcados (Torre dos Enforcados) na Porta dos Carros; Torre do Alpéndiz na Porta do Alpéndiz; Torre de la Coracha na Porta de la Coracha ou Porta do RioTorre das Sete Janelas (Siete Ventanas), Torre das Donzelas (de las Doncellas) e várias outras.
As Torre Abarlongadas são as que mais se destacam, São mais altas e ficam fora da muralha, mas conectadas com a mesma por estreitas passagens. No topo destas torres existem terraços rodeados por ameias piramidais e eram acessados por escadarias. Ex: Torre Espantaperro (vista anteriormente), Torre dos Caballeros e outras. Algumas não reconstruídas.
Todo acesso para o interior e parte superior das torres é realizado por dentro da cidadela.
torres muralha; cidadela árabe;

Vistas da cidade do alto das muralhas:

Ao longo das muralhas de Alcáçova, você obtém lindas fotos da cidade e região. 
Na vista abaixo, temos a Ponte real e a Ponte da Universidade, sobre o Rio Guadiana.
Do alto das muralhas, a vista da Plaza de San José, onde no tempo da antiga cidade árabe, era ocupada inicialmente por árvores. Com o crescimento da cidade para além das muralhas, o espaço foi ocupado por mercado, e formava um espaço contínuo com a atual Plaza Alta.
O arco que separa as duas praças, Plaza Alta e Plaza de São José, foi erguido em 1664.
Quando a região foi reconquistada pelos cristãos, esta área foi batizada de Plaza de San José, sendo erguida a Ermita de San José (século XIII).
No início do século XIX, na Guerra Peninsular, a ermita sofreu com bombardeiros e saques, ocasionando deterioração e ruínas severas ao templo.
praça de San José; Adoratrices;
Em 1917, a antiga ermita de San José deu lugar à Igreja e Convento de San José, em estilo neogótico, pelo engenheiro Francisco Franco Pineda e o mestre de obras Adel Pinna. Nesta época, várias casas foram demolidas e a antiga igreja reformada para ser a capela do convento. Esta reforma foi a primeira em Badajoz, a utilizar o cimento armado.
Uma cruz em ferro sobre um pedestal de granito, de 1632, fica defronte a igreja, sobre um mosaico da rosa dos ventos.
A fachada da igreja do convento fica voltado para a praça.
O portal principal é adornado por arco ogival, acima do qual fica uma rosácea. No topo da fachada ficam os sinos entre elementos decorativos góticos.
Convento de San José; Adoratrices;
Por estar ladeada por duas ruas estreitas, a melhor vista da construção religiosa é sem dúvida, do alto da muralha.
Após a reconstrução de 1927, a edificação passou aos cuidados das freiras Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade. Época que passou a ser conhecido como Convento das Adoradoras (Convento de las Adoratrices) ou simplesmente Las Adoratrices.
Infelizmente, o complexo conventual, fosse pela escassez de verbas, política de manutenção ou pela ação do tempo, mais uma vez caiu em decadência. 
Entre 2007 a 2009, apenas a fachada da igreja foi restaurada pelo arquiteto Jaime Olivera. A parte ocupada pelo convento ainda aguarda restauração.
Outra vista deslumbrante é a Praça Alta que visitamos antes de acessar a cidadela. Aqui, um ângulo diferente do alto das muralhas.
plaça Alta;

Antigo Hospital Militar de Badajoz

O Palácio Árabe e as três mesquitas no interior da cidadela não sobreviveram aos séculos. 
Após a reconquista de Badajoz pelos cristãos, os templos árabes foram convertidos em igrejas católicas. A mais importante delas, a Mesquita Maior, tornou-se a primeira catedral de Badajoz a Igreja de Santa María del Castillo. Entretanto, na segunda metade do século XIX, a igreja foi demolida e, juntamente com a área das antigas ruínas do Palácio Real dos Aftássidas (palácio árabe) da época de Ibne Marwan, foi construído o Hospital Militar de Badajoz.
No interior das muralhas, podemos ver o antigo prédio do Hospital Militar de Badajoz que, atualmente, abriga a Faculdade de Biblioteconomia e Comunicaçãoligada à Universidade de Extremaduraalém da Biblioteca Regional de Extremadura.
A torre da edificação foi construída sobre a Mesquita Maior demolida após a reconquista cristã, durante a edificação da Igreja de Santa Maria de Calatrava, a antiga Catedral de Badajoz. Esta torre é conhecida como Torre de Santa Maria e fica no ponto mais elevado da colina. Nos dias atuais, faz parte da Biblioteca de Extremadura.
Hospital Militar de Badajoz; cidadela árabe;

