Continuando nossa viagem de carro pela Espanha (2019), partimos de Córdoba em direção à Granada. Foram 168 km em uma estrada pavimentada, sinalizada e tranquila.
Granada é uma cidade e capital da província de Granada, na região de Andaluzia, no sul da Espanha. Situada a 700 metros de altitude no sopé das montanhas da Serra Nevada e parte das Colinas de Alhambra e Albaicín.
Região onde ocorre a convergência de três rios. Os rios Beiro, Darro que desaguam no Rio Genil. Que, por sua vez, deságua no rio Guadalquivir, considerado o maior rio da região de Andaluzia.
A região no passado foi ocupada por vários povos e culturas. Sendo os primeiros assentamentos datados do século VII a.C.
Foram fenícios, cartaginês, gregos, romanos (ano 180 a.C. ao século V d.C.), visigodos (século V d.C.), mouros a partir do ano 711 d.C.
Entre os séculos VIII e XI, a região foi praticamente abandonada, ofuscada pelo crescimento de Córdoba. Na época a região era ocupada pelos mouros intitulados como Califado de Córdoba, passando para os reinos de taifas oriundos do norte da África, os reinos Ziridas. Com o decorrer os anos os reinos mouros foram se substituindo, passando para os Almorávidas (1090), os Almoádas (1154) e os Nasrid (1238).
Foi no governo mouro dos Nasrid que a região viveu o seu maior período de esplendor.
E, em 1492, ocorreu a reconquista pelos cristãos espanhóis.
Granada foi o último reduto da Península Ibérica a ser reconquistada pelos cristãos, marcada pela expulsão dos muçulmanos da região.
A cidade prosperou até cair em declínio após o século XVI.
A partir do final do século XX e início do século atual, o investimento no turismo e algumas indústrias ergueram a cidade do seu ostracismo e esquecimento.
Atualmente, a cidade é conhecida pelas maravilhosas construções do período da ocupação moura, em especial, o monumento Alhambra, do período Nasrid.
A Universidade de Granada é considerada uma das melhores da Espanha, atraindo alunos de várias partes da Espanha e do mundo.
Em 1984, Alhambra, Generalife e o bairro Albaicín, foram considerados Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Origem e significado do nome:
À medida que o domínio da região mudava de "dono", seu nome também mudava. Granada já foi conhecida por Ilbrys (pré-história), Illibris (período romano), Medina-Elvira, Medina-Garnada até o seu nome atual Granada (período mouro).
👉Esta viagem foi realizada antes da Pandemia pelo Coronavírus (Covid-19). Se você pretende viajar, aguarde o controle da pandemia e a abertura das fronteiras. Mas, nada impede que você comece a fazer um planejamento antecipado. Depois, é só adequar as datas de acordo com a evolução e descoberta de vacinas.
Breve resumo sobre granada:Granada é uma cidade e capital da província de Granada, na região de Andaluzia, no sul da Espanha. Situada a 700 metros de altitude no sopé das montanhas da Serra Nevada e parte das Colinas de Alhambra e Albaicín.
Região onde ocorre a convergência de três rios. Os rios Beiro, Darro que desaguam no Rio Genil. Que, por sua vez, deságua no rio Guadalquivir, considerado o maior rio da região de Andaluzia.
A região no passado foi ocupada por vários povos e culturas. Sendo os primeiros assentamentos datados do século VII a.C.
Foram fenícios, cartaginês, gregos, romanos (ano 180 a.C. ao século V d.C.), visigodos (século V d.C.), mouros a partir do ano 711 d.C.
Entre os séculos VIII e XI, a região foi praticamente abandonada, ofuscada pelo crescimento de Córdoba. Na época a região era ocupada pelos mouros intitulados como Califado de Córdoba, passando para os reinos de taifas oriundos do norte da África, os reinos Ziridas. Com o decorrer os anos os reinos mouros foram se substituindo, passando para os Almorávidas (1090), os Almoádas (1154) e os Nasrid (1238).
Foi no governo mouro dos Nasrid que a região viveu o seu maior período de esplendor.
E, em 1492, ocorreu a reconquista pelos cristãos espanhóis.
Granada foi o último reduto da Península Ibérica a ser reconquistada pelos cristãos, marcada pela expulsão dos muçulmanos da região.
Assim
como os mouros, os ciganos e judeus também foram pressionados a mudarem de
religião ou abandonarem a cidade. Muitos se refugiaram em cavernas e grutas nas
Colinas de Albaicín, onde atualmente fica o bairro Sacromonte, conhecido como
bairro cigano.
Entre
os séculos XV e XVI, a região passou por processo denominado de
"castelhanização".
Ricas
e exuberantes construções foram deixadas pelos mouros, muitas das quais foram
reaproveitadas e mantidas. Outras demolidas ou reformadas.
Mesquitas
foram derrubadas ou adaptadas para templos cristãos, a exemplo da Catedral de
Granada, Capela Real e Igreja de Santa Maria de Alhambra, entre outras.
Além das construções religiosas, outros grandiosos
edifícios também foram erguidos. Como é o caso do Palácio Carlos V e o Convento
de São Francisco, dentro do complexo Alhambra.A cidade prosperou até cair em declínio após o século XVI.
A partir do final do século XX e início do século atual, o investimento no turismo e algumas indústrias ergueram a cidade do seu ostracismo e esquecimento.
Atualmente, a cidade é conhecida pelas maravilhosas construções do período da ocupação moura, em especial, o monumento Alhambra, do período Nasrid.
A Universidade de Granada é considerada uma das melhores da Espanha, atraindo alunos de várias partes da Espanha e do mundo.
Em 1984, Alhambra, Generalife e o bairro Albaicín, foram considerados Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Origem e significado do nome:
À medida que o domínio da região mudava de "dono", seu nome também mudava. Granada já foi conhecida por Ilbrys (pré-história), Illibris (período romano), Medina-Elvira, Medina-Garnada até o seu nome atual Granada (período mouro).
Nome intrigante que nos leva a pensar, ... Seu significado muda de acordo com sua origem e evolução fonética. Se considerarmos o latim, "granatum", a tradução é romã, a fruta. Mas, em árabe, "Gar-anat", significa "Colina dos Peregrinos, uma alusão aos viajantes do deserto. As duas versões são aceitas.
Hospedagem
Hotel Mirador Arabeluj (★)
Em Granada, você encontra vários hotéis acolhedores e com acomodações e preços variáveis.
Nós optamos pelo Hotel Mirador Arabeluj (★) na rua Camino Nuevo del Cementerio, através de reserva antecipada pelo Booking.com. Pernoite de uma única noite.
Usamos o GPS do carro para localizá-lo. O exterior lembra as casas da região e quase passa despercebido.
Depois do check-in, seguimos para o quarto, acessado por escada ou elevador.
Em Granada, você encontra vários hotéis acolhedores e com acomodações e preços variáveis.
Nós optamos pelo Hotel Mirador Arabeluj (★) na rua Camino Nuevo del Cementerio, através de reserva antecipada pelo Booking.com. Pernoite de uma única noite.
Usamos o GPS do carro para localizá-lo. O exterior lembra as casas da região e quase passa despercebido.
Depois do check-in, seguimos para o quarto, acessado por escada ou elevador.
Os corredores possuem decoração charmosa e bem cuidada, com vários móveis e telas.
O quarto com banheiro privativo, era simples, mas bem agradável, acolhedor, silencioso e limpo. Colchões e travesseiros confortáveis. Uma noite bem dormida é sempre bem-vinda.
A partir do terraço e quartos, você pode admirar vistas panorâmicas extraordinárias da cidade, tendo a Serra Nevada ao fundo. É neste momento, com o fantástico cenário à frente, que você tem a certeza de ter feito a escolha certa.
A pé, fica 15 a 20 minutos de distância do monumental Alhambra e 15 a 20 minutos do centro da cidade, onde há vários pontos turísticos relevantes.
Do terraço você tem uma vista panorâmica de 180 graus.
No final da postagem irei colocar várias fotos tiradas a partir do hotel.
Nada melhor do que ao final do dia, depois de muitas caminhadas e ladeiras, degustar um bom vinho, tendo a cidade de granada ao fundo.
O quarto com banheiro privativo, era simples, mas bem agradável, acolhedor, silencioso e limpo. Colchões e travesseiros confortáveis. Uma noite bem dormida é sempre bem-vinda.
Numa pequena cozinha é preparado o café da manhã (desjejum), lanches, almoço e jantar, além de servir como bar. O desjejum estava incluso na diária. As demais refeições são à parte. Normalmente, em nossas andanças, almoçamos e jantamos fora.
O hotel tem posição privilegiada na encosta de Alhambra, uma região mais alta que o centro e outros bairros de Granada. A partir do terraço e quartos, você pode admirar vistas panorâmicas extraordinárias da cidade, tendo a Serra Nevada ao fundo. É neste momento, com o fantástico cenário à frente, que você tem a certeza de ter feito a escolha certa.
A pé, fica 15 a 20 minutos de distância do monumental Alhambra e 15 a 20 minutos do centro da cidade, onde há vários pontos turísticos relevantes.
No final da postagem irei colocar várias fotos tiradas a partir do hotel.
Nada melhor do que ao final do dia, depois de muitas caminhadas e ladeiras, degustar um bom vinho, tendo a cidade de granada ao fundo.
⇨ O único problema do hotel é não ter estacionamento próprio. O hoteleiro nos orientou deixar o carro na rua, bem próximo do hotel. Assim fizemos. Mas, caso você tenha receio, tem um estacionamento público (pago) próximo.
Tour por Granada:
Granada é uma cidade grande e espalhada, com muitas subidas e descidas. Não tem como fugir. Ou você sobe ou desce ou os dois.
Descer todo santo ajuda. Subir é a questão.
Então, pegue o seu mapa no hotel, marque a localização do mesmo e os pontos de interesse. Pelo sim ou pelo não, anote o número dos ônibus (autocarro) que fazem o trajeto desejado.
Granada é uma cidade grande e espalhada, com muitas subidas e descidas. Não tem como fugir. Ou você sobe ou desce ou os dois.
Descer todo santo ajuda. Subir é a questão.
Então, pegue o seu mapa no hotel, marque a localização do mesmo e os pontos de interesse. Pelo sim ou pelo não, anote o número dos ônibus (autocarro) que fazem o trajeto desejado.
Seguimos nosso trajeto a pé em direção ao Alhambra, passando em frente da fachada do grande hotel que vemos na foto abaixo. A foto foi tirada a partir do nosso hotel.
É o Hotel Alhambra Palace (★★★★★), na Plaza Arquitecto Garcia de Paredes, na metade do nosso caminho.
Depois de passar pela praça, seguimos subindo pela Passeo de los Mártires até uma bifurcação.
Foi depois deste ponto que erramos o caminho. 😕 Erros acontecem, fiquem atentos. 😁
Nós pegamos a primeira rua à direita, continuando na Paseo de los Mártires, com uma grande área de estacionamento. Bom lugar para estacionar para quem for de carro. O estacionamento próximo ao acesso para Alhambra e Generalife costuma estar lotado.
Não era o nosso caso, estávamos a pé, e não era o caminho que queríamos.
Na bifurcação, era para pegarmos a segunda rua á direita, sempre subindo, que é a rua Paseo del Generalife. O nome já diz tudo, né?
Campo de los Mártires:
Felizmente ou infelizmente, só percebemos o nosso erro no final da Paseo de los Mártires. A rua sem saída, termina em um grande mirador de um lado e um parque do outro.
Nosso erro nos levou ao Campo de los Mártires.
Um parque com aproximadamente 7 hectares de área verde com muitos pássaros, área rústica e outra ajardinada e bem cuidada.
A área com jardins ornamentais é conhecida como Carmem de los Mártires. Possui lindos jardins em estilo francês e inglês, fontes, lagos com cisnes e patos, estátuas, áreas para piqueniques, casa em estilo mudéjar do século XIX.
O campo de los Martires era antigamente uma área rural para fins agrícolas, com pomares e hortas. Que, ao longo de sua história, teve vários usos.
Não cobra ingresso e fica bem próximo da entrada para Alhambra. Verifique antes os horários de abertura.
Nós não entramos, nosso tempo na cidade era muito reduzido e tivemos que priorizar outras atrações mais famosas. Quem já foi, recomenda e diz que vale a pena ir. Mas, Alhambra é a escolha prioritária para qualquer turista em Granada.
Esta ponte, sobre um fosso sem água, é uma das passagens que levam ao interior das muralhas de Alhambra.
👉 Uma alternativa de passeio é caminhar pelo fosso (Paseo de las Torres), pela Cuesta de los Chinos. Assim, você pode ver as muralhas e suas torres de perto pelo lado de fora da fortaleza. Seguindo pela trilha do fosso, você sai do complexo rumo ao bairro Albaicín. Se quiser entrar no complexo, terá que voltar ao pavilhão de entrada, ou retornar pelo fosso. Se você tiver tempo e disposição, pode ser uma caminhada bem interessante.
Não atravessamos a ponte para Alhambra e nem acessamos o fosso, seguimos em frente.
Conheceremos Alhambra mais adiante. Começaremos o nosso passeio pela área conhecida como Generalife.
A Torre de las Infantas é na realidade uma torre-moradia.
No passado, era conhecida por Torre de Ruiz ou Torre Quintarnaya.
Foi a última torre construída na muralha de Alhambra, por Nasrid.
Reparem nas janelas mouriscas com arcos duplos e colunas de mármore.
No terraço superior uma pequena estrutura se destaca, com uma cobertura tipo telha (?).
Abaixo, temos as torres: Torre de la Cautiva e Torre del Cadí. Ao fundo, o bairro Albaicín.
Torre de la Cautiva:
A Torre Cativa é, também, uma torre-moradia (torre-habitação), construída no reinado de Yusuf I. Já foi nomeada como Torre de la Ladrona e Torre de la Sultana.
Torre del Cadí:
A torre Cadí é uma torre defensiva militar, mais baixa que as anteriores.
No passado, controlava o fluxo de pessoas entre os Palácios Nasridas com o Palácio Generalife. Também conhecida como Torre del Candil ou Qadi ou Torre del Preso e Torre do paso da Zorra.
A área compreendida entre Alhambra e o Palácio Generalife, era, no passado, ocupada pelas Huertas de Alhambra. Parte das hortas e da encosta da Colina do Sol, foram adaptadas e convertidas em Parque Público com jardins paisagísticos e um auditório ao ar livre. Esta área passou a ser denominada como Jardines Nuevos (Jardins Novos).
Teatro del Generalife
Nesta altura do caminho, à nossa direita, uma larga escadaria nos leva ao recente Teatro del Generalife ou Auditório do Generalife.
Teatro ao ar livre, construído em 1952 a 1954, pelo arquiteto Francisco Prietro Moreno, para o Festival Internacional de Música e dança.
Jardins Baixos:
Depois de circular pelo teatro, suba mais um lance de escadas para chegar aos Jardins Baixos ou Jardins Inferiores. Jardins que complementam os Jardines Nuevos.
