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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Transformação de armário de banheiro em algo novo e diferente

Bom dia familiares, amigos, seguidores e visitantes.
Hoje trago um trabalho bem diferente do que normalmente costumo postar. Todo mundo sabe o quanto adoro reciclar e reaproveitar materiais. Principalmente garrafas de vidro.
Mas, móveis é algo com o qual não costumo trabalhar. E, hoje, é o que trago para vocês. Então, este trabalho foi uma novidade inclusive para mim.
Na verdade, este trabalho não é sobre uma simples recuperação de um móvel específico. Mas, a transformação de dois armários de banheiro, aquele que fica debaixo da pia, em um único armário. Um armário que usei para a guarda de minhas tintas e outros materiais de artesanato. Mas, você pode fazer algo similar e usar para outra finalidade.
reforma de móvel; armário para tintas; Recuperação e transformação de móvel; restauração de armário;  pés de armário com latas;
Ao final da postagem, um pequeno bônus para vocês: Pés do móvel com latas de alumínio, firmes, compactos e resistentes.
Os móveis originais eram de MDF e fórmica e sofreram sérios danos após vazamento d'água pela tubulação da pia. Várias partes da madeira estufaram com a umidade, sendo necessário a sua substituição. Quando detectamos o vazamento, o dano já tinha ocorrido. Resolvemos substituí-los por novos armários.
Após a retirada dos armários danificados, observei que era possível reaproveitar parte da madeira. Ainda não tinha ideia do que seriam no futuro. Dois armários distintos, um único armário, prateleiras ou caixotes, ... As alternativas eram muitas. Resultado, empilhei os móveis em um canto do meu quarto da "bagunça", que deveria ser meu pequeno "atelier". Local onde guardo tudo que imagino ter serventia em projetos futuros, para desespero de meu marido. 😄😉 
Até que em belo dia, resolvi tomar uma decisão. Ou eu começava o trabalho de reaproveitamento ou jogava fora os velhos móveis. A ideia era gastar o mínimo possível na recuperação e transformação do móvel.
Por serem móveis sob a bancada da pia do banheiro, não tinham fundo e nem tampo de madeira. O fundo era o próprio revestimento da parede do banheiro e o tampo a pedra de mármore que recebia a cuba da pia. 
As portas e prateleiras foram retiradas e colocadas ao lado para uso posterior no mesmo projeto ou outro qualquer.
Impressionante como ainda usam madeira sem tratamento contra umidade em móveis que ficam em ambientes úmidos. 
Uma minúscula fresta no móvel mais um pequeno e constante vazamento d'água é suficiente para infiltrar e estufar a madeira. E, não tem salvação, você perde o móvel. O MDF, usado em vários móveis, mais parece papelão prensado do que madeira. Na presença de água é uma catástrofe total. Além de estragar a madeira, a madeira úmida é um ambiente propício a fungos e alguns insetos indesejáveis. 😌 
A bem da verdade, o dano ocorreu em algumas peças de madeira, que poderiam ter sido trocadas e mantido o armário original. Mas, contratar mão de obra de marcenaria para desmontar, substituir as peças estragadas, revestir as peças com a mesma fórmica (se achar uma igual) e recolocar no local, ..., sei não. Acho que sairia praticamente ao preço de um móvel novo. Será??? Talvez sim, talvez não. De qualquer maneira só tivemos a noção da extensão do estrago após a retirada do  móvel para substituir pelo novo.
- Análise inicial e elaboração de um projeto:
A primeira providência foi analisar cada móvel individualmente e pensar em uma maneira de reaproveitamento. Nesta hora, você tem que criar algo em sua mente. É preciso que um projeto comece a surgir para definir os passos necessários para sua execução.
A ideia de juntá-los em um único móvel, começava a ganhar forma em minha imaginação. Um móvel que serviria para guardar e acomodar minhas tintas e outros itens que utilizo em meus trabalhos artesanais.  Para tanto, algumas alterações teriam que ocorrer.
Por ser um móvel de apoio à bancada da pia do banheiro, apresentava vários recortes na madeira para a passagem da tubulação de água e esgoto. Aberturas que teriam que ser fechadas. 
Outras partes eram totalmente sem utilidade para um móvel que não tivesse a utilização original. Como o pedaço madeira na frente de uma das aberturas destinada à colocação de roupas sujas. Lado que não tinha prateleira, algo que teria que providenciar. Fora as partes úmidas e estufadas que teriam que ser corrigidas ou substituídas.
- Retirada das partes estragadas ou desnecessárias ao projeto elaborado:
Após a análise inicial, a próxima providência foi retirar as peças de madeira que não seriam aproveitadas no projeto que já tomava forma. 
Estas peças foram retiradas ou por não terem utilidade no projeto ou por estarem muito danificadas e necessitarem de reparos.