Palácio dos Duques da Rocha:

Museu Arqueológico Provincial de Badajoz:

Abaixo, o antigo Palácio dos Duques de la Rocha ou Duques da Feira ou Duque de la Roca, onde atualmente fica o Museu Arqueológico Provincial de Badajoz
Palácio Duque de la Rocha; Museu Arqueológico; cidadela árabe;
Construído por Lorenzo Suárez de Figueroa, Grão-Mestre da Ordem de Santiago, entre 1387 e 1410, para ser sua residência, em estilo palácio-fortaleza.
No século XVII, foi usado para armazenamento de artilharia. E, no século XVIII, serviu como quartel de infantaria, Quartel de San José.
Após a Guerra Peninsular, século XIX, o palácio ficou totalmente em ruínas. 
Declarado como Monumento Histórico-Artístico em 1962.
Este prédio foi totalmente restaurado entre os anos de 1972 a 1989.
cidadela árabe;
Uma construção renascentista tardia, com traços medievais e mudéjar (janelas), de planta ligeiramente trapezoidal. Possui quatro torres, uma em cada ângulo da edificação. Um grande e largo arco rebaixado, marca a fachada principal. Sobre o arco, há uma ampla varanda acessada por uma única porta.
Defronte, ao edifício do museu, uma larga esplanada com pequena e simples fonte e alguns laranjais. Esta fonte central funcionava como relógio de sol. Hoje as árvores ao redor fazem sombras e dificultam a leitura das horas. 
Decidimos visitar o museu e qual foi nossa surpresa em saber que a entrada é gratuita. O ingresso é apenas para controle do número de visitantes. 
Junto com o ingresso você recebe um guia esquemático com a descrição de cada sala e seu conteúdo. O museu também oferece guia de áudio gratuito em espanhol, inglês ou Português. Um dos poucos museus na Espanha com guia áudio em português, provável influência da proximidade da fronteira com Portugal.
Atenção, não abre nas segundas-feiras. Abre de terça a domingo das 10 às 15 horas.
O museu é pequeno, mas bem didático, com salas de exposição para cada período com peças identificadas.
As salas de exposição estão distribuídas em seus andares, onde o passado da província de Badajoz está representado nas peças que vão do Paleolítico Inferior (750.000 a.C.) passando para o romano, visigodo, árabe até o período medieval cristão (século XVI d.C.).
Cada sala é abrange um período distinto, sendo nominada conforme o mesmo.
A exposição está organizada em ordem cronológica do andar mais alto para baixo. Por este motivo o museu orienta que a visitação comece no segundo andar, descendo para o primeiro e terminando no térreo. Mas, estou colocando na ordem inversa à sugestão, do térreo ao segundo andar.
A partir de 1867, o museu passou a expor os achados arqueológicos encontrados na província de Badajoz. Além da exposição permanente, há uma biblioteca e uma sala para ensino. Ocasionalmente, ocorrem exposições temporárias e outras atividades afins.
Piso térreo: 
- Claustro do museu:
Ao entrar no museu, você acessa um pequeno pátio interno quadrado (claustro), totalmente refeito no século XX. Reparem nas colunas e arcos mudéjares, com altura de dois andares. São três arcos de cada lado, formando um quadrado perfeito.
O incompleto e imenso mosaico policromático que vemos em uma das paredes, trata de Orfeu no Monte Rhodope, do Mito (fábula) de Orfeu. Do século IV d. C, é proveniente do piso de um grande salão na Villa Romana de Pesquero (Pueblonuevo del Guadiana).
