TOLEDO, ESPANHA

Como eu prometi anteriormente, hoje irei fazer uma postagem sobre Toledo, antiga capital espanhola e Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Uma linda cidade espanhola da época medieval, situada sobre uma colina, rodeada por outras 7 colinas e pelo Rio Tajo, a 529 metros de altitude e com o sítio histórico totalmente murado.

Toledo fica a 75 Km de Madri. Você pode ir de Madri a Toledo de trem, ônibus público (mais barato e demorado), ônibus privado (companhia de turismo, com um pequeno tour incluído), carro (próprio ou alugado). 
Evite ir a Toledo nas segundas-feiras. Neste dia, muitos museus permanecem fechados.

Partimos de Madri em direção a Toledo de trem. Compramos nossas passagens na véspera da viagem, na Estação Atocha, Madri. Ida e volta por 21 euros/pessoa. No total foram 42 euros. Preço de junho de 2017. A estação é enorme e pode ser um pouco confusa para quem não a conhece. O ideal é comprar as passagens no dia anterior. Mas, atenção: existe duas opções de trem um mais rápido (30 minutos) e outro que demora mais (1h20min). Ambos com preço igual, então escolha o mais rápido. Aqui vale a maior ferramenta do turista. Pergunte sempre.

Estação ferroviária Atocha, em Madri

Estação ferroviária Atocha, em Madri

Dica: Providencie um mapa da cidade na estação ferroviária ou nos diversos pontos de informações turísticas da cidade. Na estação ferroviária os mapas são pagos (2 euros em jun 2017). Mas, nos pontos de informações são gratuitos.
Aproveite e tire algumas fotos. A estação de Toledo é lindamente decorada com forte influência árabe.

Estação ferroviária de Toledo

Estação ferroviária de Toledo

Como o terminal ferroviário de Toledo fica fora da muralha da cidade, pegamos um táxi no próprio terminal ferroviário até o centro de Toledo. O preço do táxi era de 5 euros independentemente do número de passageiros.
Na estação de Toledo além de táxi, existem ônibus (com ou sem tour) com destino ao centro histórico. Também é possível fazer o trecho a pé. Deixo esta última alternativa aos mochileiros. O percurso pode ser bem cansativo para quem não tem preparo físico.
Junto com outro casal de brasileiros, acordamos com o motorista um curto city tour em alguns pontos no entorno da cidade, por fora da muralha, para ver a vista e com direito a paradas para tirar algumas fotos. No final pagamos 10 euros por casal. Um bom preço na minha opinião. As fotos podem mostrar um pouco do que vimos antes de ultrapassar a muralha da cidade.

A cidade é rodeada pelo rio Tajo. Rio que corre da Espanha para Portugal e deságua no mar em Lisboa. Em Portugal é conhecido como rio Tejo.

Abaixo um dos vários acessos na muralha para o sítio histórico de Toledo, a ponte de Alcântara e a Porta de Doce Canto.

Mas, a entrada principal é pela Porta Nova de Bisagra.

CONHECENDO TOLEDO

O táxi nos deixou em uma área chamada Plaza de Zocodover, local onde os ônibus também fazem o seu ponto final. Esta área é bem próxima de vários pontos turísticos. Mas, o que não é turístico nesta cidade?
Mais uma vez, sacamos nossos celulares e máquina fotográfica e, então, percebemos nosso erro. Nossa bateria estava baixa e precisava ser recarregada imediatamente. O QUE VAMOS FAZER AGORA? Bom o mais importante era nos acalmar e procurar um lugar para uma rápida recarga.

Procuramos um posto de informações turísticas (a cidade tem vários), que nos orientou onde poderíamos fazer a recarga: Cafeteria da Biblioteca Regional, localizada por trás do Museu do Exército. Um lugar que nunca iria pensar apesar de estar bem perto do lugar em que estávamos. Aliviados, agradecemos e seguimos ao nosso primeiro destino. Biblioteca Regional. Fica a dica para todos, antes de dormir, coloquem os celulares e máquinas para recarregarem. kkkkkkkkkk.
O prédio do imponente Alcázar, situado na colina mais alta de Toledo, é uma construção fortificada e imponente. Fácil de ser identificada e vista, inclusive por quem ainda não ultrapassou a muralha. Antigamente, era a residência oficial da realeza espanhola. Atualmente, o prédio é ocupado pelo Museu do Exército e a pela Biblioteca Regional, a Biblioteca de Castilla-la Mancha.