Os materiais que utilizei foram bem variados: chave de fenda; desparafusadeira elétrica, martelo, serra de mão. Com relação ao martelo, utilizei o de borracha para evitar danificar as peças e poder utilizá-las no mesmo projeto ou em outro. 
A peça de madeira abaixo, foi desparafusada de um lado. A outra ponta foi fixada com pregos antes de colarem a fórmica no outro lado. Então usei o martelo para forçar a saída da madeira. Depois, meu marido usou uma lixa de mão para serrar os pregos. A ajuda de meu marido é sempre bem vinda em meus projetos. 
- Retirada das ferragens:
Depois, providenciei a retirada das ferragens. Estas peças estavam bem oxidadas.  Existem substâncias que limpam as peças. Mas, com o tempo, voltam a oxidar. E, reaproveitá-las seria bem trabalhoso.  
São peças relativamente baratas. Não valia a trabalheira, mesmo que algumas não estivem tão caóticas como outras.
Esta fase é bem trabalhosa. Para agilizar e cansar menos, use uma desparafuzadeira. A chave de fenda resolve, mas é bem mais trabalhosa e demorada.
Manutenção ou retirada da fórmica original? Isto fará toda a diferença no acabamento final e precisa ser definido. Observe a fórmica original das peças que seriam reaproveitadas.  Manter ou retirar, eis a questão. Eu decidi manter o máximo da fórmica. Consertando pequenas falhas. Como a colagem de pontas soltas.
- Recuperando a madeira inchada
Com a serra de mão, fiz rasgos na parte de madeira danificada com a água. Preenchi tudo com cola de madeira (pode ser cola branca extra forte). Usei um palito de churrasco para empurrar a cola o mais fundo possível. Cobri a área com um plástico (usei um saco plástico qualquer). 
Finalizei apertando a área com um pequeno torno de bancada. Na realidade um micro torno, ideal para trabalhos pequenos, mas era o que tinha em mãos. Cuidado para não apertar além do necessário e deixar uma marca muito evidente na madeira. De qualquer forma, como postei anteriormente, o móvel receberia massa e pintura. DICA: O saco plástico foi para evitar colar o torno na madeira. O meu torno não era o mais indicado. Além de ser apenas um, era muito pequeno. O ideal é utilizar dois tornos maiores e fixar uma madeira ou barra de metal em ambos os lados antes de apertá-los. Isto para comprimir a madeira de maneira igual e evitar irregularidades e calombos. 
O resultado final não ficou  dos melhores. Mas, não me deixei ser levada pelo desânimo. De qualquer forma melhorou bastante. Como ainda seriam cobertos com massa e pintados, estava confiante do resultado final. 
Repeti o processo com outra madeira que era do meu interesse em reaproveitar. Neste segunda tentativa o resultado foi "pior". 😕😟
A fórmica que revestia um dos lados do móvel rachou durante o processo de recuperação. Foi preciso cortar, com um estilete, a parte danificada. Além disso, a área ficou com alguns calombos. Faltou a barras de metal ou outra madeira para comprimir a madeira de maneira igual. Um segundo torno também teria ajudado bastante. Dica: No Youtube, você encontra vários vídeos que ensinam a maneira mais adequada para recuperar madeira estufada por água.
Como eu não queria ter que comprar madeira para o móvel em questão, resolvi minimizar o dano. Com um estilete, delimitei a área comprometida e comecei a retirar a parte da fórmica danificada e os calombos. Procurei deixar a área o mais "lisa" e reta possível.
Para nivelar a área com a fórmica restante, cobri a área com papietagem. Untei a área com cola e fui colando pedaços de jornal até cobrir toda a área. Dica: eu já tinha decidido que este móvel não ficaria em área úmida. Por isto, a utilização de papietagem, papel machê, gesso, massa de parede ou massa acrílica não iria comprometer o seu uso final.
- Preenchendo as antigas aberturas do móvel: 
O passo seguinte era fechar as aberturas e recortes existentes nos dois móveis. Estas aberturas serviam para a acomodação da cuba da pia e passagem das tubulações de água e esgoto. Apesar de ter feito os dois móveis simultaneamente, irei postar um de cada vez para melhor compreensão.

Móvel 1:

A foto é do início do processo e mostra o móvel em sua posição correta. Neste momento,  a madeira assinalada com um (X) e as ferragens ainda seriam retiradas. O importante é observar os lugares que teriam que ser fechados. Estes estão marcados com as setas vermelhas ().
O preenchimento foi feito em várias etapas: O ideal seria usar madeira ou restos de madeiras para este processo. Como eu não tenho ferramentas próprias para este serviço, descartei o uso de recortes de madeira para o preenchimento. O que teria deixado o móvel mais resistente e forte. Também poderia ter usado papelão. Optei por isopor, tinha uma peça em casa e achei que seria uma boa ocasião para usar.