mito de orfeu; cidadela árabe;
Os mosaicos, neste período, eram feitos com azulejos, pequenos fragmentos de pedra, cerâmica e pasta vítrea.
Em outra parede do museu, mais um fragmento de mosaico. Descoberto em 1980, é a última cena do mosaico Mito de Orfeu.
mito de orfeu; cidadela árabe;
Em um dos cantos do pátio uma representação em mármore do Imperador Tibério, do período Romano. Na realidade, apenas a cabeça é do imperador, que foi acoplada a um corpo com toga romana. Vejam a diferença de coloração da cabeça em relação ao corpo da estátua.
Existem mais três esculturas distribuídas pelo pátio, estas sem cabeças.
museu badajoz; cidadela árabe;
- Sala Tardo-Romano: Com peças dos séculos II e VII, referentes ao período final do império romano, início do cristianismo e formação do Reino Visigótico na Península Ibérica. Nela estão lápides funerárias, uma estante com itens domésticos e ornamentos corporais, além de um mosaico praticamente completo.
Abaixo, lápides sepulcrais. Na primeira lápide, existe inscrições em ambos os lados. Por erro na primeira inscrição, foi usado o outro lado da pedra para a inscrição correta.
sala tardo-romano; cidadela árabe;
Na parede, contrária às lápides, fica o mosaico geométrico proveniente da Villa de las Tiendas (Mérida), uma antiga vila romana.
mosaico Villa de las Tiendas; cidadela árabe;
- Sala Arquitetura Visigótica, com peças arquitetônicas decoradas com entalhes, que datam dos séculos VI e VII. Esta sala é uma continuação da sala Tardo-Romano. A maioria das peças são elementos arquitetônicos de construções religiosas, muitas das quais reutilizadas na era islâmica. A maioria das peças são decoradas com entalhes de símbolos religiosos como: cruz cristã, espigas de trigo (eucaristia), uvas (eucaristia) e outros.
Abaixo, uma visão geral da sala onde podemos ver várias colunas e pilastras visigodas. 
sala visigótica; cidadela árabe;
- Sala Islã, uma pequena sala, em continuidade à anterior. Possui algumas peças islâmicas, dos séculos IX até XIII, época que Badajoz foi a capital do reino taifa.
Na foto abaixo, pé para banco em mármore branco representando uma cabeça de leão (séc. XI) e estela funerária do primeiro rei da taifa de Badajoz, Sapur, morto em 1022.
sala islã; cidadela árabe;
Pé para banco (séc. XI) e estela funerária de Sapur (morto em 1022).
1º Andar:
- Sala Roma. Abrange o período de mudanças ocorridas pela incorporação da Península-Ibérica ao mundo greco-romano. São peças do período romano encontradas na província de Badajoz e datam do século II e século III.
Nas vitrines encontramos objetos de diversos municípios e cidades romanas da província de Badajoz, relacionados com diversos aspectos da vida quotidiana na época romana. São peças de vestuários, adornos, iluminação, utensílios domésticos, cerâmicas, ferramentas agrícolas e de mineração. 
sala roma; cidadela árabe;
Os romanos eram tolerantes com relação às manifestações religiosas e culturais, permitindo que os povos conquistados continuassem com suas crenças e mitos. Era comum que cada unidade familiar ou grupo social, cada atividade (comércio, agricultura, pecuária, mineração, construção, ferreiro, ...) possuíssem uma divindade para proteção e vigília. Podia ser uma estatueta, amuletos ou outro objeto de cunho religioso.