A Cafeteria da Biblioteca Regional fica no último andar e tem uma belíssima vista. Aproveitamos e degustamos um pequeno cafezinho, enquanto as baterias eram recarregadas. Pelo menos, eu tomei um cafezinho, meu marido optou por uma taça de cerveja. Uma boa pedida considerando o calor na cidade. Não fomos cobrados pela recarga. Ao que tudo indica isto é bem comum de ocorrer. Naturalmente, que registramos a espetacular vista.

É bem verdade que, vista de cima, Toledo parece bem confusa e aglomerada. Não dá para perceber as ruas, ruelas e praças em certos ângulos.

Toledo tem mais de 2000 anos de existência e possui uma arquitetura bem diversificada com forte influência do cristianismo, judaísmo e islamismo. Foi a convivência pacífica e tolerante de três culturas tão diferentes, que conferiu a Toledo o título de Cidade da três Culturas. Mas, a cidade não viveu apenas pacificamente, houve vários empates para dominar o local e impor sua própria cultura.
Igrejas, museus, monumentos e outras construções, cada qual com uma história para contar.
As ruas são verdadeiros labirintos íngremes, tortuosos e sinuosos. Algumas são bem estreitas, outras nem tanto. Normalmente, são bem movimentadas por turistas e locais. Mas, é possível deparar com algumas ruas praticamente desertas.

Volta e meia vemos um carro se aventurando pelas ruas estreitas, embora a maioria das pessoas prefira fazer o percurso a pé. As áreas para estacionamento são limitadas e apenas os carros dos moradores locais podem circular pela cidade. 
Você anda, anda e se perde para depois se achar e voltar a andar, andar e se perder novamente. O mapa ajuda, mas perguntar também é conveniente. Em último caso siga o fluxo de pessoas que você irá chegar em algum ponto importante. (😊😊😊😊😊😊) Portanto, nada de sapatos apertados, desconfortáveis ou de saltos altos. O mesmo vale para as roupas que devem se adequar ao clima e facilitar os movimentos. Neste tipo de excursão carregar uma garrafinha d'água é uma preciosidade que não deve ser menosprezada.

Seguimos caminhando pelas ruas de Toledo na esperança de decifrar esta cidade milenar.
Lembrando que não sou historiadora. Portanto, o que vou repassando será o pouco que aprendi com esta visita. Mesmo não tendo conseguido captar toda beleza e mistério da cidade pela lente da minha câmara, eu tenho certeza que as fotos irão falar por si e darão uma ideia do que é Toledo.
A cada esquina somos surpreendidos e nem as lojas ficam para trás. Aliás, Toledo é famosa pelo comércio de espadas, cutelarias e armaduras. Algumas lojas não devem nada aos museus medievais. Fotos apenas se forem autorizadas. Alguns comerciantes gostam, outros não. Pergunte antes. As fotos abaixo foram autorizadas.

O aço encontrado nesta região é considerado um dos melhores (ou era, não tenho certeza se ainda é explorado). Também encontramos réplicas, em várias lojas, do personagem espanhol mais conhecido no mundo todo: Dom Quixote de la Mancha. Impossível resistir. Tive que tirar uma foto com a figura.

Em uma cidade que conserva o estilo de vida medieval em sua história e arquitetura, não resistimos e visitamos três museus que, embora em áreas distintas da cidade, contam uma história correlata. O Museu de Armas Medievais, o Museu dos Instrumentos de Torturas e o Museu dos Templários. Dica: Se estiver com crianças ou não tiver tempo para ver os três, eu sugiro apenas o dos Templários.

Estes três museus bem que poderiam ficar concentrados em um único museu. Pelo menos na minha opinião. Embora eles não sejam muito longe um do outro, é um pouco confuso localizá-los. Nada impossível, afinal nós conseguimos. Então..., vocês conseguem. Você pode comprar um único ingresso que dá direito a visitar os 3 museus por um preço menor. Também não precisa visitá-los em sequência.
Museu de Armas Medievais: As armas são réplicas. As masmorras (calabouços) provavelmente não são originais. Muito limpinhas para terem sido usadas.

