Valletta, Capital da República de Malta.
CRUZEIRO PELO MEDITERRÂNEO - CIDADES DO SOL
A última cidade de nossa excursão, pelo cruzeiro Costa Fascinosa, não poderia ter sido mais preciosa e encantadora, La Valletta.Em português, Valeta. Em inglês, Valletta. Em maltês, Il-Belt Valletta (Il-Belt = A cidade).
Valeta é a capital da República de Malta, cujo território ocupa as Ilhas Maltesas, situado no Mar Mediterrâneo, ao sul do continente europeu.
A República de Malta é constituída por três ilhas habitadas e quatro ilhas desabitadas bem pequenas. As ilhas habitadas são Malta, Gozo e Comino. A ilha de Malta é a maior com 246Km² e, a mais populosa.
A ilha Comino é a menor, com uma população de 4 habitantes. Parece brincadeira, mas é a mais pura verdade.
Com localização privilegiada e invejada, a República de Malta foi palco de invasões tendo sido dominada e colonizada por diferentes povos desde os primórdios da civilização. Foram Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Bizantinos, Muçulmanos e a Ordem de São João. O último país foi o Reino Unido até 1964, ano em que Malta tornou-se independente.
Pertencente à União Europeia (UE) desde 2004, Malta possui a menor capital do grupo.
Em
1530, os Cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém (Ordem de Malta ou Cavaleiros Hospitalários), entidade militar católica da época,
expulsos de Rodes pelos Turcos Otomanos, receberam Malta para se instalarem. Na
ilha a guerra contra os Turcos Otomanos, continuou até o ano de 1565, com a
vitória dos cavaleiros que contaram com o apoio da Sicília.
Após a guerra, os cavaleiros da Ordem de São
João fixaram-se na pequena península na parte central da costa leste da ilha de Malta, no sopé
do Monte Sceberras, entre dois portos naturais. Neste local, em 1571, surgiu a cidade La Valletta. O
nome Valeta é uma homenagem ao comandante e líder da ordem na ocasião, o Grão-Mestre Jean Parisot de la
Valette.
Uma compacta cidade com área de 1km x 1.5km, cerca de 6 mil habitantes e muitas construções históricas. O que facilita muito o turismo a pé.Pode ser pequena, mas é uma metrópole vibrante com charme próprio e surpreendente patrimônio histórico, cultural e artístico que conquista quem a visita. O centro histórico da cidade foi declarado Património Mundial da UNESCO em 1980.
Chegamos ao Cruise Liner Port (Porto Marítimo de Cruzeiros), no Grand Harbour, por volta das 08 horas e zarpamos às 14:30 horas. Para o nosso passeio tivemos um curto intervalo das 08:30h às 14:00h.
Malta possui dois portos naturais, o Marsamxett (ao sul) e o Grand Harbour (ao norte). Nosso cruzeiro ficou atracado no porto Grand Harbour, um porto natural de águas profundas.
As ilhas Maltesas possuem agradável clima mediterrânico, com temperatura média no verão de 21°C e no Inverno de 15°C.
Nosso passeio foi em maio de 2018, o tempo estava parcialmente nublado e, em alguns momentos ensolarado. A temperatura oscilava entre 19°C e 23°C.
Eu diria que a temperatura estava bem agradável para atividades ao ar livre.
Os idiomas falados em Malta é o Maltês
e inglês. Mas, o italiano também é usado. A língua maltês é formado por uma mistura de línguas, como o árabe, inglês, italiano e francês.
Bandeira de Malta:
Laguna Marina:Bandeira de Malta:
A bandeira foi adotada em
1964, após a independência. Dividida verticalmente ao meio em duas partes iguais, uma branca e outra vermelha. No quadrante
superior esquerdo, na metade branca, a cruz de Jorge, com bordas vermelhas, a mais alta condecoração civil do Reino Unido, concedida a Malta pelo
Rei George VI, em 1942. Esta cruz não é portanto, a Cruz de Malta, que deriva dos Cavaleiros da Ordem de São João.
Em frente ao ancoradouro do terminal dos Cruzeiros, há um braço de água salgada praticamente parada, onde ficam os barcos de menor porte. É a Laguna Marina, uma marina boutique exclusiva na orla marítima do Grand Harbour, inaugurada em 2013, com capacidade para 38 iates a motor.
Ao longo desta marina, no lado do mar aberto, ficam os ancoradouros para a atracação de embarcações maiores.
Em frente ao Terminal dos Cruzeiros e da Laguna Marina, no Grand Habour, podemos avistar várias construções similares, com suas janelinhas e portas coloridas e um longo calçadão pedonal que convida a caminhar.
É o Valletta Waterfront, em Floriana. É a porta de entrada para Valeta para aqueles que vem pelo mar.
No ano de 1727, o Grão-Mestre Anton Manuel de Vilhena, da Ordem dos Hospitalários de Malta, construiu a primeira Marina de Valeta.
Em 1752, dezenove armazéns foram construídos pelo Grão-Mestre Manuel Pinto de Fonseca (1681-1773), de origem portuguesa. Esta curiosa construção com os armazéns colados um no outro, em arquitetura barroca com três andares em calcário, foi projetado pelo arquiteto maltês Andrea Belli. Era ali que os cavaleiros de São João e mercadores
europeus costumavam descarregar suas mercadorias.
Em uma das extremidades da Laguna Marina, podemos ver uma moderna escultura em forma de barquinho de papel na orla marítima de Valeta.
Na realidade é um memorial pelas crianças maltesas que migraram sozinhas para a Austrália entre 1950 e 1965, com o consentimento de seus pais e em comum acordo entre os dois países. Entretanto, se o objetivo era uma melhor educação e esperança de um futuro promissor, este intento nunca fora alcançado. No total foram 310 crianças, sendo 51 meninas.
Muralhas de Malta
Por trás das construções da Valleta Waterfront, podemos observar um imenso paredão de calcário maciço, é a muralha de proteção de Malta.
Este muro é parte do projeto defensivo iniciado em 1566 pelo Grão-Mestre Jean Parisot de la Valette, após a vitória contra os Turcos Otomanos.
Uma bem preservada muralha, que no passado servia como estratégia de defesa contra invasores.
Hoje, esta mesma muralha oferece vários pontos de observação aos turistas e moradores da ilha, com belíssimas vistas sobre o mediterrâneo.
Church of the Flight into EgyptAlém das lojas no cais de Valeta, uma pequena igreja católica foi construída, entre as diversas lojas.
Trata-se de uma curiosa construção do século XVIII, com um nome mais estranho ainda. É a Church of the Flight into Egypt (Igreja do Vôo para o Egito).
É preciso saber um pouco mais para se compreender o nome tão peculiar. A igreja, destinada aos trabalhadores das lojas e marinheiros que vinham e partiam pelo porto, é dedicada à fuga para o Egito pela Família Sagrada.
Pequena, mas bem trabalhada no estilo e gosto barroco. Com direito a duas torres de sino, e uma cúpula trabalhada. Fiquei curiosa com relação ao seu interior, mas estava fechada.
O processo de ancoragem é um pouco demorado, neste meio tempo, além de fotos tiradas do convés, recebemos as últimas orientações antes de descermos em terra firme.
Ufa, desembarcamos. Eu estava muito empolgada com esta última parada antes de terminarmos o cruzeiro.
Ufa, desembarcamos. Eu estava muito empolgada com esta última parada antes de terminarmos o cruzeiro.
👉 Ao desembarcar, é importante estar de posse do Cartão Costa, documento de identificação com foto (passaporte para estrangeiros) e bilhete da excursão (se for o caso). O cartão Costa é obrigatório para o desembarque e reembarque. O horário de reembarque é rigoroso e deve ser seguido, sob o risco de ficar para trás e sem bagagem.A viagem de cruzeiro transcorreu supertranquila, mas ... Ah, como é bom estar em terra firme...
Não tivemos tempo disponível para circular pelo comércio de Valletta Waterfront. O que não nos impediu em fazer pequenos e rápidos registros.
Abaixo, uma escultura em cerâmica do Grão-Mestre Manuel Pinto de Fonseca.Enfim, nos acomodamos no ônibus do tour. Vamos iniciar a aventura do dia com a excursão opcional que escolhemos: "Recorrido por la Valetta".
Convidamos vocês a nos seguirem nesta maravilhosa aventura.
Naturalmente, que vocês podem fazer outra excursão ou mesmo por conta própria. Mas, com tempo limitado nós preferimos contratar um tour direto com a equipe do cruzeiro.
Por uma questão de espaço geográfico, as cidades da ilha de Malta ficam coladas uma na outra. É difícil perceber onde começa ou termina cada uma delas.
Não irei postar apenas alguns pontos turísticos da cidade. Eu irei fazer um relato do percurso do tour, indicando o caminho e as preciosidades que encontramos ao longo do mesmo. Haverá momentos que estaremos em Valeta, passando em seguida para Floriana e vice-versa.
A ilha de Malta é bastante irregular com muitas penínsulas (pontas) e baías que formam outras cidades, de tal forma que é possível ver a a orla e costa destas cidades. Primeiro iremos contornar a orla marítima de Valeta, observando os pontos históricos tanto do lado da costa, como além do mar até outras cidades da ilha de Malta.
Vamos começar? Nosso ônibus saiu do Porto Marítimo de Cruzeiros e seguiu pela via Xatt Pinto, contornando as muralhas da ilha.
Mais adiante, passamos para a via Xatt Lascaris.
Toda a costa da península onde fica a cidade de Valeta é fortificada com murros e muralhas, construídas entre 1566 a 1571, pelo italiano Francesco Laparelli e pelo maltês Gerolamo Cassar.
Uma continuidade da via que seguíamos, continuando na orla marítima de Malta.
A construção abaixo, abriga a REMPEC, Regional Marine Pollution Emergency Response Centre for the Mediterranean Sea (Centro Regional de Resposta a Emergências para a Poluição Marinha do Mar Mediterrâneo). Este centro tem como finalidade ajudar os Estados costeiros do Mediterrâneo a ratificar, transpor, implementar e fazer cumprir as convenções marítimas internacionais. (Segundo o site da organização ⇒ http://www.rempec.org/)
Se você estiver a pé e chegou até a REMPEC e deseja subir até a parte alta de Valeta, é só apanhar o Barrakka Lift (Elevador Barrakka). Para isto siga mais alguns metros até a entrada que leva ao mesmo. Veja as fotos abaixo. (a subida é paga, a descida é gratuita).
Este elevador panorâmico, com 58 metros de altura, conecta a beira-mar com o Upper Barrakka Gardens, ponto turístico que veremos mais adiante. Se você estiver a pé, é a melhor opção para chegar na parte antiga de Valletta.
Vista parcial da orla marítima de Valeta, Malta. Consegui esta foto, na saída de um pequeno túnel, no momento em que o ônibus passava por uma rotatória (com uma grande âncora no centro), para pegarmos a via Xatt il-Barriera ou Quarry Wharf (Cais de Pedreira), ainda na orla de Valeta, que nos levou para a parte alta da cidade. No final do Cais de Pedreira, podemos observar vários barcos de pesca ancorados.
