Catânia, cidade barroca siciliana!
O quarto Porto que paramos durante o cruzeiro pelo Costa Fascinosa, em maio de 2018, foi o de Catânia, no sopé do Monte Etna, ao longo do mar Mediterrâneo Ocidental, na costa leste da região autônoma da Sicília, Itália.Catânia é a décima maior cidade da Itália, e a segunda maior da Sicília.
Porto marítimo de Catânia:
É emocionante acompanhar a aproximação do navio à costa da cidade.
A sensação era que estávamos perto, mas o navio navegou por mais ou menos 3 horas antes de aportar.
Pouco a pouco, vamos nos aproximando e a cidade toma formas mais definidas.
E lá vamos nós. Catânia surge, majestosamente, nos convidando para aportar e explorá-la.
Chegamos ao porto de Catânia por volta das 13 horas e zarpamos às 20 horas.
O tempo estava limpo com a temperatura oscilando entre 18 e 24° C. Neste dia, o sol deu o ar de sua graça.
O tempo estava limpo com a temperatura oscilando entre 18 e 24° C. Neste dia, o sol deu o ar de sua graça.
Enfim, atracamos no porto de cruzeiros de Catânia, na
parte sul da cidade, na Stazione Marittima ou Cais dos Cruzeiros, próximo ao porto de pesca e da marina local.
Mal chegamos ao porto e eu já estava ansiosa para descer.
A maioria dos passageiros, nem estava incomodada. Aproveitavam o navio até o último minuto. Alguns, nem ao menos desceram. Para os que ficaram, o navio ofereceu muitas distrações e serviços.
Entre o processo de ancorar o navio e autorização para descer leva um tempinho. Tempo aproveitado para os tradicionais avisos aos participantes de uma das excursões oferecidas pelo cruzeiro.
Um bom momento para apreciar a paisagem e a cidade por um ângulo único.
Pelo que entendi, o primeiro prédio, a esquerda, é da Guarda Costeira, seguido pela Capitania do Porto e Complesso Vecchia Dogana (vermelho).
No Complesso Vecchia Dogana, você encontra restaurantes, bares e espaço para organização de pequenos ou grandes eventos.
Abaixo, um lindo trabalho artístico que teve como tela os silos de concreto do porto, formando um grande mural.
Este e outros trabalhos semelhantes foram parte do iART Festival, com o apoio da Academia de
Belas Artes de Catânia. Um movimento que transformou o porto da cidade em uma instalação de arte ao ar livre. São obras de vários artistas de várias nacionalidades.
A maioria dos trabalhos está voltada para a terra. Apenas um trabalho realizado ficou voltado ao mar.
O trabalho à beira-mar, intitulado como "Um olhar sobre as águas", foi realizado em oito silos. É considerado o maior mural do mundo. Trabalho do artista urbano Vhis (Alexandre Manuel Dias Farto), português natural de Lisboa.
Monte Etna:
Antes, de descer, não poderia deixar de registrar o Etna. Com 3.326 metros de altitude, é o vulcão ativo mais alto da Europa Continental.
Etna deriva do grego
antigo “aitho”, e significa “queimar violentamente”.
Foram tantas erupções ao longo dos anos, que os cataneses passaram a usar a lava fria (basalto) nas pavimentações de ruas, praças e construções de prédios. Fato que, junto com a fuligem que o vulcão está sempre soltando, a cidade, passou a ser conhecida como a "Filha negra do Etna" ou "Cidade Negra". De fato, a cidade possui um aspecto enegrecido, que pode decepcionar alguns visitantes.
Sua última erupção foi em março de 2017, mas não foi a pior.
Aos pés do Etna, a cidade de Catânia teima em persistir e continua crescendo.
Aos pés do vulcão? Na realidade, não. Catânia fica a 20 km de distância do vulcão.
Mesmo assim, seria mais prudente se a distância fosse maior.
É possível visitar as crateras do Etna. Mas, é preciso um guia ou contratar um tour. Caso contrário, você perderá muito tempo e não conseguirá chegar ao topo ou nas principais crateras do vulcão. Mesmo no verão é preciso se agasalhar bem. Impermeável, luvas, gorro, botas. pela alta altitude a temperatura no topo é muito baixa.
Às 14 horas local, com o passaporte, euros e o cartão do navio (necessário para o regresso ao navio) em mãos, descemos em busca do nosso ônibus turístico.
Se você optar por um passeio livre, sem empresa de tour, saiba que o centro da cidade fica a 10 minutos a pé do porto. Mas, é importante ter um mapa em mãos para se orientar e otimizar o passeio.
A excursão que escolhemos foi "Catânia, cidade barroca". Uma encantadora cidade italiana, na região da Sicília, a ser descoberta: Catânia.
⇒ Catânia foi fundada em torno do século VIII a.C., por colonos gregos, com o nome de katane, em uma colina às margens do rio Amenano. Sendo as terras férteis, e voltada para o mar Mediterrâneo, tornou-se próspera, despertando o interesse de muitos povos que a invadiram sucessiva e repetidamente. Gregos, ostrogodos, bizantinos, árabes, romanos, árabes, normandos, espanhóis e outros povos.Com certeza é uma cidade com muita história para contar e muito a ser explorado.
Fonte de Proserpine:
Em nosso ônibus turístico, começamos o passeio pela cidade.
No caminho uma inusitada fonte, que mesmo não sendo ligada ao tópico da excursão (barroco), despertou minha curiosidade. Tive que fotografar.
Perto da Piazza
Papa Giovanni XXIII e da Estação Ferroviária de Catânia, a espetacular fonte de Proserpine, com um pequeno lago artificial. Pena que o lago estava seco e a fonte desligada.
A estátua em bronze de Giulio Moschetti, 1904, retrata o rapto de Proserpine (Proserpina), personagem da mitologia romana.
Filha de Júpiter com Ceres, Proserpina foi raptada por Plutão, Deus dos mortos e do submundo. Após o rapto, Plutão tomou Proserpina como esposa. Ceres (a mãe) em fúria e raiva, destruiu as plantações e colheitas. Após acordo de Júpiter com Plutão, este permitiu que Proserpina passasse metade do ano na superfície com sua mãe (primavera e verão) e a outra metade no submundo (outono e inverno). E, assim, nasceram as estações do ano, segundo a mitologia romana.
Seguimos pela Viale Africa, onde uma observamos várias construções com altas chaminés, como a da foto abaixo.
Continuamos nosso percurso, no qual registrei uma pequena e simpática praça à beira-mar.
É a Piazza Europa.
Centro histórico de Catânia:
A partir desde ponto, começaremos o tour pelo centro da cidade. Sempre atentos às praças, edificações barrocas e outras de interesse.
A cidade possui muitos edifícios históricos e marcos de vários momentos de sua história. Os estilos mudaram conforme a época e o povo invasor do momento.
Isto sem contar as erupções do Etna e terremotos que devastaram a cidade em vários momentos.
Villa del Grado:
Abaixo, na Corso Italia, Villa del Grado, prédio centenário do início do século XX, marco da arquitetura moderna no estilo Liberty, também conhecido como Belle Époque. A Villa del Grado, no passado era conhecida por Villa Cocuzza.
Construída para ser residência, atualmente funciona a requintada boutique Soireve.
O prédio é lindo. Eu não consegui fotografá-lo por inteiro. Só consegui por partes, mas dá pra ter uma ideia do todo.
O prédio é lindo. Eu não consegui fotografá-lo por inteiro. Só consegui por partes, mas dá pra ter uma ideia do todo.
Bem no centro da cidade, esta vila tem uma posição privilegiada, com área verde adjacente e ligeiramente afastada de outras construções.
Na esquina oposta, um imenso prédio acolhe a Giorgi Imobiliária.
É visível que a maioria dos prédios centenários, foram transformados em repartições públicas ou instituições particulares, ficando o compromisso da manutenção do edifício em sua forma original. Bancos, lojas, imobiliárias, escritórios, restaurantes, cafés, ...
Na foto abaixo à direita, no prédio barroco funciona o Banco privado Fideuram.
No cruzamento da Corso Itália com a Vialle Jonio e Via Martino Cilestri, podemos ter uma ideia do que representa a mistura de estilos arquitetônicos em Catânia. Não sei como, mas de certa forma eles se harmonizam. Alguns prédios com maior ou menor interesse turístico.
Palazzo delle Scienze:
Abaixo, um dos prédios universitários de Catânia, o Palazzo delle Scienze, onde funciona o Departamento de Economia e Negócios.Villa Manganelli:
A Villa Manganelli, construída a partir de 1907, para o terceiro
casamento do príncipe Manganelli, nunca foi habitada.
É uma construção eclética, tipo mansão
medieval com influências de art’nouveau.
Em 1947, foi comprada
em conjunto por duas famílias de Catânia, que a dividiram em partes separadas.
Em 1971, a Superintendência do Município, através de decreto tornou o edifício um bem cultural a ser salvaguardado.
Atualmente, é utilizada para recepções e eventos.Uma parte do terreno foi reaproveitado e enxertado uma construção, onde funciona uma agência dos correios, que rouba parte da beleza do prédio.
Lamentável! Merece reparos urgentes. Não sei como está o interior, espero que em melhor estado.
Palazzo di Giustizia:
Ainda na Corso Itália, o Palazzo di Giustizia (Palácio de Justiça), onde funciona o Tribunal de Catânia. Construído entre 1937 a 1953. Iniciado pelo arquiteto e engenheiro Francesco
Fichera, que tendo falecido em 1950, foi substituído para a finalização do projeto.
Este prédio não é barroco, mas um lindo exemplo da era moderna de Catânia, que achei interessante registrar.
Piazza Giovanni Verga:
Em frente ao tribunal fica a Piazza Giovanni Verga, tendo ao fundo o Hotel Mercure Catania Excelsior.A praça recebe o nome do escritor italiano, Giovanni Carmelo Verga (1840-1922).
No centro da praça, a Fontana dei Malavoglia, obra de Carmelo Mendola (1975).
A fonte é uma referência ao romance "I Malavoglia" do escritor e representa o trágico naufrágio da Providência, descrito no livro.
A fonte é uma referência ao romance "I Malavoglia" do escritor e representa o trágico naufrágio da Providência, descrito no livro.
Em um dos lados da praça, vemos a sede histórica da Carabinieri Comando Provinciale
Catania (Comando da polícia da Província de Catânia).
Vejam que lindo detalhe neste edifício de época, na Viale XX Settembre, 50. No térreo funcionam várias lojas. E, nos andares superiores, apartamentos residenciais.
Vários edifícios barrocos no centro
de Catânia, utiliza um material de construção bem diferenciado. Ao invés de pedra
comum, utilizam pedra vulcânica, que é lava endurecida, denominada de basalto negro. Exótico, não?
Este material também é utilizado em monumentos, igrejas, pavimentações de ruas e calçadas. O que, somado a resquícios de fuligem do Etna, dá um aspecto "sujo" e acinzentado às ruas, daí a cidade ser apelidada de "cidade negra" ou "Filha negra do Etna".
Uma sobriedade rústica que não combina com o espírito alegre e descontraído dos sicilianos.
Após, cruzar a via Etnea, a Viale XX Settembre passa a ser nomeada como Viale Regina Margherita.
Uma sobriedade rústica que não combina com o espírito alegre e descontraído dos sicilianos.
Após, cruzar a via Etnea, a Viale XX Settembre passa a ser nomeada como Viale Regina Margherita.
A maioria dos prédios foram erguidos ou reconstruídos após a devastação do terremoto 1693. Época em que as construções tendiam para o estilo arquitetônico conhecido como barroco tardio (rococó).
