Translate

Menu

sábado, 1 de agosto de 2020

Ronda, Espanha

Continuando nosso turismo pela região de Andaluzia, Espanha.
Saímos bem cedo de Granada, logo após o café da manhã. Nosso destino foi a cidade de Ronda, distante 178 Km de granada. 
Foram aproximadamente duas horas de viagem de carro por uma estrada tranquila, bem cuidada e sinalizada, a via A-92. Atenção às placas de sinalização e/ou ao GPS. Não tem como errar.
Ronda é uma cidade espanhola situada na Serra de Ronda, na província de Málaga, região autônoma de Andaluzia, a uma altitude de 739 metros e com clima de montanha continental. 
Edificada num planalto, denominado como Meseta de Ronda, à beira de um grande e profundo penhasco. O desfiladeiro del Tajo que se tornou o cartão postal da cidade. 
Sua história remota a milênios de anos, marcados por guerras e conflitos internos e externos. Conquistas e dominações.
Atualmente, é uma tranquila e pitoresca cidade com cerca de 33.000 habitantes. Tranquilidade quebrada pela invasão de turistas, encantados com a geografia e localização da cidade.
Curiosidade: Pessoas nascidas em Ronda, os nativos por assim dizer, são "rondenho" ou "rondenha".
👉Esta viagem foi realizada antes da Pandemia pelo Coronavírus (Covid-19). Se você pretende viajar, aguarde o controle da pandemia e a abertura das fronteiras. Mas, nada impede que você comece a fazer um planejamento antecipado. Depois, é só adequar as datas de acordo com a evolução e controle do vírus. Além da descoberta e testes comprovados de vacinas.
Breve resumo sobre Ronda
A localização na beira de um penhasco, em terreno inóspito era de acesso praticamente inacessível aos invasores e bandidos. A natureza prometia acolher e proteger os seus habitantes. Numa época remota, onde qualquer estranho era suspeito e possível invasor. Teoricamente, toda movimentação e aproximação poderiam ser detectadas do alto do penhasco, o que originou o apelido de “O Ninho das Águias”.
Na região de Málaga, onde Ronda foi edificada, existem evidências arqueológicas da pré-história, no Período Neolítico (Período da Pedra Polida). Isto ocorreu entre 10 mil anos a.C. e 6 mil anos a.C., quando foi iniciada a Revolução Agrícola. Fato comprovado por pinturas rupestres da Cueva de la Pileta, em Benaoján, província de Málaga, distante 15 Km de Ronda.
Entretanto, as primeiras referências da cidade como assentamento vem dos celtas, no século VI a.C., que foram substituídos pelos gregos.
Em seguida vieram os romanos. Insaciáveis em sua determinação de poderio pela conquista de territórios e dominação imposta a outros povos. Ronda foi romanizada e conhecida como Arunda (“cercada por montanhas”). Época em que foram erguidos monumentos e construções, como o castelo do comandante romano Scipio (132 a.C.).
Após o domínio romano, Arunda e a cidade vizinha Acinipo, foram praticamente destruídas por vândalos. Seus escombros ficaram no abandono e esquecimento por anos, até a chegada dos gregos bizantinos (Império Romano do Oriente). Estes, apostaram da invulnerabilidade da região por suas características inóspitas, a despeito de seu passado ter escrito outra história. Escolheram, para o seu assentamento, a região de Acinipo, que chamaram de Runda. Uma cidade de acesso mais fácil cujas construções anteriores não estavam tão destruídas como em Arunda.
Fato que facilitou a invasão pelos visigodos. Responsáveis pela expulsão dos bizantinos e destruição das cidades de Runda e Arunda. De Acinipo restam apenas as ruínas conhecidas por Ciudad Romana de Acinipo.
Arunda foi mantida pelos visigodos por seu valor estratégico defensivo.
No ano de 711, mouros do Norte da África atravessaram o mar entre Marrocos e Espanha, até o cabo rochoso, conhecido como Jabal Tariq (Monte Tariq), atual Gibraltar. De lá, seguiram para a península Ibérica, onde guerrearam pela posse da região. Após a guerra (711 a 726), o Reino Visigótico foi extinto e a região foi radicalmente dominada pelos mouros. 
Instalou-se o Califado Omíada. O sul da região de Andaluzia foi dividido em cinco distritos denominados por coras. A cidade de Arunda, novamente, muda de mãos e de nome.
Em 713, Abd al-Aziz, construiu uma fortificação sobre as ruínas do antigo castelo romano. O que ocasionou a mudança nome da cidade: Izna-Rand-Onda (a cidade do castelo). A cidade foi eleita como a capital do cora de Tacoronna. Vários edifícios e monumentos foram erguidos. A cidade começa a prosperar.
O domínio muçulmano na Península Ibérica (Al-Andalus) durou quase oitocentos anos (711 – 1492), marcado por conflitos e guerras, internas e externas. Novos califados e taifas se sucederam, oscilando períodos de expansão, construção e prosperidade, com períodos de conflitos, destruição e turbulências. Períodos em que a cidade mudava de nome de acordo com o domínio muçulmano da ocasião. A cidade conhecida como Izna-Rand-Onda, passou a Madinat Ronda e, finalmente, Ronda.
Em 1485, Ronda foi reconquistada pelos Cristãos, sob o comando do rei Fernando II de Aragão, o Católico. Conquista marcada pela remodelação das construções islâmicas, adaptando-as ao cristianismo. Mais uma vez, o dominador subjuga o dominado, impondo sua cultura e crença.
No período cristão Ronda cresceu e se desenvolveu em três regiões distintas:
  • La Ciudad, a cidadela moura original.
  • El Mercadillo (pequeno mercado) - Era onde se concentrava o mercado de rua da cidade "moderna", ligada à antiga cidade por três pontes que atravessam o desfiladeiro. Sendo a terceira ponte, Puente Nuevo, construída pelos cristãos.
  • Bairro de San Francisco, a leste dos antigos portões medievais da cidadela original. Ficava inicialmente fora da cidade, sendo absorvida à medida que esta crescia além de seus muros fortificados.
Mas, a paz estava longe de advir. Além do terremoto de 1580, guerras e conflitos não pouparam a cidade. Com grande impacto na cidade, podemos citar a Santa Inquisição Espanhola, a Guerra Peninsular (1810), a Guerra Civil (1936-1939) e os bandos de guerrilha e bandidos que viviam nas montanhas. Estes últimos formados, principalmente, durante e após a Guerra Civil.
No transcorrer do século XIX, Ronda ficou praticamente isolada, por conta da escassez de estradas adequadas e seguras. No final do século XIX e início do século XX foram construídas uma estrada para carroças e carruagens e uma estrada de ferro (estrada de ferro do Sr. Henderson), que ligavam a cidade até a costa espanhola.
Sendo Ronda uma cidade de atividades agrícolas e pecuárias, foi natural o crescimento da indústria alimentícia, elevando a economia da região. A indústria têxtil, também encontrou espaço para expansão. 
O turismo na região começou a despontar em 1960, após melhorias nas estradas de acesso, com forte papel na economia local. Hoje, é um importante fator de renda da região.
Hospedagem: Hotel Arunda (★)
Como sempre, ao chegarmos na cidade, seguimos para o hotel para fazer o check-in. 
Ficamos hospedados no Hotel Arunda I (★), reservado através do Booking.com
O hotel fica na parte denominada como cidade nova, na Carrera Serrato, n° 1. 
Simples e com quarto agradável, limpo e silencioso. Banheiro privativo é primordial em nossas viagens. No mais, não nos hospedamos para curtir hotel. Queremos conhecer a cidade e um pouco de sua cultura. Vamos passar o dia na rua, turistando e xeretando.
Ronda tem vários hotéis com classificações e valores diferentes para públicos diversos. Não deixem de pesquisar com antecedência.

A janela do quarto dava para uma rua pedonal comercial com vários restaurantes, cafeterias, lojas e hotéis. Esta é a Carrera Espinel, a espinha dorsal da parte nova de Ronda. Esta rua é conhecida na cidade por "la bola". Não me perguntem o motivo, não consegui descobrir o significado do apelido.
Tour a pé por Ronda:
Animados para iniciar o passeio? Então vamos lá. Lembrem-se, estamos na parte denominada como Cidade Nova ou El Mercadillo.
Não deixe de solicitar o mapa turístico da cidade na recepção do hotel. Peça para que a localização do hotel seja marcada, bem como as principais atrações. Vamos pernoitar apenas uma noite e, no dia seguinte após o desjejum, seguir viagem. Não dá pra ver tudo. A cidade é pequena, mas as atrações são inúmeras.
Roupa e sapatos confortáveis que vamos andar. Amo as pequenas cidades da Europa, dá para fazer tudo a pé. 