Esta parte do jardim baixo, construído em estilo muçulmano, data do ano de 1531, obra do Prieto Moreno.
No caminho central, dois longos tanques d'água com plantas aquáticas estão dispostos sequenciados e interligados entre si. Estes tanques fazem parte do canal de irrigação do Generalife.
O espaço fica confinado entre altas cercas-vivas de murta, com passagens em arco e vários ciprestes. Encostados nestas cercas, ficam bancos de madeira para descanso e relaxamento.
Tudo é envolvido por caminhos de pedra que permitem a circulação entre eles com segurança.
Para a criação dos jardins, foi preciso deixar o terreno plano (terraplanagem), afinal a estrutura fica em uma colina. Um grande paredão de pedra e cimento foi construído para a conter e estabilizar a encosta da colina. Este muro de arrimo é uma importante proteção aos jardins.
Incrustado no muro, uma antiga fonte desativada.
- Jardim de rosas:
Saindo do jardim com tanques, passamos por um elaborado labirinto de ciprestes, antes de adentrar em um jardim com canteiros e estruturas de ferro em arcos, com várias roseiras coloridas.
Esta área é conhecida como Jardim de Rosas, projeto do arquiteto Leopoldo Torres Balbas, entre os anos de 1930 a 1931.
A foto abaixo, mostra um pequeno canteiro, encostado em uma alta cerca-viva. Nas fotos subsequentes, várias rosas em seu esplendor.
Se você quiser se encantar com a grande variedade de flores e rosas deste jardim, a melhor época do ano para visitá-lo é a primavera ou verão. Lembrando que ao final do verão, as rosas já estarão secas.
Nós visitamos Granada no final da primeira quinzena de maio, em plena primavera. Amei! Na minha opinião, esta é a melhor época de visitar a Europa. O clima não está frio e o calor ainda não é insuportável. Além do fato de ter um número menor de turistas circulando.
Abaixo, podemos ver a Torre de la Cautiva (no canto esquerdo) e a Torre del Cadí (no canto direito) e a muralha que as liga. Dentro da muralha, ficam os Jardines del Paraíso. Entre os jardins, a torre que se destaca pertence ao Convento de São Francisco, bem no coração de Alhambra.
Na foto seguinte, temos parte da horta de Alhambra, da muralha e sua Torre de los Picos.
Além da muralha a Igreja de Santa Maria se destaca no interior de Alhambra.
A Torre del Pico ou Torre Narvárez, era uma torre defensiva que também servia como residência.
Novamente, a torre da Igreja de Santa Maria se impõe.
As demais estruturas que vemos na foto pertencem ao El Partal e aos Palácios Nazaríes, todos em Alhambra.
Aqui, parte da cidadela fortificada de Alhambra em tons avermelhado, protegida pela montanha, bosque e rios. Uma belíssima vista.
Eu tento resistir e andar mais rápido. Mas, há momentos que é necessário parar e absorver o que vemos. Simplesmente contemplar, admirar e nada mais.
Em uma área dos jardins baixos, estão vários pés de frutas cítricas, carregados de frutos. Era comum os jardins árabes terem árvores frutíferas. Além da sombra há deliciosos frutos.
Hummm, que tentação. Mas, não se assustem. Não tiramos nenhuma fruta. Só posse para foto. kkkkkkkkkk.
Aqui e acolá, surgem estruturas e nichos que parecem atravessar os séculos. Infelizmente, muitas não possuem referências. Outras não anotei em minha caderneta. Aí, é soltar a imaginação e seguir em frente.
Palácio del Generalife
Enfim, chegamos ao Palácio del Generalife, o palácio de veraneio dos sultões Nasrids, construído entre os anos de 1302 a 1309. Um edifício de dois andares, uma torre (Torre de Ismal) e três pátios.
- Patio Polo ou Patio de descabalgamiento:
Na entrada destinada aos visitantes, você tem que apresentar o cupom de admissão. Após o que, você acessa um pequeno pátio pavimentado, conhecido como Patio Polo ou Patio de descabalgamiento. Um pátio rústico e sem grandes atrativos que no passado era usado como estábulo e para montar e desmontar dos cavalos.
- Patio de la Acequia (Pátio do canal da água):
A partir do Pátio Polo, uma pequena porta, com detalhes em azulejos no alto do portal, nos leva a uma escada e, em seguida, à área "doméstica" do palácio. Acessamos o Pátio de la Acequia ou Pátio das Fontes, através do pavilhão sul do Palácio Generalife.
Neste pátio podemos observar um longo e estreito canal central que divide o pátio longitudinalmente, considerado a principal artéria hidráulica do complexo. O canal, com esguichos d'água de ambos lados, é rodeado por canteiro de flores, ciprestes e algumas laranjeiras.
Em cada extremo do pátio temos pavilhões. Sendo o pavilhão norte, com a Torre de Ismail, o mais emblemático.
- Torre de Ismail:
A Torre de Ismail ou Torre Branca é a única torre do Palácio Generalife. Torre de vigia que, atualmente, serve como mirante. Construída no século XIII, sofreu várias modificações e adaptações ao longo dos séculos.
Seguimos o fluxo dos turistas, pela galeria coberta à esquerda, lado oeste. Em toda a extensão da galeria, grandes aberturas em arco nos proporcionam lindas vistas panorâmicas da região.
No meio desta galeria, um alargamento do espaço forma um mirante.
Neste mirante, a parte superior das paredes internas recebem um delicado trabalho mourisco até a altura dos arcos. Pena que está incompleto.
O teto é trabalhado em madeira.
As numerosas e baixa janelas nos faz pensar que, no passado, devia ser um lugar de descanso, descontração e contemplação. A vista é melhor observada se você estiver sentado.
A paisagem emoldurada pelas janelas deste recinto é puro encanto e deleite. Daqui você vê os jardins baixos, a horta do Generalife e Alhambra ao fundo.
Do outro lado do canal central, no lado leste, existe uma construção com algumas robustas portas de madeira. Área não acessível aos turistas.
O prédio do Palácio Generalife é rústico e simples, seu maior destaque são seus pátios internos com fontes e flores.
Merece destaque o pavilhão norte, cujo segundo andar e terraço acoplados à torre Ismail, foi adicionado pelos monarcas cristãos, após a reconquista de Granada.
No térreo do pavilhão norte, temos uma varanda com cinco grandes e belíssimas arcadas rendilhadas, sustentadas por delgadas colunas. Impossível não notar.
Não encontrei nenhuma referência sobre a utilidade ou simbologia do pequeno recinto. Talvez fosse um lugar para se lavar as mãos, mas neste caso não seria melhor uma pequena fonte? Outra teoria (minha teoria) é que em cada alcova ficava um guarda de segurança pessoal do sultão.
Reparem no lindo trabalho de arabescos rendilhado.
No interior do pavilhão norte, no Salão Real, fica a Sala do Trono ou Sala Regia ou Quarto Real, onde o sultão despachava durante sua estadia no Generalife.
O acesso à sala do trono não é liberado. Mas, a partir da entrada é possível ver o seu interior e os detalhes que ainda estão preservados.
Gostaria de ressaltar o lindo trabalho em madeira da cobertura da Sala do Trono.
Detalhe dos requintados arabescos do portal de acesso à sala do trono.
Suba ao piso superior do pavilhão norte, acesso à esquerda, e se encante pelos cenários que despontam.
Você acha que a esta altura já viu tudo, mas sempre tem um novo ângulo que nos surpreendem.
No morro abaixo, temos parte dos bairros Albaicín (bairro árabe) e Sacramontes (bairro cigano), separados por longo muro.
A colina, no bairro Sacromontes, possui várias trilhas para passeios a pé ou de bicicleta, destinada aos mais aventureiros. No passado grutasNeste bairro a cultura cigana é mantida com vários pontos de dança e música flamenco, símbolo cultural espanhol.
Na foto abaixo, a Ermita de San Miguel Alto, no topo de uma das colinas de Granada, no bairro Albaicín. Uma pequena e histórica igreja com uma posição privilegiada que fornece vistas espetaculares, principalmente ao pôr-do-sol. Caso você resolva subir o morro, prepare-se para uma subida íngreme e puxada. O ideal é ir de ônibus.
Foi construída em 1671, aproveitando a estrutura de uma torre muçulmana, em homenagem ao Arcanjo Miguel. Não sei se abre para visitação.
O bairro Albaicín, bairro mouro medieval, é conhecido por suas ruelas e becos com casarios brancos.
Desça ao térreo, e se dirija ao próximo pátio do Palácio Generalife, acesso à direita no pavilhão norte. É só seguir a sinalização existente que leva a um pequeno lance de escadas.
No caminho, algumas peças expostas contam um pouco sobre a decoração do recinto. São cópias que podem ser tocadas. Sinta na ponta dos dedos os relevos e delicadeza dos arabescos. Lembrando que nos originais não se pode tocar.
- Patio del Cipreste de la Sultana ou Pátio da Sultana ou Pátios dos Ciprestes.
O Pátio da Sultana, mais elevado que o Pátio Acequia, era um recanto para o descanso da sultana, longe de olhares curiosos.
Dois grandes canteiros com flores e rosas, cercados por sebes de murta, separados por uma fonte de pedra em uma piscina central. Todo o conjunto é circundado por um lago artificial em U, formando um espelho d'água. Vários esguichos d'água, complementam o cenário e refrescam o ambiente.
O jardim barroco, foi elaborado no século XVI, quando não mais havia sultão ou sultanas. Sendo modificado no século XIX, com as características atuais. Mas, o gosto por fontes, flores e sombras de ciprestes foram mantidos.
Diz a lenda que a sultana Zorai, esposa de Abu I Hasan, utilizava este pátio para encontros amorosos com seu amante. Tem até uma placa em azulejo reafirmando o fato. Verdade ou lenda? Se for verdade, terá o sultão descoberto? O que teria acontecido com a sultana e seu amante? Parece que o amante e seus companheiros foram mortos. Ninguém sabe ao certo, e o imaginário flui ao som das águas das fontes.
Saia do pátio pelo caminho indicado aos turistas, até uma escadaria, do século XIX, que leva aos Jardins Altos do Generalife.
No alto do telhado do pórtico, que sinaliza a saída do pátio, temos duas esculturas de leão, em cerâmica vitrificada. Por este motivo, esta escada é chamada de Escada dos Leões.
Jardins Altos del Generalife ou Jardins superiores:
- Escalera del Agua:
Ao subir a escadaria, na saída do Pátio da Sultana, chegamos aos Jardins Altos.
Uma baixa cerca de ferro conduz a uma parte escondida em meio à vários pés de louro. Trata-se da Escalera del Agua (escada da água), da época dos árabes. Uma antiga escada de pedra com fontes (a nível do solo) em três patamares circulares, onde a água corre por baixo do pavimento. O corrimão de pedra da escada possui canaletas por onde escorre água corrente. A água vem da própria montanha.
A água canalizada abastecia as demais fontes do Generalife, irrigava os jardins e hortas. Além, de contribuir para melhorar a umidade do ar.
Suba alguns lances de escada para admirar a simplicidade e eficiência da engenharia dos povos antigos. Eficiência com baixo custo.
Visto de longe, Alhambra é a personalização do palácio das mil e uma noites dos contos infantis.
Espetacular a visão e contraste das tores vermelhas em meio à vegetação local.
Situado na colina adjacente à colina de Alhambra, fica a Colina de Albaicín, cujo bairro árabe recebeu o mesmo nome. Bairro de Albaicín.
Casa de los Amigos
Deixamos o mirante e os jardins altos e descemos até a Casa de los Amigos (Casa dos Amigos).
Uma construção que abrigava os convidados e amigos da realeza moura. Fica fora do Palácio de Generalife, porém perto o bastante para facilitar o convívio.
Há referências que a construção data do século XIII, tendo sido modificada após a reconquista cristã no século XVI. Atualmente, restam apenas o alicerce e as demarcações das áreas internas.
Paseo de las Adelfas (Passeio das Adelfas):
Vamos descer para a parte baixa do Generalife. Seguimos por um caminho denominado por Passeio das Adelfas, elaborado em meados do século XIX. Um caminho sombreado que abranda o calor. As adelfas são conhecidas como oleandros ou espirradeiras.
Este caminho termina em um portal em um muro com grandes portas de ferro.
Paseo del Ciprés (Passeio dos Ciprestes):
Após o Passeio das Adelfas, chegamos ao Paseio dos Ciprestes, que data do início do século XX e faz parte do caminho que vimos no início de nosso passeio.
Do Paseo del Ciprés, temos a visão do Auditório do Generalife. Seguimos até a entrada para Alhambra. É só seguir as placas indicativas.
Não deixe de observar a parte posterior do Auditório do Generalife, geralmente oculta no trajeto inicial. Um novo ângulo que nos proporcionou visualizar detalhes escondidos por trás da parede de ciprestes do palco.
O teto verde na estrutura que serve de apoio aos artistas e músicos é muito interessante e bem atual. Você passa pela estrutura e nem se dá conta do que é.
Alhambra
Depois de vasculhar o Generalife, chegou a hora de explorarmos a Cidadela Real de Alhambra. Uma cidadela erguida no período medieval durante o domínio da dinastia dos Nasrids.
Alhambra é uma grandiosa e fortificada cidadela, localizada no topo da colina que leva o mesmo nome, Colina de Alhambra.
No interior de suas muralhas, vários palácios, pátios internos, diversos jardins, espelhos d'água e fontes dos tempos mouros e outros construídos após a reconquista cristã e expulsão dos muçulmanos.
Para isto, voltamos para a ponte entre as Torre del agua e a Torre del Cabo de la Carrera. Lembram? Lá do início do passeio? A foto é a mesma.
👉 Nós optamos pelo passeio sem os castelos de Alhambra, fizemos apenas os jardins e acho que não conseguimos ver tudo. É imenso. No interior de Alhambra, existe uma infinidade de jardins com lagoas, fontes e uma grande variedade de flores dispostas em agradáveis canteiros. Estes jardins podem estar no lado externo ou em pátios internos em diversos prédios da cidadela. É tanta informação que é impossível absorver e registrar tudo.
Seguimos pela Calle Real Alta - Medina, no interior da cidadela. Além dos palácios e jardins, a cidadela abrigava outras construções como mesquitas, casas de banhos, cisternas, oficinas, várias casas destinadas aos funcionários da corte e à própria corte dos reis. Muitas destas construções foram destruídas ao longo dos séculos, resultado de guerras em diferentes períodos. A Guerra da Independência foi a mais danosa ao complexo Alhambra.
Na foto abaixo, vemos as fundações de alguns prédios que não foram reconstruídos. Existem várias áreas como esta no complexo. São conhecidas como Medina, a Cidade da Corte. Aliás, a Medina também abrange os Palácios e Casas de Nobres.
Puerta de los siete suelos
Ao longo do caminho, à esquerda, fica a muralha sul com suas torres e Portões.
Abaixo, temos a Puerta de los Siete Suelos (Porta dos sete andares) ou Bab al-Gudur (Portão dos Poços), que já foi conhecida como Puerta de la Guardia ou Corpo de la Guardia.