Museu dos Antigos Instrumentos de torturas: É como caminhar na imaginação doentia de um torturador. Imaginar que estas coisas eram usadas em pessoas, dá um imenso alívio ter nascido em outros tempos. Só de olhar, você confessa até o que não foi perguntado e nem é de seu conhecimento. Triste fase da humanidade.

Museu dos Templários: Exposição permanente no antigo Monastério de San Clemente.

Maquete de Crac de l'ospital ou Krak des Chevalier ou El Crac de los Caballeros. Castelo dos cruzados, altamente fortificado, construído na Terra Santa, Síria.

Catedral Primada de Toledo ou Catedral de Santa Maria de Toledo:
Em estilo que mistura o gótico, barroco e renascentista. Sua construção começou no século XIII e terminou apenas no século XVI. Uau!!! Foram mais de três séculos de construção.

A torre à esquerda é em estilo gótico e à direita em estilo barroco. Como eu não consegui recuar o suficiente para registrar as duas torres em uma única foto, fotografei cada uma delas em separado. Vejam como o estilo de cada uma delas. Dois estilos arquitetônico de época e cultura diferentes em uma única construção.

Na fachada principal da catedral você encontra 3 portas: A Porta do Inferno, A Porta do Perdão (em reforma) e a Porta do Juízo Final. Mas, como podem ver, sua grandeza continua presente. 

Para quem quiser assistir missa na Catedral tem um acesso numa das laterais (fachada norte) que não necessita de ingresso. Este acesso só abre nos horários de missa. É conhecido por Porta do Relógio, fácil de reconhecer pelo grande relógio na fachada.

Estava aberta e, ... entramos.

A área reservada às missas diárias é isolada por uma pequena grade (que ninguém pula). Desta área você pode ter uma visão do interior da Catedral, mas não pode circular para observar e admirar de perto a riqueza da construção e sua exuberante decoração.

Se você tiver dúvidas se vale apena pagar o valor cobrado, sugiro que vá primeiro nesta área e descubra por si mesmo. Foi o que fizemos. O encantamento é tal que, a primeira coisa que fizemos ao sair, foi procurar onde comprar o ingresso para o acesso irrestrito. É só localizar uma fila de turistas e perguntar. Os ingressos são vendidos em uma casa comercial próxima a entrada turística.

O acesso à Catedral para os turistas é pela Porta dos Leões, na fachada sul. Como turista, você tem livre acesso a todos os recantos, naves, sacristia, claustro e dependências anexas. São 120 metros de comprimento x 60 metros de largura x 33 metros de altura (nave maior).
Abaixo a Porta dos Leões vista pelo interior da Catedral, com o imponente órgão do Imperador.

A catedral possui vários órgãos espalhados pelo seu interior, cada qual mais bonito e trabalhado do que o outro.

À direita da Porta dos Leões em uma parede, está o afresco de Gabriel Ruedas (1638). Uma gigante pintura de São Cristóvão com 11 metros de altura.

Ao todo são cinco naves, sendo uma central e quatro laterais. As naves laterais são duplas.
Vejam alguns detalhes da Nave Central.

No fundo da Nave Central, fica o Retábulo-Mor (Capela Mor), obra que levou 6 anos para ser terminada (1498-1504). É lindo! Todo em madeira policromada dourada. Infelizmente não sei controlar a iluminação do meu celular. Então, não deixe de ir ver pessoalmente.

Outros altares, nas capelas das naves laterais, não decepcionam o visitante. Apesar das grades dá para admirar cada espaço em sua plenitude.

Abaixo a Capela Funerária de San Ildefonso, onde ficam as sepulturas de alguns bispos.

Já na Capela dos Novos Monarcas encontramos os túmulos de alguns reis e rainhas. 

Tem ainda a Capela de São Pedro, que pela profundidade e largura, é quase uma igreja dentro de outra igreja. 