A cidade fica a uma altitude elevada e faz um pouco de frio no final do dia, inclusive na primavera. Como vamos ficar o dia todo fora do hotel, levei um pequeno agasalho. Sim, em plena primavera. A temperatura, nas cidades europeias, oscila no transcorrer do dia. Friozinho de manhã, quente no meio do dia e friozinho no entardecer. Alterações que são mais extremas de acordo com a época do ano. Parece besteira, mas não é. Não riam. Eu sou friorenta assumida. Se vocês olharem a foto abaixo com cuidado, verão que não sou a única. 😁😂😂😂 
No verão pode ser bem escaldante. Para quem vier no inverno, saiba que pode nevar.
Saindo do hotel, seguimos pela Carrera Espinel por aproximadamente 10 minutos, até a Plaza del Toro que veremos mais adiante. A Carrera Espinel é uma rua pedonal de puro comércio. Lojas, restaurantes, cafeterias, hotéis, aqui você encontra de tudo um pouco. Não há como errar é só seguir o mapa (linha marcada em vermelho). Uma longa reta.
Plaza España
Da Plaza del Toro, seguimos até a Plaza España. Praça agradável e pequena, que serve de acesso para a Cidade Velha, através da Ponte Nova (Puente Nueva). 
Ao longo da praça várias laranjeiras. No centro, um lindo canteiro com um pedestal e busto de Antonio Ríos Rosas. No entorno da praça, muitos hotéis, restaurantes e lojas. 
Ponto de passagem obrigatório para todos os turistas e moradores.
 Hotel Parador Ronda;
Antes de continuar, olhe à sua direita. Você verá o grande prédio abaixo. Atual hotel Parador de Ronda (). Este hotel foi construído aproveitando o antigo conjunto de edifícios da Câmara Municipal (Ayuntamiento) e do Mercado Municipal (Mercado de Abastos).
Contorne pelo “Paseo de Kazunori Yamauchi” e admire a área de lazer externa do hotel. Jardins bem cuidados e uma linda e grande piscina. Não sei se é aquecida. Mas, com certeza um bom lugar para quem aprecia curtir as facilidades oferecidas por este tipo de hotel. Ou quem sabe, uma lua de mel romântica ou comemoração de bodas. 
Desfiladeiro El Tajo:
O nome do Paseo de Kazunori Yamauchi é uma homenagem ao criador de jogos de corrida com alto nível de realismo, série Gran Turismo, Kazunori Yamauchi.
É um caminho murado na parte voltada para o desfiladeiro, oferecendo um excelente ponto de observação com belíssimas vistas do El Tajo e da Puente Nuevo.
Este era o nosso objetivo primordial, chegar às margens do emblemático precipício, o Desfiladeiro el Tajo ou Penhasco de Ronda. Cartão postal da cidade. Uma obra de arte totalmente natural. Depois, tentaremos ver as outras atrações agrupadas na mesma área. 
Este descomunal desfiladeiro, escavado pelas águas do rio Guadalevín, afluente do rio Guadiaro, divide a cidade em duas partes: A cidade velha (La Ciudad), datada da época moura e a cidade nova (El Mercadillo), do século XV.
Na realidade não é o desfiladeiro que divide a cidade. O desfiladeiro já existia antes do primeiro assentamento humano. Basicamente, a cidade foi edificada nas bordas elevadas deste desfiladeiro feito de rocha consistente e compacta. 
A cidade velha e a cidade nova são unidas por três pontes de diferentes épocas. A Puente Romano, a Puente Árabe e a Ponte Nuevo.
Olhe para o lado oposto ao hotel para admirar o desafiador, imponente e profundo desfiladeiro rochoso, conhecido como Desfiladeiro El Tajo ou simplesmente, El Tajo. Foi no alto deste desfiladeiro, em um largo planalto em formato de "mesa", que a cidade iniciou sua edificação. 
É possível entender o motivo que levou os desbravadores e conquistadores, a se fixarem neste planalto. Imaginar que naquela época não haviam estradas, carroças e tudo era tomado por natureza inóspita. Foi realmente uma proeza ou desespero. 
Parece loucura, principalmente quando você olha a partir da beirada do desfiladeiro e tem a noção de profundidade e extensão. A garganta do desfiladeiro possui 100 metros de profundidade, 50 metros de largura e 500 metros de comprimento. A sensação é de ser bem maior. Se você sofre de vertigens, não é uma boa ideia olhar pra baixo. Mas, que é impressionante, isto é.
Boa parte da "beirada" do precipício é acessível aos turistas, com vários mirantes em ambos lados da Ponte Nova. Ainda no Passeo, em uma curva você consegue ângulos diferentes da região, a partir do Mirador de los Viajeros Romáticos
Vejam como é lindo o vale com as montanhas ao fundo. 
Compare a paisagem com o mural abaixo. Identifique as montanhas ao fundo. Muito legal. 
Observe com atenção a margem do outro lado do precipício onde fica a cidade velha, conhecida como La Ciudad. As casas pintadas de branco em ruelas sinuosas são características do período mouro.
Impressionante como as casas e palacetes parecem pendurados na beira do abismo. Muito louco.
Reparem no caminho sinuoso que desce a encosta do lado da cidade velha. Ela leva a um ponto de observação localizado na parte mais baixa. Iremos descer até ela mais adiante. 
Do lado da cidade nova, ainda no caminho que contorna o grande hotel Parador, temos uma nítida visão de mais um dos muitos pontos de observação de Ronda. Área onde foi construído um romântico quiosque no século XIX.
Fomos informados que o pôr-do-sol a partir deste mirante é espetacular. Então, deixamos para ir ao final do dia.
 
Retornamos para a Plaza España, do lado do Hotel Don Miguel (★). 
Ainda não atravessamos a ponte. 
Ao longo da Puente Nuevo, parte da mureta de pedra é substituída por grade de ferro para permitir melhor visualização do desfiladeiro e estruturas construídas em sua beira. 
A foto a seguir, foi obtida a partir do trecho inicial da ponte. As casas, edifícios e antigos palacetes pintados de branco parecem empoleirados na beira do precipício.
A partir do mesmo lugar, temos a vista abaixo. Ao fundo, à esquerda, fica os Jardins De Cuenca. À direita, fica o Palácio de Congressos de Ronda e o Mirador de Aldehuela. Na parte inferior da foto, vemos uma parte das varandas do restaurante do Hotel Don Miguel, incrustadas nas paredes do desfiladeiro. Um bom lugar para apreciar a vista durante as refeições.
O Palácio de Congressos de Ronda, ocupa o antigo Convento de Santo Domingo, construído em 1485, sobre ruínas árabes. Foi convento dominicano, mausoléu particular da família Moctezuma y Rojas e tribunal da Inquisição. Em 2005, foi transformado em espaço de museu, conferência, seminários e espaço para exposições temporárias de pintores internacionais, nacionais e locais. A entrada é paga: 1 €.
Vamos atravessar a ponte para explorar o desfiladeiro do outro lado, a partir do Mirador de Aldehuela e do Balcón del Coño
O nome do mirante é uma homenagem ao arquiteto José Martin de Aldehuela, responsável pela construção da Puente Nuevo e da Plaza de Toros. Já o Balcón del Coño, localizado em uma parte do mirante, é uma sacada suspensa sobre o precipício, protegida por uma grade de ferro.
A mais nova ponte da cidade, a Puente Nuevo, liga a cidade velha (La Ciudad) com a parte mais nova de Ronda (El Mercadillo). Uma passagem sobre a garganta do El Tajo.
É na cidade velha que encontramos o centro histórico de Ronda ("casco antiguo") com a maioria das atrações turísticas.
Do lado de lá, no El Mercadillo, temos o hotel Parador de um lado e o hotel Don Miguel do outro, ambos situados na Plaza España. 
Daqui você tem uma visão completa das varandas do restaurante Don Miguel, "coladas" nas paredes do desfiladeiro. Assim como seu restaurante, os quartos do hotel ficam voltados para o "El Tejo" e a Puente Nuevo, oferecendo vistas deslumbrantes.
A Puente Nuevo, em si, é um ponto turístico importante, pela sua estrutura arquitetônica, história e utilidade para a cidade. Tornou-se cartão postal da cidade, seu registro é obrigatório para qualquer turista. Então, admire e tire muitas fotos.
Esta ponte de pedras retiradas do fundo do desfiladeiro foi construída entre 1751 a 1793. Projeto do arquiteto José Martín de AldehuelaPossui 98 metros de altura e é formada por três grandes arcos. O arco central é o mais largo e guarda em sua estrutura o Centro de Interpretação do meio ambiente, da história e da cidade. Um pequeno museu.

Este museu é identificado pela janela central, em ambos lados da ponte. Há referência que no passado foi prisão e chegou a ser usado como alojamento. 
Olhando para baixo, podemos ver o rio Guadalevín, responsável pela formação do desfiladeiro. Não parece grande coisa, apenas um filete de água. É, mas foi a água deste rio que, ao longo dos anos, formou a fenda. 