Se, nesta mesma rotatória, você pegar a via Lesse, irá chegar ao Victoria Gate, construído em 1885 pelos ingleses. Em arquitetura vitoriana, com calcário abundante da região. Um ponto turístico que não visitamos.Do outro lado do porto, podemos visualizar duas outras cidades de Malta. Na parte central da foto é a cidade de Birgu (Vittoriosa). No canto direito, fica a cidade Senglea e entre elas fica Cospicua.
Na cidade de Birgu (Vittoriosa) fica o Forte de Santo Ângelo, forte medieval restaurado em 1530, sobre um antigo castelo medieval (Castrum Maris), pelos cavaleiros da Ordem de San Giovanni, na cidade de Birgu (Vittoriosa), Malta.
Não o visitamos, por estar em outra cidade e totalmente fora do nosso trajeto. Mas, se você for até lá, terá belas vistas panorâmicas da baía Grand Harbour e pode ver algumas exposições históricas itinerantes.
Como já vimos, a península ao lado direito de Birgu é a cidade de Senglea, também pertencente à ilha de Malta.
Lower Barrakka Gardens
Toda a ilha de Malta, parece ser uma grande rocha calcária. Por conseguinte, a vegetação é bem escassa e raquítica.
O grande paredão faz parte da estrutura do Bastião de São Cristóvão e que sustenta o Lower Barrakka Gardens (Jardins Inferiores de Barrakka). Os jardins foram construídos no século XIX.
Abaixo temos uma visão do Terraço de Arcos do Lower Barrakka Gardens, a partir da subida pela Quarry Wharf. O Lower Barrakka Gardens é um jardim público, pequeno se comparado ao Upper Barrakka Gardens, bem maior e mais emblemático. Em nosso passeio visitaremos o segundo jardim, que veremos mais adiante.
Siege Bell War Memorial
Na mesma via, do outro lado, no Bastião de São Miguel, temos o Siege Bell War Memorial, um memorial da 2ª Guerra Mundial, em homenagem aos 7000 soldados malteses mortos durante cerco de Malta. No campanário fica um sino de bronze, colocado em 1992.
A entrada os Jardins inferiores, fica em uma rua transversal à Quarry Wharf, na via Lvant. Por motivos de tempo não entramos, seguimos adiante.
A partir deste ponto a via Quarry Wharf, passa a ser denominada por Triq il-Mediterran ou Mediterranean Street.
A próxima rua transversal é a St. Nicholas Street, que se você seguir por ela, chegará na St. Nicholas'Church (Igreja de São Nicolau) no cruzamento com a Triq II-Merkanti. Dobrando à esquerda no mesmo cruzamento, fica outra igreja a Basílica of St Dominic (Igreja de Sta Maria de Porto Salvo e São Domingos de Gusmão). Também, seguimos adiante, sem entrar nesta rua. Continuamos a subir, sem perder a oportunidade de apreciar a beleza do Mar Mediterrâneo à nossa direita.
Na foto abaixo, podemos ver à distância o Fort Rikasoli (Fortaleza Ricasoli) e o seu quebra-mar com um Farol na ponta, na cidade de Kalkara, ilha de Malta. Fortaleza dos meados do século XVII.
Passaport Office
Um pouco mais acima, chegamos em um largo e à esquerda, em um grande prédio, funciona o Departamento Governamental de Passaportes de Malta, o Passaport Office.
The Malta Experience
À direita no mesmo largo fica o The Malta Experience. O Malta Experience Show é um audiovisual informativo e educacional de 45 minutos com a história dos 7000 anos das ilhas de Malta. O ingresso pago, inclui um tour guiado pela La Sacra Infermeria, que fica no Fort St. Elmo.
Fort St. Elmo
Após o largo, a via novamente muda sua nominação e passa a ser St Elmo Place.
Na foto abaixo, parte do Fort St. Elmo (Forte de Santo Elmo), uma poderosa e extensa fortificação em forma de estrela, construída no século XVI, para a defesa do Porto Grand Harbour. Das muralhas e imediações do forte, você pode apreciar o Mar Mediterrâneo em todo o seu esplendor.
No interior do forte no ano de 1975, foi inaugurado o National War Museum (Museu Nacional da Guerra). Sua coleção conta a história da guerra na ilha de Malta desde os tempos primitivos, as batalhas entre os cavaleiros de São João e o Império Otomano, a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial.
Continuamos pela via St Elmo Place.
Porto Marsamxett
Após passar pelo complexo do Forte São Elmo, você chega na parte sul da península de Valeta, onde fica o segundo porto natural de Malta, o Port Marsamxett.
O aglomerado de edifícios, que vemos além-mar, fica na cidade de Sliema ou Tas-Sliema em maltês. São prédios mais altos e mais modernos dos que vemos em Valeta. Mas, lá a história também está presente. Na frente do aglomerado de prédios modernos uma construção em calcário chama a atenção dos mais observadores. É o Fort Tigné, construído pelos Cavaleiros da Ordem de São João, nos anos de 1793 a 1795, com a finalidade de proteger o porto Marsamxett. Foi alterado pelos britânicos no século XIX. Utilizado para fins militares até o ano de 1979. A fortaleza não está aberta para visitação.
Mas, a costa e praia em pedra calcária, é bem diferente do nosso conceito de praia no Brasil. Se você for permanecer mais tempo em Malta, vale o passeio pela novidade e visual.
Voltando para Valeta, ...
A cúpula que observamos, no canto esquerdo da foto abaixo, pertence a Carmelite Church (Igreja Carmelita), uma igreja católica.
Obra do arquiteto maltês Girolamo Cassar no final do século XVI e, inicialmente foi dedicada à Anunciação. No século XVII foi passada para a Congregação dos Carmelitas que mudou o nome para Basilica of Our Lady of Mount Carmel (Basílica de Nossa Senhora do Monte Carmelo). No ano de 1852, sua fachada foi redesenhada pelo arquiteto Giuseppe Bonavia.
Juntamente com outras preciosidades de Valeta, a igreja foi duramente danificada por bombardeiros na Segunda Guerra Mundial. Foi reconstruída entre 1958-81, a exemplo de outras construções.
Seguimos pela St Elmo, até este ponto. Daqui em diante, a via passa a ser denominada de San Bastjan.
Os prédios residenciais e comerciais são simples, com poucos andares e construídos com o mesmo calcário que vemos nas construções históricas.
Normalmente, as lojas comerciais ficam locadas no térreo, sendo os demais andares residenciais.
O tom de mel, tinge praticamente toda a cidade.
Algumas construções possuem coloridos balcões de madeira em suas varandas. Uma boa e divertida maneira de aproveitar o espaço das varandas inclusive no inverno.
Abaixo, o Auberge de Bavière, construído em 1696, em estilo arquitetônico Maneirismo, para ser o Palazzo Carneiro. Foi residência do Grão-Mestre Marc'Antonio Zondadari no início do século XVIII.
Atualmente, é um departamento governamental denominado como Lands Authority (autoridade de terras).
Nova alteração da denominação da via em que seguimos, passando a ser a via Triq Marsamxett. Neste ponto observamos uma escadaria que leva para a rua St. Christopher's Street. Por ser construída ao sopé de um morro, Valeta possui várias ruas tipo ladeira, sendo que muitas são em forma de escadas para facilitar o acesso.
Abaixo, o prédio histórico barroco House of Catalunya (Casa da Catalunha), contruído entre 1692 a 1694, para abrigar osos cavaleiros de Priorat de Catalunya. Onde, atualmente, funciona a sede do Ministeri d'Economia (Ministério da Economia) do Governo de Malta e abriga o Ministry for European Affairs & Equality (Ministério dos Assuntos Europeus e Igualdade).
Nesta ilha, podemos observar uma fortificação militar com localização privilegiada à beira mar. É o Fort Manoel, construído entre 1723 a 1733, por ordem do Grão-Mestre da Ordem de São João, Antonio Manuel de Villena, português. Época em que o nome da ilha foi alterado em homenagem ao mesmo, tendo o forte recebido o mesmo nome.
O forte foi seriamente danificado com bombardeiros na 2ª Guerra Mundial.
Com final da guerra, o forte de estrutura imponente, foi abandonado e degradado pelo tempo e pilhagens. A partir de 2007 começou sua reconstrução pouco a pouco.
Podemos observar na foto a Capela barroca reconstruída de St. Anthony of Padua (Capela de Santo Antônio de Pádua), as construções que abrigavam os Cavaleiros da Ordem de São João e outras construções. Na parte central da muralha voltada para o mar, fica o imponente portão principal.👉O forte é aberto ao público apenas no último domingo de cada mês. Nos demais dias, vale pelas belas vistas de Valeta e Sliema, a partir de suas praias de águas cristalinas e normas. Não estivemos na área, mas algumas pessoas comentaram a precariedade de infraestrutura para os turistas nas praias e existência de lixos espalhados na região.St. Paul's Anglican Pro-Cathedral
Do lado da cidade de Valeta, na orla marítima de Valeta, temos a torre de St. Paul's Anglican Pro-Cathedral (Catedral de São Paulo Anglicano), inaugurada em 1844, em arquitetura neoclássica, com 61 metros de altura. Uma igreja anglicana pertencente à diocese da igreja da Inglaterra. A escadaria, ao lado da torre, leva à parte alta onde fica a entrada da igreja.
Seguimos pela Great Siege Road, que nos mostrou um outro ângulo da ilha Manuel. Antes da construção do Forte Manuel, esta ilha já abrigava o Lazarett Hospital (Hospital Lazareto), uma instalação de quarentena, formado por um complexo de vários edifícios que datam dos séculos XVII a XIX. Utilizado principalmente para os casos de epidemias da peste e cólera que abateram a Europa e os navios que atracavam em Malta, em vários momentos de sua história.
Durante a 2ª Guerra Mundial, foi requisitado paro uso militar, sendo bombardeado. Em 1949, o hospital foi reaberto até a retirada da Marinha Real de Malta, que era inglesa, por volta de 1970. Época em que foi abandonado e atingiu estado crítico de negligência e desmoronamento.
Atualmente, aguarda reconstrução e nova destinação. De longe não dá para perceber a triste realidade do complexo.
Até aqui contornamos toda a costa da cidade de Valeta.
Seguimos pela mesma via, subindo e entrando no interior e passando para a cidade de Floriana. Difícil saber quando começa uma e termina a outra. Se não me falha a lembrança, o prédio de esquina, abaixo, é um hotel. O Phoenicia Malta, construído na década de 1930.
Independence Monument
Ainda na via Great Siege Road, em Floriana, numa praça, na parte alta das
muralhas do terminal de cruzeiros, fica o Memorial que simboliza a independência da ilha.
Nominado como Independence Monument (Monumento da Independência).
Um monumento simbólico em bronze num pedestal de mármore, erguido na entrada dos Jardins Maglio.
O monumento foi erguido para comemorar o 25º aniversário de independência de Malta. Obra do escultor Ganni Bonnici, com 8,5 metros de altura, que simboliza a liberdade de Malta alcançada com a independência do domínio britânico, em 21 de setembro de 1964.
A estátua de mulher simboliza a República de Malta, que segura, vitoriosamente, a bandeira nacional de Malta acima da cabeça. Aos seus pés estão as algemas do passado, das
quais ela se libertou e dá um passo rumo ao futuro.