Não é por menos, que o Centro Histórico de Catânia foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 2002.
O prédio abaixo, localizado na
esquina da Viale Regina Margherita com a Via Saint'Euplio, é um hotel 3
estrelas, o Catania Centro Rooms. O térreo é ocupado por vários pontos
comerciais.
Piazza Roma:
Pela Viale Regina Margherita, na Piazza Roma. Uma praça ajardinada com vários caminhos, bancos e árvores. O prédio ao fundo, é o Istituto Superiore "De Felice
Giuffrida-Olivetti".
No centro da praça o monumento equestre ao Rei Umberto I de Saboia em um alto pedestal, do escultor italiano Mario Rutelli, foi inaugurada em 1911.
Villa Bellini:
Do outro lado da praça, fica o acesso principal para a Villa Bellini ou Jardins Bellini ou Parque Maestranze. Considerado o maior e mais antigo parque urbano de Catânia, foi inaugurado em 1883.
Seu nome é uma homenagem ao compositor italiano Vincenzo Bellini (1801-1835). São 72 mil metros quadrados de área, com muitas plantas, árvores, estátuas, fontes, caminhos e bancos.
Um bom espaço para caminhar e relaxar. Este não é o único acesso para o parque. O parque também pode ser acessado pela Via Etnea, Via Sant'Euplio e Via Salvatore Tomaselli
Villa Trigona Di Misterbianco:
Belíssima a Villa Trigona Di Misterbianco, construída por Filadelfo Fichera para o duque Trigona de Misterbianco. Pena que está malconservada.Villa Romeo delle Torrazze:
A Villa Romeo delle Torrazze é uma construção de 1885, pelo arquiteto Carlo Sada, para o Marquês Romeo delle Torrazze, ajudante do rei Vittorio Emanuele III, na Viale Regina Margherita.Villa Alonzo Tomaselli:
Ao lado, no número 10, o imponente prédio barroco, Villa Alonzo Tomaselli, onde fica o escritório da SpaccaBit, que realiza consultoria de informática.
Mais um prédio barroco, necessitando de reparos.
Villino Cali:
Atravessando a rua, ao lado de uma revendedora de carros, temos o Villino Cali.Villa Modica:
Seguido pelo prédio histórico, Villa Modica, do século XIX, em estilo neo-românico e neogótico. Em seu jardim fica um antigo mausoléu romano, que não tivemos a oportunidade de ver. Atualmente, ocupado pelo escritório de advocacia Pittalà.Clínica Clementi:
Na Viale Regina Margherita, n° 39, vemos uma imponente construção que no passado foi a Clínica Clementi, hoje fica a agência de crédito bancário INTESA SANPAOLO S.P.A. Construída entre 1901 a 1904, pelo arquiteto Carlo Sado, para o médico cirurgião e professor Gesualdo Clementi.Piazza Santa Maria di Gesù:
No caminho, a Piazza Santa Maria di Gesù.
Esta praça foi reformada e melhorada em 2012.
Durante as obras, a fonte central foi recuperada, tornando-se um grande atrativo da praça. O prédio que aparece ao fundo é o Presídio Ospedaliero Garibaldi (Hospital Presídio Garibaldi).
Villa Cutore e Villa Alia Consoli:
O prédio à esquerda é o Villa Cutore. O prédio barroco amarelo é a Villa Alia Consoli, do século XX.
O ônibus fica dando voltas e mais voltas, não sei mais em que rua estamos. Eu me perdi totalmente. Espero me reencontrar na próxima atração.
Ufa, me encontrei. kkkkk.
A Via Etnea, principal avenida de Catânia, acolhe muitas construções e monumentos que contam parte da história da cidade.
A Via Etnea, principal avenida de Catânia, acolhe muitas construções e monumentos que contam parte da história da cidade.
Palazzo Pancari Ferreri:
O prédio na esquina com a via
Umberto I, é o Palazzo Pancari Ferreri, construído entre 1881-1900, por Carlo
Sada, para residência do Barão Pancari Ferreri.
A estátua de Garibaldi, no
largo del Rinazzo, bifurcação da via Etnea com a Via Caronda, é de 1912 do
escultor Ettore Ferrari.
O prédio, como muitos outros da época, foi construído a partir de outro já existente. Coube a Sada, as modificações e adaptações necessárias para atender o gosto da época.
Na Via Etnea, podemos ter um pequeno vislumbre da Villa Bellini, vista anteriormente. O prédio que aparece parcialmente é uma agência da Caixa Postal (correio).
Piazza Stesicoro:
Chegamos
na Piazza Stesicoro, uma praça retangular, cujo nome é uma homenagem a um antigo poeta das colônias gregas na
Sicília. Esta praça é seccionada pela via Etnea que a divide em duas partes.
Na primeira parte, encontramos outra homenagem ao compositor italiano Vincenzo
Bellini. Um monumento de 15 metros de altura com a estátua do compositor no alto, obra do escultor Alessandrino Giulio Monteverde, de 1882.
O prédio alto e moderno, no fundo da praça, com várias janelas é o Banco da Sicília.
Palazzo del Toscano:
Na foto abaixo, o prédio de esquina com a Via Etnea, à esquerda do monumento, é o Palazzo del Toscano, construído em 1870, a partir de um prédio já existente, do início do século XVIII, para uma família da nobreza. O prédio inicial foi projetado pelo arquiteto Gian Battista Vaccarini. Muitos anos depois, um dos herdeiros terminou a construção, tendo o projeto inicial alterado pelo arquiteto Ernico Alvino.
Palazzo Beneventano della Corte:
O prédio à direita ao Palazzo del Toscano, com a frente voltada para o anfiteatro é o Palazzo Beneventano della Corte. Antiga construção expropriada dos jesuítas, vendida ao Barão Giuseppe Luigi Beneventano, em
1870, e remodelada pelo engenheiro Lanzerotti. Internamente, é decorado com
obras de artistas do final do século XIX, como Giuseppe Sciuti, Alessandro
Abante e Alfonso Orabana. Hoje é um Apart Hotel, Suites Palazzo Beneventano, com dependências que misturam o
estilo antigo com o moderno.
Anfiteatro Romano:
Na outra parte da praça Stesicoro, o Anfiteatro Romano, desperta a curiosidade de quem passa e é a estrela maior da praça. No período romano, foi considerado o segundo maior anfiteatro. O primeiro era o Coliseu de Roma.O acesso se dá pelo portal que observamos abaixo e, é gratuito. Isto mesmo, você pode descer e circular pelo Anfiteatro sem nenhum custo.
Do século II d.C., este anfiteatro é uma pequena parte do original, que continua soterrado pelas pavimentações e construções surgidas entre os séculos XVI e XIX.
São aproximadamente 100 metros quadrados, apenas a área visível, descoberta sob escombros e construções.
Palazzo Biccoca:
O prédio em reforma com as varandas envolvidas em lona branca, à direita do anfiteatro, é o Palazzo Biccoca, do século XIX.
É de admirar, que uma estrutura dos tempos romanos, tenha sobrevivido ao tempo, terremotos, à fúria do vulcão Etna e às ações dos homens.
Mas, eu não condeno o povo que o soterrou. Afinal, a cidade sofreu vários ataques de guerras, conflitos internos, devastações vulcânicas e terremotos. Momentos em que a sobrevivência e necessidade de reconstrução da cidade, falaram mais alto do que a manutenção de estruturas históricas. São nos tempos de paz e calmaria que temos condições de analisar e valorizar as marcas da história e sua importância e impacto na sociedade.
Mas, eu não condeno o povo que o soterrou. Afinal, a cidade sofreu vários ataques de guerras, conflitos internos, devastações vulcânicas e terremotos. Momentos em que a sobrevivência e necessidade de reconstrução da cidade, falaram mais alto do que a manutenção de estruturas históricas. São nos tempos de paz e calmaria que temos condições de analisar e valorizar as marcas da história e sua importância e impacto na sociedade.
Palazzo Tezzano:
Palazzo Tezzano, edifício histórico construído em 1709, a pedido de Niccolò Tezzano, conde e médico da época, pelo arquiteto Alonzo di Benedetto. Ao final da construção, o conde doou o prédio para ser o Hospital de San Marco.Em 1837, algumas seções do prédio foram alugadas para o Escritório de Intendência de Bourbon. Em 1844, passou a abrigar seções da Procuradoria Geral e do Registro Criminal.
Em 1880, o hospital foi realocado para o Mosteiro Beneditino de San Nicolò, passando a se chamar Vittorio Emanuele II.
Época em que o palácio de Tezzano, passou a ser a sede do Tribunal, onde funcionou até 1953.
Atualmente, abriga a escola secundária L. Capuana, o Arquivo Ceramographic da Universidade de Catania, (coleção de
cartões de vasos áticos típicos da Grécia) e o Arquivo de Cerâmica da
Universidade de Catânia (conjunto de folhetos
informativos de vasos áticos publicados e não publicados de toda a
Europa).
Situado com vista privilegiada do Anfiteatro Romano este edifício é um marco na história, cultura e turismo de Catânia.
Situado com vista privilegiada do Anfiteatro Romano este edifício é um marco na história, cultura e turismo de Catânia.
Chiesa Sant'Agata alla Fornage:
Em frente ao anfiteatro, fica uma das igrejas que faz parte do complexo dedicado à padroeira da cidade, Santa Ágata.Trata-se da igreja de S. Biagio, também conhecida como Chiesa Sant'Agata alla Fornage.
Entrada gratuita, mas se desejar explicação ou subir no terraço, paga-se uma pequena taxa. Se estiver aberta, entre. Não entramos. Estava fechada. De qualquer forma, não estava previsto conhecê-la internamente.
Palazzo della Borsa:
Próximo à igreja, o prédio ocupado pela Câmera de Comércio, Industria, Artesanato e Agricultura de Catânia, antigo Palazzo della Borsa. Projetado em 1933 pelo arquiteto Vincenzo Patanè, mescla dois grandes estilos arquitetônicos, barroco e neoclássico.Porta Uzeda:
Contornamos a praça e seguimos pela via Etnea. Na foto abaixo, ao longe, podemos visualizar a Porta Uzeda, próxima à Piazza del Duomo, que veremos mais adiante.
Viramos no cruzamento da via Etnea com a via Antonino Di Sangiuliano, seguindo o nosso passeio.
Piazza Manganelli e Palace Manganelli:
Nesta via, nos deparamos com a Piazza Manganelli, onde fica o Palace Manganelli, atualmente um hotel 3 estrelas, o Hotel Manganelli Palace.
Construído pela família Tornabene, em 1400.
Parcialmente destruído pelo terremoto de 1693, foi reconstruído pelos arquitetos Alonzo Di Benedetto e Felice Palazzotto em estilo barroco tardio (rococó), para os príncipes Manganelli.
Na segunda metade do século XIX, foi restaurado e ampliado, sendo adicionado um segundo andar (onde funciona o hotel).
O exterior possui um ar rústico e sombrio, pela cor da pedra vulcânica. Mas, dizem que o interior é espetacular, possuindo inclusive um jardim interno.
As janelas da fachada lateral do palácio, recebem acabamento diferente da fachada principal.
Eventualmente, são realizados eventos e exposição em suas dependências.
Esta praça é na realidade um largo sem jardinagem, bancos ou outra atração, exceto suas construções.
Palazzo Carcaci:
A grande construção em frente ao hotel Manganelli, é o Palazzo Carcaci, sendo o térreo ocupado por vários pontos comerciais.
A pequena edificação de cor salmão que aparece parcialmente no fundo, é a antiga Chiesa di San Michele Minore, substituída por outra igreja construída na via Etnea, que leva o mesmo nome.