A verdade é que, em um passado distante, este rio era navegável por grandes embarcações a remo. Porém, pelos desvios constantes de suas águas para atividades agrícolas e uso doméstico, hoje é apenas um filete d'água. 
Acredito que na época das chuvas fique mais cheio. Fomos informados que, em certos momentos, chega a formar uma cachoeira. Não vimos, talvez estivesse seco para tanto.
Do Mirador de Aldehuela, você consegue uma boa visualização dos Jardins e Mirador De Cuenca (à esquerda), da Puente Viejo (no centro) e da Casa del Rey Moro (à direita).
A Casa del Rey Moro, é um palacete que possui uma mina d'água que vai até o rio Guadalevín. Apesar do nome, a construção ocorreu séculos depois da expulsão dos mouros da região. Foi edificada no século XVIII. Seus jardins, em estilo mouro, foram projetados pelo paisagista francês Jean Claude Forestier, em 1912. A mina d'água é do tempo mouro.
Atualmente, é um museu e cobra ingresso para visitação, com direito a descer até a mina. Não fomos.
Ao longe, a vista panorâmica do Vale Guadiaro, cercado por montanhas.
Os Jardins e Mirador De Cuenca, construído nas bordas do desfiladeiro, funcionam como mirante e local para descanso e relaxamento. São vários pequenos mirantes interligados, em níveis diferentes, de maneira a aproveitar as paredes e platô do próprio desfiladeiro. 
O nome, Jardins de Cuenca, é uma homenagem de Ronda à cidade-irmã Cuenca. Cidade espanhola que também foi edificada no alto de um precipício. 
Destes mirantes, você tem uma vista frontal de um dos lados da Puente Nueva, que não vemos nesta foto. E, no sentido contrário, do vale com as plantações de oliveiras e videiras. Não estivemos neste local, vimos apenas ao longe.
A ponte que aparece na foto é a Puente Viejo. Menor e não tão imponente como a Puente Nueva, foi edificada em 1616. Atualmente, só permite tráfego de pedestres.
Puente Viejo;
A terceira ponte de Ronda, a Puente Árabe ou Puente Romano ou Puente de San Miguel, não pode ser vista deste ponto. Não a visitamos, mas achei necessário mencioná-la pelo seu alto valor histórico e cultural.
É a mais antiga das três pontes e foi construída pelos mouros aproveitando as ruínas de uma ponte romana. Com a reconquista cristã foi rebatizada. 
Ela fica depois da Puente Viejo, esta identificada na foto abaixo. 
Que tal circular pelas ruas e ruelas sinuosas do centro histórico de Ronda? No caminho se deixe perder entre achados únicos que a cidade oferece aos visitantes.
É neste ponto da cidade que fica a maioria dos prédios históricos, palacetes, museus, igrejas e conventos.
Em uma larga parede externa, do lado sul do Convento de Santo Domingo (atual Palácio de Congressos), na Calle Armiñán, fica um inusitado mural. É impossível não reparar no imenso mural feito de azulejos coloridos. Trata-se de uma composição criada como homenagem da cidade aos Viajeros Romanticos (viajantes românticos).
No centro, uma pintura do El Tajo com Ronda em seu platô. Esta paisagem central é rodeada por azulejos com citações de vários viajantes do século XVII, a respeito de sua passagem pela cidade.
A visão romantizada da cidade é devido aos escritores românticos do século XVII, como Hemingway, Washington Irving, Mérimée, Ford e Doré, que por aqui passaram.
Na mesma rua, ficam alguns museus da cidade. Como o Museu de Lara.
Museu particular, alocado na Casa do Palácio do Conde das Conquistas das Ilhas Batanes (Filipinas), criado por Juan Antonio Lara.
No seu interior, tem-se um pouco de tudo. Armas, carruagens, relógios, arqueologia, instrumentos científicos, antigos uniformes, instrumentos musicais, câmeras fotográficas e muito mais. Além de exposição sobre bruxaria e da Santa Inquisição Espanhola. 
Se tiver tempo disponível não deixe de visitá-lo. Com o tempo curto, não o visitamos, apesar de estar aberto.
Continuamos nosso passeio pela Calle Armiñán, até outro museu. O Museu del Bandoleiro. Sim, ronda tem um museu sobre "bandidos", com ênfase no século XV.
Este museu fica logo após outro museu que não registramos, o Museu da Fauna Selvagem, com alguns exemplares de taxidermia.
Do outro lado do Museu del Bandoleiro, fica a "La esquina de la duquesa", que nos levou à Plaza Duquesa de Parcent
Esta praça marca o centro da antiga medina medieval, dos tempos árabes.
Uma ampla, bela e arborizada praça do sítio histórico, com vários prédios públicos importantes, como igrejas, conventos e a prefeitura atual.
Plaza Duquesa de Parcent
Em um dos cantos da praça fica a mais importante igreja local. A Catedral de Santa Maria la Mayor, dedicada à Encarnação. Santa Maria da Encarnação é padroeira da cidade.
Esta igreja foi construída no local da antiga grande mesquita de Aljama, do século XIII, que por sua vez foi construída sobre as ruínas de uma igreja cristã visigótica, que também teria aproveitado um templo romano na sua construção.
A fachada frontal da igreja com varandas é algo curioso. Bem diferente das demais igrejas católicas europeias. Parece uma mistura de igreja com palacete de época. Possui duas varandas (balcões) sustentadas por colunas e capiteis. Serviam aos nobres e autoridades locais durante as festividades, atos públicos e corridas de touros realizados na praça. Uma posição privilegiada para poucos. 
A Torre Sineira da igreja (campanário), em estilo mudéjar, também serve como Torre do Relógio. Foi construída aproveitando o minarete muçulmano da antiga mesquita. A parte octogonal superior da torre, onde ficam os sinos, foi adicionada em 1523, sendo decorada com adereços e pináculos góticos. O topo é finalizado com uma cúpula, também do século XVI, reinado de Felipe II. Sobre a cúpula fica a cruz cristã, em ferro fundido, que não aparece na foto abaixo. Seus sinos tocam em vários momentos do dia.
Contorne a Igreja pela Calle González Campos onde fica uma das laterais da igreja. Observe a opulência, austeridade e rudeza do resto da construção em contraste com sua fachada principal. 
Abaixo, temos uma das portas de acesso da igreja. 
A construção iniciada pelos cristãos em 1485, com a colocação da pedra fundamental, levou quase 200 anos para ser concluída. No percurso da construção, o terremoto de 1580 ocasionou vários danos ao templo retardando seu término.
Continue contornando, passando pela parte posterior da igreja e chegando na outra lateral na Calle San Juan Bosco. Nesta lateral, a configuração da porta de acesso é praticamente igual a anterior.
Na foto abaixo, temos um ângulo da lateral que nos permite uma boa contemplação do alto do campanário. 
A visitação é paga e compensa cada centavo. O ingresso permite visitar o interior, a cripta, o museu de arte sacra e acessar o terraço que circunda a igreja. 
Não entramos, pois estava fechada. Mas, vi fotos do interior e fiquei imensamente encantada. Parte do mibrab (nicho de orações) da antiga mesquita está preservado. Seu interior é uma mistura arquitetônica gótica, renascentista e com vários elementos decorativos barrocos. Eu teria adorado entrar e ter percorrido seu interior. 
Enfim, retornamos ao ponto de partida, em frente da igreja, na praça da Duquesa de Parcent. 
Aqui, podemos observar melhor a galeria da fachada frontal. Uma estrutura que parece "anexada" sem, contudo, pertencer. Mas, pertence. Isto se deve aos arcos, colunas e varandas, que já descrevemos anteriormente, construídos no período do rei Felipe II. Numa época em que igreja e monarquia viviam entrelaçados.
Vamos circundar a praça. 
Após a igreja, fica o Convento De La Caridad ou HH De La Cruz (Irmãs da Cruz), do século XVI, com fachada de tijolos aparentes. Possui igreja de nave única. O prédio já foi eremitério, escola pública, Escola de Artes e Ofícios da Sociedade em Promoção das Indústrias Clássicas, Escola de Artes e Ofícios de Alfonso Trece e Convento das Irmãs da Cruz.
A irmandade das Irmãs da Cruz, é fechada e você não tem contato com as irmãs. Com exceção da "irmã Ângela de la Cruz", eternizada em uma estátua, ao lado da entrada principal do convento. Mas, por uma portinhola, você pode comprar biscoitos e bolos feitos pelas freiras. Receita secular não revelada.
Não é o único convento da praça, há também o Convento de Clarisas de Santa Isabel de los Ángeles, construído no ano de 1540, em local onde ficava a prisão moura de Alcazaba e loja d'água.  
O mural abaixo, fica na parede de uma casa particular que foi anexada ao Convento da Caridade. Datado de 1925 é dedicado a San Rafael. O Marquês de Salvatierra, através de testamento, deixou proventos e orientações para a construção do convento, de acordo com o texto do próprio mosaico.