Efeito interessante de luz é conseguido pelo arquiteto, pintor e escultor, Narciso Tomé, em sua obra mais controvérsia intitulada El Transparente (1721-1732). Em um determinado trecho da catedral, atrás do altar-mor, o excesso de luz atrai o olhar para o alto. E onde fica a obra de Tomé. Infelizmente, a claridade era tanta que os pormenores não foram claramente captados pela câmera. Mas, fica a dica. Procurem pela claridade que vocês verão.

O Coro da Catedral, situado no meio da catedral em frente à nave central, é mais um belíssimo atrativo da visita. Lá você pode apreciar a Virgem Branca, imagem de origem francesa do século XIV.

No centro do coro está o Púlpito Águia, trabalho de origem alemã.

Os detalhes no local do coro são impressionantes.

Se você pensa que já viu tudo da Catedral está redondamente enganado.

Andando pelo interior da catedral você depara com verdadeiras joias da cristandade.

O simples caminhar pela catedral é algo mágico e, apesar da multidão de turistas, te leva a outros tempos.

O teto da Sala Capitular é outro tesouro a ser admirado em seus pormenores. Nesta sala ficam os retratos dos arcebispos de Toledo, além de várias pinturas espanholas.

Ainda na Catedral, ... a Sacristia Mayor, o Tesouro-Relicário, a clausura (o Claustro). Alguém comentou que haveria uma capela subterrânea dentro da Catedral, mas não achamos a entrada. Não sei se de fato existe.

Na Sacristia Mayor você pode irá encontrar uma fabulosa pinacoteca. Até parece um museu dentro da igreja. Comece pelo Afresco de Lucca Giordano, na abóbada do grande salão. Esta linda pintura cobre os quase 250 metros de teto.

Em seguida, dispense alguns minutos na obra de maior destaque da Sacristia, o quadro o Espólio de Cristo, de El Greco.

Neste mesmo recinto, ficam outras obras maravilhosas que merecem um olhar mais atento.

O Tesouro-Relicário, fica na antiga capela de São João Batista (San Juan Bautista). Entre objetos litúrgicos e bíblias antigas você encontra facilmente a peça mais preciosa da Catedral, a Custódia de Enrique de Arfe, em estilo gótico. Uma peça delicada e exuberante. Dizem, que os seus 3 metros de altura, em prata e ouro, pesam cerca de 200 kg. Ela é carregada pelas ruas de Toledo nas procissões católicas de Corpus Christi. 

Encontramos outros tesouros expostos em vitrines. Menores se comparados à Custódia, mas cada qual com sua beleza e valor.

A Pia Batismal é outra preciosidade da Catedral. Situada em um cantinho podendo passar despercebida.

Seguimos nosso passeio pelo interior da Catedral até a entrada para o Claustro, situado no lado norte da Catedral e construído no lugar de um antigo mercado. Durante o processo de negociação da área, o mercado foi destruído por um incêndio "misterioso". Será?

Pelo jardim interno do Claustro, temos uma linda vista da torre gótica da Catedral. A visita à torre tem horários pré-estabelecidos e normalmente as filas são grandes. Se você for subir na torre, além da vista da cidade, é lá que fica o sino da igreja. Um dos mais antigos da Espanha. Como o nosso tempo estava um pouco corrido e a parte térrea da Catedral tem muitas atrações, decidimos não subir.

Os corredores que circunda o jardim interno do Claustro, são decorados com coloridos e gigantes afrescos.

O claustro termina em uma capela, a Capela de São Brás (San Blas) que serve como sepultura para o Arcebispo Pedro Tenório e seu sobrinho e colaborador, o bispo de Plasencia, Vicente Arias Balboa. O espaço térreo da capela é praticamente vazio, exceto pelas duas sepulturas colocadas lado a lado, no meio da capela. Já o teto é espetacular e ricamente decorado, embora precise de reparo em algumas áreas.

Eu avisei no início, esta visita é imperdível, mesmo para quem não é católico. Eu sou e me deliciei com cada detalhe da catedral.

O valor de entrada foi de 10 euros por pessoa com direito a guia de áudio. Não pegamos o áudio, pois a fila estava muito longa. Vale cada euro pago. Fotos sem flash são autorizadas. Difícil é eleger uma preferida. Cada recanto da catedral é totalmente diferente do outro. Possui em seu interior muitas obras de arte. 