Construída pelos árabes, YusufI, no século XIV.
Foi por esta porta que o exército dos reis Fernando II e Isabel I, monarcas cristãos, adentraram Alhambra em 1492. Após a vitória, os reis cristãos mandaram construir um baluarte de artilharia no lado externo.
Em 1882, foi seriamente abalada pelas tropas napoleônicas, sendo reconstruída após 1970.
Convento de São Francisco
Seguindo pela mesma rua, passamos por um corredor de cerca-viva, alta e podadas, com aberturas em arco. Passando por um destes arcos você chega ao Convento de São Francisco.
Convento construído em 1493, pelos monarcas cristãos, aproveitando uma antiga construção árabe, o Palácio dos Infantes, oriundo do reinado de Muhammad II, nos anos de 1303 a 1309.
Foi fechado em 1835, sendo o prédio utilizado como quartel durante o século XIX. Atualmente, é o Hotel Parador Granada ou Hotel Parador de São Francisco ou Parador Nacional de Turismo (★★★★). Localização privilegiada a alto custo. Mas, fica a dica: Não é o único hotel dentro do complexo.
Na frente do convento/hotel, fica o jardim conhecido como Jardins de São Francisco.
Sierra Nevada
É possível ver a Serra Nevada de vários pontos de Granada. Mas, nesta área do Alhambra é particularmente especial.
Pare e, por alguns minutos, tente não pensar e não fazer nada. Só admire a paisagem.
Não importa a época do ano, os picos das Serras Nevadas sempre estão cobertos por neve. Seu mais alto pico é o Pico Mulhacén, considerado o mais elevado de toda a Península Ibérica.
Serra Nevada fica a sudeste de Granada, uma cadeia montanhosa, parte de um Parque Natural considerado o mais elevado de toda a Espanha. Lá funciona uma estação de esqui com toda estrutura logística necessária. Hotéis, pubs, bares, restaurantes, aluguel de equipamentos para esqui e snowboard e cursos para iniciantes.
Como diria o poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936) é o "panorama montanhoso mais bonito da Europa". Não que eu conheça muitos, mas vou ficar com o poeta.
Volte ao caminho anterior e caminhe até o acesso à área dos Palácios, onde você terá que apresentar seu tíquete de entrada novamente.
Igreja de Santa Maria:
A Igreja de Santa Maria, igreja católica com planta de cruz latina. Construída sobre uma antiga mesquita e seus banhos, projeto do arquiteto Ambrosio de Vico, século XVII. Estava fechada e seguimos adiante.
Palácio Carlos V:
Ao lado da Igreja fica o imponente e grandioso Palácio Carlos V. Construção iniciada em 1527 pelo Imperador Carlos V, primeiro governante da dinastia austríaca na Espanha, mas apenas concluída no século XX (1957).
O projeto renascentista é, originalmente, do arquiteto Pedro Machuca Toledo, e deveria ter sido a residência real dos monarcas espanhóis. Nunca foi usado como tal.
Durante a Guerra da Independência, o palácio foi transformado em armazém de artilharia pelo exército napoleônico. Função mantida pelos espanhóis até o ano de 1832, quando foi evacuado.
Atualmente, abriga vários museus em seu interior.
Seu exterior recebe acabamentos distintos. O andar térreo é finalizado com pedra rústica em estilo almofadado. No andar superior é mais fino com acabamentos ornados e decorados, contrastando com o térreo.
Em ambos andares, entre as pilastras, temos janelas retangulares e sobre as mesmas aberturas circulares vidradas.
A fachada principal, no lado oeste do prédio, é voltada para uma pequena praça (Placeta Carlos V). Nesta fachada fica o Portão Ocidental, trabalhado em mármore com colunas duplas e vários ornamentos em baixos-relevos. Possui três portas, sendo a central maior.
A entrada no prédio é gratuita e dispensa a apresentação do ingresso do complexo. Como a grande maioria dos museus mundiais, fecha nas segundas-feiras e alguns feriados nacionais. Verifique antes de ir.
No centro da construção, fica um imenso pátio circular com 30 metros de diâmetro. O pátio é circundado por galerias sustentadas por 32 colunas de mármore em cada piso (térreo e andar superior). Em um passado remoto, existia um poço no centro do pátio que, em algum momento, foi coberto.
Na cripta do palácio ocorrem exposições temporárias variadas.
Em uma das salas fica uma galeria fotográfica e, em frente de grandes postais de Alhambra com vestimentas de época, você pode obter boas recordações do complexo. Não perguntei o preço, mas deixo a dica.
Nesta área há uma exposição permanente de fotografias antigas e materiais fotográficos.
👉 Eu tirei algumas fotos sem flash. Depois de algumas, fiquei sabendo que não era permitido. Foi um visitante que me informou. Parei imediatamente, mas já tinha tirado algumas. Isto varia muito de museu para museu. Parece que tem uma informação em espanhol na entrada, que não vi. Juro que não vi. Então, fiquem ligados.
Puerta del Vino:
Saindo do Palácio Carlos V, seguimos para a Puerta del Vino. Este portão fica praticamente em frente ao palácio e é considerado uma das estruturas mais antigas do complexo. Remota aos tempos do sultão Muhammad III (1302-1309). Um portão interno que defendia o acesso ao ponto mais elevado do complexo de Alhambra.
Pare e observe a fachada de ambos lados. São de períodos diferentes.
Ao passar o portão o caminho é bifurcado. Um subindo e outro descendo. O que sobe leva à entrada do Alcazaba. O pequeno declive leva à Plaza de los Aljibes (Praça da Cisterna) que por sua vez conduz aos Palácios Nazaríes e El Partal (que não visitamos, mas recomendamos). De qualquer forma vá primeiro ao Alcazaba.
Alcazaba:
Seguimos pelo caminho que leva ao Alcazaba, onde tivemos que, mais uma vez, apresentar nossos ingressos.
Alcazaba, Alcazar (al-kasar) ou Alçácova, a fortaleza militar, localizada no extremo oeste de Alhambra. O Quartel da Guarda Real.
Suas torres austeras e rústicas datam do reinado de Muhammad I, quando foram edificadas parte das muralhas e três de suas torres: a Torre da Vela, Torre Quebrada e Torre de Homenaje.
Ao longo dos séculos, outras torres foram acrescentadas ou modificadas. Não irei mencionar todas as torres do complexo, apenas as registradas nas fotos.
Na foto seguinte, temos uma visão parcial das muralhas e torres do forte Alcazaba. As muralhas serviam como defesa contra invasões externas ou conflitos internos.
Torre del Cubo:
A Torre del Cubo fica justaposta à Torre del Homenaje. Foi construída no período cristão sobre uma torre islâmica existente no local, com a finalidade defensiva. Mais baixa que a demais e com formato semicircular, servia como baluarte para artilharia. Subimos até o seu terraço.
Na foto abaixo, do alto da Torre del Cubo, temos uma visão do Pátio de Machuca e a Fachada e Torre de Comares, que fazem parte dos Palácios de Naziríes.
A Torre de Comares ou Torre do Salão dos Embaixadores, faz parte do palácio que leva o mesmo nome. Foi edificada em XIV, no reinado de Yusuf I. O Salão dos Embaixadores é conhecido como Salão do Trono, imperdível para quem for visitar os Palácios Nazaríes.
O Palácio de Comares era a residência oficial do sultão governante.
Abaixo, no mesmo lugar em um ângulo diferente, vemos o Pátio de Machuca circundado por muro de cipreste, a Fachada de Comares e, no canto direito, o imenso Palácio Carlos V.
Nesta área como em outras do complexo Alhambra, encontramos escavações arqueológicas de outras construções que não foram reconstruídas em sua totalidade. Estas áreas estão demarcadas de modo a permitir que o visitante consiga compreender a grandeza e complexidade da antiga cidadela.
Da Torre do Cubo, temos uma bela visão da cidade.
Abaixo, o prédio central é a Igreja de San Nicolás, no bairro Albaicín. A igreja, em estilo mudéjar e gótico, foi construída em 1525, aproveitando uma antiga mesquita. Esta vista também pode ser observada do alto da Torre de la Vela.
Na frente da igreja fica uma praça e o ponto de vista mais conhecido da cidade. O Mirador de San Nicolás. De lá você tem uma ampla visão de Alhambra. Dizem que é o melhor ponto para apreciar o pôr-do-sol. Fica a dica.
Torre de la Vela (Torre do Véu):
Depois da Torre del Cubo, seguimos para a Torre de la Vela.
A Torre de la Vela, construída em XIII, é torre de vigia mais alta e importante do complexo. No seu topo fica um campanário, cujo sino anunciava eventos, desastres e invasões. A tomada e conquista de Alhambra pelos monarcas cristãos, foi marcada pelo soar do sino que era nomeado por "la vela". O atual sino não é o original, mas de 1773.
No topo da torre ficam hasteadas, permanentemente, quatro bandeiras. A primeira bandeira (azul) representa a União Europeia, seguida pela bandeira de Andaluzia (verde e branca), a bandeira da Espanha (vermelha e amarela) e a bandeira de Granada (vermelha e verde).
Do alto da Torre da Vela, conseguimos uma maravilhosa e ampla visualização do interior de Alcazaba.
Abaixo, na parede ao fundo, temos a Torre del Cubo (que já mencionei), a Torre del Homenaje e a Torre Quebrada (central).
A Torre de Homenagem ou Torre de Anasco era uma torre com função defensiva e para habitação da guarda real. No térreo e subsolo ficava o armazém de grãos, especiarias e sal. Ocasionalmente, a área do armazém tinha função de masmorra da cidadela. Do alto de seu terraço é possível uma vista ampla do Complexo Monumental, da região de granada e das colinas no entorno.
A Torre Quebrada ou Torre do Barranco (no centro da foto) era uma torre dos tempos de Yusulf I. Construída em formado de "U", aproveitando uma torre anterior.
No interior dos muros, temos a Plaza de Armas (Praça de Armas), onde foram encontradas fundações de antigas casas e oficinas destinadas à população civil árabe que trabalhava e vivia na cidadela. A Puerta de Armas, que dá para esta praça, mas não aparece na foto, foi a primeira entrada da cidadela.
A torre campanário que aparece ao fundo, no lado direito da foto entre a vegetação, pertence à Igreja de Santa Maria de Alhambra. O prédio ao seu lado é o Palácio Carlos V.
No detalhe da foto, vemos os adarves (estreitos caminhos no topo dos muros) e torres retangulares que serviam tanto para vigilância como defesa. Tudo conectado pelos adarves. A partir do fundo estas torres são: Torre del Criado del Doctor Ortiz, Torre de Alquiza e a parte superior da Torre de las Armas. Esta última, com uma configuração diferente das demais (que não aparece na foto) liga a muralha da fortificação com o muro do fosso, formando a Puerta de las Armas, a primeira entrada para o interior da cidadela em remoto passado. Não acredito que não fotografei algo tão importante. 👀
A Torre de la Vela, funciona como um espetacular mirante.
Abaixo, a monumental Catedral de Granada.
A torre quadrada que se eleva na parte posterior da construção é a única Torre Sineira da Catedral, com 57 metros de altura. Na realidade, a torre fica localizada no lateral esquerda do monumento, se considerarmos a fachada principal como referência. A fachada principal não aparece nesta foto.
Ao lado da torre sineira, uma torre mais fina desponta parcialmente. É a Torre do Relógio que também é uma torre sineira com dois sinos.
Em destaque abaixo, as Torres Bermejas ou Fortin del Mauror, outro marco histórico da cidade. Trata-se de uma fortificação moura, no alto da Colina del Mauror, formada por três torres. Desconheço se é aberta para visitação.
A Serra Nevada, no pano de fundo das fotos, é uma presença constante. Sempre criando lindos cenários.
No limiar da floresta com a cidade, o Hotel Alhambra Palace se destaca das outras construções. Dá para ver sua torre e o topo do telhado.
É permitido o acesso ao topo de algumas torres e pequeno trecho do adarve na Alcazaba. Mas, o interior das torres não é incluso no passeio.
👉 Se o seu tempo estiver curto, sugiro que suba ao topo da Torre de la Vela. De lá, você tem as melhores vistas e fotos do entorno.
Puerta de la Justicia ou Puerta de la Esplanade ou Bib Axarea:
Entramos no Complexo de Alhambra e Generalife pelo Pavilhão de Acesso. Na saída, optamos por outro acesso, a Puerta de la Justicia (Portão da Justiça).
Do ano de 1348, é uma das quatro portas construídas pelos Nasrids, na época do reino de Yussuf I.
Saindo de Alhambra pelo Portão da Justiça, você adentra no bosque de Alhambra, rumo ao centro de Granada, sempre descendo.
Puerta de las Granadas
Na floresta ou Bosque de Alhambra seguimos por uma bela trilha sinuosa e pavimentada com cascalhos. No caminho, fontes, cachoeiras, bancos para descanso, vegetação nativa e pássaros. Sem pressa a descida fica bem suave.
Saímos pela Puerta de las Granadas, portal renascentista em pedra, que marca o término/começo do bosque de Alhambra.
Este portão foi edificado em 1536, para substituir o antigo portão islâmico denominado Bib-Al buxar ou Puerta de las Alegres Nuevas ou Bib-Al Jandaq ou Portão do Poço. Projeto de Pedro Machuca.
No centro do frontão triangular acima do arco principal de acesso, fica o escudo Imperial Espanhol.
No topo, três grandes romãs (granadas) justificam o nome do portão. Aqui não há dúvidas. O nome granada é referência à fruta romã.
Plaza Nueva
O portão nos levou ao centro da cidade, direto para a Plaza Nueva, antiga Hatabin. Entre vários estabelecimentos comerciais (restaurantes na maioria), como não poderia deixar de ser, uma imensa fonte complementa o cenário.
Real Chancelaria de Granada:
Nesta praça fica a Real Chancelaria de Granada ou Real Audiência ou apenas Chancelaria de Granada.
Apesar da Real Chancelaria ter sido fundada pela rainha Isabel I, em 1505, o edifício teve sua construção iniciada no ano de 1531, pelo monarca Carlos V.
Atualmente, o imponente e bem conservado prédio em estilo maneirista, abriga o Supremo Tribunal da Andaluzia.
Restaurante Los Manueles
Uma merecida e refrescante parada para recuperarmos as energias gastas em nossas caminhadas.
Granada tem várias opções de restaurantes e bares, escolhemos o Los Manueles, na Calle Reyes Católicos, ao acaso.
Cerveja para o meu marido e sangria para minha satisfação.
Uma praça dedicada à rainha Isabel I de Castela, responsável, junto com o rei Fernando II, pela reconquista de Granada dos mouros.
No centro da praça, sobre um pedestal de mármore com relevos de batalhas, fica a escultura em bronze (1892) do escultor espanhol Mariano Benlliure (1862-1947).
Trata-se da representação da audiência de Cristóvão Colombo com a rainha Isabel I, solicitando apoio para viajar em busca do caminho para as Índias Ocidentais. Viagem que culminou no descobrimento das Américas.