Do outro lado, próximo à igreja, no edifício com fachada em arco duplo e colunas, fica a Câmara Municipal (Ayuntamiento), a prefeitura de Ronda, ou Edifício do Conselho. 
O prédio do atual Ayuntamiento (Prefeitura) ocupa o antigo Cuartel de Milicias Pronvinciales. Construído em 1734, para ser o 28° regimento do rei Filipe V. Posteriormente, passou a ser prisão militar e, após ser reformado, a atual prefeitura.
O jardim central da praça foi projetado pelo paisagista francês Jean-Laude Nicolas Forestier, no início do século XX. 
Não poderia faltar uma fonte d'água para refrescar. No centro da fonte, em um pedestal, fica o busto da Duquesa de Parcent, que dá nome à praça.
A Duquesa de Parcent foi uma nobre de Málaga, cujo nome de batismo era Trinidad von Scholtz Hermensdorff (1867-1937). Foi uma das primeiras mulheres a ocupar assento no Congresso Espanhol, em 1927. Apreciadora de arte, tinha várias casas em Ronda, cidade que amava, embora não fosse sua residência oficial. Criou a Sociedade Espanhola de Amigos da Arte, na capital. Em Ronda, criou o Ronda Teaching Charity Center ou Centro de Caridade de Ensino, uma Escola de Artes e Ofícios para pessoas carentes, onde além de aperfeiçoarem a língua nacional (espanhol), aprendiam trabalhos de manufaturas e artesanais (tapeçarias, cerâmica, azulejaria, pinturas, esculturas). 
Por conta da festa intitulada "Ronda Romântica", várias tendas foram montadas em diversas praças, entre elas a Plaza Duquesa de Parcent. Uma boa oportunidade para provar pratos e petiscos regionais. 
(Já já, eu irei falar sobre esta data festiva. Tenham um pouco de paciência.)
Aproveitamos e fizemos uma pausa para uma cerveja e vinho, acompanhado por "filetitos", tapas e salsichas. 
Após o lanche, e devidamente informados, seguimos para o nosso próximo ato: a Puerta de Almocábar. Para isto, retornamos à Calle Armiñán. 
No caminho, um muro formado por colunas de pedras e grades de ferro, serve de mirador. De lá avistamos as "Casas blancas", tão características do período mouro e parte da área rural da região.
Desta posição, você avista parte do conjunto de muralhas defensivas formadas pelas Muralhas del CarmenMuralhas de Levante e Muralhas de la Cijara, situadas na parte leste da cidade velha de Ronda. As primeiras muralhas de Ronda foram edificadas pelos primeiros colonos no século VIII, as Muralhas de Levante. Depois, foram reforçadas com a adição das Muralhas de La Cijara, no século XI, na época da Taifa de Ronda. Após a reconquista de Ronda pelos cristãos (1485), as muralhas foram reforçadas por ordem dos reis católicos. Claro, né? Se eles conseguiram tomar a cidade, tinham que garantir que outros não o fizessem.
Estas muralhas parecem se fundir uma à outra. É difícil elucidar qual é qual, principalmente vistas ao longe. 
Se você tiver tempo, saiba que é possível subir nestas muralhas e circular pelos seus adarves, sem custo adicional. O acesso para estas muralhas é pela Calle Goleta.
Estas não são as únicas muralhas da cidade. Atualmente, em Ronda, é possível visitar e identificar trechos de muralhas de vários períodos históricos. Alguns mais conservados do que outros, porém incompletos. Nos dias atuais, não há mais necessidade de envolver e isolar a cidade do mundo. Seus muros remanescentes servem como marco histórico. Muitos dos quais você pode escalar e ter uma visão paisagística única da região. 
Abaixo, deixo um mapa da localização das muralhas da cidade e suas portas de acesso. Mapa adquirido no Google, no site https://www.castillosnet.org/espana. Lá você pode acessar outras informações pertinentes e esclarecer dúvidas.
Segundo este mesmo site, a cidade árabe, era delimitada ao norte pelo desfiladeiro El Tajo, que por si só era uma proteção natural contra invasores. Ao sul, leste e oeste, contavam com as muralhas para sua demarcação fronteiriça e proteção contra ataques.
Muralhas; mapa;
Do outro lado, mais adiante, fica a Iglesia del Espiritu Santo (Igreja do Espírito Santo).
Reparem no muro de proteção da via, uma mistura pedras e grades de ferro fundido. É o muro que mencionei duas fotos atrás. Pelo que eu entendi, este muro faz parte da Muralha del Carmen que começa próximo da igreja do Espírito Santo e vai até a Muralha de la Cijara.
Uma descida íngreme leva até a igreja, mas resolvemos ir pelo alto. O que não nos impediu meu marido de pedir informações. As ruas de Ronda são bem sinuosas, o que pode confundir e te levar para outras paradas. Neste caso, faça como os antigos, pergunte e se oriente pelo sol. Ou acione o GPS do celular, se tiver internet. Tempos modernos em ruas tão, tão antigas.
A fachada desta igreja é rústica e simples. Mas, tem o seu charme e imponência. Iremos explorá-la em outro momento. Por enquanto, segure a curiosidade.
Em alguma curva, próximo à igreja do Espírito Santo, a Calle Armiñán passa a ser Calle Cuesta de las Imágenes. Esta nova via contorna as ruínas da antiga Alcazaba de Ronda, mais conhecida como Castillo del Laurel (Laurus). Era a principal fortaleza da Cidade dos Sonhos, uma fortaleza de origem romana datada do ano 132 a.C., que foi reconstruída pelos mouros Nasrids, no ano 713 d.C. Parcialmente destruído durante a retomada da cidade pelos cristãos em 1485. Na Guerra da Independência, o castelo sofreu novo abalo provocado pelas tropas napoleônicas, em 1812. 
Lembram do castelo mencionado no "Breve resumo sobre Ronda"? Está no início da postagem. Este é o castelo, ou o que restou do mesmo. Suas ruínas foram declaradas, em 1985, Patrimônio Histórico Cultural Espanhol.
Após a reconquista cristã (1485), sua estrutura ficou avariada. É provável que sua estrutura tenha sofrido com o grande terremoto de 1580, ocorrido na região.
Mas, conseguiu sobreviver até o século XIX, quando as tropas napoleônicas dinamitaram várias estruturas defensivas da cidade, inclusive o Castillo del Laurel. Isto em 1812. Abandonado seu estado de deterioração foi agravado. 
Em 1895 foi demolido, ficando apenas suas paredes de sustentação e parte de suas muralhas, que podem ser acessadas pela escadaria parcialmente visível na foto anterior. Em seu lugar foi edificado o Colégio Salesiano ou Colégio El Castillo. Atualmente, em ruínas, segundo nos disseram.
No entorno das ruínas de la Alcazaba (o El Castillo), um pequeno e bem cuidado jardim gramado e arborizado.
Continuando na Calle Cuesta de las Imágenes, em uma curva após o jardim externo da muralha do Castillo, mais um ponto de observação. 
Agora é só continuar descendo até a Muralha e Portão de Almocábar que está bem perto. Não tem como errar. 
A Muralha de Almocábar conserva a sua imponência e não passa despercebida. Durante o domínio árabe, era a entrada principal para a cidade medieval. Por estar voltada para a África e Gibraltar, controlava as saídas e chegadas por mar.
A Muralha e a Puerta de Almocábar foram construídas no século XIII, pelos árabes, com o intuito de proteger o lado sul da cidade. Neste local ficava o bairro Alto, hoje conhecido como Bairro do Espírito Santo, por conta da igreja com o mesmo nome.
Seu nome deriva do antigo cemitério árabe que existia do lado de fora das muralhas, denominado por al-maqabir.
👉 Eu, me afastei para tirar uma foto do conjunto formato pela muralha e Igreja do Espírito Santo. Tive sorte, praticamente não estava passando carros no momento. Mas, atenção turistas. Tem uma rotatória nesta área, e o trânsito pode surpreender. A rotatória faz o cruzamento da Calle Imágenes, Calle de los Torrejones, Calle de Marbella na Plaza Ruedo Alameda. 
A Puerta de Almocábar, em arco duplo, é ladeada por duas torres defensivas em formato semicircular. Nos tempos árabes, era a única porta nesta muralha e possuía uma porta de ferro que era fechada em caso de necessidade. 
Reparem na primeira torre da porta árabe. Se você olhar com atenção, verá estruturas esféricas em formação de cruz. São bolas de canhão em pedra, usadas pela artilharia espanhola na reconquista cristã de Ronda (1485).
No período monárquico de Carlos V, foi aberta uma segunda porta nesta muralha, em estilo renascentista. Acima da portada, fica o brasão de Carlos V. É a porta que vemos no canto esquerdo da foto abaixo.