Teatro Massimo Bellini:
Rodando mais um pouco na mesma rua, podemos visualizar parte da lateral da fachada principal do Teatro Massimo Bellini e a via Michele Rapisardi, um dos caminhos que conduzem ao teatro.
A
via Michele Rapisardi é uma rua exclusiva para pedestres com muitos
restaurantes, bares e cafés. Se for possível vá até o teatro, mesmo que seja apenas para apreciá-lo externamente.
Piazza Angelo Majorana:
Ainda na via Antonino Di Sangiuliano, fica a Piazza Angelo Majorana, uma pequena praça ajardinada, com árvores e bancos para sentar. A partir da praça passamos para a via Monsignor Ventimiglia.
Da
via Monsignor Ventimiglia, vemos parte da fachada principal do Teatro Massimo
Bellini, por outra via que leva ao teatro, a via Teatro Massimo. Uma rua ajardinada
com grandes vasos, apenas para pedestres.
Pena que não tivemos permissão para descer do ônibus, este teatro é o mais famoso da cidade. Nem ao menos conseguimos visualizá-lo por inteiro. Mas, foi possível ser que a fachada merece maior atenção, estava totalmente encoberta pela fuligem do Etna. Lamentável.
Piazza Cutelli:
Abaixo, mais uma praça, a Piazza Cutelli, instalada sobre as ruínas do Bastião de San Giuliano, construído em 1550 e destruído pelo terremoto de 1693.Nesta praça saímos da via Monsignor Ventimiglia, para a via Vittorio Emanuele II, seguindo em direção ao porto.
Piazza San Placido e Chiesa di San Placido:
Abaixo, na via Vittorio Emanuele II, a Chiesa di San Placido, na praça que recebe o mesmo nome, Piazza San Placido.Uma simpática igreja católica construída em local antes ocupado por um templo pagão romano dedicado ao deus Baco. As obras foram iniciadas em 1409.
Após o terremoto de 1963, a igreja foi reconstruída em estilo barroco siciliano clássico, projeto do arquiteto Stefano Ittar, sendo reaberta em 1723.
Em sua fachada, esculturas e acabamentos em baixo relevo. Destaque para as duas esculturas dos santos Plácido e Benedetto, ladeando a porta de entrada. E, no primeiro andar, duas estátuas menores das santas Gertrudes e Santa Escolástica. As estátuas são do escultor Carmelo Distefano da Chiaramonte Gulfi (século XIX).
A torre sineira, com três sinos, fica no topo da fachada.
A fachada é trabalhada em pedra branca da cidade de Taormina.
O acesso principal é cercado com um artístico gradil de ferro forjado.
Faz parte do mosteiro beneditino.
O acesso principal é cercado com um artístico gradil de ferro forjado.
Faz parte do mosteiro beneditino.
Da igreja, seguimos pela via Porticello, uma via com muitas construções necessitando de reparos.
Na primavera e no verão, os cataneses enfeitam suas janelas com vasos floridos, não importando o grau de degradação dos prédios. Simplório e mimoso!
Na primavera e no verão, os cataneses enfeitam suas janelas com vasos floridos, não importando o grau de degradação dos prédios. Simplório e mimoso!
Palazzo Biscari:
Abaixo, no cruzamento da via Porticello com a via Cardinale Dusmet, avistamos os fundos do Palazzo Biscari, localizado no porto de Catânia.
Um lindo exemplar do barroco tardio siciliano, da família Paternò Castello dos príncipes Biscaris.
Sua construção, nas muralhas da cidade, data do final do século XVII.
Durante o terremoto de janeiro de 1963, foi parcialmente destruído, sendo reconstruído em estilo barroco siciliano. À frente do projeto de reconstrução, o V príncipe de Biscaris, Ignazio Paternò Castello. A obra foi finalmente finalizada no ano de 1763.
Na construção e reconstrução atuaram vários arquitetos, em momentos distintos. São eles Alonzo Di Benedetto (na construção), Girolamo Palazzotto (fase inicial da reconstrução), Francesco Battaglia (fase final da reconstrução).
O belíssimo trabalho nas janelas do palácio é do escultor siciliano Antonino Amato.
Archi della Marina:
Em frente, na via Cardinale Dusmet, observe o longo viaduto de alvenaria, denominado Archi della Marina (Arcos da Marinha), construído na segunda metade do século XIX.
Antigamente, esta área era tomada pelo mar que avançava até a muralha Charles V.
Mas, sempre que as lavas do Etna chegavam ao mar, a água ao redor era solidificada junto com a lava, formando grandes blocos de pedra na costa da cidade, modificando sua topografia. E, cada vez mais, o mar se distanciava.
Mas, sempre que as lavas do Etna chegavam ao mar, a água ao redor era solidificada junto com a lava, formando grandes blocos de pedra na costa da cidade, modificando sua topografia. E, cada vez mais, o mar se distanciava.
Com o recuo do mar e o crescimento turístico da Sicília, houve a necessidade de fazer uma conexão ferroviária com Siracusa, outra cidade siciliana.
No viaduto, foi empregado rocha vulcânica e calcário, sob a supervisão do engenheiro francês, Petit.
O Archi della Marina vai do porto e termina além da Porta Uzeda, perto da "pescheria". Pontos turísticos importantes da cidade.
Giardino Pacini:
Sob os Arcos da Marinha, próximo do porto e da Porta Uzeda, mas fora do centro histórico de Catânia, fica o Giardino Pacini (jardim de Pacini).
Apesar de pequeno, é um dos jardins público mais antigos da cidade e um dos quatro principais parques de Catânia.
Este parque é
apelidado pelos cataneses de villa d'i varagghi, que em catanese significa
bocejo, por ser frequentado por idosos e desempregados.
O parque sofreu muitas alterações no decorrer dos anos, por ações humanas, mas também por conta da solidificação das lavas do Etna na região.
Antes da construção do parque, nesta área, nas margens das muralhas e o portão de Uzeda, passava o rio Amenano, onde as lavadeiras de Catania lavavam suas roupas. Próximo da área ficava o porto de Sarraceno. Em uma de suas erupções, as lavas dos Etna soterraram parte do rio, que agora corre submerso em alguns pontos da cidade.
Na praça é possível ver duas esculturas de reis do antigo reino das duas Sicílias, Francisco I de Bourbon e Fernão II de Bourbon. Ambas sem cabeças.
Na praça é possível ver duas esculturas de reis do antigo reino das duas Sicílias, Francisco I de Bourbon e Fernão II de Bourbon. Ambas sem cabeças.
Em 1800 surgiu uma construção com passeio na
área, e foi reorganizada a casa de lavagem, que não mais existe.
Com a construção da ferrovia
para Siracusa e do viaduto Archi della Marina, em 1866 o passeio foi extinto.
No ano de 1879, a pequena vila passou a se
chamar Villa Pacini, ocupada pelo músico e compositor de ópera, Giovanni Pacini
(1796 – 1867).
Abaixo, o busto sobre pedestal do compositor Pacini, em mármore Carrara, obra do escultor Giovanni Dupré.
Por volta de 1930, o porto
sarraceno foi aterrado e a foz do rio Amenano foi canalizada (a parte que não estava soterrada), com a finalidade de
criar um novo e grande píer, o Píer Crispi. Fato que desvalorizou a casa e arredores.
Em torno de 1960, várias árvores do parque foram derrubadas para a construção de uma grande praça pavimentada, que funciona como estacionamento. Esta nova praça, adjacente ao Giardino Pacini, denominada inicialmente como Piazza Alcalà, hoje é conhecida como Piazza Borsellino. Com esta ação, o Giardino Pacini, tem área menor que a Piazza Borsellino.
Porta Uzeda:
Saindo do Giardino Pacini, atravessamos a Cardinale Dusmet e chegamos na Porta Uzeda, que conduz à Praça do Duomo. Daqui, seguiremos o nosso tour à pé.
Do lado da via Cardinale, a Porta Uzeda, parecia uma passagem comum sem atrativos, tanto que nem fotografei. Mas, ao atravessarmos, ficamos maravilhados.
Na foto abaixo, após a abertura de passagem, podemos avistar um trecho do pequeno parque Giardino Pacini, do outro lado.
Esta passagem, foi construída em estilo barroco siciliano,
pelo duque de Camastra em homenagem ao vice-rei espanhol da época, Giovanni
Francesco Paceco, Duque de Uzeda, em 1695. Daí o seu nome, Porta Uzeda.
Trata-se de uma abertura, na antiga muralha que data do século XVI, em um trecho que dava para o mar (Bastião
de Sant'Agata), após a erupção vulcânica de 1669 e o terremoto de 1693. A finalidade é mais decorativa que defensiva.
Com o tempo, o mar recuou, mas a passagem permaneceu.
Trabalhada em gesso escuro de areia vulcânica e mármore branco (carrara), a porta liga duas alas do antigo seminário dos Clérigos, atualmente sede do Museu Diocesano (ala à esquerda) e do Palazzo dei Chierici (à direita). A ligação é real, através de um corredor acima da abertura da porta Uzeda.
Agora, reparem na estrutura sobre a Porta Uzeda. No alto do monumento, em um nicho, o busto da santa ladeada por dois anjos, zela pela cidade.
Catânia tem uma profunda ligação com sua padroeira, Santa Ágata.
Para quem não sabe Santa Ágata, mártir cristã, nasceu e morreu em Catânia.
Praça do Duomo:
E lá vamos nós conhecer mais uma praça de Catânia, a Praça do Duomo. Uma grande praça estilo pátio, totalmente pavimentada.
Mas, não se deixe enganar, não é uma simples praça. Esta é a mais importante e emblemática praça de Catânia, onde todos os turistas se aglutinam. E, nem é ajardinada.
O que atrai tantos turistas? As construções, suas histórias e lendas. Esta praça pode ser definida como o coração pulsante de Catânia. Um lugar obrigatório para os turistas. 😎😎😎
Uma ampla praça, transformada em calçadão, com várias construções imponentes no entorno, cada qual com sua história e características próprias. Bom, pelo menos carros particulares não circulam nesta praça. Mas, muitas conduções turísticas circulavam livremente, mesmo que por breve momento.
A praça construída entre os anos de 1078-1093, também sofreu com guerras, lava e terremotos. Sendo reformada e reconstruída em vários momentos.
Fontana del Elefante:
Atualmente, no centro da praça uma pitoresca
fonte onde um singelo obelisco com quase 4 metros é sustentado por um elefante,
que por sua vez está sobre um pedestal em forma de fonte.
O conjunto dos três elementos forma
a Fontana del Elefante (fonte do elefante), construída no século XVIII (1736),
por Giovanni Battista Vaccarini.
Na realidade, a fonte não foi
construída do zero. Vaccarini, recuperou e juntou alguns elementos já
existentes e fez o elo entre eles, complementando com a fonte.
O
elefante foi esculpido em uma única pedra vulcânica (basalto negro), em data
incerta. Bem antes da construção da fonte. Vaccarini, restaurou a escultura,
recuperando a trompa e parte das patas danificadas, e instalou as presas
brancas.
No
dorso do elefante, uma sela de mármore branco com os brasões de Santa Ágata,
recebe o obelisco de mármore, que se acredita ser originário de Assuã, Egito.
Na ponta do obelisco, um globo ornado com folhas de palmeiras e ramos de
lírios, finalizado por uma cruz, representa a padroeira da cidade, Santa Ágata.
O
pedestal em mármore branco é decorado com inscrições, esculturas e estatuetas
de anjos.