  1. Fechamento das aberturas com isopor. Risquei o isopor usando a própria abertura como molde. Uma abertura por vez.
    Para os cortes usei um estilete.
    Quando achava o isopor muito grosso em relação à madeira, cortava no sentido longitudinal.
    Encaixe as peças de isopor, uma após a outra.
    Nesta altura do trabalho, decidi retirar a peça de madeira que não estava centralizada no móvel. Esta peça poderia ter permanecido, ficaria no fundo do armário, mas visualmente ficaria estranho. Então tirei. Foi preciso outra faixa de isopor para fechar o espaço formado pela madeira retirada.
    O isopor pode ser colado com cola de silicone, cola de madeira, cola branca extra forte ou cola quente para agilizar o processo. O resultado final ficou assim:
  2. Papietagem do isopor para isolamento e preparo para a próxima etapa. Usei jornal picado, mas pode ser revistas, papel graft, sulfite. De preferência usados, afinal a intenção é reciclagem. Para a colagem usei cola branca extra forte diluída em um pouco de água.
    Deixe secar bem antes de passar para a próxima etapa. Aproveite o tempo de espera para começar a trabalhar no segundo móvel.
  3. Preenchimento da superfície com papietagem até igualar com a madeira. Material empregado: gesso ou cimento. É preciso fazer uma área por vez, sempre na horizontal, para que o gesso ou cimento não escorra. Com fita adesiva, contornei as bordas das áreas a serem preenchidas, para evitar da massa escorrer. Siga as instruções do fabricante para a diluição correta, mas não deixe muito mole. Eu optei pelo gesso, fiz pequenas porções a medida que ia preenchendo as áreas desejadas, alise com espátula. Para deixar o  gesso mais resistente, acrescentei um pouco de cola branca extra forte. A medida da cola foi no olhômetro. 
    De qualquer forma, optei em uma segunda camada de gesso, para ficar mais firme e diminuir a irregularidade das bordas.
    Para facilitar, usei novamente a fita crepe. Coloquei um pedaço de madeira na parte externa para ajudar a manter a fita no lugar e não criar "barriga". 
    É preciso deixar firmar e secar para poder virar o móvel e fazer o preenchimento do outro lado. Atenção: nesta etapa o aspecto fica bem feio. O acabamento vai ser feito com a massa corrida quanto estiver bem seco, etapa que só realizei após a montagem dos dois móveis, um sobre o outro.
    Deixei secar completamente e apliquei uma última camada que achei necessário para uniformizar a superfície e bordas. 
    Desta vez, deixei o gesso bem fluido, derramei na superfície e espalhei com a espátula. O objetivo foi facilitar o preenchimento das irregularidades da superfície e bordas. Se preciso troque a fita crepe. A quantidade de "camadas" que fiz, em parte foi pela minha inexperiência com este tipo de projeto. Não acertei na quantidade de gesso necessário e terminei tendo que fazer várias porções.
    Áreas menores e mais rasas, não é preciso o uso de fita crepe nas bordas.
    Dica: Antes de optar pelo gesso, eu fiz uma tentativa de preencher com massa corrida, foto abaixo. A camada ficou grossa e rachou ao secar. Então, testei com gesso e cimento. O cimento deixa a superfície irregular e demora para secar, mas fica bem firme. O gesso deixa a superfície mais regular e seca mais rápido, porém é mais poroso. Se você for usar a massa corrida, terá que fazer finas camadas, esperar secar e repetir o processo até ficar no mesmo nível da madeira. Demorado demais. Veja, na foto abaixo, como ficou com a massa corrida, e nem estava na altura desejada. Minha dica é que use a massa corrida apenas no acabamento final.
  4. Lixamento das áreas com preenchimento de gesso. Comece com uma lixa mais grossa e depois uma mais fina. No mercado existem suporte manual com cabo para lixa de papelão. Como eu não o tinha e não quis comprar para um único projeto, fiz uma adaptação com uma velha tampa para tomada. Em reciclagem é necessário criatividade nas "gambiarras".
    Lixe todas as áreas que foram completadas com gesso. Ao final, limpe com um pano seco ou levemente úmido para retirar o pó resultante do lixamento. Observe o resultado final e verifique a necessidade de reparos.
  5. Finalização com massa corrida ou acrílica. Opcional Dica: A massa acrílica ao secar fica mais forte e mais difícil de lixar. Como eu iria lixar sem lixadeira elétrica, optei pela massa corrida. Mas, só fiz o uso depois de montar um móvel sobre o outro, bem mais adiante. Além de cobrir imperfeições do gesso servirá para igualar os dois móveis, esconder o ponto de união e dar a impressão de ser um só.