Atravessando um dos portões da muralha, você acessa uma pequenina praça, a Plazuela Arquitecto Francisco Pons Sorolla, no bairro Alto, atual bairro do Espírito Santo. Uma praça cheia de bares, restaurantes e cafeterias. 
Lembram da igreja do Espírito Santo? A igreja, o Arrabal Alto (subúrbio alto) e as muralhas de Almocábar formam um conjunto histórico de interesse cultural bem interessante. Merece uma visita detalhada.
Abaixo, vemos uma das laterais da igreja. Estrutura imponente, incrustada em rochas naturais. É como se a igreja brotasse do chão.
A foto abaixo, foi acidental. Gostei do resultado e resolvi postar. 😂😁
Uma escadaria nos leva ao adarve da muralha e de lá ao terraço das torres. Do alto, você pode apreciar a vista no entorno. O passeio pela muralha é gratuito. Estranhei que praticamente não havia turistas no local. Achei a estrutura bem segura. Mas, não classificaria como acessível. Se você tiver dificuldades de locomoção e mobilidade, o acesso é impraticável. 
O piso é composto por pedras rústicas, argamassa de cimento e areia. O muro recebe o mesmo material. Uma grade de ferro, garante a segurança dos turistas.
Do alto das torres, você consegue lindos ângulos de vistas. Como da própria muralha, casarios ao redor, igreja e do vale ao fundo.
Não deixe de olhar em todas as direções. Abaixo, temos o caminho que fizemos, rente às 
ruínas de la Alcazaba ou Castillo de Laurel, no alto do qual está o Colégio Salesiano. 
Ver acima dos telhados das casas brancas do bairro São Francisco é imperdível. Uma vista maravilhosa e o dia estava especial. Vejam que céu lindo. 
Após alguns minutos de contemplação, descemos e resolvemos contornar a igreja até a sua entrada. Fomos informados que estava aberta. Eu não resisto a uma porta aberta. E lá fomos nós.  
A igreja do Espírito Santo é da época da reconquista cristã, em estilo gótico-renascentista. Do mesmo período da Igreja 
Santa Maria la Mayor, século XV. Mas, só foi finalizada em 1505. 
Sua construção se deu sobre as ruínas da torre defensiva Almohad, de formato octogonal e de uma mesquita, destruídas pelas tropas cristãs na reconquista da cidade.
Externamente, lembra uma austera fortaleza medieval. 
O interior da igreja me surpreendeu. Embora pequena, com uma única nave, a sensação é de grandeza. Talvez pela altura ou pelas paredes em tons claros. 
Sua nave possui 30 metros de comprimento por 9 metros de largura. Nem é tão larga como muitas igrejas medievais. Mas, com certeza vale ser visitada.
Cobra taxa de visitação: 1 euro em maio de 2019.
Na Capela-mor, o belíssimo e trabalhado Altar-Mor com um retábulo em estilo rococó. Puro barroco.
No centro do retábulo uma singela pintura em madeira da Virgem de la Antigua, em estilo bizantino. No alto, outra tela retrata a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos.
Acima do retábulo podemos visualizar três escudos esculpidos na pedra. Dois são do Bispo Bernardo de Manrique, bispo a frente da construção da igreja. E, o outro é o escudo imperial austríaco.
Retábulo e altar na parede lateral direita da Capela-Mor.
Retábulo e altar na parede lateral esquerda da Capela-Mor. 
Púlpito em madeira entalhada, em dos pilares que sustentam o grandioso arco que leva à capela-mor.
Capela colateral esquerda. A escultura do Cristo morto, costuma sair pelas ruas de Ronda, durante a procissão da Semana Santa. 
Capela colateral direita, onde fica a Pia Batismal.
Portada da fachada principal vista por dentro. No alto, fica o coro da igreja.
Na área do coro, fica uma janela com um lindo trabalho em vitral colorido.
Em uma das paredes laterais da nave única, uma imensa tela atrai os olhares. Nela podemos observar Maria Madalena lavando os pés de Jesus.  
Na parede contrária ao quadro acima, uma portada de pedra, com porta em ferro, nos conduz ao pequeno museu sacro da igreja. Seria a antiga sacristia? Estava aberto e entramos.
Em uma das paredes podemos observar nichos protegidos por vidro, onde ficam expostos vários objetos sacros. Cálices, crucifixos, candelabros, entre outros.
Neste pequeno museu sacro, observe a interessante maquete do conjunto histórico em que a igreja está inserida.
Esta maquete fica sobre uma mesa central, o que permite a visualização do conjunto de vários ângulos. 
O Arraial Alto (bairro Alto) existente desde o período árabe, hoje é nominado por Barrio del Espíritu Santo (Bairro do Espírito Santo). As casinhas brancas, típicas dos pueblos blancos espanhóis, são encontradas em praticamente toda área histórica da cidade. Entretanto, Ronda não faz parte da rota de los Pueblos Blancos Espanhóis.  
Próximo da saída da igreja, um local de oração e devoção. O Cristo Crucificado. 
Mas, antes de sair não deixe de subir a escada caracol que leva ao alto da torre com vista panorâmica da região. 
Um antigo sino é mantido no terraço da torre da igreja, como peça de museu. 
No alto da torre sineira, não deixe de identificar alguns pontos já vistos. Como as ruínas de Alcazaba ou Castillo del Laurel. Conseguimos uma boa visão do Colégio Salesiano construído no lugar do antigo castelo. Desta distância, o colégio não parece em ruínas, como nos informaram. 
Passamos ao lado daquelas paredes que ainda hoje sustentam toda estrutura acima.
Ainda no alto da torre, um novo ângulo de visão. Aqui podemos ver as muralhas, adarve e torres de Almocábar pelo lado interno. Subimos nestas mesmas muralhas. Do lado de fora da cidadela está o bairro São Francisco. Ao fundo o vale e as serras da região.
Daqui, resolvemos descer a encosta do desfiladeiro até a parte mais baixa do vale. Para tanto, retornamos pela Calle Espíruto Santo (rua Espírito Santo) até a Puerta Almobácar.
Nesta rua, eu não resisti à tentação de registrar a entrada de uma das casas. Reparem que a porta externa, leva a um pequeno hall de entrada, que por sua vez conduz à porta principal da casa. No período medieval este tipo de construção era muito comum. Preservava a intimidade da família de olhares indiscretos e maliciosos. 
Antes, uma pequena menção ao Bairro São Francisco. Expansão da cidade no período medieval e que ocupava o lado externo das muralhas em uma área onde teria sido o cemitério árabe (al-maqabir). No passado, era ocupada por comerciantes que optaram por realizar suas atividades fora dos muros, para não pagarem os tributos comerciais cobrados no interior da cidadela. Além dos comerciantes, a área foi ocupada por mouros expulsos da cidade após a rebelião de 1568, por servos dos cavaleiros de Ronda e por padres franciscanos que mendigavam e pregavam a fé nos portões. Por conta destes últimos, a área passou a ser conhecida como Bairro São Francisco.
Neste bairro, defronte às muralhas, fica a Plaza Ruedo Alameda. Uma praça arborizada, com bancos para descanso. No centro da fonte da praça, fica a estátua de São Francisco.
A partir da rotatória em frente das muralhas Almocábar. Seguimos pela Calle Prado Nuevo até chegar, repentinamente em uma discreta bifurcação. Não mude de estrada, continue na mesma direção. A partir deste ponto, você está na antiga Carretera de los Molinos (estrada dos moinhos). 
Você percebe que está na estrada dos moinhos, quando o asfalto é substituído por um caminho rústico de pedras, não se assuste. A vegetação também muda. Mais selvagem, com algumas plantações aqui e acolá. Vez ou outra, uma construção rural ou apenas um telhado vermelho apontando acima dos arbustos.
Desça a encosta pela trilha, estamos começando a melhor parte de nossa aventura em Ronda. Pelo caminho algumas placas informam a direção, então ..., siga em frente. No mais, confie no seu censo de direção e fique atento aos outros turistas. Se não quiser arriscar, você pode contratar um guia. 
Dica: existem outros acessos para descer a encosta de Ronda. Escolhemos este trajeto porque queríamos visitar a Porta de Almocábar. Mas, em todos caminhos, só é possível descer a pé. Então esteja preparado para caminhar. 
Continue seguindo esta estrada até avistar a estrutura de pedra em forma de cone, abaixo. Não, você não chegou ao destino final. A imensa estrutura em forma de cone é conhecida como La picha del moro (o pau do mouro).
Você olha o caminho a frente, praticamente deserto e começa a pensar que está perdido. Aí encontra um turista perdido, que poderia ser tão alesado como nós e não saber onde está indo. Mas, ele insiste que o caminho está correto. "Continue em frente, vocês estão perto", ele diz. 
Picha del Moro;
Não vamos perder as esperanças. Falta pouco.  Esta não é a hora para desanimar. Tome um gole d'água e siga um bocadinho mais. Você trouxe água, né?