Elefante, anjos, cruz e uma santa, tudo misturado. Parece confuso? Bem-vindo à Sicília. Saiba que tudo é explicado pela lógica catanesa.
O elefante é um animal que simboliza força e persistência, além de possuir esplêndida memória. No início do século XIII, o elefante tornou-se símbolo da cidade de Catânia.
Reza
a lenda que o elefante possui poder de proteção contra as erupções do vulcão
Etna. Dizem que, antigamente, era comum encontrar estatuetas de elefante nas entradas das casas. Há quem diga que a fonte com o obelisco, é um relógio de sol, indicando as horas durante o dia. Realmente, se você for à praça, repare no piso ao redor da fonte. Há um desenho com quatro pontas que poderia simbolizar as horas (3, 6, 9 e 12), sendo a sombra do obelisco o ponteiro. Será? 😉
E, por estas e outras, a fonte se tornou um importante marco não apenas da praça, da cidade e de toda Sicília. Imperdível!!!
Vamos caminhar entre as edificações da praça.
Palazzo degli Elefanti:
Abaixo, o Palazzo degli Elefanti (Palácio do Elefante), antigo Palácio do Senado. Sede do Município de Catânia (prefeitura) de 1953 até os dias atuais.Construído no lugar de um prédio medieval destruído pelo terremoto de 1693. As obras de construção foram inciadas em 1696, pelos arquitetos Longobardo e Sanarelli. Em 1732, o projeto passou para o já consagrado arquiteto Vaccarini que modificou o projeto original.
Trata-se de um prédio retangular com uma entrada em cada lado.
O portal de entrada, voltado para a praça é emoldurado por colunas de granito. Acima do portal, o brasão da cidade.
No térreo, no pátio central, há uma pequena exposição com duas carruagens de época, do século XVIII e alguns relevos em mármores. Entre elas uma singela carroça. Não visitamos as demais dependências do prédio. Caso você tenha tempo, visite.
Palazzo dei Chierici:
Em frente, ao lado da porta Uzeda, fica o Palazzo dei Chierici. Conhecido como Palácio do Seminário dos Clérigos, atualmente é sede de escritórios financeiros municipais.O prédio original do século XVI foi modificado ao longo dos anos. Sendo praticamente reconstruído após o terremoto de 1693, pelo arquiteto Alonzo Di Benedetto, nos primeiros anos do século XVIII. Em 1757, foi ampliado por Francesco Battaglia. Em 1866, o arquiteto Mario Di Stefano acrescentou um segundo andar.
A fachada do prédio é a mais pura expressão do barroco cantonês, rebocada com gesso escuro de areia vulcânica e decorada com mármore branco oriundo da cidade de Ispica.
Vejam a riqueza dos detalhes.
O portal principal é esculpido com esmero e muitos detalhes.
As janelas do primeiro andar recebem uma pequena varanda, cujo suporte é ricamente trabalhado. A varanda central, é a tribuna, usada pelas autoridades ao se dirigirem ao povo nas celebrações e manifestações públicas.
Cattedrale di San’Agata:
O próximo prédio que veremos é aquele que deu nome à praça Duomo. O Duomo di Catania ou Cattedrale di San’Agata (Catedral de Santa Ágata). Uma construção religiosa dedicada à veneração da padroeira da cidade, Santa Ágata.
⇒ A catedral é o ponto alto da maior festa católica de Catânia, o Festival de Santa Ágata, que ocorre entre os dias 3 a 5 de fevereiro. São várias atividades neste período como: oferendas, missas, cortejo, procissão, queima de fogos, ... Este festival é considerado o maior acontecimento da cidade, atraindo muitos fieis e turistas.
Como a maioria das construções da cidade, a catedral também sofreu modificações. Porém, guarda marcas de seu passado.
A igreja original datava do século
XI, entre os anos de 1078 e 1093, construída pelos normandos sobre as ruínas dos antigos banhos termais romanos de Achilles (Aquiles). Local onde ocorreu o martírio de Santa Ágata, no ano de 251 d.C.. Era uma construção fortificada e rústica (Ecclesia Munita, em latim).
Sendo destruída por eventos sísmicos de 1169 e 1693, foi reconstruída em estilo barroco, no século XVIII, de acordo com projeto dos arquitetos Girolamo Palazzotto (interior da catedral) e
Giovanni Battista Vaccarini (fachada e cúpula da catedral).
A fachada atual e a cúpula da igreja data do ano de 1711 a 1736, e é obra do arquiteto Giovanni Battista Vaccarini.
São três ordens ou níveis, com colunas em mármore que foram retiradas do Teatro Romano e datam do século II.
São três ordens ou níveis, com colunas em mármore que foram retiradas do Teatro Romano e datam do século II.
A fachada frontal é decorada com cinco estátuas de santos e bispos, além de esculturas de anjos, tudo em pedra branca (mármore de Carrara).
No primeiro nível (primeira ordem), ladeando a porta principal de acesso, as estátuas de San Pietro (São Pedro) e San Paolo (São Paulo).
Não fazendo parte da fachada em si, mas alocadas no murro que circunda a catedral, ladeando o portão de ferro forjado da esquerda para a direita, ficam as estátuas de San Iacobus (Jacopo de Voragine?) e San Everius (Everios), ambos bispos católicos.
No segundo nível (segunda ordem), acima da porta central, uma magnífica escultura, de Santa Ágata. No mesmo nível, as estátuas de Sant'Euplio à direita e San Berillo à esquerda, encontram-se envoltas em lona, aguardando reparos.
No primeiro nível (primeira ordem), ladeando a porta principal de acesso, as estátuas de San Pietro (São Pedro) e San Paolo (São Paulo).
Não fazendo parte da fachada em si, mas alocadas no murro que circunda a catedral, ladeando o portão de ferro forjado da esquerda para a direita, ficam as estátuas de San Iacobus (Jacopo de Voragine?) e San Everius (Everios), ambos bispos católicos.
No segundo nível (segunda ordem), acima da porta central, uma magnífica escultura, de Santa Ágata. No mesmo nível, as estátuas de Sant'Euplio à direita e San Berillo à esquerda, encontram-se envoltas em lona, aguardando reparos.
Achei bem curiosas as iniciais abaixo das janelas ovais do primeiro nível da fachada da catedral. Fui atrás de descobrir o significado, deu trabalho, mas achei. São acrônimos de duas frases utilizadas no culto de Santa Ágata:
Depois de 1851, o campanário foi modificado adquirindo o aspecto preservado até os dias atuais.
Entre 1851 e 1858, a antiga torre sineira foi substituída e realocada por Carmelo Sciuto Patti, que optou por uma torre sineira circular, aproveitando a estrutura normanda existente como base. A torre foi então erguida sobre a Capela do Santo Crucifixo, no fundo da igreja.
Os sinos da época foram remanejados para a nova torre.
O atual campanário da catedral (Torre do sino), possui três sinos. Um grande abaixo do relógio, e dois pequenos sobre a cúpula do relógio. No alto da torre foi adicionada uma esfera com uma cruz de ferro.
A estátua, no primeiro ângulo da foto, é de San Attalus, mártir de Catânia.
⇒ NOPAQVIE “Non offendete la pátria di Sant’Agata perché essa é vendicatrice dele offese” (Não ofenda a pátria de Santa Agatha porque ela é um vingador de ofensas).⇒ MSSHDEPL “La mente di Sant’Agata è sana spontanea per l’onore di Dio e per la liberazione dela patria” (A mente de Santa Ágata é espontaneamente saudável para a honra de Deus e para a libertação da pátria).Originalmente erguida em 1387, a torre sineira tinha a forma quadrada, com uma altura de cerca de 70 metros e ficava ao lado da fachada principal. Em 1662, com a adição de um relógio, a torre atingiu 90 metros de altura. Após a destruição durante o terremoto de 1693, na reconstrução foi adicionado um sino.
Depois de 1851, o campanário foi modificado adquirindo o aspecto preservado até os dias atuais.
Entre 1851 e 1858, a antiga torre sineira foi substituída e realocada por Carmelo Sciuto Patti, que optou por uma torre sineira circular, aproveitando a estrutura normanda existente como base. A torre foi então erguida sobre a Capela do Santo Crucifixo, no fundo da igreja.
Os sinos da época foram remanejados para a nova torre.
O atual campanário da catedral (Torre do sino), possui três sinos. Um grande abaixo do relógio, e dois pequenos sobre a cúpula do relógio. No alto da torre foi adicionada uma esfera com uma cruz de ferro.
A estátua, no primeiro ângulo da foto, é de San Attalus, mártir de Catânia.
No alto da catedral, acima do seu telhado, podemos observar parcialmente sua cúpula que data de 1802.
Na lateral da catedral, adjacente à catedral, um pequeno e bem cuidado pátio com jardim e belas esculturas.
Se o exterior transpira exuberância, no interior encontramos uma atmosfera menos impactante, mais introspectiva. Mas, nem por isto, sem atrativos.
Em forma de cruz latina, com três naves, teto abobadado sustentado por largas e altas colunas.
Em forma de cruz latina, com três naves, teto abobadado sustentado por largas e altas colunas.
A abóbada da nave principal, rasgada por janelas em ambos os lados, não recebe nenhum acabamento especial como relevos ou afrescos.
Já o piso é um lindo mosaico de mármores coloridos, que forma um "tapete" permanente.
Do transepto, podemos visualizar as três absides semicirculares que formam a cabeceira da catedral. Com arco gótico, detalhes com pedras de lava e janela estreita e comprida, são resquícios do período da construção normanda, do século XII.
Na abside central, fica a capela-mor com o altar-mor à frente. Reparem na simplicidade da cúpula e suas janelas.
Merece destaque o trabalho de entalhe em baixo-relevo na madeira dos 34 assentos que compõe o coro que circunda a parede da abside central. Obra do escultor napolitano Scipione Guido na segunda metade do século XVI.
O teto da abside central, que forma a capela-mor, traz um afresco onde Santa Ágata é recebida no céu e coroada pela santíssima Trindade.
Aliás, toda capela-mor é decorada com afrescos que contam várias histórias ligadas à Santa Ágata e outros mártires católicos.
Estes afrescos, do pintor romano Giovanni Battista Corradini, datam de 1623 a 1633 e, não foram danificados durante o terremoto de 1693 que destruiu boa parte da catedral.
Á esquerda do altar-mor, podemos observar um crucifixo em madeira.
E, como não mencionar o lindo e moderno vitral no fundo da capela, contrastando com a parede de pedra de basalto (lava fria)? A comprida janela no centro da abside, que recebe o vitral, é do século XII.
Na abside à esquerda, fica a Capela do Santíssimo Sacramento, onde fica o sacrário.
Uma estrutura da época da construção inicial, do século XII. Sua decoração é bem simplória e enxuta.
Mas, se você observar com atenção, vai ver que existem quatro colunas no interior da capela, provavelmente do tempo dos normandos. O curioso é que a coluna à esquerda, no fundo da capela, possui pintura e desenhos diferente das demais. Seria da idade média? Ou mais recente.
Uma estrutura da época da construção inicial, do século XII. Sua decoração é bem simplória e enxuta.
Mas, se você observar com atenção, vai ver que existem quatro colunas no interior da capela, provavelmente do tempo dos normandos. O curioso é que a coluna à esquerda, no fundo da capela, possui pintura e desenhos diferente das demais. Seria da idade média? Ou mais recente.
Na abside à direita, fica a Capela de Santa Ágata, protegida por portão de ferro forjado. Uma capela ricamente decorada, que data do Renascimento e é dedicada à santa padroeira da cidade. É a mais suntuosa da catedral, com muitos detalhes, afrescos, esculturas, entalhes e cores.