Jardins Maglio
Por trás do Monumento da Independência fica a entrada principal para os Jardins Maglio, conhecido pelos Malteses como Il-Mall. Criado em 1656, pelo Grão-Mestre Francês Jean Paul de Lascaris Castellar, para os momentos de lazer dos cavaleiros da Ordem de São João.
No seu interior podemos encontrar vários monumentos e esculturas. Abaixo, o monumento dedicado ao Dr Aloisio Pisani, (1806-1865), médico que combateu a epidemia de cólera em 1837. Trabalho do escultor Giuseppe Darmanin, em 1867, foi o primeiro monumento colocado nos jardins.Church of St. Publius
Nas imediações dos Jardins, ainda em Floriana, temos a bela Church of St. Publius (Igreja de Santo Publio).
O design original é do arquiteto Francesco Marandon.
Entre
1884 e 1890, o arquiteto Nicola Zammit refez a fachada. E, entre 1889 a
1892, foram levantados dois novos campanários.
Em 1942, esta igreja sofreu bombardeiro aéreo, tendo sua cúpula desmoronado. Várias pessoas foram mortas e feridas no ataque. A igreja foi novamente reconstruída.
A fachada tem um pórtico neoclássico encimado por um frontão triangular sobre o topo do qual fica uma estátua de Cristo Rei. Possui duas torres de sino, uma de cada lado da fachada.
Não visitamos o seu interior.
Na foto abaixo é possível, vislumbrar parte da cúpula da igreja.
War Memorial
Seguimos pela via Great Siege Road, em Floriana, até uma grande rotatória, onde fica o War Memorial ou Monument
tal-Gwerra (Monumento de Guerra), projeto de Louis Naudi.
Em frente ao obelisco, fica a Chama Eterna.
Em frente ao obelisco, fica a Chama Eterna.
Trata-se de um obelisco em calcário na forma de cruz latina que foi erguido em 1938 para comemorar os mortos na Primeira Guerra Mundial. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1949, foi acrescido
uma nova dedicação, à memória dos soldados mortos nas duas grandes guerras mundiais.
Vamos contornar esta rotatória para entrar em outra.
Este trecho é um grande complexo rodoviário com várias rotatórias e canteiros triangulares, que na primavera primam pelas flores coloridas. Commonwealth Air Forces Memorial
No caminho, visualizamos ao longe o monumento das Forças Aéreas, o Commonwealth Air Forces Memorial, como uma águia dourada no topo. Um memorial, erguido em 1954, em memória dos mais de 2000 pilotos aliados que que foram abatidos sobre o mediterrâneo durante a 2ª Guerra Mundial.
O prédio ao fundo é o Hotel Phoenicia Malta. Aquele que vimos lá trás. Viu como estamos circulando pelas rotatórias? Esta área tem muitas coisas para serem vistas. Mesmo que rapidamente. Mas, é preciso ficar atento, ou você passa batido
Uma área onde o trânsito de carros e ônibus pode ser intenso e caótico. Mas, se não estiver dirigindo observe o caminho, os monumentos e principalmente as praças arborizadas e floridas. A primavera é a melhor época do ano para visitar Malta. Pelas flores, pela temperatura amena e por não ser considerada uma época de alto turismo.
Uma coisa que achei bem curiosa na ilha, foram os táxis tipo charrete. Isto mesmo, táxi de cavalo. Uma excelente forma de transitar em Malta, com calma e admirando seus principais monumentos. A dica é combinar o trajeto e o valor antes de começar o passeio.
Nesta área fica o St. James Counterguard, um grande bloco maciço de calcário formando uma imensa plataforma de artilharia, projetada em 1640, pelo engenheiro militar Giovanni de Medici.
Este é um dos quatro contra-guardas construídos na época em Valeta. Sim, em um piscar de olhos, estamos novamente em Valeta.
The Wall Na rotatória, em frente ao St. James Counterguard, fica o monumento The Wall (a parede).
Não consegui informações sobre este monumento. Provavelmente, é recente. Contornamos as rotatórias do War Memorial e a do The Wall, que ficam praticamente coladas uma na outra, e pegamos a via Triq Girolamo Cassar.
Herbert Gamado Gardens
Olhando para o lado contrário das rotatórias, em direção ao mar, temos uma praça ajardinada com canteiros e árvores e uma espetacular vista do Porto Grand Harbour.
Abaixo, entre as árvores outro monumento em forma de obelisco. Não é o único desta praça.
Estamos em uma área alta de Valeta e daqui podemos ter uma vista do porto em outro ângulo.
É a parte elevada (terraço) do Herbert Gamado Gardens (Jardins Herbert Gamado).
Este jardim era conhecido como
Kalkara Gardens até os anos 90. Seu nome atual é dedicado ao advogado,
escritor e político de Floriana, Herbert Ganado.
Na foto abaixo, à esquerda vemos o Gardjola Gardens (Jardins de Gardjola) em Senglea e, à direita o Kordin Grain Terminal (Terminal de grãos Kordin) em Paola.
Tanto Senglea como Paola são cidades da ilha de Malta. Entre as cidades de Senglea e Paola, encontra-se a cidade de Cospicua que abrange o fundo da baía, indo até o outro lado na fronteira com a cidade de Birgu. Parece confuso, mas o mapa abaixo ilustra o que acabo de postar.
Mapa do Google Maps |
Mais uma visão do Gardjola Gardens (Jardins de Gardjola) em Senglea, em toda sua exuberância e beleza, cercado pelas águas do Mediterrâneo. No canto, à direita, parte das muralhas do Forte de St Ângelo, na cidade de Birgu.
Flame that Never Dies
No caminho para a nossa nova atração uma escultura despertou minha curiosidade. Por pouco não a vi.
Obra projetada pelo arquiteto e escultor Valerio Schembri, de 2017. Embora esteja na Castille Square (Praça de Castille) é possível vê-la acima dos muros que sustentam a praça e formam as muralhas defensivas do Bastião de Saint James.
É a Flame that Never Dies (chama que nunca morre) ou Fjamma li ma tmut qatt, em maltês. Uma incomum e moderna escultura em bronze em celebração da emancipação
de Malta das potências coloniais.
Upper Barrakka GardensDescemos na Castille Place (Praça Castille) e seguimos para o Upper Barrakka Gardens (Jardins superiores de Barrakka) ou Il-Barrakka ta 'Fuq, em maltês.
A entrada em si é bem simples, mas quando você entra, ..., é tanta beleza que você precisa de alguns minutos para absorver o impacto inicial e decidir por onde começar a exploração.
O prédio, na foto abaixo, é a antiga Capela da Guarnição em Castela e fica fora dos jardins. O acesso se faz pela Praça Castille. Atualmente, nesta capela funciona a Borza ta'Malta (Bolsa de Valores de Malta).
A fonte é simples, mas integra-se ao cenário com perfeição.
Localizado na parte superior do St. Peter & Paul Bastion (Bastião de São Pedro e São Paulo) que data de 1560.
Um jardim público, de beleza única, que na primavera chega no auge do seu esplendor.
Criados para os cavaleiros da Ordem de São João, somente foram abertos ao público em 1800.
No canteiro abaixo, sobre um pedestal de pedra, o busto de Winston Spencer Churchill, ex-primeiro ministro do Reino Unido.
Abaixo, uma réplica da escultura intitulada "Les Gavroches" (Os meninos de rua) de 1904. A original, do escultor maltês Antonio Sciortino (1879 - 1947), está no Museu Nacional de Arte de Malta.
O paisagismo é bem cuidado, com palmeiras, árvores diversas e vários canteiros de flores. Em um espaço com área de circulação e vários bancos para descanso.
O terraço, construído em um ponto limítrofe do bastião, é como um grande corredor pavimentado e cercado por altos arcos. Em um dos lados do terraço dos jardins, observa-se um imenso pilar, sobre o qual uma urna está equilibrada, é um Monumento dedicado a Clemente Martin Edwards (1780-1816) que foi secretário militar de Sir Thomas Maitland.
Os arcos do terraço do jardim foram construídos pelo cavaleiro italiano Flaminio Balbiani, em 1661.
Em 1775, a cobertura (teto) do terraço foi removida, não sendo recolocada.
Nas colunas dos arcos do terraço, estão fixadas placas em memória daqueles que se destacaram em algum momento na história de Malta.Abaixo, seria uma urna mortuária? Sinistro. Na época esta era uma prática comum de demonstrar respeito e admiração.
Este é o memorial a Nicholas Zammit (1815–1899), médico, arquiteto, desenhista artístico e filósofo maltês.
Vejam que cenário mais lindo. Um verdadeiro oásis. Apaixonante, não é mesmo? Os Jardins, localizado no ponto mais alto das muralhas da cidade, oferece as melhores vistas.
Um momento para apreciar a vista com calma. Quem está com pressa? Além, é claro, da nossa guia que não para de cronometrar o tempo e tentar juntar o grupo.
Abaixo, uma vista da parte baixa de Valeta e o estaleiro no Grand Harbour, o porto natural mais profundo do mundo.
De outros pontos dos jardins você obtêm mais vistas de tirar o fôlego. Simplesmente maravilhosas. Uma linda recordação da ilha de Malta.
A vista panorâmica tirada a partir dos terraços dos Jardins. mostra, na margem da costa de Valeta, o Grand Harbour, a parte baixa da cidade, os canhões de saudação do Bastião de St Peter e St Paul.
Na margem oposta ao porto, vemos a cidade de Kalkara e as chamadas Tree Cities (Três Cidades).
Tree Cities
As "três cidades" são formadas pelas cidades fortificadas de Birgu (Vittoriosa), Senglea (L-Isla) e Cospicua (Bormla). Suas enseadas portuárias estão em atividade desde a época dos fenícios e suas fortalezas e construções históricas são mais antigas em relação a Valeta.
No mapa abaixo (Google Maps), vocês podem ver a localização exata das três cidades.
Mapa do Google Maps |
Este histórico forte medieval, protagonizou um papel importante no Grande Cerco de Malta, em 1565. O forte foi reconstruído pelos ingleses nos séculos XIX e XX, ocorrendo algumas alterações em sua estrutura original.
Dizem que o pintor Caravaggio, foi preso neste forte em 1608, de onde fugiu para a Sicília.
Hoje em dia, o Forte de Santo Ângelo é sede da Ordem dos Cavaleiros de Malta. Apenas, uma parte é liberada para a visitação. A área principal é reservada à ordem e não pode ser visitada. Na parte liberada para visitação funciona um museu de guerra.
Calcário, calcário e calcário.
Pedra sobre pedra, assim a ilha de Malta foi construída. Literalmente!
Fort Rikasoli
Ao fundo, vista do Fort Rikasoli (Fortaleza Ricasoli), seu quebra-mar e um Farol na ponta, na cidade de Kalkara. O forte foi construído em 1670-1693 pelos cavaleiros de St John. Inacessível para visitação.
Abaixo, a Villa Bighi ou Bighi Hospital na costa da cidade de Kalkara, um hospital, fundado em 1832, e fechado em 1970.
The Saluting Battery
No nível inferior do Bastião de São Pedro e São Paulo, fica a The Saluting Battery (bateria de saudação) ou Batterija tas-Salut em maltês, que realiza disparos diários, sempre ao meio-dia.
Era usada para disparar saudações e sinais de armas cerimoniais.
A bateria de saudação vista dos jardins superiores de Barrakka é algo para ficar na memória.