Além da arquitetura em si, das esculturas e pinturas, você pode apreciar nada menos do que 750 vitrais medievais, 8 capelas, 88 colunas, 72 cúpulas (ou abóbadas)... tanta coisa que tenho medo de esquecer de mencionar algumas. 
Contornar a Catedral pelo exterior é deliciosamente lúdico. Não tenha pressa. Pare, observe, admire e registre.

Não acredito que perdemos a oportunidade de acompanhar a procissão de Corpus Christi pelas ruas de Toledo. Visitamos Toledo no dia 10 de junho (2017). A procissão ocorreu 5 dias depois. De qualquer forma só iria valer a pena se a nossa visita não fosse de apenas um dia. Afinal, em um dia tão importante como este, com certeza as visitações turísticas estariam comprometidas com museus, igrejas e lojas fechadas para as comemorações. Agora entendi o motivo de tantas bandeiras, brasões e estandartes espalhados pela cidade.

A fachada principal da Catedral dá para a Plaza del Ayuntamiento onde encontramos o prédio da Prefeitura de Toledo, o palácio do Arcebispo e alguns restaurantes. A praça não é muito arborizada. Ao contrário, é um lugar para as festividades da cidade, um lugar para favorecer a aglomeração de pessoas. O centro da praça é totalmente calçado. 

Plaza del Ayuntamiento

prédio da Prefeitura de Toledo (governo civil)

À direita, o Palácio do Arcebispo de Toledo

A visita à Catedral em si, coroa nova pequena viagem. Foi a Catedral mais linda que conheci. É bem verdade que ainda tenho muitos lugares para visitar ao longo de meus anos. 

Ainda temos muito tempo em Toledo e vamos continuar o passeio.  

Antes uma breve e merecida parada para almoço. A cidade oferece várias opções para refeições rápidas ou completas. Preços bem variados. Querem franqueza? Eu nem estava com fome. Era a sede e calor que me incomodavam. Mesmo assim, paramos para fazer um pequeno almoço, regado com uma boa e gelada bebida. Nada como aproveitar e descansar em uma boa sombra, mesmo que seja em um restaurante ou lanchonete.
Casa e Museu de El Greco 
Que tal uma passada na Casa e Museu de El Greco no que foi o palácio de Samuel Levi (tesoureiro do Rei D. Pedro I de Castilla)? Embora, a informação é que El Greco residiu em outro prédio de Toledo, é neste que encontramos a ambientação de sua morada com móveis de época, um pouco de sua vida e alguns de seus trabalhos. O prédio em que El Greco de fato residiu por 40 anos, o Palácio do Marquês de Villena, foi destruído após um grande incêndio.
A ambientação do que seria a casa de El Greco.

Saleta de costura de D. Jerônima, mãe de Jorge Manuel, filho de El Greco.

Na réplica do atelier de El Greco, no andar superior, encontramos uma de suas obras mais prestigiadas, As lágrimas de São Pedro.

Outros trabalhos encontrados no museu:

Em um longo corredor está a coleção intitulada O Apostolado (série de imagens dos 12 apóstolos pintadas entre 1608 e 1614).

Voltando para o andar inferior da casa-museu, encontramos uma pequena capela com o Retábulo (altar) de São Bernardino, além de esculturas e outros quadros.

A capela possui uma saída que dá acesso a uma galeria de pinturas e trabalhos de outros artistas, como Pedro Orrente e seu trabalho O Sacrifício de Isaac (1616).

Continuamos seguindo por um corredor iluminado por grandes janelas, tendo na parede oposta um pouco mais sobre a história e obras de El Greco.

Saindo pela cozinha, no andar térreo, encontramos um lindo e agradável jardim.

Durante a construção do museu, foi descoberta uma casa de banhos judaicos da época medieval. Única parte do Palácio de Levi ainda conservada como na sua época.