Aproveite e observe melhor a formação natural, que leva à Puerta del Viento, através de uma estreita trilha de pedregulhos. Esta trilha é marcada por uma placa e fica, aproximadamente, 11 minutos de caminhada a partir da rotunda da Puerta de Almocábar. 
Picha del Moro;
Optamos em ver a Puerta del Viento, no retorno do passeio.
Então, nós continuamos nossa caminhada e eis que somos recompensados. O desfiladeiro desponta lá longe. kkkkkkkk. 
Sim, ainda está um pouco longe, mas estamos no caminho certo.
Picha del Moro;
Ops! Pare, respire e observe à frente. Você já consegue ver, parcialmente, o ponto final de sua aventura. Afaste-se um pouco se for preciso. Observe o horizonte à frente. É o desfiladeiro de Ronda, do lado da cidade nova.
Faltam alguns metros, mas está mais perto do que no início da caminhada. Então, persista. Respire fundo, tome outro gole d'água e continue.
Picha del Moro; Desfiladeiro del Tajo
Uau! Que vista! Um escândalo!
Lá do alto, você não consegue ver todo o conjunto. Isto só é possível descendo até a parte mais baixa do precipício. 
Diz aí, descer até a parte mais baixa do desfiladeiro, valeu ou não? Nem vou me dar ao trabalho de responder. É só olhar a foto abaixo, ela fala por si. 
Neste momento, você se esquece das dúvidas e temores durante o caminho.
A parte visualizada, na foto abaixo, corresponde à cidade nova, o El Mercadillo. As falésias ocidentais de Ronda. 
O grande paredão de rocha do desfiladeiro, com mais de 100 metros de altura, é pura obra de arte da natureza, sem intervenção humana. Toda ação do homem, ocorre sobre o platô do desfiladeiro, cuja dimensão temos noção daqui de baixo.
Colossal! Fascinante! Deslumbrante! 
Estas paredes foram esculpidas naturalmente ao longo de milênios de anos. 
Gente, a descida é cansativa, mas é totalmente recompensada com a paisagem. Vale o esforço. Existem várias trilhas e caminhos que levam para baixo, escolha a que melhor lhe seja conveniente.
👉Leve água, protetor solar, sapato próprio para caminhada, roupa adequada ao clima, pequeno lanche, sacolinha para recolher o seu próprio lixo, celular, máquina fotográfica, carregador portátil de bateria.
Lembrando que as trilhas são rústicas, não importa qual você resolva seguir. Então, se você possui alguma limitação física, temporária ou permanente, aconselho a não descer. 
Também não recomendo a descida em época de chuvas. Dependendo do ponto de descida, alguns trechos são bem íngremes. Mesmo que parte do caminho tenha sido remodelado, não possui mureta de proteção e o calçamento de pedra pode ficar bem escorregadio se molhado.
A extremidade direita do desfiladeiro é conhecida como Asa de la Caldera (Punho da caldeira). Parece um grande bloco de pedra calcária que se apoia no desfiladeiro. Esta formação é resultado da erosão ao longo dos anos de material geológico mais suave e macio. 
Seguindo pela estrada dos moinhos, você chega em uma larga clareira. A estrada continua, mas nós iremos ficar neste ponto.
A clareira é conhecida como Mirador La Hoya del Tajo, uma imensa depressão ao sopé do desfiladeiro del Tajo. Daqui você consegue magníficas vistas do desfiladeiro El Tajo. 
No local, uma imensa placa elucida sobre o desfiladeiro. 
Mirante La Hoya del Tajo;
Abaixo, um detalhe da placa, para melhor compreensão do que podemos ver a partir deste ponto.
O caminho até este ponto não é "difícil". É, apenas, longo, sinuoso e irregular. Complicado se você tiver limite de mobilidade, cadeira de rodas ou estiver com carrinho de bebê e crianças pequenas. Escolha um sapato confortável, sem saltos. De preferência com solado antiderrapante. 
A área conhecida como "La Hoya del Tajo" é uma imensa depressão circular quase plana. Daqui podemos ver o desfiladeiro do tajo e sua garganta em sua dimensão. 
No passado, os árabes usavam esta área para cultivo. Por ser plana e às margens do rio, que na época era mais caudaloso, era propícia às atividades agrícolas. Nesta mesma época, muitos moinhos para moagem de grãos foram edificados, formando a rota dos moinhos. Dos moinhos só restam ruínas.  
Outras placas contam um pouco sobre a ravina, sua flora e fauna. Se você tiver paciência, disposição e binóculos poderá avistar algumas aves típicas da região. Ou, aprofunde seus conhecimentos lendo as informações das placas. É mais rápido e efetivo. 
Nós não conseguimos avistar nenhuma ave. Mas, acredito que o trânsito de turistas, a maioria curiosos e sem treinamento para este tipo de atividade, contribua para espantar as aves. 
De longe, você consegue perceber a divisão do desfiladeiro causada pelo rio Guadalevín, onde fica a Garganta del Tajo. Na extensão da garganta, o desfiladeiro segue em duas direções. No lado esquerdo da foto, fica a cidade nova (El Mercadillo) localizada em seu platô. Do lado direito da ponte, fica a cidade velha (El Ciudad) também construída no alto.
Estes penhascos estão voltados para o Valle de los Molinos (Vale dos Moinhos).
Na mesma foto é possível visualizar algumas construções no platô dos desfiladeiros. No centro, na garganta do Tajo, temos a Puente Nuevo. À direita, o Hotel Parador de Ronda e o Mirador de Ronda. E, à esquerda, ficam várias construções brancas do sítio histórico da cidade.
Alguns caminhos e trilhas rústicas, de terra, permitem a aproximação com segurança.
Na garganta del Tajo, a Puente Nuevo une as duas partes separadas pelo rio. Uma das poucas ações drásticas do homem no desfiladeiro, embora necessária. 
No mais, a cidade se adaptou ao que a natureza oferecia. As construções na beira do desfiladeiro, seguem o seu contorno natural. Fato que confere um ar de "empoleiramento". A sensação é que irão desabar ao menor movimento de terra ou balanço do vento. Mas, não deslizam, não caem, não desmoronam, não desabam. 
Saber que muitas das construções são dos tempos mouros, nos faz pensar na capacidade de engenharia e arquitetura dos povos antigos. É evidente que tal proeza impõe supervisão e manutenção contínua de tempos em tempos. 
 
Para acessar a garganta El Tajo, propriamente dita, é preciso cuidado e orientação. Há muita vegetação e pedregulhos soltos. Os mais aventureiros arriscam descer até o leito do rio Guadalquivin, seguindo até a parte inferior da ponte.   
Vejam, na foto seguinte, como a rota sob a ponte é praticamente inexistente. É formada pelo leito do rio e suas margens irregulares com pedras soltas e vegetação selvagem.
Meu conselho é que você veja o cenário à certa distância. Use as trilhas existentes e evite sair delas. A não ser que você seja praticante de caminhadas e trilhas. A decisão e responsabilidade é de cada um. 
Ver a estrutura da ponte nova, de baixo para cima, é impactante. Este é um ângulo que você sente a grandeza da garganta El Tajo e a insistência e perseverança do homem em desbravar e conviver com o inóspito. 
Eu não creio que, uma foto debaixo da ponte, vale uma torção no pé. Assim pensando, não me arrisquei.
O paredão rochoso do desfiladeiro, a vegetação no entorno, o caminho do rio que corta a garganta do abismo, as construções no alto do platô, ..., formam um impressionante conjunto. Este é o retrato que representa a cidade de Ronda.
Pela trilha abaixo, você chega a um ponto de observação com boa visão da Puente Nuevo. 
Dependendo da época do ano e do fluxo de água do rio, é possível ver algumas cachoeiras. Fiquei frustrada, não consegui ver nenhuma. Ou não me posicionei adequadamente, ou não é o período adequado para tanto. Acho que o mais provável é que optei em não me arriscar tanto.
Na foto abaixo, no alto e à esquerda, temos o Hotel Parador de Ronda, no bairro El Mercadillo (área nova da cidade). À direita, temos as construções no bairro El Ciudad (área velha da cidade). No centro, a Puente Nuevo, ligando os dois bairros.
A foto seguinte, consegui da trilha que vocês viram duas fotos antes.
Na próxima foto, podemos identificar parte da Muralha de la Albacara, abaixo das bordas do penhasco do lado antigo, à direita, e próximo à garganta do desfiladeiro. Esta muralha, foi construída para proteger os moinhos de vento das casas de moagem de trigo, dos tempos árabes. Estes moinhos foram construídos ao redor do desfiladeiro, sob a cidade erguida no alto. O trigo era plantado no vale. 
Seguindo a trilha estreita de terra em que estávamos, pode-se chegar à muralha.