Mas, durante o bloqueio de 1798-1800 e Segunda Guerra Mundial, a bateria de saudação, foi usada para fins militares e protegeram o porto das invasões e cercos.
Naturalmente, que os canhões originais foram substituídos por réplicas e hoje não possuem finalidade militar.
O jardim conta com um pequeno quiosque para refeições rápidas e bebidas refrescantes. Se o calor for grande, um sorvete e alguns minutos na sombra sempre são bem-vindos.
Foi maravilhoso conhecer estes jardins, mas o passeio continua e temos que seguir em frente.
Castille PlaceNa saída do Upper Barrakka Gardens, na Castille Place (Praça Castille), um local reservado para os "táxis" de charretes.
Auberge de Castille
No centro da Praça Castille, destaca-se o imponente prédio do Auberge de Castille que serviu como abrigo aos cavaleiros espanhóis e portugueses da ordem de São João.
Trata-se de um importante marco histórico de Malta, cujo prédio de planta retangular possui dois andares e um pátio central.
A construção inicial do prédio ocorreu em 1574 pelo Grão-Mestre Jean de la Cassière. sendo o projeto em estilo maneirista de autoria do arquiteto Gerolamo Cassar.
Entre os anos de 1741 a 1745 o Grão-Mestre Manuel Pinto da Fonseca, finalizou e alterou sua construção.
Em 1741, a fachada em calcário do prédio foi alterada para o estilo barroco espanhol pelo arquiteto Andrea Belli. Em 1791, outras alterações foram adicionadas, como o alargamento da entrada principal.
Em 1943, durante a 2ª Guerra Mundial, parte do prédio foi danificado por bombardeiros aéreos, sendo reconstruído posteriormente.
Acima do portal de entrada do Auberge de Castille, temos o busto e, sobre a janela do segundo andar, o brasão de
armas do Grão-Mestre Pinto.
No alto do prédio, os brasões
de Castela e Leão e de Portugal, sobre os quais tremula majestosamente a Bandeira Nacional da República de Malta. Sua entrada principal é acessada por uma escadaria e a porta é ladeada por colunas duplas de calcário. Dois dois canhões históricos, decoram o alto da escadaria.
Atualmente, no Albergue encontra-se o gabinete do Primeiro-Ministro da República de Malta.
A
praça Castille no alto do Bastião de Saint James (século XVI), é um largo com
formado irregular e sem jardins.
Na
praça uma exposição contemporânea e temporária a céu aberto, representam vários
provérbios de Malta como parte do projeto Kif jghid il-Malti (Como diz o
Maltes), criado por Joel Saliba, apoiado pela Fundação Valletta 2018, V18. No
total são 13 estátuas espalhadas pela capital de Malta.
Na
foto seguinte a referência ao provérbio Il-ħuta ż-żgħira qatt ma kielet
lill-kbira (O peixe pequeno nunca comeu o grande).
Abaixo, a representação do provérbio Min jidħol bejn il basla u qoxritha jibqa (Quem vem entre a cebola restante e sem casca).
Estas estátuas são feitas em poliestireno, uma resina termoplástica, que no Brasil, na forma expandida conhecemos como isopor.
O simpático burrinho alado, defronte ao histórico prédio do século XVI, o Castille Hotel, este situado na praça e próximo a outras importantes atrações de Valeta.
Foi difícil descobrir qual era o provérbio reverente à estátua. Naħqa ta’ ħmar qatt ma telgħet is-sema (Naħqa um burro nunca se obter o céu). Não descobri o significado da primeira palavra do provérbio maltês. Eu já ouvi a expressão "Vozes
de burro não chegam ao céu", isto porque o urrar de um burro tem baixa projeção acústica. Será que o provérbio maltês tem este mesmo significado?
As esculturas contemporâneas e temporárias, ficam entre várias estátuas permanentes. Como a de Manwel Dimech (1860-1921), próxima à fortificação St James Cavalier, do século XVI.
Manwel Dimech foi filósofo, escritor e jornalista que ousou sonhar com a emancipação de Malta e transmitir este sonho a outros malteses. Teve uma relação conturbada com o governo britânico, sendo preso político e enviado a um campo de concentração, onde sua saúde ficou gravemente abalada. Dimech faleceu no exílio.
A fortificação, atualmente, é um Centro Cultural, o Spazju Kreattiv, que abriga coleções de arte contemporânea, exibição de filmes estrangeiros. Não entramos, mas fiquei bem curiosa. Infelizmente, em um tour você tem que seguir o guia e confiar que, em no curto tempo que dispomos, ele sabe o que faz. Mas, fica a dica para quem tiver tempo livre.
A estátua pensativa, abaixo, do provérbio Min jorqod bil-ġuħ joħlom bil-ftajjar (Quem dorme com fome sonhou com ftajjar). Não descobri o significado de ftajjar. 😒
A fortificação, atualmente, é um Centro Cultural, o Spazju Kreattiv, que abriga coleções de arte contemporânea, exibição de filmes estrangeiros. Não entramos, mas fiquei bem curiosa. Infelizmente, em um tour você tem que seguir o guia e confiar que, em no curto tempo que dispomos, ele sabe o que faz. Mas, fica a dica para quem tiver tempo livre.
A estátua pensativa, abaixo, do provérbio Min jorqod bil-ġuħ joħlom bil-ftajjar (Quem dorme com fome sonhou com ftajjar). Não descobri o significado de ftajjar. 😒
Abaixo, a escultura em memória ao primeiro-ministro de Malta, George Borg Oliver (1911-1980), estadista e líder político. O monumento foi erguido em
1989 em comemoração ao 25º aniversário da independência de Malta.
Por trás da escultura podemos ver a Borza ta'Malta (Bolsa de Valores de Malta), antiga capela da guarnição, cujo fundos dá para o interior do Upper Barrakka Gardens (lembram?).
Our Lady of Victories ChurchEntre a lateral da fortificação St James Cavalier e o Auberge de Castille, fica a Our Lady of Victories Church (Capela da Virgem Maria Vitoriosa), em maltes Knisja tal-Vittorja.
Construída na South Street (rua sul), em 1567, em agradecimento pela vitória dos cavaleiros de São João e do povo
Maltes sobre os invasores turcos otomanos em 1565, pelo Grão-Mestre Jean Parisot De La Valette, da Ordem do Cavaleiro de Malta.
É a primeira igreja católica da cidade de Valeta. O que a torna um marco histórico inestimável.
Em 1752, a fachada foi modificada com acréscimos de detalhes barrocos. Época em que foi colocado, no alto da fachada, o busto de bronze do Papa Inocêncio
XII, por determinação do grão-mestre Pinto (1741-1773).
Esta pequena igreja, que por fora tem uma fachada austera, por dentro encanta pelas pinturas no seu teto abobadado, que contam a vida de Nossa Senhora. Pinturas de Alessio Erardi, 1716. A visita no interior da capela é rápida, mas vale entrar para uma breve apreciação.
Ao lado da Igreja, está o monumento em memória ao médico e político maltês Paul Boffa (1890-1962), que foi primeiro-ministro de Malta
no período de 1947 a 1950. Trabalho do escultor Vincent Apap, 1976.
St Catherine of Italy
Abaixo, bem próxima da Praça Castille e defronte à Capela da Virgem Maria Vitoriosa, fica a única igreja católica italiana de Malta, a St Catherine of Italy ou Knisja ta 'Santa Katerina (Igreja de Santa Catarina de Alexandria).
Construída em estilo barroco, por determinação dos cavaleiros italianos da Ordem de São João, pelo arquiteto Gerolamo Cassar, em 1576. Uma igreja dedicada à Santa Catarina de Alexandria. Seus cultos ainda são celebrados em italiano, segundo me contaram. Não entramos.
Se você seguir reto pela rua lateral desta igreja, a Merchant Street ou Triq Il-Merckanti (rua comercial), irá chegar na Co-Catedral de São João, considerada a mais emblemática de Valeta. Esta é uma rua pedonal com muitas lojas, cafés e vários prédios históricos. Não seguimos por esta rua.
Royal Opera House
Continuamos na South Street ou Triq In-Nofsinhar (rua sul) e, a poucos metros, chegamos ao Royal Opera House ou Royal Theatre. Em maltes, Pjazza Teatru Rjal.
Uma antiga casa de ópera e teatro, erguido em 1866 pelo arquiteto inglês Edward Middleton Barry.
Em 1873, foi danificada em decorrência de incêndio em seu interior, sendo restaurada nos anos seguintes.
Mas, durante a 2ª Guerra Mundial, em 1942, o prédio foi atingido por bombardeiros aéreos e permaneceu em ruínas.
Nos dias atuais, a área é um memorial do antigo teatro e faz parte do City Gate de Renzo Piano como veremos mais abaixo. Em seu interior, ocorrem apresentações de teatro, música e concertos ao ar livre.
Republic Street
Palazzo Ferreria
Na esquina da South Street com a Republic Street, em um imponente prédio, fica o Palazzo Ferreria ou Palazzo Buttiġieġ-Francia, do século XIX (1876), em arquitetura gótica veneziana, construído pelo arquiteto
Giuseppe Bonavia.
Sua estrutura e ricos detalhes são maravilhosos. Reparem nas janelas e nas belas varandas maltesas em madeira colorida, tipo balcões. Lindo demais.
Atualmente, neste prédio funciona a loja Gio. Batta Delia. Uma empresa fundada em 1901 por Giovanni Battista Delia. Inicialmente trabalhava com móveis, passando para porcelana e cristais finos. Em 2009, mudou para o varejo de roupas da marca Tommy Hilfiger.
Mesmo que você não queira comprar nada, pare alguns segundos em frente ao prédio.
City GateViramos à esquerda na Republic Street, contornando o Royal Opera House, chegamos ao City Gate (Portão da Cidade), na praça da liberdade.
Valeta possui três entradas oficiais a City Gate, a Victoria Gate e a Jew’s Gate. A City Gate é a principal entrada oficial de Valeta, que abrange a Casa de Óperas.
No local em que se encontra o Portão Real, foram construídos cinco portões em períodos diferentes, um em substituição ao anterior.
O primeiro, foi a Porta San Giorgio (1569), por Francesco Laparelli ou Girolamo Cassar. O segundo, foi a Porta Reale (1633), por Tommaso Dingli. O terceiro, foi a Kingsgate ou Kingsway (1853), durante o domínio inglês. O quarto, foi o City Gate, um portão simplório por Alziro Bergonzoo (1964), demolido em 2011. O quinto, mantendo o nome City Gate, é uma reinterpretação contemporânea da entrada da cidade, pelo arquiteto italiano Renzo Piano (2014).
No quarto portão houve a demolição de 32 metros das muralhas que ladeavam o portão, tirando o aspecto de "entrada" do próprio portão.
Já o quinto e atual portão por Renzo Piano vai além de ser um simples portão e engloba quatro partes: a Porta da Cidade de La Valeta e seu terreno imediatamente afora das muralhas, o teatro ao ar livre nas ruínas da antiga Ópera Real, a construção de um novo edifício do Parlamento (Parliament of Malta) e o paisagismo do antigo fosso.
O antigo e o novo, disputam espaço de maneira harmônica e bela.
O prédio do Parlamento denominado como "Casa do Parlamento", consiste em dois grandes
blocos de três andares e colunas, em calcário, concreto e aço.