Por este motivo, o conjunto escultural é conhecido como Monumento a Isabel, a Católica, e a Cristóvão Colombo.
O conjunto é circundado por canteiros com fontes d'água.
Da praça, seguimos pela Calle Gran Via de Colón, onde fica a nossa próxima parada.
Esta via é considerada a principal avenida de Granada, construída em 1895. Tanto pelos prédios e arborização, como pelos pontos históricos preservados. Além de muitos hotéis, restaurantes, lojas, bancos e muito mais.
Catedral de Granada ou Catedral Metropolitana da Encarnação
Na avenida, fica a gigantesca Catedral de Grana da. Importante monumento histórico, religioso, turístico, cultural e arquitetônico da cidade. Um exemplo do renascentismo espanhol. Observe a imensa cúpula da igreja, que se destaca na foto abaixo.
Circule pelo exterior da catedral com calma. Observe esta imponente construção que possui 115,40 metros de comprimento e 67,25 metros de largura. Reparem nos postes da rua, com seus lustres em formato de favos de mel.
A Catedral de Granada foi construída no século XVI, sobre uma a principal Mesquita da cidade.
É um monumento formado por quatro edifícios: a Catedral propriamente dita, a Capela Real, o Tabernáculo (Igreja do Sacrário) e a Lonja (Bolsa de Mercadores), todas com entradas distintas.
Uma imensa igreja renascentista “estilo romano” com traçado gótico fortemente presente.
A Capilla Real (Capela Real) construída entre 1504 a 1517, em estilo gótico, foi dedicada a São Batista e São João Evangelista.
Criada para servir como mausoléu dos monarcas católicos espanhóis Isabel I, Fernando II e seus sucessores Joanna, a louca e Felipe de Castela, o belo (pais de Carlos V).
A primeira entrada para a capela ficava no interior da Catedral de Granada. Em 1527, a entrada na calle Oficios foi aberta pelo escultor espanhol Juan García de Pradas.
A entrada dos turistas é pela porta de madeira no prédio à esquerda (lonja), onde você poderá comprar o ingresso de admissão. Estava fechada.
O edifício denominado por Lonja de Mercaderes, foi construído em 1518 para transações bancárias e comerciais da seda de Granada. A melhor seda do "mundo", segundo contam. A porta principal da Lonja é, também, atribuída ao escultor Juan García de Pradas, em 1521.
Reparem na faixa decorativa que contorna a parte superior da parede desta fachada gótica. É possível ver as letras "F" e "Y", dentro de círculos, que se repetem em toda a borda superior. Um detalhe que muitas vezes passa despercebido.
Além dos túmulos reais (cripta), há belos altares, retábulos, esculturas e quadros.
Na sacristia da capela funciona o Museu da Capela Real ou Museu da Sacristia. Nele pode ser visto o cálice, coroa e cedro da rainha Isabel e a espada do rei Fernando, entre outras peças de ourives, tapeçarias, vestimentas e Missal pintado por Francisco Flores de 1496. Que não vimos, estava fechada. 😞 Apesar da claridade, eram quase 19 horas quando lá chegamos.
A Catedral de Granada ou Catedral Metropolitana da Encarnação de Granada é considerada a primeira igreja renascentista da Espanha.
Em uma das laterais da catedral ficam três portas de acesso de valor histórico e arquitetônico. São denominadas de Puerta de San Jerónimo, Puerta del Perdón e Puerta del Ecce Homo. Não as vimos, mas deixo a dica registrada.
Seguimos para a fachada principal que fica na Plaza de las Pasiegas.
A fachada principal é monumental e difere muito das demais fachadas do complexo.
Foi construída em 1664, em estilo barroco.
As estátuas que deveriam existir no alto do edifício, foram substituídas por pináculos.
No interior da igreja, além das diversas capelas, existe um museu com pinturas de temática religiosa, dos séculos XVI, XVII e XVIII.
Um detalhe curioso é que esta catedral possui 5 naves e não 3 como é o habitual nas construções católicas. Nós não tivemos como constatar este fato.
Infelizmente, a Catedral de Granada e a Capela Real estavam fechadas e não tivemos como entrar. Se você estiver na cidade e tiverem a oportunidade de entrar, não deixem de fazê-lo. Vi muitas fotos e fiquei encantada. Lamentei muito a falta de sorte. Mas, optamos por pernoitar apenas uma noite na cidade.
O acesso à Catedral, Capela Real e Museu é pago. Mas, pelo que ouvimos e lemos, vale cada centavo pago.
Iglesia del Sagrario ou Igreja do Santo Tabernáculo ou Paróquia del Sagrario
A Igreja do Sacrário fica na Plaza de Alonso Cano, uma continuação da Plaza de las Pasiegas, ao lado da fachada principal da Catedral, onde ficava a Mesquita Aljama. Faz parte do complexo da Catedral de Granada.
Inicialmente a mesquita foi adaptada para funcionar como igreja católica. Nominada como Igreja de Santa Maria da Expectação ou Nossa Senhora do O, foi sede da catedral de Granada entre os anos de 1507 a 1561.
Em 1705, a mesquita foi derrubada para a edificação da nova igreja, a Igreja del Sagrario, que ficou pronta apenas em 1759.
A fachada renascentista possui dois corpos de colunas coríntias em pedra da Serra Elvira.
No alto do portal de entrada, temos a escultura de São Pedro no centro, ladeada por São João Nepomuceno e São Ibón. Esculturas em mármore branco, atribuídas ao escultor Agustín José de Vera Moreno (1697-1760).
Arquitetos envolvidos: Francisco Hurtado Izquierdo, José de Bada e Francisco Rodríguez Navajas.
Estava aberta. Entramos, sem cerimônia. Ops, hora de culto. Ainda não tinha começado, que mal poderia ter algumas fotos? Discrição nesta hora. Ufa, que sufoco.
O interior segue um estilo barroco sóbrio, porém belo.
A igreja possui planta quadrada em forma de cruz grega, toda trabalhada em pedra. É decorada com diversas esculturas, a maioria de autoria de Agustín José de Vera Moreno e Pedro Tomás Valero.
A capela-mor ostenta um belo tabernáculo em mármore vermelho e branco, tendo sua parte central dourada, projeto do arquiteto José Bada.
No centro do tabernáculo fica uma estátua da Imaculada Conceição, autoria do arquiteto, pintor e escultor espanhol Alonso Cano.
Embora, a igreja tenha várias janelas espalhadas, poucas possuem vitral colorido. Uma delas fica na capela-mor, de desenho simples com uma cruz cristã ao centro.
Abaixo, alguns ângulos da estrutura das colunas que suportam a cúpula hemisférica do transepto.
Em cada coluna, sobre um suporte ficam as estátuas, em mármore branco, dos quatros evangelistas católicos (Mateus, Marcos, Lucas e João), trabalho de Vera Moreno.
Na lateral de uma destas colunas, fica o púlpito trabalhado.
Como sempre, eu gosto de postar as coberturas dos espaços. Vejam abaixo, a riqueza dos trabalhos minuciosos em relevos.
A igreja possui várias capelas laterais construídas com doações, para serviam como capelas funerárias de famílias de nobres da sociedade local, comerciantes ricos e membros do clero.
Infelizmente, não tivemos condições de circular pela igreja e registrar tudo. Mas, deixo a dica: se esta igreja estiver aberta, entrem. Se tiver missa, relaxe e aproveite o momento para reflexão e oração.
Arquidiocese de Granada
Saindo a igreja, do outro lado fica o edifício Curia Metropolitana ou Arquidiocese de Granada.
Edifício construído entre 1527 a 1544, por determinação de Carlos V, para ser a Universidade Literária aos cuidados dos Jesuítas. Com a expulsão dos jesuítas em 1767, o prédio foi confiscado e passou a abrigar a Curia Eclesiástica de Granada. Entidade religiosa responsável pela administração da igreja católica na cidade.
O projeto é atribuído aos arquitetos Diego de Siloé e Juan Marquina.
Palácio de la Madraza
Abaixo, o Palácio de la Madraza, situado em frente à Capela Real e próximo do Palácio Episcopal. Era uma escola corânica, datada de 1349, da era árabe. Atualmente, faz parte da Universidade de Granada.
Próximo da Catedral, na Plaza de la Romanilla, uma curiosa escultura em tamanho real faz uma homenagem ao carregador de água, profissão comum dos séculos XI até meados do século XX.
O aguador, vendia água coletada em fontes limpas para pedestres e/ou para uso doméstico de casas que não tinham água canalizada.
A obra intitulada como Monumento ao Aguador, em bronze, é do escultor Aurelio Teno, 1999.
No entorno da praça, você encontra muitos restaurantes, bares e cafeterias. Destaque para o Centro Federico Garcia Lorca, nesta mesma praça. Interessante para conhecer a história e obras do poeta e dramaturgo espanhol, caso você tenha espaço na sua programação na cidade.
No final do dia, depois de longas caminhadas, retornamos ao nosso hotel de ônibus (autocarro), linha C 35.
Como é bom sentar, depois de longas horas caminhando. Ok, não foram horas ininterruptas. Mas, foram muitas, né? Agora vamos relaxar, sem perder o ponto de descida.
No dia seguinte, ...,
Iglesia de Santo Domingo de Granada ou Freguesia de Santa Escolástica.
Após uma noite bem dormida e um bom café-da-manhã, seguimos viagem para o nosso próximo destino: Ronda.
No caminho, ainda em Granada, passamos em frente à Iglesia de Santo Domingo de Granada, na Plaza de Santo Domingo.
Na praça, uma bela homenagem ao filho ilustre da cidade, Fray Luis de Granada (1505-1588). Sobre um pedestal de pedra, a escultura de bronze feita em 1910 por Pablo Loyzaga.
Fray Luis foi teólogo, escritor, padre/frade dominicano. Por conflitos e divergências com a Inquisição Espanhola, refugiou-se em Portugal onde permaneceu até a sua morte.
A igreja, parte do Convento de Santa Cruz la Real, começou a ser construída em 1512 em estilo gótico. Levou vários anos para sua conclusão, sofrendo influências de diversos estilos como o renascentismo, barroco e contemporâneo.
A fachada em estilo renascentista, tem sua entrada precedida por um pórtico de pedra com três arcos apoiados em colunas. Entre os arcos semicirculares, podemos observar as iniciais dos monarcas espanhóis, Fernando II e Isabel I.
Este pórtico forma uma galeria, que por sua vez cria um estreito alpendre que serve como terraço. Na parede acima do alpendre podemos ver uma janela gemelar central.
Os murais figurativos a fresco, técnica francesa "trope l'oeil", são atribuídas a Manuel Maldonado (1966). Na parte superior do nicho central, a representação da Virgem do Rosário. Abaixo da virgem, a águia imperial. Nos nichos laterais São Tomás de Aquino e São Domingo de Guzmán.
Do lado direito da fachada fica a torre sineira.
O convento do século XVI (ordem dominicana) e confiscado no século XIX, atualmente faz parte da Universidade de Granada. Hoje é o Colégio Mayor Santa Cruz la Real.
A igreja, desmembrada do convento após a expulsão dos frades em 1836, passou a sede da Paróquia de Santa Escolástica. Atualmente, permanece aberta para adoração e cultos católicos.
O templo estava aberto. Turista de respeito não resiste a uma porta aberta. Para manter a tradição, entramos. Para desespero de meu marido, eu não resisto. No final, ele também aprecia.
Pelo exterior, eu imaginava uma pequena e humilde igreja. estava errada. O interior impressiona pelo tamanho e riqueza de detalhes.
Em cruz latina, com 5 capelas de cada lado.
A Capela-Mor, finalizada no início do século XVIII, é ornada com várias pinturas e estátuas.
Nas colunas que delimitam a entrada para a capela-mor, temos a representação dos reis católicos ajoelhados e orando, um de cada lado. Acima dos monarcas, as imagens de papas de origem dominicana.
No centro, um belo tabernáculo esculpido em mármores coloridos, trabalho de 1699, atribuído à Francisco Rodríguez Navajas. No centro do tabernáculo fica um pequeno crucifixo.
Reparem nos arcos e nas nervuras das abóbadas góticas.
Uma linda igreja com um passado sombrio. Em seu passado, serviu à Santa Inquisição Espanhola.
Altar Santo Domingo de Guzmán
No transepto à direita do altar, temos uma bonita capela com o altar dedicado ao Santo Domingo de Guzmán. No centro do retábulo, fica a imagem de Santo Domingo em tamanho natural. Acima, nas laterais, as imagens de São Vicente Ferrer e São Pedro Mártir. Entre as imagens uma pintura do Senhor da Humildade (Ecce Homo algemado). Coroando o retábulo barroco, um crucifixo cristão.
Trabalho atribuído à Francisco Izquierdo (1669-1725). Esculturas em madeira de Alonso de Mena.
No transepto esquerdo fica a Capela da Virgem do Rosário, por trás do qual fica o famoso Camarín de Nuestra Señora del Rosario Coronada, com um imenso, lindo e ricamente trabalhado retábulo de madeira.
A construção do Camarim, de 1726 a 1756, é atribuída à Blas Moreno, Valeros e Domingo Chavarito.
É formada por quatro ambientes: o quarto Lepanto; o quarto imaculado; a antecâmara e o quarto da rainha. Da igreja você pode admirar o retábulo em todo o seu esplendor. Mas, a visitação aos demais ambiente é realizada mediante visita guiada paga.
A virgem do Rosário é co-patrona de Granada, juntamente com San Cecílio.
Espetacular o grupo escultórico, em tamanho real, da "Última Ceia", feita nos anos de 1926 a 1928 pelo escultor e entalhador espanhol Eduardo Espinosa Cuadros (1884-1956).
Do mesmo artista é a Virgem da Vitória (1940), que infelizmente foi cortada na foto. Ela fica por trás da última ceia.
Fica à direita de quem entra.
Sobre o portal de entrada/saída fica o coro alto, ladeado por dois imensos órgãos tubulares. Nesta área, observem as nervuras góticas preservadas.
No centro do coro alto, a janela em estilo gótico que vimos no exterior. Tradicionalmente, era para ser uma janela em forma de rosácea.
Não cobra ingresso e fica bem próximo da entrada para Alhambra. Verifique antes os horários de abertura.
Nós não entramos, nosso tempo na cidade era muito reduzido e tivemos que priorizar outras atrações mais famosas. Quem já foi, recomenda e diz que vale a pena ir. Mas, Alhambra é a escolha prioritária para qualquer turista em Granada.
Conjunto Monumental de La Alhambra e El Generalife
Vamos descobrir porque este complexo foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 1984.
- Pavilhão de Acesso
Retornamos até a bifurcação e seguimos pela Paseo del Generalife até o Pavilhão de Acesso ao Conjunto Monumental de La Alhambra e El Generalife. Você vai saber ao chegar, aqui não tem como errar. 😇
La Alhambra e El Generalife fazem parte do histórico legado islâmico em Granada. Sua grandiosidade e importância tornam o conjunto o ponto turístico mais visitado da cidade.