Olhe com atenção, e você poderá ver uma mancha escura na parede da muralha. Embora não seja a porta propriamente dita, esta mancha é uma passagem pelo muro. Ao passar pela passagem, você acessa o Arco del Cristo. Arco del Cristo ou Puerta de los Molinos, é uma porta em ferradura, que pertencia à Muralha de la Albacara. Naturalmente, que o nome Arco del Cristo, passou a ser usado após a retomada cristã da região (1485). Não consegui descobrir o nome árabe da porta, provavelmente devia ser Puerta de la Albacara. Os árabes eram bem diretos e objetivos nas escolhas de nomes.
Hoje, os moinhos e a porta são meras ruínas, estando a porta desmembrada da muralha por ação dos tempos. Valem apreciação pelo valor histórico. Não fomos até lá, mas deixo a dica para os jovens aventureiros.
Depois, de apreciarmos a paisagem, começamos o nosso retorno à civilização. Aos poucos vamos deixando o desfiladeiro para trás. 
Retornamos pelo mesmo caminho que percorremos anteriormente, até a Picha del Moro. Esta estranha escultura natural é um monólito pedregoso coberto por fósseis marinhos. 
Picha del Moro;
Na base do cone, uma pequena construção em pedra, pode passar despercebida. Observe as duas fotos a seguir. Eu marquei com uma seta vermelha. É a Puerta del Viento ou Puerta del Aire
Picha del Moro;
A Puerta del Viento é uma das duas portas que marcam a Muralha de la Alcabara. A outra é a Puerta del Cristo, que mencionei anteriormente, mas que não vimos.
Picha del Moro;
Vamos contornar esta escultura natural, até chegar ao início da subida para a Puerta del Viento. Fique atento ao caminho e placas.
Picha del Moro;
A trilha que iremos seguir é esta que aparece na foto abaixo. Para isto, você tem que retornar um pouco mais, até a bifurcação de acesso para a mesma.
Picha del Moro;
Na subida você já consegue visualizar a Puerta del Viento (Porta do Vento), um dos portões mouros da Muralha de Albacara, construídos no século XIII. 
Puerta del Viento;
Passando pela Puerta del Viento, do outro lado da mesma, uma escadaria de pedra e sem corrimão conduz ao alto da porta. De lá você terá uma linda vista do vale.
Continuando a trilha você chega ao Mirador del Viento.
A partir do Mirador del Viento, o caminho é bifurcado.
A trilha da esquerda, leva para baixo, até a Puerta del Molino. Nova oportunidade de ir até lá. São apenas alguns metros. Mas, você terá que retornar para voltar à cidade.
E, a trilha da direita, calçada com pedras, leva para o alto, terminando na Plaza María Auxiliadora. É uma trilha sinuosa e íngreme, com trechos com degraus profundos e de baixa altura. Esta escadaria, recentemente construída, torna a subida mais confortável.
Daqui, começamos a subir a encosta até a cidade. Para isto, você tem que escolher o caminho que melhor lhe convêm.
Você pode optar por uma das bifurcações no Mirante del Viento.
Ou retornar pelo caminho inicial, até a muralha de Almocábar, um caminho já conhecido. Mas, esta opção só vale se você tiver algo que interessa do lado de lá. Consulte o seu mapa turístico para decidir o melhor caminho.
👉🏽 Eu recomendo seguir pelo caminho que leva à Plaza Maria Auxiliadora. Irá cortar caminho e economizar bons minutos de caminhada. Suba sem pressa, deixe-se encantar pelas belas paisagens. É um pouco cansativo, mas tem várias curvas que permitem uma parada para apreciação da vista e momento de descanso. 
Dica: Se você não tem interesse de visitar a Puerta Almocábar ou se já a visitou em outro momento, este é um dos caminhos alternativos que levam à Puerta del Viento, Puerta de los Molinos e de lá até o vale do desfiladeiro. É só seguir a orientação da placa abaixo e fazer o percurso ao contrário. Ao invés de subir, desça.
A Plaza María Auxiliadora, é relativamente pequena, mas simpática. Com canteiros de jardinagem e uma fonte central. No entorno, alguns restaurantes e cafés.
Nesta praça, há outro mirante em forma de sacada, com vistas para o precipício. A vista, embora linda, não se compara às que vimos lá de baixo. Não se tem uma visão completa do desfiladeiro. Mas, dá para ver bem o vale e serraria no entorno.
Mesmo assim, tem o seu impacto pela dimensão que alcança. Olhe a foto abaixo e tire suas conclusões.
Da praça, seguindo pela Calle Tenório, você irá sair na Calle Armiñán, na altura do mural em homenagem aos Viajantes Românticos. De lá até a Puente Nuevo é um pequeno pulo.
👉🏽 Na rua Tenório, não deixe de visitar a La Casa del Dulce, confeitaria e sorveteria. Afinal, depois de descer e subir a encosta de Ronda, você merece uma compensação, além de repor as energias gastas. 😋😋😋 
Plaza del Socorro:
Passamos pela Puente Nueva, Plaza España e seguimos pela carrera Espinel até a Plaza del Socorro, que estava com obras no seu entorno.
Nesta bela praça, fica a Igreja da Paróquia de Nossa Senhora do Socorro. Esta igreja possui uma linda e imponente fachada frontal ladeada por duas torres sineiras. Construída em 1956, em estilo neobarroco, no lugar de uma antiga igreja incendiada em 1936. O arquiteto responsável foi Enrique Atencia.
Lembra muito as igrejas barrocas do período colonial do Brasil. 
Não cobra entrada para visitação.
Retornamos ao hotel para um banho, breve repouso e recarregar os celulares. Você se empolga nas fotografias e de repente fica com a bateria do celular perto de morrer. Apesar de possuir bateria extra, eu tive o descuido de deixá-la no hotel. Lamentável. 😪
Plaza del Socorro;
Plaza del Teniente Arce e Plaza de Toros:
Depois do nosso merecido descanso, resolvemos desbravar a cidade nova, El Mercadillo. Seguimos para a Plaza de Toros (Praça dos touros). Foi só seguir do nosso hotel pela Carrera Espinel até o seu final. Basicamente, repetimos o início de nossa jornada no começo do dia.
Em um grande canteiro na Plaza del Teniente Arce, fica o Monumento ao Touro. Uma escultura em bronze de 2005, que homenageia este importante personagem da cultura espanhola, o touro. Obra do escultor Nacho Martín.
A dita Plaza de Toros, não é uma praça. Mas, a imensa construção em alvenaria branca, que vemos à direita na foto abaixo. Prédio de dois andares, com capacidade para 5.000 espectadores, construído em 1785, pelo arquiteto José Martin de Aldehuela, o mesmo da Puente NuevoPropriedade da "Real Maestranza de Caballería de Ronda" (sociedade de cavaleiros para a promoção da equitação, criada nas antigas escolas do manejo das artes bélicas a cavalo). Em outras palavras, é uma arena de touradas.
Museu Taurino; Plaza do Toros
As corridas de touros e as touradas representam uma grande paixão secular espanhola. Faz parte de sua história e cultura. Um esporte controverso, cuja prática está proibida na maior parte do território espanhol. Mas, ainda ocorrem, anualmente, em algumas cidades do sul da Espanha. Ronda, considerada a cidade-berço das touradas da região de Andaluzia, é uma delas.
Impossível visitar Ronda e não conhecer esta famosa praça do século XVIII, nem que seja apenas pelo lado externo. Pessoalmente, não entendo um show ou esporte onde o objetivo é uma das partes ser ferida ou morta. Lembrando que o touro, ao contrário do toureiro, não pode decidir se vai ou não participar. Esta escolha não lhe cabe por ser irracional. Ah, mas não é meu objetivo criticar ou julgar quem defende o evento. Sei que é histórico. Mas, a história está cheia de atrocidades praticadas pela humanidade. Isto significa que podemos eternizá-las, por questões históricas?
As touradas atuais são denominadas de Tourada Goyesca, desde 1954. No evento, os toureiros se vestem com trajes ricamente bordados em homenagem aos trabalhos do pintor espanhol Francisco de Goya (1746-1828), daí o nome “goyesca”. 
Atualmente, só ocorre uma tourada ao ano. Normalmente, em setembro. Se for de seu interesse é bom pesquisar antes de viajar.
Ao lado da entrada principal da Plaza do toros, a Puerta del Picaderofica a estátua de Cayetano Ordoñez Aguilera (1904-1961). Toureiro conhecido como o Niño de la Palma
Do outro lado da Puerta del Picadero, temos outra escultura. Trata-se de Antonio Ordoñez Araujo (1932-1998), filho do Niño de la Palma, também toureiro. 
Ambas esculturas foram instaladas em 1996.   
No interior do prédio fica o Museu Taurino. Ok, conhecer a história, tudo bem. Não entramos neste museu, mas já visitamos outros do gênero. Não sou do tipo radical e extremista. Fotos, roupas, objetos. Apenas história, sem ação. Beleza. Afinal, tudo é cultura e história, de uma forma ou outra. 