Larga escada, denominada de escadaria espanhola, liga as fortalezas de St James's
Cavalier e St John's Cavalier ao nível inferior da rua República. Lá no alto, a
ponte em forma de praça sobre o antigo e profundo fosso das muralhas. Neste fosso fica um estacionamento
e uma área de parque.
Mais uma daquelas esculturas contemporâneas espalhadas por Valeta e que referenciam os provérbios dos malteses. Il-baqra kollha tinbiegħ (Todas as vacas vendidas).
Vamos voltar um pouco na rua mais famosa da cidade, a Republic Street, em maltês Triq Ir-Repubblika (Rua da República), antiga Strada San Giorgio.
Famosa por seu comércio, restaurantes, cafés, praças e vários prédios históricos nos seus 1000 metros (1 km) de comprimento. Uma rua para pedestres.
Esta rua turística, ao longo do seu comprimento, divide a cidade de Valeta ao meio, sendo a principal artéria da cidade. A partir deste ponto a rua fica mais estreita.
Reparem nos prédios e nas charmosas varandas balcão em madeira e coloridas.
St Francis of Assisi ChurchA St Francis of Assisi Church ou San Franġisk t'assisi (Igreja de São Francisco de Assis), construída entre os anos de 1598 a 1607, ainda na Rua da República.
Por questões estruturais, a igreja foi refeita em 1681, pelo Grão-Mestre Gregorio Carafa, cujo brasão encontra-se acima da entrada principal.
No exterior da igreja, em uma das quinas da fachada, a imagem de São Francisco.
A entrada é gratuita, mas não entramos.
National Museum of Archaeology - Auberge de ProvenceNo Auberge de Provence, na Rua da República, fica o National Museum of Archaeology (Museu Nacional de Arqueologia), um prédio de calcário com dois andares.
Inicialmente construído em estilo maneirista, projeto do arquiteto Girolamo Cassar, para abrigar os cavaleiros da Ordem de São João da região de Provença, em 1571.
Em 1638, sua fachada foi alterada pelo arquiteto Mederico Blondel.
Em 1959, passou a ser utilizado como museu, o National Museum of Archaeology.
Em um prédio histórico, este museu fascinante conta a história da ilha de Malta, desde os tempos pré-históricos do período neolítico (cerca de 5.000 a.C.) ao fenício (400 d.C.) através de artefatos antigos obtidos em escavações.
Ao passar pela porta de entrada do prédio, não deixe de admirar a intrigante pintura no teto abobadado, onde vemos Melite (Melita), a personificação simbólica de Malta. Uma mulher guerreira, usando capacete e segurando uma espada em uma mão e um escudo na outra, sendo rodeada por anjos. Provavelmente do tempo da construção do prédio.
Para entrar, paga-se uma taxa de 5 euros. Não pagamos, pois estava incluso em nosso tour.
O museu foca o homem e sua história ao longo da história, sem referências de importância à flora ou fauna da região na mesma época.
No térreo ficam peças referentes ao período Neolítico, na minha opinião, a parte mais importante e impactante do museu.
No primeiro andar ficam peças da Idade do Bronze e do Período Fenício, além do Grand Salon.
Também possui uma coleção numismática (moedas e medalhas) de diferentes períodos históricos.
Começamos pelo térreo, que trata das peças mais antigas do museu, do período neolítico também conhecido como Idade da Pedra Polida.
Em uma das salas do período neolítico, encontramos armas (pontas de lanças e flechas de pedra polida), esculturas, utensílios de cerâmicas usados para cozinhar e armazenar alimentos e outros artefatos pré-históricos, obtidos por escavações em diferentes sítios arqueológicos das ilhas da República de Malta. Algumas peças datam de 5200 a.C. até 3800 a.C..
No
período Neolítico, as construções monumentais feitas com grandes blocos de
pedra são denominadas de “Estruturas Megalíticas” ou “Templos Megalíticos”, e eram relacionadas aos cultos funerários e rituais de iniciação.
Alguns modelos tendo base os templos encontrados, nos dão uma ideia da estrutura das construções de civilizações antigas que habitavam as ilhas de Malta.
Abaixo, modelos do Templo de Ggantija; Mainland e Hagar Qim, todos nas ilhas da República de Malta.
Vários pôsteres com desenhos descrevem os detalhes dos tempos e os recursos no transporte de grandes blocos de pedra. Interessante observar que naquela época já usavam esferas de pedras nestas atividades.
Estes pôsteres e fotos mostram a arquitetura pré-histórica de Malta. Como é o caso do poster com a planta baixa do Hagar Qim Temples.
Um pequeno legado de enorme importância histórica acerca das primeiras civilizações que ocuparam a ilha.
Além das peças, várias fotografias e pôsteres documentam a descoberta e o local de retirada de cada uma.
Como é o caso do túmulo abaixo recortado em pedra calcária
Representações de figuras humanas de formas voluptuosas, datam da pré-história e são provenientes de vários templos da região de Malta.
Algumas das estatuetas em argila são famosas. Como a Venus de Malta (Vênus de Malta) proveniente de Hagar Qim, no canto superior direito da foto abaixo. A Vênus de Malta era considerada a Deusa Mãe ou Mãe Terra.
E, a foto do canto direito inferior, a Sleeping Lady (dama
adormecida), com 12 cm de comprimento, oriunda do hipogeu de Hal Saflieni.
Naqueles tempos a vaidade já se fazia presente. Vaidade ou status? Abaixo, alguns ornamentos e adereços da época. Colares, pulseiras e outros objetos decorativos pessoais.Curiosas as representações fálicas datadas de 4000 a 2500 a.C.
No período neolítico, o homem deixou de ser nômade, formando núcleos fixos. Período em que a humanidade se iniciou na agricultura e domesticação de animais.
Alguns achados de animais em relevo, esculpidos em calcário. Uma das poucas referências de animais no museu.
De uma maneira didática é possível aprender sobre a evolução da arquitetura no decorrer dos anos. Os templos de Ggantija, em Malta, é considerado o templo mais antigo descoberto em todo o mundo, até o presente momento.
No piso do térreo, na área reservada à exposição permanente do período Neolítico, é possível ver algumas escavações em tamanho natural.
Na foto abaixo, escavações do Tarxien Temple Complex ou It-Tempji ta’ Hal Tarxien (Complexo do Templo de Tarxien). Um complexo megalítico do período Neolítico entre os anos de 3150 a.C. a 2800 a.C. Observem os entalhes decorativos em espirais.
Ficamos praticamente no térreo. Quando subimos ao primeiro andar, nosso tempo estava curto e na agonia não tiramos muitas fotos.
A Idade dos Metais, é a última fase da pré-história e é dividida em Idade do Cobre (3300 - 1200 a.C.), Idade do Bronze (3300 - 700 a.C.) e Idade do Ferro (1200 - 1000 a.C.). Marca o início do desenvolvimento da metalurgia. O bronze era obtido pela mistura do cobre com uma liga de estanho.
Os fenícios ocuparam a ilha de Malta por volta do ano 1000 a.C., na época a ilha era denominada por Malat (refúgio seguro).
Não visitamos o Grand Salon (Grande Salão) no primeiro andar, estava em manutenção. O Grande salão era a sala de banquete usada pelos Cavaleiros da Ordem de São João e é ricamente decorada com pinturas em todas suas paredes. Local, onde ocorrem exposições temporárias.
Se você for ao museu, verifique se o acesso está liberado. Vale a visita!
Saímos do museu, maravilhados. Foi uma linda surpresa.
Chegamos ao cruzamento da Rua da República com a Triq San Gwann ou St John Street (Rua São João). Nesta rua se você virar à direita chegará na fachada principal da St John’s Co-Cathedral (Co-Catedral de São João), igreja católica dedicada a São João Batista. O exterior da igreja em estilo maneirista, do arquiteto Gerolamo Cassar, foi construído entre 1573 e 1578 pelos Cavaleiros da Ordem de S. João. Possui duas torres sineiras, com detalhes diferentes. A entrada principal é ladeada por duas colunas que sustentam uma tribuna.
Seu interior renovado no século XVII é puro barroco maltês. Famosa pelas paredes e teto recoberto de pinturas com muito dourado e pelo piso repleto de lápides e marchetaria de mármore. Destaque para duas telas de Caravaggio ("Decapitação de João Batista" de 1608 e “São Jerônimo Escrevendo" de 1571/1610).
Esta é a entrada principal da igreja. Mas, a entrada dos visitantes é pela Rua da República, na praça do Grande Cerco. Mesmo sendo um marco importante e uma das atrações turísticas mais populares em Malta, não entramos. Não estava previsto no nosso tour. 😢
Fachada principal da Co-Catedral São João - foto da internet |
Voltamos para a Rua da República até o Courts of Justice building (Edifício dos Tribunais de Justiça), em estilo neoclássico, construído entre 1965 a 1971, em calcário e concreto armado, pelo arquiteto Jo Tonna.
Um lugar para ser admirado apenas pelo lado de fora. 😂
O prédio, construído no local de um antigo Auberge dos cavaleiros de São João destruído na segunda Guerra Mundial, ocupa todo o quarteirão e possui sete andares. Três andares estão abaixo do nível da rua. Em sua fachada, destaca-se o pórtico com seis colunas.
Great Siege MonumentDefronte ao tribunal, fica a Great Siege Square (praça do Grande Cerco) ocorrido em 1565, onde fica o Great Siege Monument 1565 (Monumento ao Grande Cerco de 1565).
A escultura de 1927, traz três figuras de bronze (Fé, Fortaleza e Civilização) sobre base de granito, obra do escultor Antonio Sciortino (1879 -1947).
O monumento, além de comemorar a vitória sobre os turcos otomanos, é um memorial improvisado à escritora e jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, que foi assassinada em 2017, após denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro por políticos.
Por trás do monumento, parte do St John’s Co-Cathedral Museum (Museu da Co-Catedral de São João). A entrada dos visitantes para a Co-Catedral São João e seu museu, fica nesta praça, à direita do monumento.
Republic Square
National Library of Malta
Continuando nossa caminhada pela Rua da República, até a Piazza Regina ou Queen's Square (Praça da Rainha), ou Republic Square (Praça da República).
Nesta praça temos vários prédios históricos. Entre eles o imponente National Library of Malta (Biblioteca Nacional de Malta).
A biblioteca, fundada pelo grão-mestre Emmanuel de Rohan-Polduc em 1776, projeto do arquiteto italiano Stefano Ittar, inicialmente com coleções do cavaleiro Louis Guérin de Tencin.
Desde 1925, além do vasto acervo histórico com coleções de livros e documentos dos Cavaleiros da Ordem de Malta, contém arquivos da Università de Mdina e da Università de Valletta, disponibilizados apenas para pesquisadores. Apenas um terço da biblioteca é liberada para visitação. Entrada gratuita, com documento de identidade. Por motivos óbvios não é permitida a entrada de sacolas e bolsas. Não entramos.
Na praça, na frente à biblioteca, fica a Queen Victoria Statue (estátua da Rainha Vitória), instalada em comemoração aos seus 50 anos de vida. Ao redor, vários restaurantes e cafés com mesas ao ar livre para uma pausa ou rápida refeição.National Library of Malta
Continuando nossa caminhada pela Rua da República, até a Piazza Regina ou Queen's Square (Praça da Rainha), ou Republic Square (Praça da República).