Nesta capela, à esquerda, uma porta dourada, leva a uma câmara subterrânea, onde ficam guardados o busto relicário de Santa Ágata e o caixão com suas relíquias. Confesso que fiquei bem curiosa. Mas, não tivemos oportunidade de adentrar na câmara subterrânea. O acesso só é permitido durante os festejos de Santa Ágata, no início de fevereiro.
No altar da capela há um baixo-relevo representando Santa Ágata coroada por Deus com São Pedro e São Paulo e os evangelistas Mateus e Marcos.
O altar de mármore com três painéis esculpidos é do século XVI, por Antonello Freri.
Infelizmente, com o grande número de devotos e turistas, não consegui tirar fotos mais detalhadas da capela. É necessário respeitar a crença de cada um.
Na nave lateral direita, uma simpática capela do Sagrado Coração de Jesus.
Nas capelas laterais, encontramos lindos afrescos e pinturas. Apenas registrei alguns trabalhos.
Abaixo, o afresco representando São João Batista e o Batismo de Jesus no Rio Jordão, de Giovanni Tuccari, executado entre os anos de 1741 a 1743.
Altar da Santa Maria. Pintura à óleo "Maria Corredentrice", por Emanuele Di Giovanni, 1961. Sob o altar ficam os restos mortais e uma efígie em mármore do cardeal beneditino Giuseppe Benedetto Dusmet (1818-1894), pelo escultor Pasquale Leotta.
Reparem na moldura que envolve o quadro, em estilo barroco, que, por si só, é uma verdadeira obra de arte.
Reparem na moldura que envolve o quadro, em estilo barroco, que, por si só, é uma verdadeira obra de arte.
Corredentrice* = Atributo teológico de Nossa Senhora, cooperadora na Redenção da raça humana, como mãe do Cristo Redentor.
No Altar de San Berillo, óleo sobre tela, "San Pietro consacra San Berillo" (São Pedro Pietro consagrando São Berillo), primeiro bispo da cidade, obra do pintor italiano Andrea Suppa (1628-1671).
Mais uma obra de arte envolta em uma primorosa moldura barroca.
Mais uma obra de arte envolta em uma primorosa moldura barroca.
Na escadaria que leva ao altar-mor, fica o ambo ou ambão barroco, de onde é feita a leitura dos ritos religiosos durante as missas. Uma obra de arte bem intrigante.
Infelizmente, não consegui muitas informações. (Origem? Data? Significado? Alguém sabe?)
Infelizmente, não consegui muitas informações. (Origem? Data? Significado? Alguém sabe?)
Além das janelas, vários imensos lustres de ferro forjado e vidro com candelabros, auxiliam na iluminação da Catedral.
Em uma robusta coluna de sustentação da igreja, segunda à direita, fica o túmulo monumental do prestigiado cantor e compositor de ópera catanese, Vincenzo Bellini (1801 - 1835). Bellini compôs várias óperas como Norma, a Sonambula e Puritanos, entre outras. Monumento executado em 1876, pelo escultor Giovanni Battista Tassara (1841-1916), que fez as esculturas em mármore carrara e bronze.
Abaixo, o monumento sepulcral do arcebispo de Catânia, Emilio Ferrais (1869-1930), do escultor Pietro Pappalardo, encostado em uma das colunas que sustenta a estrutura do telhado e separam a nave direita da nave central.
Mais um monumento sepulcral. Do Bispo Carmelo Patanè, por Raffaele Leone.
Estes são apenas alguns dos túmulos que encontramos no interior da catedral. São vários.
Na saída, sobre a porta principal, observe o lindo órgão tubular de 1877, do construtor de órgãos francês Nicolas Théodore Jaquot, e a arquibancada dos músicos, sustentados por lindas colunas em mármore italiano colorido.
Lindo e delicado trabalho esculpido na madeira que foi reconstruído por Giambattista Sangiorgio, em 1926.
Em 2004, o órgão foi restaurado à sua forma original.
A entrada na catedral é gratuita e diária. Só fique atento com os horários que podem variar.
Chiesa della Badia di Sant'Agata:
De frente para o jardim da Catedral de Sant'Agata, fica a Chiesa
della Badia di Sant'Agata (Igreja da Abadia de Sant'Agata) com uma enorme cúpula que domina o telhado. Trabalho do arquiteto Vaccarini sobre as ruínas da antiga igreja e convento dedicado a Sant'Agata, de Erasmo
Cicala, do ano de 1620, que desmoronou no terremoto de 1693.
Sobre o pedestal, estátua com a cruz cristã na mão direita e uma bíblia na mão esquerda, simboliza a Fé Cristã.
Fontana dell’amenano:
Saindo da Catedral, à direita no Palazzo dei Chierici, uma linda e importante fonte, trabalhada em mármore branco Carrara. É a Fontana dell’amenano, construída em 1867, por Tito Angelini. Mas, o que pode passar despercebido é que a água que jorra na fonte é do Rio Amenano e retorna ao mesmo. Rio? Que rio? Ora, o que foi canalizado e passa a dois metros abaixo da praça do Duomo. Não adianta procurar que não irá encontrá-lo. O rio é subterrâneo. 😎
Por trás da fonte, você chega na
Piazza Alonzo di Benedetto, onde fica o mercado de peixes, Pescheria, e vários restaurantes
de peixes frescos. O mercado é autêntico, com odores, cores, visual e sons próprios de qualquer mercado. Mas, se você não se importa com os odores exalados, é algo bem curioso. Eu, particularmente, não gosto do cheiro de peixe cru. Então, não me arrisquei. Funciona diariamente pela manhã.
Abaixo
podemos observar o Palazzo degli Elefanti no centro da foto.
A direita do Palácio, fica um prédio que, atualmente alberga vários pontos comerciais. Os andares superiores são ocupados pela
Casa Vacanze Belluciuri (acesso via Giuseppe Garibaldi), o Le Dome (via
Giuseppe Garibaldi) e o Albergo Centrale Europa (via Vittorio Emanuele II). No
térreo do prédio ficam vários pontos comerciais, restaurantes, cafés, farmácia,
tabacaria, ...
Neste
prédio, como parte do nosso tour, paramos para provar o clássico "Granita
siciliano" acompanhado de um brioche, no Caffé del Duomo.
Uma sobremesa típica da Sicília, conhecida na região por "Granita câ Briosci".
Granita siciliano é uma sobremesa semicongelada, feita com fruta, água e açúcar. Lembra uma raspadinha. Os sabores são variados. Limão, tangerina, café, amêndoa, hortelã, morangos selvagens, amoras e chocolate. Sendo a mais tradicional, a granita de amêndoas.
Pode parecer estranho, mas esta sobremesa vem acompanhada de um brioche (pão doce siciliano), sem manteiga ou qualquer outro recheio ou cobertura.
É curioso, mas nada excepcional.
Com relação ao restaurante, o ambiente é refinado e elegante, em forte contraste com a fachada do prédio que está bem enegrecida pelas fuligens do etna. O que, de certa forma, é o charme e a marca de se viver em Catânia.
⇒ O atendimento em si não foi o mais cortês. Eramos um grupo relativamente grande e muitos não falavam italiano (eu, meu marido e outros), e o responsável pelos pedidos parecia apressado e ríspido. Alguns pedidos saíram mais rápidos que outros. Quando nossa granita chegou, os brioches já tinham acabado. Bem, ..., pelo menos estava refrescante.
Uma última olhada na praça do Duomo, antes de continuarmos nosso passeio.
⇒ Com o avançar das horas, o número de turistas só aumenta. Assim como na Espanha, em muitas cidades italianas é comum a "sesta". Aquele cochilo no início da tarde, após o almoço. Ao término da sesta, o número de turistas e locais aumenta bastante nos pontos turísticos e comerciais. Saiba que muitos endereços turísticos e/ou comerciais, também fecham durante este intervalo. É sempre bom se informar antes de ir.
Piazza Università:
Seguimos pela Via Etnea, em direção ao norte, contornando o Palazzo degli Elefanti, que ocupa um quarteirão inteiro. A a menos de 100 metros, chegamos em outra famosa praça de Catânia. A Piazza Università, que abriga várias construções barrocas sicilianas, pós terremoto de 1693.Uma praça no centro histórico de Catânia, rica em história e cheia de bares, restaurantes, pizzarias e pubs nas ruas adjacentes. É aqui, o palco da vida noturna catanese, onde jovens, universitários e turistas, se reúnem à noite.
No verão, a praça vira palco para shows e apresentações artísticas.
Palazzo dell’Università:
Nesta praça encontramos o Palazzo dell’Università, pertencente à Universidade de Catânia.Mas, a Universidade já existia antes deste prédio e data de 1434, construída por Alfonso de Aragão, o Magnânimo, na Piazza Duomo, próximo à Catedral de Sant'Agata.
Em 1684, a Universidade foi transferida para o hospital de San Marco, onde funcionou até 1693, quando foi destruído pelo terremoto junto com outros edifícios.
Em 1696, começou o trabalho de construção do novo prédio da Universidade, em outro local, o atual Palazzo dell’Università, pelos arquitetos Francesco e Antonino Battaglia, em estilo neoclássico, com uma torre de relógio no topo.
Vaccarini assumiu a construção em 1732, mas não a terminou. Em 1747, Vaccarini foi transferido para Palermo sem terminar o projeto.
O arquiteto catanese Giuseppe Casa, assumiu o término da construção em 1752, sendo responsável pelo segundo andar e suas ameias.
Depois do terremoto de 1818, os reparos necessários foram realizados pelo arquiteto Mario Di Stefano.
Depois do terremoto de 1818, os reparos necessários foram realizados pelo arquiteto Mario Di Stefano.
Hoje, o Palazzo dell’Università, considerado o coração da instituição universitária, abriga a sede do Reitorado, dos escritórios da administração central da Universidade e da biblioteca regional "Giambattista Caruso".
Acima da porta de entrada principal, a inscrição em latim "siculorum gymnasium".
Interessante a placa na entrada do prédio, onde podemos ver o texto abaixo:
Morendo non perirono...
Eterno essi s'ergevano di gloria vn monvmento.
Simonide
(Morrendo eles não pereceram ... Eterno eles se ergueram de glória em glória. Simonides).
Uma escadaria de mármore, leva aos outros andares do prédio.
A Biblioteca Regional Giambattista Caruso, cujo nome é uma homenagem a um prestigiado historiador siciliano do século XVIII, foi inaugurada em 1755, no segundo andar do Palazzo dell’Università. Esta foi a primeira biblioteca pública siciliana.
Não é permitido, por motivos óbvios, entrar nas salas. Seria um caos. Mas, você pode e deve visitar o pátio do prédio em forma de claustro. A Biblioteca Regional Giambattista Caruso, cujo nome é uma homenagem a um prestigiado historiador siciliano do século XVIII, foi inaugurada em 1755, no segundo andar do Palazzo dell’Università. Esta foi a primeira biblioteca pública siciliana.
Para a biblioteca é preciso agendar uma visita guiada.
Abaixo, vejam os detalhes que contornam o teto que cobre o corredor do primeiro andar e o sistema para drenagem das águas de chuvas.
O mosaico de seixos pretos e mármore branco, no chão do pátio interno, é do início do século XX, elaborado pelo arquiteto Francesco Fichera.
Palazzo San Giuliano:
Do lado contrário, na mesma praça, fica o Palazzo Paternò Castello di S. Giuliano ou Palazzo San Giuliano, outra joia da arquitetura barroca siciliana.