Além dos trabalhos de El Greco, o acervo conta com obras do discípulo de El Greco, Luis Tristán, Murillo, Valdés Leal e de seu filho Jorge Manuel, que manteve o ateliê do pai, após sua morte.
O Museu de El Greco é administrado pelo Ministério da Cultura e o ingresso custa 3 euros por pessoa. Nos domingos, a entrada é gratuita.
Saímos do Museu de El Greco e passamos em uma simpática praça com um monumento em ferro bem curioso. Bom, é mais provável que seja aço e não ferro. Afinal, Toledo é a terra do aço.

Museu Sefardi (Sinagoga del Tránsito ou Sinagoga de Samuel Leví). Situado no bairro judeu de Toledo, na área oeste da cidade.

Sua fachada é simples, mas o seu interior é belo e muito rico. Com 23 metros de comprimento por 9,5 metros de largura, suas paredes são adornadas por um minucioso trabalho em estilo mudéjar. 

Vejam o trabalho das paredes e o teto do salão principal. É bem intricante.

A Sinagoga do Trânsito foi edificada por Samuel Leví, tesoureiro maior de Pedro I de Castilla, entre os anos de 1357 a 1363. Toledo já possuiu 12 sinagogas, mas apenas duas restaram. Uma é a Sinagoga do Trânsito e a outra é a Sinagoga de Santa Maria la Blanca. Desde 1964, por decreto do governo espanhol, a Sinagoga do trânsito, passou a ser sede do Museu Sefardí.

Os objetos encontrados no museu, em sua maioria, dizem respeito às origens, religião e ao modo de vida judaico. Um testemunho da cultura judaica.

A administração do museu é do Ministério da Educação, Cultura e Deporto Espanhol, que tem por objetivo principal preservar e transmitir o legado hispânico e sefárdico em Toledo.
Abaixo um mapa em relevo de Toledo onde é destacado o bairro judeu.

Além da guarda e exposição dos objetos da coleção do Museu, o espaço é utilizado para concertos, recitais, palestras sobre arqueologia, cursos e atividades culturais escolares com oficinas.

Jardines del Tránsito 
Praça situada no bairro judeu próximo aos museus de El Greco e Sefardi.
O Jardines del Tránsito é um bom local para uma pausa para relaxar, lanchar e admirar a vista da cidade e seus arredores. 

Em um dos lados que circunda os Jardines, você encontra pequenos hotéis, restaurantes e cafeterias com suas mesinhas do lado de fora. 

No lado oposto, fica um mirante denominado o Mirador del Paseo. Um ótimo lugar para apreciar a vista dos seus vários bancos de madeira, ou registrar a paisagem como recordação de Toledo.

Este mirante oferece lindas vistas da cidade e do rio Tajo. 

O rio Tajo do lado de dentro da muralha é uma visão tão linda quando do lado de fora das muralhas. 

Igreja de Santo Tomé

A igreja de São Tomé fica bem pertinho do bairro judeu, construída no início do séc. XII, sobre o solar de uma antiga mesquita do séc. XI. A mesquita que estava em ruínas foi reformada por Gonzalo Ruiz de Toledo, o Senhor de Orgaz. 

Possui uma única torre cristã (campanário) em estilo mudéjar, onde ficava o antigo minarete (torre mesquita). Na foto abaixo, a torre da igreja está assinalada por uma seta.

Pelo exterior não dá para prever o seu interior que, embora mais simples do que a Catedral, tem um esplendor próprio. Infelizmente, a foto não mostra com precisão, a aura misteriosa que a luz natural do sol forma ao entrar pelas diversas janelas da igreja. Mas, dá para ter uma ideia. 

A igreja possui 3 naves. Na nave central fica a capela-mor com o seu retábulo que adorna o Altar Maior.

Pinturas, esculturas e muito ouro enriquece os diversos e belos altares da igreja que vão do mudéjar ao barroco.

Na Igreja, fica a capela funerária de Dom Gonzalo Ruiz de Toledo, Senhor de Orgaz e Tabelião Maior de Castela (Capela de Nossa Senhora da Conceição). 

Sobre sua tumba está o quadro de El Greco intitulado “O Enterro do Senhor de Orgaz” (1587). Somado o fato de ser expressamente proibido fotografar o quadro, uma longa fila e nosso tempo que estava correndo contra o relógio, optamos em não ver o quadro. Mas, se você for em Toledo, não deixe de ver. Este quadro é considerado um dos melhores de El Greco. Sua maior obra-prima. Confesso que me sinto arrasada e arrependida em não ter encontrado um tempinho para me espremer na minúscula sala e vislumbrar o quadro no meio das muitas cabeças.