Ronda Romántica
A cidade estava em clima de festa. Ronda Romántica é uma festa folclórica típica da região, envolvendo várias cidades e vilas. Estavam representados o Valle del Genal, Valle del Guadiaro, Valle del Guadalteba, Sierra de la Nieves, Sierra de Cádiz, Sierra de Sevilla, Meseta de Ronda e seus respectivos povos e vilas.
Ronda Romántica;
Sempre no mês de maio ocorre a festa da Ronda Romántica, com a recriação histórica da Real Feria de Mayo (Real Feira de Maio).
Apesar da presença de alguns cavalos e carruagens no desfile, os espetáculos equestres estavam previstos para os dias 18 e 19 de maio. Dias em que não estaríamos na cidade. 
No ano de 2019, a festa ocorreu entre os dias 17 a 19 de maio. Chegamos na cidade no dia 17, bem na abertura das festividades, com um desfile de época.
Este desfile é intitulado como Pasacalles Románticos (Paradas Românticas).
O percurso iniciado no Bairro São Francisco, terminava na Plaza de la Merced. Vejam no mapa abaixo.
Como estávamos na Plaza dos Toros, nós nos posicionamos na Plaza España. Próximo da Puente Nuevo. Impressionante a quantidade de pessoas, turistas e moradores, reunidas em uma praça tão pequena.  
Amei o clima descontraído e alegre. As vestimentas de época, os cavalos e seus cavalheiros, as damas, o colorido, ...
Várias localidades que, no passado, tinham comércio com Ronda estavam representadas.
Alguns participantes levaram a caracterização ao pé da letra. Como o "aguador" abaixo. Em um passado bem distante, quando a água não chegava em cada residência, o aguador era uma figura sempre presente. Montado em uma mula, ele vendia água coletadas em fontes para saciar a sede de transeuntes ou para uso nas atividades diárias de uma casa. Atualmente, esta função é lembrada no folclore da cidade.
Cada localidade era acompanhada por sua própria banda.
Quando organizamos nossa viagem não sabíamos da festa. 
Foi uma deliciosa surpresa. Eu simplesmente amei. 
Ao final do cortejo, seguimos pela Calle Virgem de la Paz, em direção à Plaza de la Merced (Praça da Misericóridia), ponto final do desfile. 
Nesta praça fica o Convento e Iglesia de Nuestra Señora de la Merced (Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia), do século XVI. Muitos turistas e participantes do desfile, difícil circular e tirar fotos.
Mas, esta praça fica nas proximidades do verdejante Parque Alameda del Tajo (antiga Alameda de San Carlo), conhecido como a avenida das árvores. Uma ampla praça com vários canteiros, fontes, caminhos e bancos. Situado na periferia do platô do desfiladeiro Tajo, possui 
mirador com uma ampla vista do vale, o mirador de Abalconado. Não dá pra ver a Puente Nuevo. Porém, é um bonito ponto turístico a ser visitado em Ronda. 
Da Alameda del Tajo, seguimos pela Paseo de Blas Infante e chegamos na área detrás da Plaza de Toros. Blas Infante Pérez Vargas (1885-1936) foi um importante político, escritor e historiador espanhol.
O Passeio termina em praça arborizada e bem cuidada que mantem o nome e é dividido em quatro grandes jardins interligados por passarelas.
Nesta mesma praça, existem homenagens a outros ilustres personagens nem sempre espanhóis. Como é o caso de Ernest Miller Hemingway (1899-1961), escritor norte-americano que teria sido correspondente de guerra durante a Guerra Civil Espanhola. Atividade que o teria inspirado a escrever o famoso livro "Por quem os sinos dobram". 
Um dos jardins do Paseo, denominado por Glorieta Miki Haruta, é dedicado ao pintor de aquarelas, Miki Haruta. Japonês que se estabeleceu na cidade até o dia de sua morte, em 1995. Uma placa comemorativa de 2003 (autor desconhecido), marca o lugar do sepultamento do pintor. Sim, o túmulo do artista, fica neste pequeno canteiro.
No final do passeio Blas Infante, temos mais um mirante. O Mirador de Ronda com belíssimas vistas.
Em cada um dos diversos mirantes de Ronda, você consegue fotos fantásticas e únicas, de diferentes ângulos da região e do desfiladeiro. Uma recordação para sempre da cidade e seus encantos. 
Daqui o desfiladeiro se derrama sobre um amplo vale.
O vale lá embaixo, com os campos de plantio a perder de vista, mostra que o lado rural e agrícola da cidade ainda é forte e domina a região. Ao fundo, as serrarias embelezam o cenário.
Na época moura, este vales eram dedicados ao cultivo de trigo. Após a colheita, os grãos eram moídos nos moinhos construídos ao redor dos penhascos, sob a cidade velha construída no topo.
O Mirador de Ronda possui um pequeno e singelo quiosque de ferro forjado.
A construção ao lado do Quiosque do Mirador de Ronda, parece estar fora do contexto visual da região. É o Auditório de Blas Infante, a céu aberto, possui um palco às margens do desfiladeiro e uma ampla escadaria que serve para abrigar a plateia. Construção em pedra e alvenaria, sem teto.
Gente, assistir um concerto às margens do desfiladeiro durante o pôr do sol, deve ser alucinante. Na foto seguinte, dá para ver melhor a estrutura do auditório e sua escadaria.
O dia foi cansativo. Mas, ver o sol se pondo atrás das serras que circundam Ronda a oeste, é imperdível. Vale cada minuto.
 Mirador de Ronda;
No dia seguinte, após o café da manhã, partimos de Ronda pela estrada A-405 que corta as montanhas em direção a Gibraltar.  
O que não vimos em Ronda:
Ronda é uma cidade pequena, com muitas atrações de destaque. Infelizmente com o tempo curto, não nos foi possível ver a maioria. O fato da cidade estar em festa, mesmo tendo sido uma oportunidade única, também contribuiu em desviar nossa atenção de outras opções de entretenimento. 
Nós partimos com saudades e vontade de ficar. Mas, tínhamos um plano de viagem a seguir. Em turismo sem guia, nada é rígido. Mas, as hospedagens já estavam reservadas.

Abaixo, eu deixo uma relação de dicas para quem se interessar. 
- Banhos Árabes de Ronda, século XIII.
- La Casa del Rey Moro, sua mina e seus jardins. 
- Casa del Gigante, casa muçulmana (Nasrid), datada entre os séculos XIV e XV, remodelada. Atualmente, funciona como casa-museu.
- Palácio de Salvatierra.
- Museus em Ronda: Museu de Lara; Museu do Vinho; Museu Municipal (Palácio Mondragón); Centro de Interpretação da Nova Ponte; Museu Taurino e Museu do Bandido.
- Cueva del Gato: Uma caverna com piscina natural em seu interior. Um lugar para um mergulho em águas frias. Ideal se for verão e você não for friorento. Para esta atração, sugiro procurar um guia local.
- Ruínas de Acinipo (Ciudad Romana de Acinipo).
- Visita às Vinícolas da Serrania de Ronda, com degustação de vinhos locais. Vinícola Descalzos Viejos. Aqui também vale um tour pelas tabernas e bodegas da cidade.
- Parque da Sierra de Grazalema e da Sierra de las Nieves → turismo ecológico.
É bom saber 👉🏽: O fuso horário de Ronda (Espanha) em relação ao Brasil é de + 4 horas (horário de Brasília). 🕓 
E vocês, já visitaram Ronda? Se sim, como foi a sua experiência? 
Aguardem a próxima postagem  Gibraltar, Espanha.
⇨ 😎 Viajando e sempre aprendendo. Muitas informações da postagem, foram conseguidas in loco, nos folhetos informativos dos monumentos, na recepção do hotel ou através de pesquisas na internet ("Santo Google" 🙌). 😉 
Se gostaram, façam as malas e boa viagem. ✈🚌🚊🚗
Não deixem de curtir e compartilhar. 
Bjs e até a próxima postagem que pode ser artes, guloseimas ou companhia (pensamentos, viagens, passeios, ..., devaneios)!!! 💋💋💋
Para quem se animar:  
FAÇAM A MALA e BOA VIAGEM!!!!!
Um abraço carinhoso a todos os meus familiares, amigos e visitantes,
                   Teresa Cintra



Um comentário:

  1. Gracias. Ronda es una ciudad impresionante, ubicada en la cima de un acantilado y rodeada de impresionantes vistas panorámicas.

    ResponderExcluir

Queridos visitantes deixem o seu comentário que irei responder o mais rápido possível.
Caso vocês fizerem alguma receita ou artesanato do meu blog, enviem as fotos para o e-mail: thecintra@gmail.com. Vou colocá-las na atualização do link correspondente.
Um forte abraço!