Um elegante edifício barroco siciliano, construído no
meio do século XVIII, para Orazio Paternò Castello, 2º Marquês de San Giuliano. Foi projetado e iniciado por Giovanni Battista Vaccarini, mas finalizado
pelos arquitetos Giuseppe Palazotto (1747 a 1751), Stefano Ittar (a partir de 1768) e Carlo Ardizzone (a partir segunda
metade do século XIX).
A fachada do prédio, diferente da maioria das construções de Catânia, recebe vários mármores policromados.
Reparem na entrada principal do prédio. O portal de acesso é ladeado por duas colunas em mármore, provavelmente de origem romana. Sobre as colunas, ergue-se a tribuna das autoridades.
O prédio conhecido como Universitá decli studi, no início do século XX foi a sede do Crédito Italiano, do Teatro Machiavelli (no porão, onde ficava a antiga adega do palácio) e do Hotel Bristol.
Atualmente, alberga vários escritórios administrativos da universidade e, no andar térreo, várias lojas abrem suas portas para a praça.
No pátio interno, em forma de claustro, um lindo jardim recepciona os visitantes. Os turistas só podem chegar até este ponto.
A escadaria dupla, que leva ao primeiro andar, faz parte do projeto original de Vaccarini.
Este foi o jardim mais bem cuidado que vimos em Catânia. Um verdadeiro mimo.
Palazzo Gioieni d'Angiò:
No canto nordeste da Piazza Università, fica o Palazzo Gioieni d'Angiò antiga residência do duque Giuseppe Gioieni D'Angiò.
Em 1745, no lugar de uma construção já existente, Vaccarini, transformou-o, criando uma nova construção em estilo barroco siciliano.
O portal principal é todo trabalhado em mármore branco.
Por volta de 1960, o edifício foi renovado e
transformado em loja de departamentos, mantendo sua fachada original.
Ao lado do portal principal, uma escultura de bronze, sustenta o brasão do Principe Gioieni, fundador da Academia de Ciências Gioienia, no início do século XX, responsável pelas validações científicas em Catânia. (Pelo menos foi o que entendi, mas não achei muitas referências sobre o assunto).
Iluminação da Piazza Università:
Em cada canto da praça, existe uma luminária em bronze. No total de quatro, estas luminárias, de 1957, foram desenhadas pelo arquiteto Vincenzo Corsaro. A execução do projeto é dos escultores de Mimì Maria Lazzaro e
Domenico Tudisco.
Elas retratam personagens de contos ou lendas catanesas. Os contos seriam:
- o jovem Gammazita
- o marinheiro Colapesce (com habilidades subaquáticas)
- os irmãos Pii (Anfinomo e Anapia)
- Paladino Uzeta (protetor de Catânia).
Tentei conseguir mais informações sobre estes contos, lendas ou folclore, mas não consegui achar nenhuma referência. Se alguém souber, por favor, me envie. Fiquei bem curiosa a respeito.
Pavimentação da Piazza Università:
Interessantíssimo o detalhe de mármore negro do pavimento no centro da praça, que também utiliza pedras vulcânicas (feitas de lava fria). É tanta gente na praça que por pouco não vi.Novamente, o elefante, tão simbólico em Catânia, é retratado. Muitos povos consideram este animal um símbolo de longevidade e força.
⇒ Se você estiver com fome e quiser uma refeição substancial, existem vários restaurantes, pizzarias e cafeterias, nas imediações das duas praças que visitamos. Alguns com decoração bem cuidada. Escolha um e bom apetite. Vale lembrar que o endereço turístico pode salgar os valores cobrados.
Piazzetta Sebastiano Addamo:
Em um dos cantos da praça Universitária, andando pela via La Piana (lado direito do Palazzo dell’Università), você chega a uma pequena praça, a Piazzetta Sebastiano Addamo, onde ficam vários restaurantes, bares e pubs. Entre eles, a Osteria il Bell Antonio. Um restaurante especializado em frutos do mar. Quem conhece diz ser um bom restaurante.
Lembram da via Etnea, pela qual viemos? Vamos seguir pela mesma via, mas em sentido contrário, deixando para trás as duas praças mais importantes da cidade.
Então, vamos dar a meia volta e seguir em frente.
Então, vamos dar a meia volta e seguir em frente.
Basilica della Collegiata:
Em menos de um minuto chegamos à Basilica della Collegiata, também conhecida como Santa Maria dell'Elemosina.
Linda igreja em estilo barroco, de 1768, elevada do piso e assentada sobre larga escadaria, possui um pátio externo, protegido por grade em ferro forjado.
Na realidade, esta igreja foi construída sobre uma estrutura já existente que datava dos primeiros séculos da era cristã (d.C.). Mas, sua aparência mudou durante o decorrer dos anos.
Em 1396, era conhecida como "Regia Cappella", por ser frequentada pelos reis aragoneses e sua corte.
No ano de 1446, foi utilizado para abrigar um colégio de cânones (seminário), do qual originou o seu nome atual "Collegiate".
Seriamente destruída pelo terremoto de 1693, foi reconstruída, no século XVIII, por Antonio Amato, seguindo o projeto de Angelo Italia, que deslocou a entrada principal para a Via Etnea.
A "nova" fachada do século XVIII, por volta de 1758, em estilo barroco
tardio siciliano, foi construída por Stefano Ittar.
Curiosa e bela, a fachada semicircular lembra a forma de um órgão.
No primeiro nível da igreja, no piso térreo, podemos observar seis colunas sobre a qual é colocada uma balaustrada.
A fachada possui três portais de acesso ao interior. Sobre o portal de entrada central, fica uma placa referente à época de reconstrução da igreja.
Também, na porta principal, fica o Brasão de Armas do Papa Francisco. Após algumas pesquisas, vejam o que descobri sobre simbolismo deste emblema.
No escudo azul, que simboliza o firmamento, podemos observar:
- Um sol radiante e flamejante, representando Jesus Cristo, o "Sol da Justiça".
- No centro do sol as letras IHS, símbolo da Companhia de Jesus, os jesuítas. IHS em vermelho é o monograma de Jesus e significa: Iesus hominum salvator (Jesus Salvador da humanidade). Sobre a letra H, uma cruz cristã. Abaixo da mesma letra, três cravos negros, referência à morte e paixão de Cristo e nossa redenção pelo seu sangue.
- Uma estrela simbolizando a Virgem Maria e a igreja.
- Uma flor de nardo, simbolizando São José, patrono da Igreja universal.
- Uma faixa com o lema em latim "Miserando Atque Eligendo" (Com misericórdia o elegeu), uma referência a passagem bíblica em que Jesus escolhe Matheus como um discípulo.
Fora do escudo, a mitra papal entre duas
chaves cruzadas, uma de ouro e outra de prata (símbolos do poder espiritual e do
poder temporal), ligadas com um cordão vermelho,
representa as chaves de São Pedro, o fundador da Igreja.
Curioso, não é mesmo? Na igreja, tudo tem significado.
No primeiro andar, uma grande janela central é ladeada por quatro estátuas, sendo duas em cada extremidade e duas colocadas em nichos. Estas estátuas representam Santa Ágata (à esquerda, a
padroeira da cidade) e de Santa Apolônia (à direita, a protetora dos dentistas), nos nichos os santos apóstolos Pedro e Paulo, respectivamente.
No alto, incorporada ao corpo central da fachada, fica a torre sineira, com um único sino, cuja cúpula é enfeitada com anjos alados e uma cruz em ferro.
Acima da abertura na torre sineira, é possível ser a inscrição "Regia Cappella", em relevo.
A planta da basílica é em cruz latina, com três naves sustentadas por oito pilares (quatro de cada lado) e três absides na cabeceira da igreja.
A abside central é mais alongada para acomodar os assentos do coro dos cânones.
Atrás do altar-mor, fica o órgão tubular, com um lindo trabalho em madeira entalhado, do século XVIII.
Reparem no piso em mármore.
O piso, trabalhado em mármore colorido, de toda a igreja, merece atenção e admiração.
Mestres em mármore, os irmãos Marino (Ignazio, Giovanni e Carlo), foram os responsáveis pelo pavimento e altares das capelas laterais e absides.
Espetacular os assentos do coro de madeira, distribuídos nas laterais da capela-mor. No total são 36 assentos, sendo 18 de cada lado.
No canto direito da abside central, uma reprodução da pintura de Santa Maria dell'Elemosina, ícone Bizantino da Mãe de Deus, do início do século XV.
Em estilo grego-bizantino, esta pintura em cores de têmpera de ovos sobre madeira de cedro, é considerada milagrosa por muitos devotos.
O nome "Mater Elemosinae"
vem do grego "Eleùsa" (misericordioso, compassivo, que tem
compaixão), considerado atributo de Maria: Mãe da Misericórdia.
Na abside à esquerda, fica a Capela do Santíssimo Sacramento, com um rebuscado altar em mármore dos irmãos Marino. No nicho do altar a estátua do Sagrado Coração de Jesus.
Na abside à direita, fica a Capela della Madonna. A estátua da Madona (Maria, mãe de Jesus) é toda em mármore branco, o que proporciona um lindo efeito ao ser iluminada. Tem-se a ilusão de que é a própria imagem que irradia a luz.
Boa parte dos afrescos no interior da igreja são de autoria do pintor italiano Giuseppe Sciuti (1834-1911), no século XIX.
Como é o caso dos afrescos da abóbada da nave central pintados entre os anos de 1896 a 1898, denominados como:
- A transição da escuridão para a luz
- A Madonna della Misericordia
- Peregrinação
Além das pinturas, reparem nos estuques e frisos que enfeitam não só a abóbada, como as colunas e capelas.
Além das pinturas de Giuseppe Sciuti, a igreja está cheia de trabalhos de outros pintores sicilianos consagrados, do século XVII, como: Olivier Sozzi (1690-1765), Francesco Gramignani Arezzo
(1700-1782) e Matteo Desiderato (1750-1827).
Também é da autoria de Giuseppe Sciuti, o afresco "Assunção", na cúpula do transepto. Nele, envolta no Manto da Misericórdia, Maria sobe aos céus.
Também é da autoria de Giuseppe Sciuti, o afresco "Assunção", na cúpula do transepto. Nele, envolta no Manto da Misericórdia, Maria sobe aos céus.
Capela do Cristo Crucificado.
A igreja é toda decorada com esculturas, estátuas, quadros, afrescos, relevos, candelabros, luminárias, detalhes em mármore colorido e muito mais.
⇒ Minimalismo? Taí, um termo que não se aplica ao barroco, não importa a cidade ou país. No barroco, quanto mais detalhes e cores, melhor.
Abaixo, podemos observar um dos confessionários. Pequeno e singelo.
Curioso o antigo sino, que fica exposto dentro da igreja. Será o antigo sino da própria Basílica ou da Catedral? Não sei informar. Novamente, encontrar referências foi infrutífero.
Em um canto da Basílica, no corredor direito, encontramos uma "candelora", do século XIX. No total de 11, elas saem às ruas em procissão, durante os cortejos que celebram o aniversário de Santa Ágata, no início de fevereiro de cada ano.
Das 11 candeloras, esta é considerada a menor. É como um adereço alegórico que é carregado por um pequeno grupo de homens durante o cortejo na festa da padroeira da cidade.
Das 11 candeloras, esta é considerada a menor. É como um adereço alegórico que é carregado por um pequeno grupo de homens durante o cortejo na festa da padroeira da cidade.
Denominada como Círculo de Santa Ágata, trata-se de uma estrutura de madeira trabalhada em estilo barroco e rococó, pintada de dourado e bastante enfeitada. Estandartes, entalhes, estatuetas de anjos e mártires, flores, iluminação, pinturas, cortinas, tudo o que a imaginação permitir em um único objeto.