Nesta praça temos vários prédios históricos. Entre eles o imponente National Library of Malta (Biblioteca Nacional de Malta).
A biblioteca, fundada pelo grão-mestre Emmanuel de Rohan-Polduc em 1776, projeto do arquiteto italiano Stefano Ittar, inicialmente com coleções do cavaleiro Louis Guérin de Tencin.
Desde 1925, além do vasto acervo histórico com coleções de livros e documentos dos Cavaleiros da Ordem de Malta, contém arquivos da Università de Mdina e da Università de Valletta, disponibilizados apenas para pesquisadores. Apenas um terço da biblioteca é liberada para visitação. Entrada gratuita, com documento de identidade. Por motivos óbvios não é permitida a entrada de sacolas e bolsas. Não entramos.
A imensa cabeça branca é uma escultura temporária, parte do projeto Kif jghid il-Malti (Como diz o Maltes), como já visto anteriormente. Minn widna jidħol u mill-oħra joħrog (De orelha entrar e pode emitir outra).
No Brasil temos o provérbio “O que entra por uma orelha, sai pela outra”.
A Praça da República possui forma irregular, dividida em duas áreas. A área da rainha ou Queen's Square (Praça da Rainha) e a área de St. George ou St George Square em maltes Misraħ
San Ġorġ (Praça São Jorge).
A Praça São Jorge, também conhecida como a Praça do Palácio, é cercada por vários outros prédios de valor histórico cultural.
Main GuardComo é o caso do antigo edifício da Main Guard (Guarda Principal). Em arquitetura neoclássica, foi construído em 1603 para acolher o regimento da guarda pessoal do Grão-Mestre.
Atualmente, abriga o Gabinete
do Procurador Geral.
Em um canto na Praça de São Jorge, fica o monumento dedicado à revolução maltesa contra a presença britânica na ilha, ocorrida nos dias 7 e 8 de junho de 1919, o Sette Giugno Monument (Monumento aos Sete de Junho).
O monumento de 1986, é do escultor maltês Anton Agius, e
retrata quatro malteses mortos no conflito.Próximo ao monumento, em uma das extremidades do prédio da Guarda Principal, uma simpática fonte abranda o calor nos dias mais quentes. Na realidade são duas fontes, uma em cada extremidade da Guarda Principal.
Embora não seja uma praça arborizada, alguns canteiros bem cuidados são visíveis em vários pontos.
O prédio que vemos abaixo, na Archbishop Street (Rua do Arcebispo) uma rua em nível mais baixo em relação à praça da República, é o Hostel de Verdelin.
O Hostel de Verdelin, conhecido como Palazzo Verdelin ou Casa delle Colombe, foi construído em arquitetura barroca espanhola, pelo arquiteto Francesco Buonamici, para um cavaleiro francês da Ordem de São João, Jean-Jacques de Verdelin, por volta de 1650. Abrigou o Vicary's Hotel durante a ocupação britânica. Atualmente, abriga uma delegacia de polícia de Valletta, dividindo espaço com um restaurante.
Em uma área da praça, tivemos a oportunidade de apreciar alguns artesanatos típicos da ilha.
Interessante os trabalhos artesanais com casca de ovo abaixo. Adoro tudo relacionado a reaproveitamento e reciclagem.
Entre as barracas de artesanatos, uma apresentação de dança folclórica de Malta, onde as mulheres vestem uma roupa típica conhecida como Faldetta, ou Ghonnella.
Um traje exclusivo das Ilhas de Malta e Gozo. Uma espécie de vestido com um manto na cor preta, usado como capuz para emoldurar o rosto. Ao ser liberado, forma uma segunda camada de saia.
Atualmente, este traje é usado apenas em apresentações folclóricas.
Grandmaster's Palace
Após um breve momento de descontração, retornamos de onde paramos e vamos ao Palácio do Grão-Mestre, ainda na Praça da República.
O Grandmaster's Palace, em maltês Il-Palazz tal-Granmastru (Palácio do Grão-Mestre), conhecido como Palácio da Arbitragem ou Palácio Magisterial ou simplesmente o Palácio, é o prédio de maior destaque da praça e ocupa todo um quarteirão e sua fachada é voltada para a Guarda Principal na Praça de São Jorge.
Em frente ao palácio, uma fonte faz a água brotar do pavimento, criando jatos intermitentes em alturas diversas. No verão é pura diversão e frescor para crianças e turistas.
No primeiro andar do palácio, em cada canto, podemos observar as típicas varandas maltesas em madeira, adicionadas no século XVIII.
O Palácio foi construído entre 1568 a 1574, em calcário, no estilo maneirista, pelo arquiteto maltes Gerolamo Cassar. Nos anos subsequentes, o palácio foi modificado e embelezado adquirindo um aspecto mais barroco. Sua fachada atual remete a 1740, época em que foram acrescentados dois portais barrocos ao projeto original.
Rústico e austero por fora, é em seu interior que reside sua maior riqueza.
O portão principal do Palácio do Grão-Mestre, é ladeado por duas cabines onde ficam as sentinelas das Armed Forces of Malta (Forças Armadas de Malta), conhecida pela sigla AFM. Uma herança dos tempos de domínio inglês que permanece até os dias atuais.
São dois guardas malteses, armados com um rifle com baioneta, que permanecem imóveis por longo tempo, mudando sua posição apenas para ativar a circulação. Sentido, ombro arma, apresentar armas, descansar arma, descansar!
Inicialmente, o Palácio abrigava os Grão-Mestres da Ordem de São João.
No decorrer do tempo passou a ser o Palácio do Governador e, atualmente, é o Gabinete do Presidente de Malta, sede de vários escritórios do governo. Até 2015, abrigou o Parlamento maltês.
O palácio possui três entradas. Duas na fachada principal, na Praça de São Jorge. E, uma terceira a oeste da Biblioteca Nacional, na Piazza Regina.
As duas entradas principais na
fachada, possuem uma porta em arco, com um portal
trabalhado com colunas que sustentam uma varanda aberta, adaptação do século XVIII (1740).
No interior do Palácio, dois charmosos pátios centrais estão interligados, um inferior e outro superior, o segundo em um nível um pouco mais alto do que o primeiro. São eles: O Pátio de Netuno (inferior) e o Pátio do Príncipe Alfred (superior).O portão principal do Palácio do Grão-Mestre, dá acesso ao pátio inferior, o Neptune's Court ou em maltes Nettunu fil-Bitħa (Pátio de Netuno).
O almirante, por sua atuação em várias batalhas navais, de onde saía vitorioso, era frequentemente associado ao Deus Netuno.
Mas, a fonte no pátio, denominada como fonte de Perellos, é com certeza uma alusão a Netuno. Esta fonte sob as galerias do pátio é de 1712, projetada pelo arquiteto maltes Romano Carapecchia.
A entrada para as salas do estado fica no
pátio de Netuno através de uma escada em espiral.
O segundo pátio do Palácio, é o Prince Alfreds Court (Pátio do Príncipe Alfreds). Um agradável espaço entre as paredes do Palácio. Seus vários bancos, em uma pequena área arborizada e florida, proporcionam um merecido e bem-vindo momento de descanso.
No Pátio
do Príncipe Alfred, dois leões de pedra guardam uma porta que leva ao
Grande Salão.
As esculturas em pedra dos leões são bem realistas. Segundo a guia são leões adormecidos. Mas, os olhos estavam bem abertos. Provavelmente só queriam tomar banho de sol. Acho que estavam entediados com os turistas tirando fotos.Do pátio, temos a visão de uma torre com um relógio de 4 faces. O relógio, adquirido pelo Grão-Mestre Pinto em 1745, ocasião que a torre passou a ser apelidada de Torre do Relógio, é obra do relojoeiro maltês Gaetano Vella.
O relógio inferior mostra a hora e os três relógios logo acima mostram o mês, o dia e as fases da lua.
Em 1894, o relógio sofreu modificações pelo relojoeiro e inventor maltes, Michelangelo Sapiano (1826 - 1912).
No alto da torre, quatro figuras de bronze simbolizando escravos turcos, tocam os sinos do relógio. Eu queria subir lá em cima para ver de pertinho, mas não é autorizado.
Este pátio também possui sua própria fonte. Uma ave que pode ser uma águia, falcão ou fênix. ??? Não tenho certeza!
Além dos dois pátios, apenas uma pequena parte do palácio, nomeadas como Palace State Rooms e o Palace Armory, estão abertas aos visitantes como museu.
Em um dos cantos do Pátio do Príncipe, uma moderna estrutura de aço e vidros leva ao Palace State Rooms, que fica no andar principal do palácio. Não é o único acesso. Você pode acessar as salas do estado por uma escadaria a partir do Pátio de Netuno.
Vamos em frente que a fila para entrar já está bem longa.
Enfim, entramos no suntuoso Palace State Rooms (Salas de Estado do Palácio). Visitar esta parte do Palácio do Grão-Mestre é “obrigatório” para qualquer turista e visitante em Malta. São corredores e salas ricamente decorados, que preservam sua história passada e o luxo dos que detinham o poder.
Nem todas as salas do palácio são abertas ao público, apenas algumas das Salas Estatais quando não estão sendo utilizadas.
Se estiver ocorrendo alguma atividade governamental em suas salas, estas ficam fechadas ao público visitante. Verifique antes da visita para não ser surpreendido.
Se estiver ocorrendo alguma atividade governamental em suas salas, estas ficam fechadas ao público visitante. Verifique antes da visita para não ser surpreendido.
Tapestry Hall
A primeira sala que visitamos foi a Tapestry Hall ou Tapestry Chamber (Câmera de tapeçarias). Antiga
sala de reunião do Conselho da Ordem de São João, composto
pelos cavaleiros de alto escalão.
O conjunto de tapetes denominados Teintre des Indes
(Pigmento da Índia), confeccionados pela Fábrica Real Gobelins (França),
em 1710, mostram cenas tropicais da América do Sul (Brasil), África, Índia e Caribe.
Exemplos da mundialmente famosa tapeçaria de Gobelins que cobrem praticamente todas as paredes da sala. Por conta da preservação dos tapetes seculares, é proibido tirar fotos em seu interior. No restante do Palácio as fotos estão liberadas.
O teto caixotado e esculpido (coffered ceiling) é original. E, seu roda-teto, possui afrescos com as batalhas navais da Ordem contra
os otomanos.
Nos corredores do primeiro andar do palácio, conhecidos como os corredores dos cavaleiros, paredes repletas de imensos retratos, tetos pintados com afrescos, armaduras medievais e piso em mármore decoram toda sua extensão.
O piso em mosaico de mármores coloridos com escudos das famílias de cavalheiros que ocuparam o palácio é de meados do século XIX. E, foi encomendado pelo governador John Gaspard Le Merchant.
Abaixo, podemos visualizar a entrada original para o Palácio de Armas. Uma entrada de opulência e riqueza de detalhes impressionante. Não é mais usada. O Palácio de Armas, foi remanejado para outra parte, no próprio edifício.
No período de 1921 a 2015, o Parlamento Maltês ficava no Palácio, inicialmente na sala dos tapetes. Em 1976, o Parlamento foi transferido para a sala do arsenal onde ficou até o ano de 2015, quando foi para o prédio do Parlamento construído por Renzo Piano, no City Gate.