Abaixo, uma estátua de uma divindade doméstica, cuja finalidade era proteger a casa e seus moradores. Peça em mármore com um metro de altura, encontrada por volta de 1870, em um campo nas proximidades de Mérida.
sala roma; cidadela árabe;
Estátua dedicada ao deus Silvano, divindade da Roma Antiga, protetor das florestas, bosques e atividades pastoris.
Deus Silvano; cidadela árabe;
- Sala Medieval Cristã. Sala pequena, com os itens mais recentes da história de Badajoz, abrangendo o período da incorporação da região ao reino de Leão no século XIII, cobrindo essa sala até o século XVI.
Exemplo é o Brasão de Badajoz (1596) e o Brasão de Armas de Alfonso Sanchez (1306). 
sala medieval cristã; cidadela árabe;
Brasão de Badajoz (1596) e o Brasão de Armas de Alfonso Sanchez (1306).
2º andar: 
Estelas de Guerreiro:
Nos corredores externos do segundo andar, fica a exposição intitulada como Estelas de Guerreiro, do período da Idade do Bronze Final.
museu arqueológico; cidadela árabe;
Na antiguidade, em vários períodos, era comum as inscrições em colunas ou placas de pedra. 
O museu possui uma importante coleção de estelas figurativas do final da Idade do Bronze. São conhecidas como estelas do guerreiro, pelos desenhos esquemáticos de guerreiro com lança, espada e escudo. Algumas, podem trazer a esquematização de carro puxado por cavalos e outros itens da época.
estelas do guerreiro; museu; cidadela árabe;
Abaixo, na primeira foto, uma representação rudimentar de uma figura humana onde os dedos das mãos estão representados. Na altura do tronco, dois pontos representam as mamas, e se conclui ser uma figura feminina.
A segunda foto, também temos o que parece ser outra figura feminina (dedução pelo que seriam a representação dos seios na área do tronco). Com a mão direita parece segurar uma espada. Esta estela está incompleta, mas ainda assim é uma peça histórica inestimável. Proveniente de Belalcázar (Córdoba).
As linhas em semicírculos sobre a cabeça, parece indicar algum tipo de bandana ou touca ou algo similar.
- Sala da pré-história do IV milénio a.C. (primeiras comunidades não nômades) até o século X a.C. (Idade do Bronze). São adornos pessoais, peças de cerâmicas e ferramentas e armas primitivas.
Na foto abaixo, podemos observar alguns exemplos de cerâmicas manuais e objetos utilizados como ferramentas para a obtenção e elaboração de alimentos.
sala pré-história; museu;
- Sala Proto-história. Abrange o período entre os séculos VIII e II a. C., referente ao contato com culturas do Mediterrâneo Oriental, através do comércio de minerais dos fenícios e gregos em Tartesso (primeira civilização ibérica do final da idade do bronze), até a conquista da região pelos romanos. 
A antiga região de Tartesso, hoje é ocupada por Huelva, Sevilha e Cádis.
sala proto-história; museu
- Sala do Meio Físico. Uma coleção de pôsteres explica as características ambientais e morfológicas do território de Badajoz que proporcionaram condições para o desenvolvimento humano na região e as alterações ocorridas ao longo dos anos. O papel do rio Guadiana e seus afluentes, determinando a morfologia, clima, flora e fauna da região.
Abaixo, um fragmento de cerâmica do período neolítico (+ 3000 a.C.).
sala do meio físico; museu
- Biblioteca do museu. Não estava aberta ao público.