Um curioso e rico trabalho, fruto da fé dos cataneses e sua veneração à Santa Ágata.
Abaixo, uma retratação de um dos momentos da vida de Santa Ágata.
Abaixo, uma retratação de um dos momentos da vida de Santa Ágata.
Como na maioria das igrejas católicas barrocas, túmulos
ornados, de nobres e benfeitores estão distribuídos nas capelas laterais,
incorporados na decoração da basílica. Mas, desta vez, eu optei em não os
registrar.
A igreja é relativamente pequena, porém charmosa e com uma bela decoração interior. Merece ser visitada. Achei a visita espetacular.
O acesso é gratuito, mas nem sempre está aberta. Tivemos sorte de encontrá-la aberta.
Via Crociferi:
Saímos da basílica e seguimos para o nosso próximo destino, a poucos minutos a pé. Não me lembro como chegamos lá. Mas, chegamos e é o que importa.
Abaixo, a esquina Via Crociferi com a via Teatro Greco. Não, não pegamos o trenzinho. kkkkkk. Tirei a foto pela curiosidade e por que a via Teatro Greco leva ao Teatro Romano que, por não ser barroco, não visitamos.
Arco di San Benedetto:
Perto da esquina da foto anterior, fica o Arco di San Benedetto (Arco de São Bento), que marca o início do sítio histórico de San Benedetto, na via Crociferi. Este arco foi construído pelos beneditinos em 1704.Além de manter a passagem desimpedida, o arco, funciona como uma ponte coberta que liga a abadia menor com a abadia maior que formam o Mosteiro de San Benedetto.
⇒ Debaixo do arco, à direita, no númeno 16 da via Crociferi, ficava La Bottega Monática, que dava acesso ao Herbarium Museum e a sala de chá siciliano. Infelizmente, fechados permanentemente. Quem quiser comprar os chás, ervas e condimentos, pode consegui-los pelo site do museu (http://www.herborarium.com/).
A Via Crociferi, possui palácios, mosteiros e quatro igrejas barrocas do século XVIII, em um espaço de apenas 200 metros. Bem que poderia se chamar, "Viale delle Chiese" (Rua das Igrejas). Uma pitoresca e histórica rua que não deve ser esquecida em seu tour.
⇒ Infelizmente, apesar de algumas igrejas e mosteiros estarem abertos, não entramos. Não estava previsto no nosso tour. (É nestas horas que prefiro o turismo livre, sem companhia de turismo. Mas, nosso tempo era muito curto). A descrição do interior das igrejas, que postarei aos poucos, adquiri após pesquisar na internet, em vários sites. Apenas, com o intuito de estimular a curiosidade de meus queridos leitores e visitantes. Se forem a Catânia, e tiverem a oportunidade de visitar os recintos da via Crociferi, não deixem de entrar. Alguns cobram um pequeno valor. E, o horário de funcionamento, oscila bastante.
Chiesa de San Benedetto e Mosteiro Benedetto:
Ao passarmos pelo arco, à esquerda, temos o Mosteiro (abadia maior ou principal) e a Chiesa di San Benedetto.
Vista do Arco di San Benedetto, do outro lado. Um marco histórico de Catânia, recheado de mistérios e lendas. Dizem, que este marco foi construído em uma única noite. Verdade ou lenda?
O prédio correspondente à abadia menor, à esquerda na foto abaixo, já foi o antigo Mosteiro de Santa Madalena. Isto antes da sua incorporação ao Mosteiro de San Benedetto. Atualmente, abriga o Museu de arte Contemporânea da Sicília.
O prédio correspondente à abadia menor, à esquerda na foto abaixo, já foi o antigo Mosteiro de Santa Madalena. Isto antes da sua incorporação ao Mosteiro de San Benedetto. Atualmente, abriga o Museu de arte Contemporânea da Sicília.
Nossa guia resolveu fazer uma pequena parada para fornecer algumas orientações e informações sobre as construções, antes de nos liberar para as fotos.
Blá, blá, blá, blá, ...
Na prática, alguém consegue memorizar tudo que é tido pelos guias de tour?
São tantas atrações em tão pequeno espaço físico e com tempo tão curto para conhecê-las. Eu quero é circular e entrar onde for possível.
O Mosteiro e a Chiesa de San Benedetto (Igreja de São Bento), são dedicados a San Benedetto de Norcia, fundador da Ordem dos
Beneditinos. Atualmente, é mantido pelas freiras beneditinas da Adoração Perpétua do
Santíssimo Sacramento (reclusas).
Este complexo (mosteiro e igreja), é mais um exemplo do barroco siciliano tardio.
Este complexo (mosteiro e igreja), é mais um exemplo do barroco siciliano tardio.
A construção do complexo remota a 1334, sobre antiga construção normanda. Ruínas romanas podem ser observadas durante tour guiado pelo mosteiro/igreja.
Em 1693, foi destruído por terremoto. Sendo reconstruído no período de 1704 a 1713, pelo arquiteto Vaccarini. (Pensem num arquiteto trabalhador).
A fachada da igreja é em calcário branco, em duas ordens com colunas de mármore gêmeas, finalizada por um frontão triangular que é coroado com uma cruz cristã.
Infelizmente, estava fechada e não conseguimos entrar. De qualquer forma, a visitação não estava prevista em nosso tour. (Frustante).
Na primeira ordem, podemos observar o gradil de ferro, a escadaria, o portal principal, robustas colunas de sustentação e duas imagens de santas que não consegui identificar.
Vejam os detalhes da porta de madeira. Esculpida com cenas da vida de São Bento.
O portal traz um lindo trabalho em mármore.
Atrás da porta principal, fica a monumental escadaria do anjo, denominada de “scalinata degli angeli”, que leva ao interior da igreja.
A escadaria que leva ao portal de entrada é cercada por um gradil de ferro forjado, geralmente fechado ao público. A entrada é feita pela rua lateral (Via San Benedetto), mas só é aberta nos horários de culto. A visitação é paga e, a entrada, é pelo Mosteiro (Via Teatro Greco, um pouco antes do arco).
Na segunda ordem, três estátuas. A central é da Imaculada, e as das laterais a representação da Temperança e a
Fortaleza. No frontão triangular, fica o busto de São Bento, fundador da ordem beneditina.
E, finalmente, no topo da fachada fica a cruz cristã em ferro fundido.
Mas, é o seu interior que conquista os turistas. Uma pequena igreja com uma nave única, com o interior ricamente decorado com trabalhos de vários artistas italianos consagrados. Estuque, afrescos (Giovani Tuccari), mármore e pinturas a óleo ("Imaculada Conceição" de Sebastiano Lo Monaco; "Tobiolo e o anjo" de Matteo Desiderato; "Rei Totila prostrado diante de São Bento" de Michele Rapisardi e "San Benedetto" de Guglielmo
Borremans). O altar-mor é feito de mármore local, incrustado com ouro e prata.
Sobre a porta de entrada/saída, no interior da igreja, fica o elaborado coro das freiras, um projeto que permite que elas participem dos cultos, sem serem vistas.
Sobre a porta de entrada/saída, no interior da igreja, fica o elaborado coro das freiras, um projeto que permite que elas participem dos cultos, sem serem vistas.
Chiesa di San Francesco Borgia:
Ao lado da Igreja de São Bento, temos a Chiesa di San Francesco Borgia.
Construída pela Companhia de Jesus (Jesuítas), pelo arquiteto jesuíta Giovanni Tristano e Francesco Schena.
Destruída pelo terremoto de 1693, foi reconstruída no mesmo local, projeto do arquiteto Angelo Italia.
A reconstrução iniciada em 1698, findou em 1736, tendo o auxílio do arquiteto Stefano Masuccio, a partir de 1713.
Com a expulsão dos Jesuítas da Sicília, em 1767, a igreja e o colégio foram confiscados e nunca restituídos aos seus donos originais, mesmo quando retornaram do exílio, anos mais tarde.
Possui fachada marcante em perspectiva linear, em mármore branco, provavelmente proveniente da cidade de Taormina, estilo barroco tardio e românico, sobre uma alta escada transversal com rampas opostas.
A construção ocorre em duas ordens de colunas gêmeas. Estas colunas foram adicionadas no século XVIII, durante sua reconstrução.
Na primeira ordem, podemos visualizar o portal principal, único acesso pela fachada, que é ladeado por dois pares de colunas romanas de menor escala. Sobre o portal fica um nicho com uma estátua de São Francisco de Borgia, o santo titular da igreja.
Ainda na primeira ordem, dois nichos laterais, abrigam as estátuas de São Francisco Borgia e Santo Inácio de Loyola (acho que são estes os santos, não consegui muitas informações).
A segunda ordem, segue o estilo da primeira, sendo mais simples. Coroada com um frontão triangular, que recebe uma cruz cristã no alto do seu ponto central.
O interior da igreja, com três altas naves é de grande valor histórico e artístico, com várias
obras preservadas. Incluindo o púlpito esculpido em cerejeira, o afresco da cúpula por Olivio Sozzi e seu genro Vito D'Anna de 1760 (“A exaltação da Companhia de Jesus” ou "Triunfo dos Jesuítas"), altar-mor decorado com pedras raras e
prataria, colunas e altares laterais trabalhados em mármore, alto relevo em mármore por Ignazio
Marabitti e outros, estátuas de santos e anjos, pavimento em mármore policromado.
Entre as pinturas, óleo sobre tela,
podemos enumerar: “São Francisco Regis em agonia” e a “Madonna e a Criança” de
Luciano Foti; “Madonna entre San Stanislao Kostka e San Luigi Gonzaga” de
Giovanni Tuccari; “Sant'Agata na prisão visitada por São Pedro” de Daniele Monteleone; “Trânsito de São José” de Giuseppe Guarnaccia; entre outras.
Altar do crucifixo com um grande relicário em madeira dourada
por artesãos locais e o Cristo em madeira esculpida e pintada.
O mosteiro da igreja possui quatro pátios internos, sendo um deles, considerado obra primorosa, do Jesuíta Giuseppe Pozzi.
Em 2002, o antigo Complexo dos Jesuítas (Igreja, Mosteiro e Colégio) foi considerado patrimônio da Humanidade pela UNESCO juntamente com outras construções de Catânia. Na época a Administração Regional do Patrimônio Cultural assumiu o Complexo, atribuindo-lhe fins culturais públicos.
A igreja foi recuperada, tornando-se museu com exposições permanentes (exposição de prata e relíquias eclesiásticas) e temporárias (amostras arqueológicas).
Como é um museu, o acesso é pago. Mas, se você tiver oportunidade, entre.
👉Curiosidade: O compositor de ópera Vincenzo Bellini foi batizado nesta igreja, em 1801.
O prédio acoplado à lateral da igreja de São Francisco de Borgia, em obras, é o antigo Collegio dei Gesuiti (colégio Jesuíta) que nos dias atuais é sede da escola de arte, o Instituto da
Arte.
Piazza Asmundo di Gisira e Palazzo Asmundo-Francica Nava:
Entre a Chiesa di
San Benedetto e a Chiesa di San
Francesco Borgia, uma pequena rua leva à Piazza Asmundo di Gisira, onde fica o
Palazzo Asmundo-Francica Nava. Construído no início do século XVIII, em barroco siciliano, pelo arquiteto Vaccarini com a colaboração de Giuseppe Palazzotto. É um edifício de dois andares, com reboco de lava negra, como vários outros prédios. A entrada principal é ladeada por duas colunas de mármore, que sustentam uma tribuna, sobre a qual fica o brasão da família Asmundo.