A orientação é que você visite primeiro o Generalife e depois Alhambra.
⇒ Para não perder tempo comprando o ingresso, você pode comprá-lo pela internet com antecedência. Pesquise nos vários sites a melhor oferta. O valor varia conforme sua opção. Para o Generalife e Alhambra custa 14 euros. Apenas o Generalife, com direito aos jardins de Alhambra (não os castelos) custa 6 euros. Para o interior dos castelos de Alhambra, a visita tem horário pré-determinado. Consulte se for o caso e chegue bem antes para visitar a área externa antes.
O complexo é bem grande com muitos caminhos e atrações.
👉 Não esqueça de pegar o mapa das atrações Generalife e Alhambra. Não tinha em português, optamos pelo espanhol.
- Generalife
O Generalife, formado por palácio com pátios, extensos jardins e hortas, fica fora das muralhas de Alhambra na encosta do Cerro del Sol.
Desde o século XII, início da dinastia Nashrid, com área de jardinagem, hortas e pomares.
O palácio, foi criado em 1302 a 1309, para a realeza muçulmana, os Nazaries, como casa de campo, recreação e repouso. Resumindo, era uma vila rural usada pela nobreza islâmica.
Após a reconquista cristã, passou a ser utilizado pelos reis cristãos espanhóis como casa de veraneio e descanso.
Considerado um dos mais antigos jardins mouros da Península Ibérica, ainda existente. Ao longo dos anos e séculos foram feitas implementações e modificações no layout original.
Ao passar pelo pavilhão de entrada, você segue por um lindo caminho de ciprestes, que percorre o lado de fora das muralhas de Alhambra.
Passamos ao lado de uma ponte entre as Torre del agua e Torre del Cabo de la Carrera, esta última, em ruínas. Esta ponte, sobre um fosso sem água, é uma das passagens que levam ao interior das muralhas de Alhambra.
👉 Uma alternativa de passeio é caminhar pelo fosso (Paseo de las Torres), pela Cuesta de los Chinos. Assim, você pode ver as muralhas e suas torres de perto pelo lado de fora da fortaleza. Seguindo pela trilha do fosso, você sai do complexo rumo ao bairro Albaicín. Se quiser entrar no complexo, terá que voltar ao pavilhão de entrada, ou retornar pelo fosso. Se você tiver tempo e disposição, pode ser uma caminhada bem interessante.
Não atravessamos a ponte para Alhambra e nem acessamos o fosso, seguimos em frente.
Conheceremos Alhambra mais adiante. Começaremos o nosso passeio pela área conhecida como Generalife.
👉 Se você for visitar os palácios de Alhambra fique atento. O ingresso consta o horário de admissão. Se passar, ..., perdeu.Neste ponto, saímos do caminho dos ciprestes e seguimos as diversas placas indicando o Generalife. A vegetação muda e você nota um cuidado maior com o paisagismo. E, ainda, nem chegamos aos jardins do Generalife.
Neste caminho, podemos admirar algumas torres das muralhas de Alhambra.
As torres abaixo são: Torre de las Infantas e a Torre de la Cautiva (Torre Cativa).
Torre de las Infantas:A Torre de las Infantas é na realidade uma torre-moradia.
No passado, era conhecida por Torre de Ruiz ou Torre Quintarnaya.
Foi a última torre construída na muralha de Alhambra, por Nasrid.
Reparem nas janelas mouriscas com arcos duplos e colunas de mármore.
No terraço superior uma pequena estrutura se destaca, com uma cobertura tipo telha (?).
Abaixo, temos as torres: Torre de la Cautiva e Torre del Cadí. Ao fundo, o bairro Albaicín.
Torre de la Cautiva:
A Torre Cativa é, também, uma torre-moradia (torre-habitação), construída no reinado de Yusuf I. Já foi nomeada como Torre de la Ladrona e Torre de la Sultana.
Torre del Cadí:
A torre Cadí é uma torre defensiva militar, mais baixa que as anteriores.
No passado, controlava o fluxo de pessoas entre os Palácios Nasridas com o Palácio Generalife. Também conhecida como Torre del Candil ou Qadi ou Torre del Preso e Torre do paso da Zorra.
Destaque especial para a torre da igreja cristã de Alhambra, além dos muros a despontar entre a vegetação. A Igreja de Santa Maria de Alhambra.
Jardines Nuevos (Jardins Novos)A área compreendida entre Alhambra e o Palácio Generalife, era, no passado, ocupada pelas Huertas de Alhambra. Parte das hortas e da encosta da Colina do Sol, foram adaptadas e convertidas em Parque Público com jardins paisagísticos e um auditório ao ar livre. Esta área passou a ser denominada como Jardines Nuevos (Jardins Novos).
Teatro del Generalife
Nesta altura do caminho, à nossa direita, uma larga escadaria nos leva ao recente Teatro del Generalife ou Auditório do Generalife.
Teatro ao ar livre, construído em 1952 a 1954, pelo arquiteto Francisco Prietro Moreno, para o Festival Internacional de Música e dança.
O fundo do palco não tem paredes. É fechado por ciprestes naturais.
No final da plateia e antes do palco, o fosso acolhe a orquestra dos festivais.
Vários níveis de lances com degraus formam a plateia. Jardins Baixos:
Depois de circular pelo teatro, suba mais um lance de escadas para chegar aos Jardins Baixos ou Jardins Inferiores. Jardins que complementam os Jardines Nuevos.
Neste nível, não deixe de observar a vista panorâmica da região, emoldurada pela vegetação local. Belíssima.
O bairro que aparece na foto é o Albaicín, um bairro de origem árabe.
Explore os jardins baixos com calma. Encante-se pela harmonia e simetria dos jardins. Circule por entre as passagens em arco nas cercas vivas de murta, que levam de um jardim ao outro. Esta parte do jardim baixo, construído em estilo muçulmano, data do ano de 1531, obra do Prieto Moreno.
No caminho central, dois longos tanques d'água com plantas aquáticas estão dispostos sequenciados e interligados entre si. Estes tanques fazem parte do canal de irrigação do Generalife.
O espaço fica confinado entre altas cercas-vivas de murta, com passagens em arco e vários ciprestes. Encostados nestas cercas, ficam bancos de madeira para descanso e relaxamento.
Ao longo dos tanques, em ambos lados, canteiros com roseiras e uma baixa cerca-viva de murta, parecem protegê-los.
Entre os tanques, uma grande fonte d'água dentro de um pequeno lago, complementa o cenário.Tudo é envolvido por caminhos de pedra que permitem a circulação entre eles com segurança.
Para a criação dos jardins, foi preciso deixar o terreno plano (terraplanagem), afinal a estrutura fica em uma colina. Um grande paredão de pedra e cimento foi construído para a conter e estabilizar a encosta da colina. Este muro de arrimo é uma importante proteção aos jardins.
Incrustado no muro, uma antiga fonte desativada.
- Jardim de rosas:
Saindo do jardim com tanques, passamos por um elaborado labirinto de ciprestes, antes de adentrar em um jardim com canteiros e estruturas de ferro em arcos, com várias roseiras coloridas.
Esta área é conhecida como Jardim de Rosas, projeto do arquiteto Leopoldo Torres Balbas, entre os anos de 1930 a 1931.
A foto abaixo, mostra um pequeno canteiro, encostado em uma alta cerca-viva. Nas fotos subsequentes, várias rosas em seu esplendor.
Se você quiser se encantar com a grande variedade de flores e rosas deste jardim, a melhor época do ano para visitá-lo é a primavera ou verão. Lembrando que ao final do verão, as rosas já estarão secas.
Nós visitamos Granada no final da primeira quinzena de maio, em plena primavera. Amei! Na minha opinião, esta é a melhor época de visitar a Europa. O clima não está frio e o calor ainda não é insuportável. Além do fato de ter um número menor de turistas circulando.
Gosto de todas as flores, mas as rosas de cores e tamanhos variados, ... Bem, rosas são rosas. Não tem como não as admirar. Principalmente, se estiverem no canteiro.
Huerta de Generalife:
Na foto abaixo, temos a Huerta de Generalife, entre as muralhas de Alhambra e o Jardins Baixos de Generalife.
Uma pequena fazenda agrícola sustentável, onde são cultivados vários legumes, frutas, hortaliças e temperos que abastecem os habitantes da região de Alhambra. Um projeto que faz parte do acordo ao transformar parte da área em Jardim Público.
Ao longo da muralha de Alhambra, algumas de suas torres e o bairro Albaicín.
O muro que aparece no canto direito da foto, é o muro de sustentação dos jardins baixos.
Deste muro, você tem exuberantes e maravilhosas vistas de Alhambra. Abaixo, podemos ver a Torre de la Cautiva (no canto esquerdo) e a Torre del Cadí (no canto direito) e a muralha que as liga. Dentro da muralha, ficam os Jardines del Paraíso. Entre os jardins, a torre que se destaca pertence ao Convento de São Francisco, bem no coração de Alhambra.
Além da muralha a Igreja de Santa Maria se destaca no interior de Alhambra.
A Torre del Pico ou Torre Narvárez, era uma torre defensiva que também servia como residência.
Novamente, a torre da Igreja de Santa Maria se impõe.
As demais estruturas que vemos na foto pertencem ao El Partal e aos Palácios Nazaríes, todos em Alhambra.
Aqui, parte da cidadela fortificada de Alhambra em tons avermelhado, protegida pela montanha, bosque e rios. Uma belíssima vista.
Eu tento resistir e andar mais rápido. Mas, há momentos que é necessário parar e absorver o que vemos. Simplesmente contemplar, admirar e nada mais.
Em uma área dos jardins baixos, estão vários pés de frutas cítricas, carregados de frutos. Era comum os jardins árabes terem árvores frutíferas. Além da sombra há deliciosos frutos.
Hummm, que tentação. Mas, não se assustem. Não tiramos nenhuma fruta. Só posse para foto. kkkkkkkkkk.
Aqui e acolá, surgem estruturas e nichos que parecem atravessar os séculos. Infelizmente, muitas não possuem referências. Outras não anotei em minha caderneta. Aí, é soltar a imaginação e seguir em frente.
Palácio del Generalife
Enfim, chegamos ao Palácio del Generalife, o palácio de veraneio dos sultões Nasrids, construído entre os anos de 1302 a 1309. Um edifício de dois andares, uma torre (Torre de Ismal) e três pátios.
- Patio Polo ou Patio de descabalgamiento:
Na entrada destinada aos visitantes, você tem que apresentar o cupom de admissão. Após o que, você acessa um pequeno pátio pavimentado, conhecido como Patio Polo ou Patio de descabalgamiento. Um pátio rústico e sem grandes atrativos que no passado era usado como estábulo e para montar e desmontar dos cavalos.
- Patio de la Acequia (Pátio do canal da água):
A partir do Pátio Polo, uma pequena porta, com detalhes em azulejos no alto do portal, nos leva a uma escada e, em seguida, à área "doméstica" do palácio. Acessamos o Pátio de la Acequia ou Pátio das Fontes, através do pavilhão sul do Palácio Generalife.
Neste pátio podemos observar um longo e estreito canal central que divide o pátio longitudinalmente, considerado a principal artéria hidráulica do complexo. O canal, com esguichos d'água de ambos lados, é rodeado por canteiro de flores, ciprestes e algumas laranjeiras.
Em cada extremo do pátio temos pavilhões. Sendo o pavilhão norte, com a Torre de Ismail, o mais emblemático.
- Torre de Ismail:
A Torre de Ismail ou Torre Branca é a única torre do Palácio Generalife. Torre de vigia que, atualmente, serve como mirante. Construída no século XIII, sofreu várias modificações e adaptações ao longo dos séculos.
Seguimos o fluxo dos turistas, pela galeria coberta à esquerda, lado oeste. Em toda a extensão da galeria, grandes aberturas em arco nos proporcionam lindas vistas panorâmicas da região.
No meio desta galeria, um alargamento do espaço forma um mirante.
Neste mirante, a parte superior das paredes internas recebem um delicado trabalho mourisco até a altura dos arcos. Pena que está incompleto.
O teto é trabalhado em madeira.
As numerosas e baixa janelas nos faz pensar que, no passado, devia ser um lugar de descanso, descontração e contemplação. A vista é melhor observada se você estiver sentado.
A paisagem emoldurada pelas janelas deste recinto é puro encanto e deleite. Daqui você vê os jardins baixos, a horta do Generalife e Alhambra ao fundo.
Do outro lado do canal central, no lado leste, existe uma construção com algumas robustas portas de madeira. Área não acessível aos turistas.
O prédio do Palácio Generalife é rústico e simples, seu maior destaque são seus pátios internos com fontes e flores.
Merece destaque o pavilhão norte, cujo segundo andar e terraço acoplados à torre Ismail, foi adicionado pelos monarcas cristãos, após a reconquista de Granada.
No térreo do pavilhão norte, temos uma varanda com cinco grandes e belíssimas arcadas rendilhadas, sustentadas por delgadas colunas. Impossível não notar.
A arcada central do pavilhão norte é mais larga que as demais. No mesmo nível desta arcada, no interior da varanda três arcadas decoradas e com colunas, marcam a entrada ao pavilhão.
Nas extremidades da galeria do pavilhão norte, ficam duas alcovas. A entrada de cada uma e as paredes do interior são decoradas de acordo com o estilo do pavilhão. No chão de cada alcova, uma tigela de porcelana ou cerâmica vitrificada branca. Não encontrei nenhuma referência sobre a utilidade ou simbologia do pequeno recinto. Talvez fosse um lugar para se lavar as mãos, mas neste caso não seria melhor uma pequena fonte? Outra teoria (minha teoria) é que em cada alcova ficava um guarda de segurança pessoal do sultão.
Reparem no lindo trabalho de arabescos rendilhado.
No interior do pavilhão norte, no Salão Real, fica a Sala do Trono ou Sala Regia ou Quarto Real, onde o sultão despachava durante sua estadia no Generalife.
Gostaria de ressaltar o lindo trabalho em madeira da cobertura da Sala do Trono.
Detalhe dos requintados arabescos do portal de acesso à sala do trono.
Suba ao piso superior do pavilhão norte, acesso à esquerda, e se encante pelos cenários que despontam.
Você acha que a esta altura já viu tudo, mas sempre tem um novo ângulo que nos surpreendem.
No morro abaixo, temos parte dos bairros Albaicín (bairro árabe) e Sacramontes (bairro cigano), separados por longo muro.
A colina, no bairro Sacromontes, possui várias trilhas para passeios a pé ou de bicicleta, destinada aos mais aventureiros. No passado grutasNeste bairro a cultura cigana é mantida com vários pontos de dança e música flamenco, símbolo cultural espanhol.
Na foto abaixo, a Ermita de San Miguel Alto, no topo de uma das colinas de Granada, no bairro Albaicín. Uma pequena e histórica igreja com uma posição privilegiada que fornece vistas espetaculares, principalmente ao pôr-do-sol. Caso você resolva subir o morro, prepare-se para uma subida íngreme e puxada. O ideal é ir de ônibus.