No final da visita, uma agradável surpresa nos aguardava no pátio do museu. Uma apresentação da Dança do Ventre (Dança do Leste). 
Originada no Oriente Médio e Ásia Meridional, esta dança referencia a fertilidade da terra e da mulher, além de celebrar a vida.
No centro do pátio, protegido por uma pequena cerca de ferro, podemos observar uma broca de poço mudéjar, proveniente de Azuaga (município da província de Badajoz). 
museu; dança do ventre; dança do leste; cidadela árabe;

Jardines de la Galera:

Saímos da cidadela pelo mesmo caminho que viemos. Mas, antes de seguirmos viagem, uma rápida passagem no Jardines de la Galera, aos pés da Torre Espantaperros. A entrada é bem discreta, e muitos não sequer a percebem. O jardim estava praticamente vazio.
Jardines de la Galera;
Os Jardins de la Galera, é um agradável e arborizado parque público. Um local onde a vegetação é um misto de cores e formas que leva ao estado de paz e tranquilidade. Um momento de descanso merecido após as longas caminhadas, subindo e descendo muralhas.
Este parque público foi recuperado no início do século XXI. Está novinho em folha. Aqui, até o que parece ser mato, tem seus encantos.
As roseiras dispensam apresentações. Floridas, perfumadas e majestosas.
A foto abaixo, parece montagem. Mas, eu juro que não é. 
Entre a vegetação, muitos caminhos e espaços abertos.
O paisagismo foi bem planejado com plantas de várias alturas, o que oferece sombras e agradável sensação de conforto. Palmeiras, oliveiras, laranjeiras, roseiras, ..., são tantas.
Entre as árvores e flores do jardim, parte da cidadela árabe se faz presente, embelezando o cenário. 
E, nós no meio desta maravilha. 
A vista mais marcante é sem dúvida a Torre do Espantaperros vista a partir do jardim.
Próxima da torre, ao lado da torre, acessada por uma escadaria, um portal em arco com pequena porta de madeira parece dar acesso à cidadela. Mas, esta porta permanece trancada.
Não tenho certeza, mas acho que se trata do edifício La Galera, construído no século XVI que teve várias utilizações no passado. 
O nome La Galera possui duas origens possíveis. A primeira é que o edifício fica situado no bairro Galea. A segunda e a mais aceita é que funcionou como prisão dos prisioneiros condenados à trabalhos forçados nas galés que partiriam para Sevilha desse local.
Depois, foi sede do município (Casa Consistorial), depósito de cereais, asilo, hospício, prisão feminina (século XIX), escola (1923) e Museu Arqueológico (1938 a 1978). 
Acima do portal, um antigo escudo da cidade de Badajoz, do período medieval.
Como o Jardim fica em uma área alta em relação a região, um dos seus lados forma um mirante que nos fornece vistas além do horizonte.
Na foto tirada dos Jardins de la Galera, vemos a parte externa do Baluarte de San Antonio, do século XVII.
Outros baluartes da muralha cristã são: San Pedro, La Trinidad, Santa María, San Roque, San Juan, Santiago, San José e San Vicente.
cidadela árabe; baluarte de San Antonio;
A vontade é ficar mais tempo nas sombras do jardim, em meio às flores. Infelizmente, já extrapolamos o nosso tempo em Badajoz e temos que seguir viagem.  
De volta ao carro, vamos retornar para o anel viário e pegar a via A6. Para isto, voltamos pela ponte Autonomia. 
A rotatória (rotunda) que dá acesso à ponte Autonomia, possui uma fonte e do seu centro sai um belo conjunto escultural intitulado como “Los Tres Poetas”. Escultura de 2003, dedicada aos poetas Jesús Delgado Valhondo, Manuel Pacheco e Luis Alvarez Lencero, de autoria do escultor Luis Martínez Giraldo.
Los Tres Poetas; Luis Martínez Giraldo;
A base da escultura é composta por três livros empilhados em diferentes posições. Um dos livros é em granito, outro em mármore e o terceiro (em pé) em ardósia. Sobre os dois livros deitados, está um braço cujo dedo indicador da mão aponta os livros deitados. Do alto do braço saem as cabeças dos três poetas representados pela escultura. O braço e as cabeças são em bronze.
Los Tres Poetas; Luis Martínez Giraldo;
Daqui, seguimos para a cidade de Mérida, Espanha, onde pernoitamos.
O que não vimos em Badajoz
  • Galeria de Fusileros de San Pedro
  • Porta de Palmas
  • Catedral de São João Batista (1276) e museu.
  • Real Mosteiro de Santa Ana
  • Parque de Castelar
  • Plaza de San Francisco
  • Plaza de la Soledad (Igreja da Soledad, Edifício das três campanas, Casa Álvarez).
  • Palácio de Congresos Manuel Rojas, moderno auditório.

Espero que vocês tenham apreciado esta postagem.
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⇨ 😎 Viajando e sempre aprendendo. Muitas informações da postagem, foram conseguidas in loco, nos folhetos informativos dos monumentos, com os guias ou através de pesquisas na internet ("Santo Google" 🙌). 😉 
Aguardem a próxima postagem  Mérida, Espanha.

Bjs e até a próxima postagem que pode ser artes, guloseimas ou companhia (pensamentos, viagens, passeios)!!! 💋💋💋
Para quem se animar:  
FAÇAM A MALA e BOA VIAGEM!!!!!
Um abraço carinhoso a todos os meus familiares, amigos e visitantes,
                   Teresa Cintra

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