É lamentável que, sendo a via Crociferi considerada Patrimônio pela UNESCO, alguns de seus prédios seculares estejam tão deteriorados, pichados e enegrecidos pela fuligem do Etna. Sem nenhuma indicação de nome, data de construção e arquitetos.
Chiesa San Giuliano:
Ainda na via Crociferi, seguimos para a próxima igreja a poucos passos
das anteriores, Convento e Chiesa San Giuliano (Igreja de São Juliano), em frente ao Colégio dos Jesuítas, ao lado de um grande prédio comercial.
Uma belíssima obra-prima da arte barroca siciliana em Catânia.
Construída nos anos de 1739 a 1751, pelo arquiteto Giuseppe Palazzotto, e não por Vaccarini, como muitos supõe.
Sua seção central convexa é comum ao estilo barroco romano da época e pode ser observada em outras construções.
Uma impressionante fachada, dividida em duas ordens, sobre uma escadaria cercada com um gradil de ferro forjado.
Na primeira ordem temos três portas. Uma central na parte convexa, e duas nas abas laterais da igreja.
A entrada na igreja é feita pela porta central. As portas laterais, não levam ao interior.
Sobre o portão de entrada, podemos observar duas estátuas femininas alegóricas.
Na segunda ordem, podemos apreciar uma janela central com um gradil de ferro, por onde as freiras enclausuradas observavam a rua. O segundo pavimento da igreja só era frequentado pelas freiras, de onde podiam participar dos cultos e atividades religiosas sem terem contato com outras pessoas.
No topo fica a cúpula, mas esta é invisível pelo lado de fora, por ser cercada por uma galeria aberta, tipo um corredor coberto e com várias aberturas. O que nunca tinha visto. Esta mesma galeria pode ser alcançada, fornecendo uma linda e inesperada visão de 360° da via Crociferi e arredores.
O interior foge totalmente ao estilo convencional das igrejas católicas da época, com formato octogonal, coroada por sua imensa cúpula também octogonal, apresenta um único espaço interno.
Na cúpula, pode-se observar afrescos do pintor Giuseppe Rapisardi, de 1842.
Sem colunas no interior apresenta capelas e altares nas laterais, sendo o altar-mor de bronze dourado.
Espalhadas pelas paredes das quatro capelas auxiliares, várias pinturas a óleo em molduras douradas e bem preservadas. Pintores de renome como Olivio Sozzi ("Madonna delle Grazie"), Pietro Abbadessa ("Sant'Antonio Abate em êxtase") e outros de autoria desconhecida.
Na cúpula, pode-se observar afrescos do pintor Giuseppe Rapisardi, de 1842.
Sem colunas no interior apresenta capelas e altares nas laterais, sendo o altar-mor de bronze dourado.
Espalhadas pelas paredes das quatro capelas auxiliares, várias pinturas a óleo em molduras douradas e bem preservadas. Pintores de renome como Olivio Sozzi ("Madonna delle Grazie"), Pietro Abbadessa ("Sant'Antonio Abate em êxtase") e outros de autoria desconhecida.
A capela-mor é elevada por escadaria de mármore. Nela fica um crucifixo do século XIV e várias estátuas de mármore.
No pavimento, um mosaico de mármore policromado, do escultor Giovan Battista Marino.
Piazza San Francesco d'Assisi:
Retornamos pela via Crociferi, passando por baixo do arco benedetto, para chegarmos na Chiesa di San Francesco d’Assisi all’Immacolata (Igreja Imaculada de São Francisco de Assis), na Piazza San Francesco d'Assisi (Praça São Francisco de Assis).
A Piazza San Francesco d'Assisi é uma área histórica do antigo centro de Catania que merece ser visitada.
A Piazza San Francesco d'Assisi é uma área histórica do antigo centro de Catania que merece ser visitada.
No centro da praça, o Monumento ao Cardeal Giuseppe Benedetto Dusmet, trabalho do escultor Silvestre Cuffaro (1932).
Ao redor do monumento, cenas da vida do cardeal Dusmet, estão retratadas em alto relevo. Pena que a vegetação ao redor cubra parcialmente estes relevos.
O prédio que aparece por trás do monumento, é o Palazzo Platania, do século XIX.
O prédio que aparece no canto esquerdo da foto é o Palazzo Gravina Cruyllas, onde viveu Vincenzo Bellini. Atualmente aqui ficam o Museu Cívico Bellini e o Museu Emilio Greco.
O prédio que aparece no canto esquerdo da foto é o Palazzo Gravina Cruyllas, onde viveu Vincenzo Bellini. Atualmente aqui ficam o Museu Cívico Bellini e o Museu Emilio Greco.
Chiesa di San Francesco d’Assisi all’Immacolata:
A imponente igreja da praça é dedicada à Francisco de Assis, mas também à Virgem Imaculada, como indica o nome "all'Immacolata".
O Complexo Igreja e Mosteiro foi construído em 1329 para os franciscanos, pela Rainha Eleonora d'Angiò, sobre as ruínas romanas do templo de Minerva.
Destruído no terremoto de 1693, a igreja foi totalmente
remodelada no século XVIII.
A fachada da igreja, em barroco tardio siciliano, foi
concluída na primeira metade do século XIX, em pedra calcária das pedreiras de
Melilli.
A igreja, fica em um nível mais alto do que a rua. Sendo acessada por
uma escadaria, que conduz ao adro da igreja (pátio frontal) cercado por uma
balaustrada de mármore enfeitada com estátuas de São José de Copertino, Santa
Chiara, Sant'Agata e San Bonaventura.
A fachada principal em duas ordens, tem delgadas colunas e
duas torres sineiras quadrangulares com teto abobadado.
Na primeira ordem,
podemos observar três portas com portal trabalhado em pedra e duas janelas
laterais superiores.
Na segunda ordem, no centro, temos a estátua da Imaculada
Conceição, em uma pequena sacada, protegida por um gradil de ferro. Por trás da
imagem uma janela. No extremo de cada lado, uma estátua de santos franciscanos,
sobre um pequeno pedestal. Não tenho certeza da identificação destes santos,
mas o da direita me lembra Santo Antônio.
No interior, em formado de cruz cristã, com três naves, há um rico acervo de obras artísticas. Pinturas, afrescos, estuques, estátuas, trabalhos em mármore, e muito mais. Obras de interesse histórico e artístico.
A nave central conduz ao altar-mor, feito em mármore policromado.
O órgão tubular da igreja, era usado por Vincenzo Bellini para se exercitar.
Dentro da igreja, ficam seis dos onze "candelore" que desfilam nos dias da festa
de Santa Agatha, em fevereiro de cada ano.
Piazza Giuseppe Mazzini:
Seguimos pela Via Santa Maraia della Letera até um largo cruzamento com a Via Giuseppe Garibaldi, onde fica a Piazza Giuseppe Mazzini ou Piazza Mazzini. Esta praça, antigamente chamada de Piano di San Filippo, data do século XVIII. Em formato de cruz grega, foi construída para ser um mercado. Em cada canto da praça foram erguidos prédios idênticos com arcadas sustentadas por colunas em mármore branco, recuperadas de ruínas romanas.Porta Garibaldi:
Se ao chegar nesta praça, você seguir à direita pela via Giuseppe Garibaldi, até o final desta, chegará às Piazzas Crocifisso e Palestro. Entre as duas praças fica a Porta Garibaldi ou Porta Ferdinandea.
Porta Ferdinandea é um arco triunfal, construído em 1768, por Stefano Ittar. Em 1860, passou a ser denominada por Porta Garibaldi. Infelizmente, não seguimos por este caminho e só conseguimos vislumbrar o arco através do zoom do celular. Lá longe, bem longe. Frustrante.
Ao invés disto, seguimos à esquerda na praça Piazza Mazzini, pela via Giuseppe Garibaldi, de onde vislumbramos a Catedral do Duomo ao longe.
Término do passeio e Regresso ao cruzeiro:
Por esta rua, retornamos à praça do Duomo, e embarcamos em nosso ônibus.
Fim do nosso passeio em Catânia, de onde levarei boas lembranças.
Neste ângulo, conseguimos uma linda visão da cúpula da catedral. Belíssima.
Apesar de não possuir a opulência e exuberância de outras cidades italianas ou europeias, Catânia consegue seduzir o turista pela sua história tão marcante, suas lendas e seu povo.
Um povo, que a despeito das atrocidades de guerras no passado, conflitos internos, terremotos e as escaldantes lavas e fuligem do Etna, persiste e teima em manter sua cidade.
Sempre a reconstruindo, após cada catástrofe, mantendo o espírito catanese aceso. Um povo guerreiro por natureza, mesmo em tempos de paz.
Sempre a reconstruindo, após cada catástrofe, mantendo o espírito catanese aceso. Um povo guerreiro por natureza, mesmo em tempos de paz.
Chegamos ao navio às 19 horas, meia hora antes do embarque previsto. Das 14 às 19 horas, foram apenas 5 horas de passeio. É, realmente o que não vimos, não teria sido possível ver, o tempo foi curto.
Mesmo não tendo entrado em alguns pontos turísticos, achei o passeio bem instrutivo e interessante. Correspondeu à proposta da excursão escolhida, "Catânia, cidade barroca".
É possível ver muita coisa em um só dia, basta se organizar ou contratar um tour.
Mas, se você quiser subir no Etna, eu aconselho a ficar pelo menos dois dias. E neste caso é bom contratar um tour. O vulcão fica afastado da cidade (+ 20km) e o acesso ao topo só é possível com guia. Também leve agasalho, luvas e botas. A alta altitude mantém a temperatura muito baixa, inclusive no verão.
O que não vimos e não fizemos:
- Porta Garibaldi: Monumental portão erguido em 1768. (longínquo vislumbre, não conta.)
- Teatro Romano: Data do século II a.C..
- Castelo Ursino/Museu Cívico, do início do século XIII.
- Praça e Interior do Teatro Massimo Bellini.
- Mosteiro e Igreja San Benedetto (interior).
- Museu Diocesano, na praça do Duomo (interior)
- Mosteiro Beneditino de San Nicolò l’Arena (exterior e interior).
- Etna e suas Crateras.
- Interior dos prédios barrocos que conhecemos apenas externamente.
- Passear no parque Bellini.
- Horário livre para compras na Via Etnea e outras.
Espero que vocês também tenham apreciado esta postagem.
Se gostaram não deixem de curtir e compartilhar.⇨ 😎Viajando e sempre aprendendo. Muitas informações da postagem, foram conseguidas in loco, nos folhetos informativos dos monumentos, com os guias ou através de pesquisas na internet ("Santo Google" 🙌). 😉
Aguardem a próxima postagem ⇒ La Valletta, Malta.
Bjs e até a próxima postagem que pode ser artes, guloseimas ou companhia (pensamentos, viagens, passeios)!!! 💋💋💋
Bjs e até a próxima postagem que pode ser artes, guloseimas ou companhia (pensamentos, viagens, passeios)!!! 💋💋💋
Para quem se animar:
FAÇAM A MALA e BOA VIAGEM!!!!!
FAÇAM A MALA e BOA VIAGEM!!!!!
Um abraço carinhoso a todos os meus familiares, amigos e visitantes,
Teresa Cintra
Se vocês tiverem gostado desta viagem, não deixem de ver:
Noli, Itália
FINALBORGO, Itália
BARCELONA, Espanha
CRUZEIRO PELO MEDITERRÂNEO - Cidades do sol
Noli, Itália
FINALBORGO, Itália
BARCELONA, Espanha
CRUZEIRO PELO MEDITERRÂNEO - Cidades do sol
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