Saindo da igreja, levamos o maior susto ao ver as horas. Nosso retorno para Madri já estava comprado e só tínhamos um pouco mais de uma hora na cidade. Quando você está fazendo algo agradável o tempo parece voar. A pergunta agora era o que vamos fazer em tão pouco tempo? A única certeza é que tínhamos que voltar para a Plaza de Zocodover, onde teríamos que pegar um ônibus ou táxi até a estação de trem de Toledo. Foi lá que nos deparamos com um lindo e chamativo trem.

Não resistimos, calculamos o nosso tempo e, se não houvesse nenhuma intercorrência no caminho, ... chegaríamos a tempo na estação de Toledo. Compramos 2 ingressos por 11 euros no total. E lá fomos nós, aproveitando os últimos minutos em Toledo.

No passeio você se empolga com as paisagens e até consegue nomear algumas construções pelo caminho. É tão prazeroso que o relógio e o estresse pelo tempo apertado caem no esquecimento por alguns minutos. Agora não tem como desistir. Então, bora aproveitar ao máximo.

Foi assim que terminamos o nosso dia em Toledo. Com um tour de trem pela cidade e uma rápida parada no Mirador Del Valle. Uma boa forma de passear sem se cansar e rever alguns pontos importantes da cidade por outro ângulo.

No final do dia retornamos para a estação ferroviária de táxi. Desta vez, sem paradas no caminho, o preço ficou em 5,50 euros. Nosso trem para Madri era às 19 h e 20 minutos. Chegamos em cima da hora do trem, mas ainda deu para alguns clicks finais. Sempre tem espaço para mais uma fotinha. kkkkkkkkkkkkk. Vejam os detalhes desta linda estação que merece ser considerada como mais um ponto turístico de Toledo. MARAVILHOSA!!!

Depois de trinta minutos de trem, chegamos em Madri, na Estação Atocha. A Estação Atocha, além das linhas de trem para outras localidades na Espanha e outros países da Europa, é responsável pela Linha 1 do metrô de Madri. 

Esta estação também tem o seu charme com vários restaurantes/cafeterias, lojas e um lindo e grande jardim tropical bem no meio. Além da vegetação deslumbrante e bem cuidada, você pode admirar alguns peixes de água doce coloridos e várias pequenas tartarugas. Tudo iluminado por luz natural através de um teto de vidro. Um convite para parar e diminuir o ritmo depois de um longo dia de caminhada.

É bem fácil reconhecer a Estação Atocha. Ela tem uma arquitetura grandiosa e bem destacada dos prédios vizinhos.

COMENTÁRIOS FINAIS:
Toledo é uma cidade bem conservada, cheia de museus e outras atrações turísticas. Cada rua e construção tem seu charme próprio. Como só tínhamos um dia, não foi possível ver tudo. Um dia é pouco e tivemos que limitar nossa lista de lugares a serem visitados. O ideal são dois ou três dias. Então optamos pelo que nos pareceu mais atrativo. Não sei se nossas escolhas foram as melhores, mas com certeza a Catedral não deve ficar fora da sua lista. Eu já disse e torno a disser, a Catedral de Toledo é deslumbrante, apaixonante, espetacular. Deixamos a cidade com vontade de retornar. 

E vocês já estiveram por lá? Gostaram? 
Se ainda não foram em Toledo, deixo a minha dica: Vá na primeira oportunidade que tiver.
Traçam o roteiro da viagem, comprem as passagens e façam as malas.

Bjs e até a próxima viagem!!!

Para quem se animar:  

                        BOA VIAGEM!!!!!

Se vocês tiverem gostado desta viagem, não deixem de ver: 

REGIÃO SUL parte I: CURITIBA, BRUSQUE, POMERODE, BLUMENAU E BETO CARRERO

REGIÃO SUL DO BRASIL - parte II: FOZ DO IGUAÇU









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Viajando de San Diego à San Francisco

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MADRI, Espanha