O teto dos corredores traz afrescos com uma profusão de informações e cores. Estes afrescos são atribuídos ao desenhista, decorador e arquiteto italiano, Nicolau Nasoni (1691 - 1773), a pedido do Grão-Mestre António Manoel de Vilhena, em 1724. Uma das muitas benfeitorias deste Magistrado no Palácio.
Trata-se de pintura com a técnica francesa trompe l'oeil, que causa sensação de profundidade e relevo.
No entanto, a pintura é chapada (2D) e não há nenhum relevo ou entalhe. É pura ilusão de ótica. Chocante!
Como um flash da história maltesa, os afrescos pintados em arcos (luneta) acima das janelas e portas dos corredores do palácio, retratam paisagens maltesas ou cenas de batalhas navais que nos contam um pouco do período medieval em Malta. Elas datam de 1887.
Pintura sobre uma das portas com os escudos de Antônio de Vilhena, um dos Grão-Mestres da Ordem de São João.
Parte das pinturas estão sendo restauradas. Um trabalho minucioso e hábil que não pode ser feito de forma apressada e irresponsável.
As portas no corredor dão acesso às diversas salas do estado, algumas com entradas limitadas ou proibidas. As janelas oferecem claridade e visão dos jardins internos do Palácio.
Várias pinturas espalhadas pelos corredores e salas, retratam os governantes do tempo dos grão-mestres e alguns monarcas dos reinos que ocuparam as ilhas.Abaixo, o retrato pintado do Grão-Mestre Manoel Pinto da Fonseca (1681-1772).
Na próxima foto, temos mais quatro pinturas.
A primeira retrata o Grão-Mestre francês Adrien De Wignacourt, (1618 -1697). Em seu governo, criou um fundo de ajuda para as viúvas e órfãos do Grande Cerco.
A segunda, o português António Manoel de Vilhena (1663 - 1736), grão-mestre da Ordem de São João de Jerusalém. Popular pelo povo pela sua benevolência.
A terceira, temos o Monarca Francês Louis XVI (1754 - 1793).
Na quarta pintura, vemos o grão-mestre Jean Parisot de La Valette, que venceu o grande cerco dos turcos otomanos.
Sala do trono:
Durante o domínio britânico, a Sala do Conselho Supremo, em maltês, Is-sala tal-Gran Kunsill, tornou-se a Sala do Trono em maltês, Is-sala tat-Tron. Atualmente, é utilizada para funções estatais do presidente, como a tomada de posse de novos ministros e funcionários do governo, cerimônia de nomeação dos embaixadores de Malta, receber embaixadores e/ou governantes estrangeiros, entre outras. Os afrescos que decoram o roda-teto, registram o Grande Cerco de Malta de 1565, trabalho atribuído ao pintor Matteo Perez d'Aleccio.
No final da sala, sob o brasão de Malta, fica o antigo trono dos Grão-Mestres.
A Sala dos Embaixadores (Ambassadors' hall), é decorada com móveis finos Luís XV, afrescos no roda teto, retratos de antigos governantes e um imenso tapete. Pela cor vermelha nas paredes, cortinas e tapete é também conhecida como a Sala Vermelha.
Nas paredes, retratos dos reis franceses Luís XIV, Luís XV e Luís XVI, a imperatriz russa Catarina, a Grande, e vários grão-mestres.
Preciosos afrescos formam um friso em toda a extensão do roda-teto, e representam vários momentos da história da Ordem de São João em Malta, atribuídos a Joel lo Spada.
A bandeira de Malta, a bandeira da União Européia e a bandeira do Presidente de Malta, perfiladas em um canto da sala.
A Sala das Páginas (/Pages Room) ou Paggeria, considerada uma sala de espera, era usada pelos 16 atendentes do Grão-Mestre.
Os quadros abaixo são de autoria de Jusepe Ribera (1591-1652), conhecido como Lo Spagnoletto.
Na contra parede, pinturas de Antoine Favray (1706-1798), que infelizmente não registrei.
Esta sala, com paredes recoberta por tecido brocado amarelo e damasco, é também conhecida como Sala Amarela e, por alguns, como Sala Verde.
Os móveis da sala são do século XVIII.
Observem, na foto abaixo, os lindos vasos de porcelana chinesa vidrada em azul e branco.
Sobre aparadores de mogno, em pequenos expositores individuais, estão valiosos vasos maiólicos (faiança italiana do Renascimento) do século XVI, da província de Urbino, Itália.
Não deixem de admirar o teto trabalhado em madeira e os lustres da sala.
Na Sala dos Embaixadores, afrescos no roda-teto são atribuídos ao artista Joel lo Spada. Estes afrescos retratam episódios da história da Ordem de São João em vários momentos.
A iluminação do prédio, com candelabros, lustres e luminárias, complementa a beleza e suntuosidade de cada espaço. Os lustres de algumas salas são particularmente soberbos.
O efeito de sombra e luz, somados aos longos séculos de história, poder e lutas, ativam os sentidos e dão vazão aos diversos relatos de ser o Palácio mal-assombrado. Será?
Em uma ala do Palácio do Grão-Mestre, tivemos uma grata surpresa. Uma exposição temporária dos espanhóis Pablo Picasso (1881 - 1973) e Joan Miró (1893 - 1983.
Rascunhos, desenhos, pinturas de dois consagrados artistas espanhóis do século XX.
Abaixo gravura de Picasso, intitulada "Cuatro mujeres desnudas y cabeza esculpida" (Quatro mulheres nuas e cabeça esculpida), de 1934.
De Pablo Picasso, eram mais de 100 gravuras da Coleção Suite Vollard, da Fundação Mapfre. Estas gravuras datam de 1930 a 1937.Abaixo gravura de Picasso, intitulada "Cuatro mujeres desnudas y cabeza esculpida" (Quatro mulheres nuas e cabeça esculpida), de 1934.
Abaixo, a gravura de Picasso intitulada como "Modelo desnudo y escultura" (Modelo nua e escultura), 1933 e outra que infelizmente não anotei o nome.
Além das gravuras de Picasso, 40 pinturas de Miro estavam expostas. Coleção pertencente ao Espacio Miró, em Madri.
Uma exposição de primavera intitulada: A Carne e o Espírito.
Permaneceu aberta ao público de 7 de abril a 30 de junho de 2018. Pena que foi um período bem curto. Mas, deixo aqui algumas fotos para matar a curiosidade de vocês.
Palace Armory
Descemos do primeiro andar até a parte posterior do prédio no térreo, antiga área do estábulo. Lá encontramos o Palace Armory, com uma interessante coleção de armas. Não apenas as armaduras e armas usadas pelos Cavaleiros de São João e pelos Turcos Otomanos durante o Grande Cerco de 1565. Mas, vários armamentos dos séculos XVI ao XVIII.
Inicialmente, o Arsenal foi instalado em um grande salão na parte traseira do primeiro andar, pelo Grão-mestre Alof de Wignacourt, em 1604.
Apenas em 1860 foi aberto para visitação, sendo o primeiro museu público de Malta.
O Palácio e seu salão foram danificados por bombardeiros na Segunda Guerra Mundial, em 1942. Fato que levou à transferência do arsenal para o porão do Palácio de Girgenti, onde permaneceu fechado ao público. Após restauração do salão em 1948, o museu de armamento retornou ao seu lugar original sendo aberto ao público novamente.
Em 1975, o arsenal foi realocado para dois antigos estábulos do Palácio, no andar térreo, onde permanece até os dias atuais.
O antigo salão do Arsenal, entre os anos de 1976 a 2015, foi usado como a Câmara dos Deputados. Em 2015, a Câmara dos Deputados foi transferida para a Casa do Parlamento, na City Gate. O antigo salão do Arsenal estava fechado em nossa visita.
A coleção só não é maior devido depredações e extravios praticados pelos franceses, no período napoleônico, 1798 - 1800 que levaram a perda considerável do arsenal.
O por quê de tantas armas? Os Cavaleiros de São João formavam uma irmandade de monges guerreiros, do movimento militar Cristão denominado de Cruzadas.
Saímos do Palácio, extasiados. Novamente na Rua da República, começamos a retornar para encontrar nosso ônibus. No caminho, mais algumas paradas para fotos, compras, lanches, ...
No cruzamento da rua da República com a Triq San Gwann, na altura da Co-Catedral de São João, um ponto de venda de flores atrai os olhares.
É impressionante como o clima mediterrâneo faz bem às flores. Mesmo em uma região com pouca terra, a maior parte do terreno é calcário, é possível encontrar flores tão lindas e delicadas.
As diversas cabines telefônicas vermelhas inglesas espalhadas pela cidade, é uma herança dos tempos em que Malta foi dominada pelos britânicos.
Não há como se perder em Valletta. Você, anda, anda, anda e anda, mas sempre volta a algum lugar conhecido.
No final da rua da República, passando pelo Portão da Cidade, mais uma imensa praça.
No início do passeio, estivemos próximos à esta praça quando visitamos City Gate, mas não chegamos a vê-la naquela ocasião.
A praça em si, funciona como um grande terminal para ônibus, convencionais e turísticos, com uma grande concentração de pessoas, locais e turistas. É aqui que terminamos nosso tour a pé, e retornaremos de ônibus ao terminal marítimo de cruzeiros.
No centro da praça uma magnífica e gigantesca fonte modernista, a Triton Fountain, em maltês Il-Funtana tat-Tritoni (Fonte Tritão), atrai os olhares dos que passam.
Projetada e construída entre os anos de 1952 a 1959, pelo escultor
maltês Vincent Apap (1909 - 2003), com a colaboração do desenhista Victor Anastasi (1913 - 1992). Inspirada na Fontana delle Tartarughe (Fonte da Tartaruga), em Roma.
A forte faz forte referência à mitologia grega. Tritão
é um Deus mitológico grego e mensageiro do mar, filho de Poseidon.
A
fonte foi restaurada por duas vezes.
A primeira em 1987, com o acréscimo de
estrutura central para maior estabilidade do prato, e outros adereços. Adições
que não agradaram por diminuírem o impacto dos tritões.
A segunda restauração
foi em 2017, e durou um ano. As figuras ocas de bronze foram desmontadas e preenchidas com estrutura em aço para maior sustentação e não mais necessitar da coluna central, que foi retirado juntamente com os demais acréscimos de 1987. Depois, foram cobertas com cera "microcristalina" para proteção e pintadas na cor
original de 1959, azul azurita. Novas tubulações e uma nova sala de bombas
foram instaladas.
Basicamente, a fonte é composta por três esculturas de Tritões em bronze que sustentam uma grande bacia, equilibrada sobre uma base em concreto e revestimento de mármore italiano travertino. A base é formada por quatro bacias que recebem a água e a fazem circular por bombas aquáticas instaladas sob a fonte.
Os relevos esculpidos no mármore travertino, que observamos na parte intermediária da fonte, representam folhagens.
Observem na foto abaixo, os guinchos d'água que saem na bacia de cobre e da base superior da fonte. No período noturno esta fonte recebe uma iluminação própria. Deve ser lindo, pena que não ficamos para presenciar.