Foi construída em 1671, aproveitando a estrutura de uma torre muçulmana, em homenagem ao Arcanjo Miguel. Não sei se abre para visitação.
O bairro Albaicín, bairro mouro medieval, é conhecido por suas ruelas e becos com casarios brancos.
Desça ao térreo, e se dirija ao próximo pátio do Palácio Generalife, acesso à direita no pavilhão norte. É só seguir a sinalização existente que leva a um pequeno lance de escadas.
No caminho, algumas peças expostas contam um pouco sobre a decoração do recinto. São cópias que podem ser tocadas. Sinta na ponta dos dedos os relevos e delicadeza dos arabescos. Lembrando que nos originais não se pode tocar.
- Patio del Cipreste de la Sultana ou Pátio da Sultana ou Pátios dos Ciprestes.
O Pátio da Sultana, mais elevado que o Pátio Acequia, era um recanto para o descanso da sultana, longe de olhares curiosos.
Dois grandes canteiros com flores e rosas, cercados por sebes de murta, separados por uma fonte de pedra em uma piscina central. Todo o conjunto é circundado por um lago artificial em U, formando um espelho d'água. Vários esguichos d'água, complementam o cenário e refrescam o ambiente.
O jardim barroco, foi elaborado no século XVI, quando não mais havia sultão ou sultanas. Sendo modificado no século XIX, com as características atuais. Mas, o gosto por fontes, flores e sombras de ciprestes foram mantidos.
Diz a lenda que a sultana Zorai, esposa de Abu I Hasan, utilizava este pátio para encontros amorosos com seu amante. Tem até uma placa em azulejo reafirmando o fato. Verdade ou lenda? Se for verdade, terá o sultão descoberto? O que teria acontecido com a sultana e seu amante? Parece que o amante e seus companheiros foram mortos. Ninguém sabe ao certo, e o imaginário flui ao som das águas das fontes.
No alto do telhado do pórtico, que sinaliza a saída do pátio, temos duas esculturas de leão, em cerâmica vitrificada. Por este motivo, esta escada é chamada de Escada dos Leões.
Jardins Altos del Generalife ou Jardins superiores:
- Escalera del Agua:
Ao subir a escadaria, na saída do Pátio da Sultana, chegamos aos Jardins Altos.
Uma baixa cerca de ferro conduz a uma parte escondida em meio à vários pés de louro. Trata-se da Escalera del Agua (escada da água), da época dos árabes. Uma antiga escada de pedra com fontes (a nível do solo) em três patamares circulares, onde a água corre por baixo do pavimento. O corrimão de pedra da escada possui canaletas por onde escorre água corrente. A água vem da própria montanha.
A água canalizada abastecia as demais fontes do Generalife, irrigava os jardins e hortas. Além, de contribuir para melhorar a umidade do ar.
Suba alguns lances de escada para admirar a simplicidade e eficiência da engenharia dos povos antigos. Eficiência com baixo custo.
- Mirador Romântico:
Ao final da escadaria, siga para o próximo ponto turístico, o Mirador Romântico, considerado o ponto mais alto do Generalife.
Construído por Jaime Traverso, administrador da propriedade na época, em estilo gótico, no ano de 1836. Na galeria superior podemos observar janelas geminadas com arcos pontudos.
Nesta área, admire e contemple a simetria e beleza dos Jardins Altos. Entre os canteiros formados por sebes de murta, estão dispostas pequenas fontes d'água. As sebes de murta são muito utilizadas em topiaria e como cerca-viva, formando desenhos variados nos jardins.
A estrutura e dimensão dos jardins (baixos e altos) do Generalife, requer cuidados constantes. O incrível é que não vi nenhum jardineiro, botânico, paisagista ou algo do tipo. Mas, com certeza eles atuam de maneira discreta e permanente.
Não quero ser repetitiva, mas sendo o local mais alto, não deixe de registrar a espetacular vista panorâmica da região. E, novamente, Alhambra aparece majestosa.
..., e de novo, ... Lembram do Convento/Hotel de São Francisco? Do alto, temos uma boa visão dos fundos do hotel. A fachada fica voltada para o outro lado.
Mais uma bela vista da Igreja de Santa Maria de Alhambra.Visto de longe, Alhambra é a personalização do palácio das mil e uma noites dos contos infantis.
Espetacular a visão e contraste das tores vermelhas em meio à vegetação local.
Situado na colina adjacente à colina de Alhambra, fica a Colina de Albaicín, cujo bairro árabe recebeu o mesmo nome. Bairro de Albaicín.
Casa de los Amigos
Deixamos o mirante e os jardins altos e descemos até a Casa de los Amigos (Casa dos Amigos).
Uma construção que abrigava os convidados e amigos da realeza moura. Fica fora do Palácio de Generalife, porém perto o bastante para facilitar o convívio.
Há referências que a construção data do século XIII, tendo sido modificada após a reconquista cristã no século XVI. Atualmente, restam apenas o alicerce e as demarcações das áreas internas.
Paseo de las Adelfas (Passeio das Adelfas):
Vamos descer para a parte baixa do Generalife. Seguimos por um caminho denominado por Passeio das Adelfas, elaborado em meados do século XIX. Um caminho sombreado que abranda o calor. As adelfas são conhecidas como oleandros ou espirradeiras.
Este caminho termina em um portal em um muro com grandes portas de ferro.
Paseo del Ciprés (Passeio dos Ciprestes):
Após o Passeio das Adelfas, chegamos ao Paseio dos Ciprestes, que data do início do século XX e faz parte do caminho que vimos no início de nosso passeio.
Do Paseo del Ciprés, temos a visão do Auditório do Generalife. Seguimos até a entrada para Alhambra. É só seguir as placas indicativas.
Não deixe de observar a parte posterior do Auditório do Generalife, geralmente oculta no trajeto inicial. Um novo ângulo que nos proporcionou visualizar detalhes escondidos por trás da parede de ciprestes do palco.
O teto verde na estrutura que serve de apoio aos artistas e músicos é muito interessante e bem atual. Você passa pela estrutura e nem se dá conta do que é.
Alhambra
Depois de vasculhar o Generalife, chegou a hora de explorarmos a Cidadela Real de Alhambra. Uma cidadela erguida no período medieval durante o domínio da dinastia dos Nasrids.
Alhambra é uma grandiosa e fortificada cidadela, localizada no topo da colina que leva o mesmo nome, Colina de Alhambra.
No interior de suas muralhas, vários palácios, pátios internos, diversos jardins, espelhos d'água e fontes dos tempos mouros e outros construídos após a reconquista cristã e expulsão dos muçulmanos.
Para isto, voltamos para a ponte entre as Torre del agua e a Torre del Cabo de la Carrera. Lembram? Lá do início do passeio? A foto é a mesma.
Seguimos pela Calle Real Alta - Medina, no interior da cidadela. Além dos palácios e jardins, a cidadela abrigava outras construções como mesquitas, casas de banhos, cisternas, oficinas, várias casas destinadas aos funcionários da corte e à própria corte dos reis. Muitas destas construções foram destruídas ao longo dos séculos, resultado de guerras em diferentes períodos. A Guerra da Independência foi a mais danosa ao complexo Alhambra.
Na foto abaixo, vemos as fundações de alguns prédios que não foram reconstruídos. Existem várias áreas como esta no complexo. São conhecidas como Medina, a Cidade da Corte. Aliás, a Medina também abrange os Palácios e Casas de Nobres.
Ao longo do caminho, à esquerda, fica a muralha sul com suas torres e Portões.
Abaixo, temos a Puerta de los Siete Suelos (Porta dos sete andares) ou Bab al-Gudur (Portão dos Poços), que já foi conhecida como Puerta de la Guardia ou Corpo de la Guardia.
Construída pelos árabes, YusufI, no século XIV.
Foi por esta porta que o exército dos reis Fernando II e Isabel I, monarcas cristãos, adentraram Alhambra em 1492. Após a vitória, os reis cristãos mandaram construir um baluarte de artilharia no lado externo.
Em 1882, foi seriamente abalada pelas tropas napoleônicas, sendo reconstruída após 1970.
Convento de São Francisco
Seguindo pela mesma rua, passamos por um corredor de cerca-viva, alta e podadas, com aberturas em arco. Passando por um destes arcos você chega ao Convento de São Francisco.
Convento construído em 1493, pelos monarcas cristãos, aproveitando uma antiga construção árabe, o Palácio dos Infantes, oriundo do reinado de Muhammad II, nos anos de 1303 a 1309.
Foi fechado em 1835, sendo o prédio utilizado como quartel durante o século XIX. Atualmente, é o Hotel Parador Granada ou Hotel Parador de São Francisco ou Parador Nacional de Turismo (★★★★). Localização privilegiada a alto custo. Mas, fica a dica: Não é o único hotel dentro do complexo.
Na frente do convento/hotel, fica o jardim conhecido como Jardins de São Francisco.
Sierra Nevada
É possível ver a Serra Nevada de vários pontos de Granada. Mas, nesta área do Alhambra é particularmente especial.
Pare e, por alguns minutos, tente não pensar e não fazer nada. Só admire a paisagem.
Não importa a época do ano, os picos das Serras Nevadas sempre estão cobertos por neve. Seu mais alto pico é o Pico Mulhacén, considerado o mais elevado de toda a Península Ibérica.
Serra Nevada fica a sudeste de Granada, uma cadeia montanhosa, parte de um Parque Natural considerado o mais elevado de toda a Espanha. Lá funciona uma estação de esqui com toda estrutura logística necessária. Hotéis, pubs, bares, restaurantes, aluguel de equipamentos para esqui e snowboard e cursos para iniciantes.
Como diria o poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936) é o "panorama montanhoso mais bonito da Europa". Não que eu conheça muitos, mas vou ficar com o poeta.
Volte ao caminho anterior e caminhe até o acesso à área dos Palácios, onde você terá que apresentar seu tíquete de entrada novamente.
Igreja de Santa Maria:
A Igreja de Santa Maria, igreja católica com planta de cruz latina. Construída sobre uma antiga mesquita e seus banhos, projeto do arquiteto Ambrosio de Vico, século XVII. Estava fechada e seguimos adiante.
Palácio Carlos V:
Ao lado da Igreja fica o imponente e grandioso Palácio Carlos V. Construção iniciada em 1527 pelo Imperador Carlos V, primeiro governante da dinastia austríaca na Espanha, mas apenas concluída no século XX (1957).
O projeto renascentista é, originalmente, do arquiteto Pedro Machuca Toledo, e deveria ter sido a residência real dos monarcas espanhóis. Nunca foi usado como tal.
Durante a Guerra da Independência, o palácio foi transformado em armazém de artilharia pelo exército napoleônico. Função mantida pelos espanhóis até o ano de 1832, quando foi evacuado.
Atualmente, abriga vários museus em seu interior.
Seu exterior recebe acabamentos distintos. O andar térreo é finalizado com pedra rústica em estilo almofadado. No andar superior é mais fino com acabamentos ornados e decorados, contrastando com o térreo.
Em ambos andares, entre as pilastras, temos janelas retangulares e sobre as mesmas aberturas circulares vidradas.
A fachada principal, no lado oeste do prédio, é voltada para uma pequena praça (Placeta Carlos V). Nesta fachada fica o Portão Ocidental, trabalhado em mármore com colunas duplas e vários ornamentos em baixos-relevos. Possui três portas, sendo a central maior.
A entrada no prédio é gratuita e dispensa a apresentação do ingresso do complexo. Como a grande maioria dos museus mundiais, fecha nas segundas-feiras e alguns feriados nacionais. Verifique antes de ir.
No térreo do prédio, à direita da entrada principal, fica o Museu de Alhambra, antigo Museu Nacional de Arte Hispano-Muçulmana, abrigado no palácio desde 1994. Possui peças de escavações e doações como objetos pessoais e decorativos, capitéis, móveis, azulejos, moedas, livros, lápides tumulares, ...
As peças vão de meados do século VIII até o último sultão Nasrid e são separadas por período.
O prédio possui planta quadrada com dois pisos e uma cripta. No centro da construção, fica um imenso pátio circular com 30 metros de diâmetro. O pátio é circundado por galerias sustentadas por 32 colunas de mármore em cada piso (térreo e andar superior). Em um passado remoto, existia um poço no centro do pátio que, em algum momento, foi coberto.
Na cripta do palácio ocorrem exposições temporárias variadas.
Em uma das salas fica uma galeria fotográfica e, em frente de grandes postais de Alhambra com vestimentas de época, você pode obter boas recordações do complexo. Não perguntei o preço, mas deixo a dica.
Nesta área há uma exposição permanente de fotografias antigas e materiais fotográficos.
O Museu de Belas Artes de Granada, transferido para o Palácio Carlos V em 1958, fica no andar superior. Possui obras artísticas que vão do século XV ao século XX.
São esculturas e pinturas com vários temas. 👉 Eu tirei algumas fotos sem flash. Depois de algumas, fiquei sabendo que não era permitido. Foi um visitante que me informou. Parei imediatamente, mas já tinha tirado algumas. Isto varia muito de museu para museu. Parece que tem uma informação em espanhol na entrada, que não vi. Juro que não vi. Então, fiquem ligados.
Puerta del Vino:
Saindo do Palácio Carlos V, seguimos para a Puerta del Vino. Este portão fica praticamente em frente ao palácio e é considerado uma das estruturas mais antigas do complexo. Remota aos tempos do sultão Muhammad III (1302-1309). Um portão interno que defendia o acesso ao ponto mais elevado do complexo de Alhambra.
Pare e observe a fachada de ambos lados. São de períodos diferentes.
Ao passar o portão o caminho é bifurcado. Um subindo e outro descendo. O que sobe leva à entrada do Alcazaba. O pequeno declive leva à Plaza de los Aljibes (Praça da Cisterna) que por sua vez conduz aos Palácios Nazaríes e El Partal (que não visitamos, mas recomendamos). De qualquer forma vá primeiro ao Alcazaba.
Alcazaba:
Seguimos pelo caminho que leva ao Alcazaba, onde tivemos que, mais uma vez, apresentar nossos ingressos.
Alcazaba, Alcazar (al-kasar) ou Alçácova, a fortaleza militar, localizada no extremo oeste de Alhambra. O Quartel da Guarda Real.
Suas torres austeras e rústicas datam do reinado de Muhammad I, quando foram edificadas parte das muralhas e três de suas torres: a Torre da Vela, Torre Quebrada e Torre de Homenaje.
Ao longo dos séculos, outras torres foram acrescentadas ou modificadas. Não irei mencionar todas as torres do complexo, apenas as registradas nas fotos.
Na foto seguinte, temos uma visão parcial das muralhas e torres do forte Alcazaba. As muralhas serviam como defesa contra invasões externas ou conflitos internos.
Torre del Cubo:
A Torre del Cubo fica justaposta à Torre del Homenaje. Foi construída no período cristão sobre uma torre islâmica existente no local, com a finalidade defensiva. Mais baixa que a demais e com formato semicircular, servia como baluarte para artilharia. Subimos até o seu terraço.
Na foto abaixo, do alto da Torre del Cubo, temos uma visão do Pátio de Machuca e a Fachada e Torre de Comares, que fazem parte dos Palácios de Naziríes.
A Torre de Comares ou Torre do Salão dos Embaixadores, faz parte do palácio que leva o mesmo nome. Foi edificada em XIV, no reinado de Yusuf I. O Salão dos Embaixadores é conhecido como Salão do Trono, imperdível para quem for visitar os Palácios Nazaríes.
O Palácio de Comares era a residência oficial do sultão governante.
Abaixo, no mesmo lugar em um ângulo diferente, vemos o Pátio de Machuca circundado por muro de cipreste, a Fachada de Comares e, no canto direito, o imenso Palácio Carlos V.
Nesta área como em outras do complexo Alhambra, encontramos escavações arqueológicas de outras construções que não foram reconstruídas em sua totalidade. Estas áreas estão demarcadas de modo a permitir que o visitante consiga compreender a grandeza e complexidade da antiga cidadela.
Da Torre do Cubo, temos uma bela visão da cidade.
Abaixo, o prédio central é a Igreja de San Nicolás, no bairro Albaicín. A igreja, em estilo mudéjar e gótico, foi construída em 1525, aproveitando uma antiga mesquita. Esta vista também pode ser observada do alto da Torre de la Vela.
Na frente da igreja fica uma praça e o ponto de vista mais conhecido da cidade. O Mirador de San Nicolás. De lá você tem uma ampla visão de Alhambra. Dizem que é o melhor ponto para apreciar o pôr-do-sol. Fica a dica.
Torre de la Vela (Torre do Véu):
Depois da Torre del Cubo, seguimos para a Torre de la Vela.
A Torre de la Vela, construída em XIII, é torre de vigia mais alta e importante do complexo. No seu topo fica um campanário, cujo sino anunciava eventos, desastres e invasões. A tomada e conquista de Alhambra pelos monarcas cristãos, foi marcada pelo soar do sino que era nomeado por "la vela". O atual sino não é o original, mas de 1773.
No topo da torre ficam hasteadas, permanentemente, quatro bandeiras. A primeira bandeira (azul) representa a União Europeia, seguida pela bandeira de Andaluzia (verde e branca), a bandeira da Espanha (vermelha e amarela) e a bandeira de Granada (vermelha e verde).
Do alto da Torre da Vela, conseguimos uma maravilhosa e ampla visualização do interior de Alcazaba.
Abaixo, na parede ao fundo, temos a Torre del Cubo (que já mencionei), a Torre del Homenaje e a Torre Quebrada (central).
A Torre de Homenagem ou Torre de Anasco era uma torre com função defensiva e para habitação da guarda real. No térreo e subsolo ficava o armazém de grãos, especiarias e sal. Ocasionalmente, a área do armazém tinha função de masmorra da cidadela. Do alto de seu terraço é possível uma vista ampla do Complexo Monumental, da região de granada e das colinas no entorno.
A Torre Quebrada ou Torre do Barranco (no centro da foto) era uma torre dos tempos de Yusulf I. Construída em formado de "U", aproveitando uma torre anterior.
No interior dos muros, temos a Plaza de Armas (Praça de Armas), onde foram encontradas fundações de antigas casas e oficinas destinadas à população civil árabe que trabalhava e vivia na cidadela. A Puerta de Armas, que dá para esta praça, mas não aparece na foto, foi a primeira entrada da cidadela.
A torre campanário que aparece ao fundo, no lado direito da foto entre a vegetação, pertence à Igreja de Santa Maria de Alhambra. O prédio ao seu lado é o Palácio Carlos V.
No detalhe da foto, vemos os adarves (estreitos caminhos no topo dos muros) e torres retangulares que serviam tanto para vigilância como defesa. Tudo conectado pelos adarves. A partir do fundo estas torres são: Torre del Criado del Doctor Ortiz, Torre de Alquiza e a parte superior da Torre de las Armas. Esta última, com uma configuração diferente das demais (que não aparece na foto) liga a muralha da fortificação com o muro do fosso, formando a Puerta de las Armas, a primeira entrada para o interior da cidadela em remoto passado. Não acredito que não fotografei algo tão importante. 👀
A Torre de la Vela, funciona como um espetacular mirante.
Abaixo, a monumental Catedral de Granada.
A torre quadrada que se eleva na parte posterior da construção é a única Torre Sineira da Catedral, com 57 metros de altura. Na realidade, a torre fica localizada no lateral esquerda do monumento, se considerarmos a fachada principal como referência. A fachada principal não aparece nesta foto.
Ao lado da torre sineira, uma torre mais fina desponta parcialmente. É a Torre do Relógio que também é uma torre sineira com dois sinos.
Em destaque abaixo, as Torres Bermejas ou Fortin del Mauror, outro marco histórico da cidade. Trata-se de uma fortificação moura, no alto da Colina del Mauror, formada por três torres. Desconheço se é aberta para visitação.
A Serra Nevada, no pano de fundo das fotos, é uma presença constante. Sempre criando lindos cenários.
No limiar da floresta com a cidade, o Hotel Alhambra Palace se destaca das outras construções. Dá para ver sua torre e o topo do telhado.
É permitido o acesso ao topo de algumas torres e pequeno trecho do adarve na Alcazaba. Mas, o interior das torres não é incluso no passeio.
👉 Se o seu tempo estiver curto, sugiro que suba ao topo da Torre de la Vela. De lá, você tem as melhores vistas e fotos do entorno.
Puerta de la Justicia ou Puerta de la Esplanade ou Bib Axarea:
Entramos no Complexo de Alhambra e Generalife pelo Pavilhão de Acesso. Na saída, optamos por outro acesso, a Puerta de la Justicia (Portão da Justiça).
Do ano de 1348, é uma das quatro portas construídas pelos Nasrids, na época do reino de Yussuf I.
Saindo de Alhambra pelo Portão da Justiça, você adentra no bosque de Alhambra, rumo ao centro de Granada, sempre descendo.
Puerta de las Granadas
Na floresta ou Bosque de Alhambra seguimos por uma bela trilha sinuosa e pavimentada com cascalhos. No caminho, fontes, cachoeiras, bancos para descanso, vegetação nativa e pássaros. Sem pressa a descida fica bem suave.
Saímos pela Puerta de las Granadas, portal renascentista em pedra, que marca o término/começo do bosque de Alhambra.
Este portão foi edificado em 1536, para substituir o antigo portão islâmico denominado Bib-Al buxar ou Puerta de las Alegres Nuevas ou Bib-Al Jandaq ou Portão do Poço. Projeto de Pedro Machuca.
No centro do frontão triangular acima do arco principal de acesso, fica o escudo Imperial Espanhol.
No topo, três grandes romãs (granadas) justificam o nome do portão. Aqui não há dúvidas. O nome granada é referência à fruta romã.
Plaza Nueva
O portão nos levou ao centro da cidade, direto para a Plaza Nueva, antiga Hatabin. Entre vários estabelecimentos comerciais (restaurantes na maioria), como não poderia deixar de ser, uma imensa fonte complementa o cenário.
Real Chancelaria de Granada:
Nesta praça fica a Real Chancelaria de Granada ou Real Audiência ou apenas Chancelaria de Granada.
Apesar da Real Chancelaria ter sido fundada pela rainha Isabel I, em 1505, o edifício teve sua construção iniciada no ano de 1531, pelo monarca Carlos V.
Atualmente, o imponente e bem conservado prédio em estilo maneirista, abriga o Supremo Tribunal da Andaluzia.
Restaurante Los Manueles
Uma merecida e refrescante parada para recuperarmos as energias gastas em nossas caminhadas.
Granada tem várias opções de restaurantes e bares, escolhemos o Los Manueles, na Calle Reyes Católicos, ao acaso.
Cerveja para o meu marido e sangria para minha satisfação.
O restaurante, fundado em 1917, tem a sua reputação graças as tradicionais "tapas espanholas". Tapas são pequenas porções de alguma comida para acompanhar as bebidas. Aqui, para cada taça você ganha uma "tapa" diferente, sem direito a escolha. A diversidade é grande e depende dos ingredientes que o barman tem à mão. Eu amei cada uma delas, independente da fome. 😋😋😋
Praça de Isabel, a Católica. Uma praça dedicada à rainha Isabel I de Castela, responsável, junto com o rei Fernando II, pela reconquista de Granada dos mouros.
No centro da praça, sobre um pedestal de mármore com relevos de batalhas, fica a escultura em bronze (1892) do escultor espanhol Mariano Benlliure (1862-1947).
Trata-se da representação da audiência de Cristóvão Colombo com a rainha Isabel I, solicitando apoio para viajar em busca do caminho para as Índias Ocidentais. Viagem que culminou no descobrimento das Américas.
Por este motivo, o conjunto escultural é conhecido como Monumento a Isabel, a Católica, e a Cristóvão Colombo.
O conjunto é circundado por canteiros com fontes d'água.
Da praça, seguimos pela Calle Gran Via de Colón, onde fica a nossa próxima parada.
Esta via é considerada a principal avenida de Granada, construída em 1895. Tanto pelos prédios e arborização, como pelos pontos históricos preservados. Além de muitos hotéis, restaurantes, lojas, bancos e muito mais.
Catedral de Granada ou Catedral Metropolitana da Encarnação
Na avenida, fica a gigantesca Catedral de Grana da. Importante monumento histórico, religioso, turístico, cultural e arquitetônico da cidade. Um exemplo do renascentismo espanhol. Observe a imensa cúpula da igreja, que se destaca na foto abaixo.
👉 Esta foto, não foi tirada da avenida em questão e, sim, de uma área elevada. Aqui, eu a coloco para mostrar a dimensão colossal do conjunto arquitetônico da catedral. É impressionante.De volta à avenida ...
Circule pelo exterior da catedral com calma. Observe esta imponente construção que possui 115,40 metros de comprimento e 67,25 metros de largura. Reparem nos postes da rua, com seus lustres em formato de favos de mel.
A Catedral de Granada foi construída no século XVI, sobre uma a principal Mesquita da cidade.
É um monumento formado por quatro edifícios: a Catedral propriamente dita, a Capela Real, o Tabernáculo (Igreja do Sacrário) e a Lonja (Bolsa de Mercadores), todas com entradas distintas.
Uma imensa igreja renascentista “estilo romano” com traçado gótico fortemente presente.
O
projeto inicial é atribuído aos arquitetos Juan Gil de Hontañón e Enrique Egas,
e data do ano de 1506. Mas, a colocação da pedra fundamental e início das
fundações ocorreram apenas em 1523. Enrique Egas ergueu as paredes da cabeça e
a parte norte da catedral, em estilo gótico.
Em
seguida, a construção foi interrompida até o ano de 1528, por conta de surto de
Peste Negra.
A
construção, finalmente, foi concluída no final de 1704, quase 180 anos após seu
início.
Vários
outros arquitetos assumiram a obra durante sua edificação e detalhamento
externo e interno. Foram eles: Diego de Siloé, que mudou projeto inicial para a
configuração atual, porém mantendo a parte construída por Enrique Egas. Em
seguida, Juan de Maeda, Melchor de Aguirre, Francisco de Castilho, Francisco
Rodríguez Navajas e Francisco de Otero.
A primeira missa ocorreu na Capela-mor da Catedral, antes do término da construção do complexo. Isto foi no ano de 1561.
Capilla Real ou Capella dos Reis CatólicosA Capilla Real (Capela Real) construída entre 1504 a 1517, em estilo gótico, foi dedicada a São Batista e São João Evangelista.
Criada para servir como mausoléu dos monarcas católicos espanhóis Isabel I, Fernando II e seus sucessores Joanna, a louca e Felipe de Castela, o belo (pais de Carlos V).
A primeira entrada para a capela ficava no interior da Catedral de Granada. Em 1527, a entrada na calle Oficios foi aberta pelo escultor espanhol Juan García de Pradas.
A entrada dos turistas é pela porta de madeira no prédio à esquerda (lonja), onde você poderá comprar o ingresso de admissão. Estava fechada.
O edifício denominado por Lonja de Mercaderes, foi construído em 1518 para transações bancárias e comerciais da seda de Granada. A melhor seda do "mundo", segundo contam. A porta principal da Lonja é, também, atribuída ao escultor Juan García de Pradas, em 1521.
Reparem na faixa decorativa que contorna a parte superior da parede desta fachada gótica. É possível ver as letras "F" e "Y", dentro de círculos, que se repetem em toda a borda superior. Um detalhe que muitas vezes passa despercebido.
Além dos túmulos reais (cripta), há belos altares, retábulos, esculturas e quadros.
Na sacristia da capela funciona o Museu da Capela Real ou Museu da Sacristia. Nele pode ser visto o cálice, coroa e cedro da rainha Isabel e a espada do rei Fernando, entre outras peças de ourives, tapeçarias, vestimentas e Missal pintado por Francisco Flores de 1496. Que não vimos, estava fechada. 😞 Apesar da claridade, eram quase 19 horas quando lá chegamos.
A Catedral de Granada ou Catedral Metropolitana da Encarnação de Granada é considerada a primeira igreja renascentista da Espanha.
Em uma das laterais da catedral ficam três portas de acesso de valor histórico e arquitetônico. São denominadas de Puerta de San Jerónimo, Puerta del Perdón e Puerta del Ecce Homo. Não as vimos, mas deixo a dica registrada.
Seguimos para a fachada principal que fica na Plaza de las Pasiegas.
A fachada principal é monumental e difere muito das demais fachadas do complexo.
Foi construída em 1664, em estilo barroco.
As estátuas que deveriam existir no alto do edifício, foram substituídas por pináculos.
No interior da igreja, além das diversas capelas, existe um museu com pinturas de temática religiosa, dos séculos XVI, XVII e XVIII.
Um detalhe curioso é que esta catedral possui 5 naves e não 3 como é o habitual nas construções católicas. Nós não tivemos como constatar este fato.
Infelizmente, a Catedral de Granada e a Capela Real estavam fechadas e não tivemos como entrar. Se você estiver na cidade e tiverem a oportunidade de entrar, não deixem de fazê-lo. Vi muitas fotos e fiquei encantada. Lamentei muito a falta de sorte. Mas, optamos por pernoitar apenas uma noite na cidade.
O acesso à Catedral, Capela Real e Museu é pago. Mas, pelo que ouvimos e lemos, vale cada centavo pago.
Iglesia del Sagrario ou Igreja do Santo Tabernáculo ou Paróquia del Sagrario
A Igreja do Sacrário fica na Plaza de Alonso Cano, uma continuação da Plaza de las Pasiegas, ao lado da fachada principal da Catedral, onde ficava a Mesquita Aljama. Faz parte do complexo da Catedral de Granada.
Inicialmente a mesquita foi adaptada para funcionar como igreja católica. Nominada como Igreja de Santa Maria da Expectação ou Nossa Senhora do O, foi sede da catedral de Granada entre os anos de 1507 a 1561.