Nos arredores da praça, o St John Bastion (Bastião de São João) e sua torre de vigilância, construído em meados de 1560. Projeto do arquiteto Francesco Laparelli, com a finalidade de proteção do portão principal para a capital de Malta. Mas, com a morte prematura de Francesco Laparelli em 1570, o projeto foi executado pelo arquiteto militar Girolamo Cassar.É impressionante, ver as muralhas em calcário maciço a curta distância.
Mais
uma escultura do projeto Kif jghid il-Malti (Como diz o Maltes), de Joel
Saliba. Uma curiosa escultura de um homem (?) com uma cabeça em forma de figo
espinhoso, olhando as horas em um relógio de pulso. O provérbio: Iż-żmien
isajjar il-bajtar (Tempo para cozinhar os figos). Provavelmente, uma alusão que
tudo tem o tempo certo para acontecer.
A muralha mais adiante, vista da praça do Tritão, é o St James Bastion (Bastião de Saint James). Na parte posterior deste bastião fica a Praça Castille, que já vimos anteriormente. O prédio que aparece no alto é o Central Bank of Malta (Banco Central de Malta).
Outras esculturas do projeto "Como diz o maltes", de Joel Saliba. Tgħoddx
il-flieles qabel ma jfaqqsu (Conte as galinhas antes que choquem).
Għasfur
f’id jiswa mija fis-sema (Um
pássaro na mão vale cem no céu). Corresponde ao nosso provérbio brasileiro que diz: Melhor um pássaro na mão, que dois voando.
Já no ônibus, começamos nosso regresso ao Grand Harbour. Vamos fazer o caminho inverso que nos trouxe do Grande Porto até Valeta, até certo ponto. Valeta é tão pequena e tão cheia de construções, monumentos e pequenas praças, que você sempre descobre algo diferente mesmo fazendo o mesmo percurso. Além disto, tudo é tão perto...
Abaixo, na saída da praça do Tritão, em um jardim nominado como The Mall Garden, entre árvores e arbustos, bem em frente ao Hotel Phoenicia Malta (que vimos anteriormente), fica o monumento Christ the King (Cristo Rei), do escultor maltês Antonio Sciortino (1879 - 1947). Além da estátua de Cristo sobre um pedestal de pedra, uma estátua de uma mulher ajoelhada com um cesto de uvas, simboliza Malta. Ambas estátuas são em bronze. Criado para o Congresso Eucarístico Internacional, evento religioso, ocorrido em 1913.
Na foto abaixo, tirada de dentro do ônibus, à direita vemos o Sir Paull Boffa Hospital, e, à esquerda o King George V Recreational Grounds (Área recreativa do rei George V).
A área recreativa foi criada em 1936 pelo rei inglês George V. No topo do arco de pedra da entrada, fica o brasão da Monarquia Britânica. Foi um dos primeiros campos de jogos de Malta e, atualmente, ainda possui dois pequenos campos de futebol, sendo um para crianças. Além dos campos, possui uma área jardinada com plantas exóticas e vários brinquedos infantis. Por ter sido construídos numa área alta sobre Crucifix Bastion (Bastião do Crucifixo) em Floriana, possui linda vista do mar mediterrâneo.
Na foto abaixo, parte da muralha de St Peter and St Paul (São Pedro e São Paulo), que sustenta o Sir Paull Boffa Hospital, antigo Hospital King George V (KGV). Inaugurado em 1922 como um memorial aos homens da Marinha Mercante Britânica mortos na Primeira Guerra Mundial.
Após ser seriamente danificado por bombardeiros aéreos na segunda Guerra Mundial, o hospital foi reconstruído em 1948 pelo primeiro Ministro Paul Boffa (1890 – 1962), sendo renomeado para Sir Paul Boffa Hospital em 1976.
Chegamos ao Grande Porto (Grand Port), onde começamos nossa aventura neste inesquecível dia.
Seguimos para o Sea Passager Terminal (terminal de passageiros do mar) até o Valletta Cruise Port (Porto de Cruzeiros de Valeta). De volta à marina de cruzeiros no Grande Porto, onde ficam atracados os navios de excursão.
Hora de passar pela alfândega. Então, passaporte em mãos, junto com o cartão Costa ou outro de acordo com o seu cruzeiro.
Pena que tivemos pouco tempo para esta preciosidade de cidade, retornamos ao navio às 14 horas. Foram apenas cinco horas e meia de passeio.
Nem acredito que conseguimos ver tanta coisa em tão pouco tempo.
Mas, não perdemos tempo, subimos ao convés e aproveitamos os últimos momentos nas ilhas maltesas.
Ter visitado Valletta, foi como fazer uma incursão no passado e cultura local. Um verdadeiro aprendizado.
Amaria ter passado 3 ou 4 dias em Malta. Muitas coisas para serem exploradas.
É impressionante que uma cidade construída em uma área que é pura rocha, consiga ter tantas praças e parques arborizados.
Praticamente tudo chega em Malta por mar. Por este motivo, o custo de vida pode ser bem elevado na ilha.
Não me canso de olhar para a vista de ambos lados.
Do lado da costa em que estávamos ancorados, um pouco do panorama urbano de Valeta, visto do navio.
Aqui e acolá já conseguimos localizar alguns pontos turísticos.
Gente, vocês conseguem identificar a praça Castille com o Auberge de Castille, à esquerda na foto abaixo? Olhem com atenção.
O prédio na parte mais alta, à direita, é o Hotel Phoenicia Malta, que deve ter uma vista maravilhosa de Valeta e do porto.
Na foto abaixo, em primeiro plano na parte elevada, porém próxima da muralha, vemos à direita parte do King George V Recreational Grounds e o Sir Paull Boffa Hospital ao lado. Na parte mais elevada da foto à esquerda a praça Castille e o Auberge do mesmo nome.
Conseguem identificar outros prédios e monumentos?
Vou facilitar para vocês. Mas, só desta vez.
Vou aproximar com o zoom para vocês verem com mais clareza.
E lá está o elevador, Barrakka Lift, que leva à parte alta de Valeta, ao Upper Barrakka Gardens e à praça Castille, visto do mar. Um pouco abaixo dos jardins superiores, o The Saluting Battery. Fabuloso!
No canto direito da foto, se prestar atenção verá um telhado redondo vermelho com listas brancas, é a Ta Liesse Church, uma das muitas igrejas de Valeta. Esta pequena igreja foi construída em 1620, passando por reconstruções em 1740 e 1952. Fica no caminho que leva ao Victoria Gate. Não a visitamos.Espero um dia voltar com mais tempo e calma para explorar Valeta com mais calma e conhecer outras cidades de Malta e suas histórias. Parto com saudades.
Abaixo, o Bastião de São Cristóvão, com o Lower Barrakka Gardens e o Bastião de São Miguel com o Siege Bell War Memorial.
A imensa construção por trás do Jardins baixo, é um prédio de apartamentos com três quartos, o Sea View Large Valletta Appartment. Alguns são colocados para aluguel por temporada. Imaginem a vista do último andar. Deve ser fabulosa.Observem as bordas do arquipélago de Malta. A praia não tem areia, é uma praia rochosa. É pura rocha de calcário.
Na parte baixa, antes da subida para o Siege Bell War Memorial, há um pequeno mirante com estacionamento para carros.
⇒ Caso você alugue um carro em Malta, lembre-se que a mão é inglesa.E lá no final, na ponta de Valeta, fica o Forte de Santo Elmo.
Abaixo das muralhas de São Miguel, podemos ver algumas grutas a nível do mar. Será possível visitá-las?
O que se escondem nestas grutas? Que aventuras elas podem levar? Mistérios ocultos? Um prato feito para quem ama mergulhar.
Ainda nas águas do Grand Harbour, vejam a linda vista da margem oposta à Valeta.
Parece estranho estar no mar e conseguir ver duas margens opostas ao mesmo tempo. Isto se deve a forma irregular da ilha de Malta com vários apêndices que parecem tentáculos invadindo o mar.
Em que país você, estando na orla marítima de uma cidade, consegue ver outras três ou quatro cidades do mesmo país ao mesmo tempo e sem sair do lugar? Não tenho certeza, acho que só em Malta. Isto é fantástico!
Em primeiro plano a cidade de Senglea e os Jardins de Gardjola. Em segundo plano a cidade de Birgu ou Vitoriosa, com o Forte de Santo Ângelo.
Lá ao fundo uma parte da cidade de Kalkara.
Não visitamos estas cidades, mas eu não poderia deixar de registrá-las.
Um pouco mais da cidade fortificada de Sengala e sua orla marítima.
Na foto abaixo, as torres e a cúpula da Senglea Basilica ou Isla Basilica (1580), dedicada a Nossa Senhora das Vitórias. (segundo me relataram).
Ao longe podemos ver a passagem que nos leva para fora do Grand Harbour.
À esquerda, em Valeta, o farol e quebra-mar de São Elmo. À direita, o Farol, o quebra-mar e o Forte Ricasoli, na cidade de Kalkara, Malta.
Já já chegaremos lá. Quem está com pressa? Eu não!
Na foto abaixo, bem pertinho, o St Elmo Breakwater (Quebra-mar de Santo Elmo) e o St Elmo Lighthouse (Farol de Santo Elmo), na entrada/saída da baía do grande do porto, Grand Harbour, no mar Mediterrâneo.
O quebra-mar de Santo Elmo é ligado à costa de Valeta e ao Forte de Santo Elmo por uma ponte metálica.Uma das características do mar mediterrâneo é a tranquilidade das águas. Praticamente sem ondas. Outra característica é o seu tom azul profundo.
A cor do mar mediterrâneo é algo inacreditável. Pena que dependendo do ângulo e incidência de luz solar, não dá para registrar seu esplendor. Esta foto é uma das poucas em que consegui capturar a intensidade do azul mediterrâneo.
Valeta, foi a cidade mais florida e quente de nossa viagem. Sim, quente, mesmo sendo primavera. Tenho a impressão que no verão o calor é infernal. Principalmente, se considerarmos que as maiores atrações da cidade são ao ar livre. O agasalho que levei no tour, não o vesti. Só fiz carregá-lo pelo caminho.
Amei cada cantinho visitado.
Infelizmente, com o curto tempo disponível, não conseguimos ver muita coisa, como:
- Museu Nacional de Belas Artes, no edifício Admiralty House;
- Visitar os vários fortes dos Cavaleiros da Ordem de São João;
- O interior da Co-Catedral São João e o Museu da igreja;
- O interior da Biblioteca Nacional de Malta;
- Experimentar pratos típicos de Malta. Almoçamos no cruzeiro após retorno ao mesmo;
- Caminhar pelas ruas de Valeta sem pressa e sem destino;
- Visitar Birgu e seus prédios históricos.
⇨ Viajando e sempre aprendendo. Muitas informações da postagem, foram conseguidas in loco, nos folhetos informativos dos monumentos ou através de pesquisas na internet (Santo Google 🙌). 😉
Se gostaram não deixem de curtir e compartilhar.
Bjs e até a próxima postagem que pode ser artes, guloseimas ou companhia (pensamentos, viagens, passeios)!!! 💋💋💋
Para quem se animar:
BOA VIAGEM!!!!!
Se vocês tiverem gostado desta viagem, não deixem de ver:
Noli, Itália
FINALBORGO, Itália
BARCELONA, Espanha
CRUZEIRO PELO MEDITERRÂNEO - Cidades do sol
TOLEDO, Espanha
BATALHA, Portugal
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