Em 1705, a mesquita foi derrubada para a edificação da nova igreja, a Igreja del Sagrario, que ficou pronta apenas em 1759.
A fachada renascentista possui dois corpos de colunas coríntias em pedra da Serra Elvira.
No alto do portal de entrada, temos a escultura de São Pedro no centro, ladeada por São João Nepomuceno e São Ibón. Esculturas em mármore branco, atribuídas ao escultor Agustín José de Vera Moreno (1697-1760).
Arquitetos envolvidos: Francisco Hurtado Izquierdo, José de Bada e Francisco Rodríguez Navajas.
Estava aberta. Entramos, sem cerimônia. Ops, hora de culto. Ainda não tinha começado, que mal poderia ter algumas fotos? Discrição nesta hora. Ufa, que sufoco.
O interior segue um estilo barroco sóbrio, porém belo.
A igreja possui planta quadrada em forma de cruz grega, toda trabalhada em pedra. É decorada com diversas esculturas, a maioria de autoria de Agustín José de Vera Moreno e Pedro Tomás Valero.
A capela-mor ostenta um belo tabernáculo em mármore vermelho e branco, tendo sua parte central dourada, projeto do arquiteto José Bada.
No centro do tabernáculo fica uma estátua da Imaculada Conceição, autoria do arquiteto, pintor e escultor espanhol Alonso Cano.
Embora, a igreja tenha várias janelas espalhadas, poucas possuem vitral colorido. Uma delas fica na capela-mor, de desenho simples com uma cruz cristã ao centro.
Abaixo, alguns ângulos da estrutura das colunas que suportam a cúpula hemisférica do transepto.
Em cada coluna, sobre um suporte ficam as estátuas, em mármore branco, dos quatros evangelistas católicos (Mateus, Marcos, Lucas e João), trabalho de Vera Moreno.
Na lateral de uma destas colunas, fica o púlpito trabalhado.
Como sempre, eu gosto de postar as coberturas dos espaços. Vejam abaixo, a riqueza dos trabalhos minuciosos em relevos.
A igreja possui várias capelas laterais construídas com doações, para serviam como capelas funerárias de famílias de nobres da sociedade local, comerciantes ricos e membros do clero.
Infelizmente, não tivemos condições de circular pela igreja e registrar tudo. Mas, deixo a dica: se esta igreja estiver aberta, entrem. Se tiver missa, relaxe e aproveite o momento para reflexão e oração.
Arquidiocese de Granada
Saindo a igreja, do outro lado fica o edifício Curia Metropolitana ou Arquidiocese de Granada.
Edifício construído entre 1527 a 1544, por determinação de Carlos V, para ser a Universidade Literária aos cuidados dos Jesuítas. Com a expulsão dos jesuítas em 1767, o prédio foi confiscado e passou a abrigar a Curia Eclesiástica de Granada. Entidade religiosa responsável pela administração da igreja católica na cidade.
O projeto é atribuído aos arquitetos Diego de Siloé e Juan Marquina.
Palácio de la Madraza
Abaixo, o Palácio de la Madraza, situado em frente à Capela Real e próximo do Palácio Episcopal. Era uma escola corânica, datada de 1349, da era árabe. Atualmente, faz parte da Universidade de Granada.
Abaixo uma apresentação de um artista local.
Em cidades da Europa, como Madri, Barcelona, Lisboa e outras, é comum a presença de artistas de rua. Músico, ator, pintor, desenhista, ficam nas praças e ruas pedonais exigindo sua arte. Em Granada só vimos este. Registrei pela curiosidade do instrumento musical do artista.
O instrumento, que parece um disco voador, foi criado em 2000 por um casal de suíços. É nominado por Hang.
Monumento ao Aguador:Próximo da Catedral, na Plaza de la Romanilla, uma curiosa escultura em tamanho real faz uma homenagem ao carregador de água, profissão comum dos séculos XI até meados do século XX.
O aguador, vendia água coletada em fontes limpas para pedestres e/ou para uso doméstico de casas que não tinham água canalizada.
A obra intitulada como Monumento ao Aguador, em bronze, é do escultor Aurelio Teno, 1999.
No entorno da praça, você encontra muitos restaurantes, bares e cafeterias. Destaque para o Centro Federico Garcia Lorca, nesta mesma praça. Interessante para conhecer a história e obras do poeta e dramaturgo espanhol, caso você tenha espaço na sua programação na cidade.
No final do dia, depois de longas caminhadas, retornamos ao nosso hotel de ônibus (autocarro), linha C 35.
Como é bom sentar, depois de longas horas caminhando. Ok, não foram horas ininterruptas. Mas, foram muitas, né? Agora vamos relaxar, sem perder o ponto de descida.
No dia seguinte, ...,
Iglesia de Santo Domingo de Granada ou Freguesia de Santa Escolástica.
Após uma noite bem dormida e um bom café-da-manhã, seguimos viagem para o nosso próximo destino: Ronda.
No caminho, ainda em Granada, passamos em frente à Iglesia de Santo Domingo de Granada, na Plaza de Santo Domingo.
Na praça, uma bela homenagem ao filho ilustre da cidade, Fray Luis de Granada (1505-1588). Sobre um pedestal de pedra, a escultura de bronze feita em 1910 por Pablo Loyzaga.
Fray Luis foi teólogo, escritor, padre/frade dominicano. Por conflitos e divergências com a Inquisição Espanhola, refugiou-se em Portugal onde permaneceu até a sua morte.
A igreja, parte do Convento de Santa Cruz la Real, começou a ser construída em 1512 em estilo gótico. Levou vários anos para sua conclusão, sofrendo influências de diversos estilos como o renascentismo, barroco e contemporâneo.
A fachada em estilo renascentista, tem sua entrada precedida por um pórtico de pedra com três arcos apoiados em colunas. Entre os arcos semicirculares, podemos observar as iniciais dos monarcas espanhóis, Fernando II e Isabel I.
Este pórtico forma uma galeria, que por sua vez cria um estreito alpendre que serve como terraço. Na parede acima do alpendre podemos ver uma janela gemelar central.
Os murais figurativos a fresco, técnica francesa "trope l'oeil", são atribuídas a Manuel Maldonado (1966). Na parte superior do nicho central, a representação da Virgem do Rosário. Abaixo da virgem, a águia imperial. Nos nichos laterais São Tomás de Aquino e São Domingo de Guzmán.
Do lado direito da fachada fica a torre sineira.
O convento do século XVI (ordem dominicana) e confiscado no século XIX, atualmente faz parte da Universidade de Granada. Hoje é o Colégio Mayor Santa Cruz la Real.
A igreja, desmembrada do convento após a expulsão dos frades em 1836, passou a sede da Paróquia de Santa Escolástica. Atualmente, permanece aberta para adoração e cultos católicos.
O templo estava aberto. Turista de respeito não resiste a uma porta aberta. Para manter a tradição, entramos. Para desespero de meu marido, eu não resisto. No final, ele também aprecia.
Pelo exterior, eu imaginava uma pequena e humilde igreja. estava errada. O interior impressiona pelo tamanho e riqueza de detalhes.
Em cruz latina, com 5 capelas de cada lado.
A Capela-Mor, finalizada no início do século XVIII, é ornada com várias pinturas e estátuas.
Nas colunas que delimitam a entrada para a capela-mor, temos a representação dos reis católicos ajoelhados e orando, um de cada lado. Acima dos monarcas, as imagens de papas de origem dominicana.
No centro, um belo tabernáculo esculpido em mármores coloridos, trabalho de 1699, atribuído à Francisco Rodríguez Navajas. No centro do tabernáculo fica um pequeno crucifixo.
Reparem nos arcos e nas nervuras das abóbadas góticas.
Uma linda igreja com um passado sombrio. Em seu passado, serviu à Santa Inquisição Espanhola.
Altar Santo Domingo de Guzmán
No transepto à direita do altar, temos uma bonita capela com o altar dedicado ao Santo Domingo de Guzmán. No centro do retábulo, fica a imagem de Santo Domingo em tamanho natural. Acima, nas laterais, as imagens de São Vicente Ferrer e São Pedro Mártir. Entre as imagens uma pintura do Senhor da Humildade (Ecce Homo algemado). Coroando o retábulo barroco, um crucifixo cristão.
Trabalho atribuído à Francisco Izquierdo (1669-1725). Esculturas em madeira de Alonso de Mena.
No transepto esquerdo fica a Capela da Virgem do Rosário, por trás do qual fica o famoso Camarín de Nuestra Señora del Rosario Coronada, com um imenso, lindo e ricamente trabalhado retábulo de madeira.
A construção do Camarim, de 1726 a 1756, é atribuída à Blas Moreno, Valeros e Domingo Chavarito.
É formada por quatro ambientes: o quarto Lepanto; o quarto imaculado; a antecâmara e o quarto da rainha. Da igreja você pode admirar o retábulo em todo o seu esplendor. Mas, a visitação aos demais ambiente é realizada mediante visita guiada paga.
A virgem do Rosário é co-patrona de Granada, juntamente com San Cecílio.
No transepto esquerdo, não deixe de admirar o retábulo barroco de Santa
Escolástica, trabalho de Pablo de Rojas, do século XVI.
No centro da cruz grega, ergue uma maravilhosa cúpula com iluminação natural por meio de várias janelas. Esta bela cúpula circular, recebe ornamentos bizantinos e barrocos.
Os altares das capelas laterais são bonitos e cada qual recebe uma decoração diferente de acordo com o santo que referencia. Espetacular o grupo escultórico, em tamanho real, da "Última Ceia", feita nos anos de 1926 a 1928 pelo escultor e entalhador espanhol Eduardo Espinosa Cuadros (1884-1956).
Do mesmo artista é a Virgem da Vitória (1940), que infelizmente foi cortada na foto. Ela fica por trás da última ceia.
Fica à direita de quem entra.
Sobre o portal de entrada/saída fica o coro alto, ladeado por dois imensos órgãos tubulares. Nesta área, observem as nervuras góticas preservadas.
No centro do coro alto, a janela em estilo gótico que vimos no exterior. Tradicionalmente, era para ser uma janela em forma de rosácea.
Um dos órgãos é visivelmente mais antigo que o outro. Não consegui muitas informações, mas deixo a imagem para você apreciarem esta preciosidade.
Se você estiver em Granada e passar na frente desta igreja, não deixe de entrar. É uma daquelas joias que podem passar despercebidas.
Vista panorâmica de Granada:
Vamos nos despedir de granada com estas maravilhosas vistas da cidade. São fotos tiradas em vários momentos a partir do hotel em que ficamos hospedados.
Não importa se ao amanhecer, no decorrer do dia, ao entardecer ou à noite, as vistas são um show à parte. Impossível ficar imune e não tirar várias e várias fotos.
A edificação da Catedral de Granada é vista de vários pontos da cidade. Basta estar em uma região alta e lá está ela.
O entardecer! Esta é a "hora de ouro" para qualquer amante de fotografias, mesmo os não profissionais. E, em Granada, ela é realmente apaixonante.
Uma pequena curiosidade sobre o nome Alhambra: Significa "o vermelho" em árabe. Naturalmente, que a escrita atual foi atualizada para o castelhano. A princípio podemos supor que o nome tem ligação com o tipo de construção dos prédios e palácios construídos no topo da colina, com coloração vermelha. Mas, será este o motivo do nome? É no entardecer que iremos descobrir o que pode ter levado os árabes a optarem pelos tijolos vermelhos, sem argamassa para cobri-los. O céu é coberto com tons avermelhados tão vivos e intensos.
Uma pequena curiosidade sobre o nome Alhambra: Significa "o vermelho" em árabe. Naturalmente, que a escrita atual foi atualizada para o castelhano. A princípio podemos supor que o nome tem ligação com o tipo de construção dos prédios e palácios construídos no topo da colina, com coloração vermelha. Mas, será este o motivo do nome? É no entardecer que iremos descobrir o que pode ter levado os árabes a optarem pelos tijolos vermelhos, sem argamassa para cobri-los. O céu é coberto com tons avermelhados tão vivos e intensos.
É nestas horas que eu queria conhecer um pouco mais de técnicas de fotografia, principalmente no quesito iluminação. Ou, pelo menos, saber usar as opções que o celular oferece. Por mais bonita que a foto fique, não tem a força e emoção do momento em que foi registrada.
O céu adquire um surreal tom vermelho. Tão intenso e mágico, que não há palavras para descrevê-lo.
Fenomenal, impressionante, grandioso, soberbo, ... são palavras pequenas e incompletas diante do cenário diante de nós.
Sem que você perceba, inebriado com o entardecer, a noite chega, a cidade se acende e se destaca no negrume que a rodeia. Neste momento, sem nem mesmo ter o porquê, bate uma sensação de nostalgia.
O que não vimos e não fizemos em Granada:- Palácios de Nazaríes, El Partal e Alcazaba. Visitamos o Generalife, seus jardins e parte de Alhambra. Mas, não entramos nos Palácios de Nazarís. Se vocês resolverem visitar os prédios palacianos do complexo, comprem o ingresso antecipadamente. Há limite no acesso de turistas.
- Campo de los Martires e Carmem de los Martires, chegamos na entrada, mas não entramos. Gratuito.
- Plaza de Touros, construída em 1928, em estilo neo mudéjar.
- Conhecer e caminhar pelas ruas sinuosas dos emblemáticos bairros Albaicín (área árabe) e Sacromonte (área cigana).
- Museu das Cuevas de Sacromonte.
- Interior da Catedral de Granada e Capela Real. Só vimos o exterior.
- Centro Cultural Federico Garcia Lorca.
- Casa-Museu Federico Garcia Lorca.
- Parque de las Ciencias de Granada, museu interativo de ciências, inaugurado em 1995.
É bom saber: O fuso horário de Granada em relação ao Brasil é de + 4 horas (horário de Brasília)
E vocês, já visitaram Granada? Se sim, como foi a sua experiência?
⇨ 😎 Viajando e sempre aprendendo. Muitas informações da postagem, foram conseguidas in loco, nos folhetos informativos dos monumentos, com os guias ou através de pesquisas na internet ("Santo Google" 🙌). 😉Se gostaram, façam as malas e boa viagem. ✈🚌🚊🚗
Não deixem de curtir e compartilhar.
Aguardem a próxima postagem ⇒ Ronda, Espanha.
Bjs e até a próxima postagem que pode ser artes, guloseimas ou companhia (pensamentos, viagens, passeios, ..., devaneios)!!! 💋💋💋
Bjs e até a próxima postagem que pode ser artes, guloseimas ou companhia (pensamentos, viagens, passeios, ..., devaneios)!!! 💋💋💋
Para quem se animar:
FAÇAM A MALA e BOA VIAGEM!!!!!
Um abraço carinhoso a todos os meus familiares, amigos e visitantes,
Teresa Cintra
Se vocês tiverem gostado desta viagem, não deixem de ver:
Gracias por el artículo. Granada es una ciudad mágica, llena de historia, cultura y belleza. Visitar Granada es una experiencia única e inolvidable, una ciudad que permanecerá en tu memoria para siempre.
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