Móvel 2: 

Na prática, os móveis foram preparados simultaneamente. Quando um secava a papietagem ou gesso, o outro era trabalhado. As principais diferenças, foram as partes que necessitavam de substituição e o tamanho das aberturas para os encanamentos de água e esgoto.
  1. Analise o segundo móvel e decida o que deve ser retirado. Na foto abaixo, marquei com X, as peças de madeira e ferragens que retirei. A divisória do meio, além de infiltração perto do barrote superior, tinha uma grande área a ser recompletada com papietagem e gesso. Fiquei receosa que a peça não ficasse firme o suficiente. Resolvi não arriscar e a eliminei. Terei que providenciar outra divisória mais adiante.

    Neste processo retire tudo o que for comprometer o resultado final do móvel. Pedaços de madeira danificada, parafusos e pregos. Optei por serrar alguns pregos para não comprometer a fórmica original da barra de madeira em questão.
    A madeira que servia para conter a "roupa suja" saiu fácil. Bastou desparafusar na lateral do móvel e a retirar juntamente com a divisória central do móvel (aquela que resolvi substituir).
  2. Substituição da divisória central do móvel. Utilizei uma prateleira do próprio móvel para fazer a divisória. Tive que complementar na parte superior para igualar a altura com o móvel. Para isto usei dois pedaços de barra de madeira, colados um sobre o outro com cola para madeira. Rachaduras e buracos existentes, na madeira empregada, foram preenchidos com um pouco de papel machê (feito com papel higiênico e cola branca). Poderia ser massa elástica, serragem com cola, durepoxi, massa de porcelana fria ou outra que você tiver disponível. O recorte inferior que vemos na última imagem da foto abaixo, foi preenchida posteriormente, antes de fixar a divisória em questão.
    Fechamento e papietagem das aberturas indesejadas. Aqui usei embalagens de isopor, do tipo usada para alimentos para fechar as aberturas. Como este tipo de isopor é mais fino que a placa, colei duas partes iguais com cola de silicone líquido.
    Na divisória fiz o complemento antes de fixá-la no móvel. Em seguida fiz papietagem do isopor para isolamento e preparo para a próxima etapa.
    Também resolvi cobrir o complemento de madeira da divisória central com papietagem. Achei que facilitaria na hora de cobrir com a massa acrílica ou plástica.
  3. Finalização com gesso, massa corrida e lixamento. Siga o mesmo processo do primeiro móvel.
  4. Fixação da nova divisória do móvel 2. Posicione a divisória no móvel. Fixe-a a parte inferior com parafusos ou pregos pelo lado contrário. Para aumentar a estabilidade e fixação, colei um barrote de madeira na barra superior frontal até a divisória. Depois coloquei um parafuso unindo a divisória e o barrote no ponto de encontro.
- Vedação dos buracos dos parafusos e pregos retirados, em ambos móveis. Em alguns casos, o orifício do parafuso removido fica abaulado (saliente) e a fórmica ao redor pode ficar solta da madeira. Nestas situações, o ideal é tentar nivelar e igualar com o restante do móvel. 
Inicialmente, tente empurrar batendo levemente com um martelo ou outro instrumento pesado. Tenha cuidado para não danificar mais. Se continuar saliente e a fórmica estiver solta nesta área, use um estilete para cortar ao redor, retirando a parte solta. Passe o estilete rente à madeira para nivelar o máximo possível. Dica: Eu optei por usar a lâmina do estilete sem o cabo para ficar bem rente. Se for o caso use uma lixa para finalizar. Cuidado para não se cortar.Para tampar os orifícios dos parafusos, use cola branca extra forte (ou cola para madeira) e um pedaço de madeira combatível com o tamanho da abertura. Pode ser palito de dente, palito de churrasco ou hashi. Até galhos secos de arbustos servem. O importante é que fique bem rente. Coloque cola nos orifícios e introduza o palito escolhido. Com a lâmina do estilete corte a parte excedente. Passe cola por cima da madeira e deixe secar completamente antes de finalizar com massa corrida.
Dica: Na hora não encontrei o martelo do meu marido. Terminei usando uma chave de encanador como martelo. Serviu. 😄😂😂
Depois que a cola estiver bem seca, finalize o trabalho com massa corrida ou massa elástica. Nivele com uma espátula. Espere secar e lixe para finalizar.
- Igualando os dois móveis para a montagem posterior.
Antes de fazer a montagem dos dois armários para os transformar em um único móvel, é preciso analisar cada um. Decidir qual ficará na parte de baixo ou superior. São do mesmo tamanho? Será preciso algum tipo de complemento? Cada móvel possui uma lateral sem fórmica e com dois barrotes formando um grande L. Estas laterais ficavam posicionadas em uma das paredes do respectivo banheiro onde o armário estava fixado anteriormente. Os barrotes que vemos contornando este lado, serviam de fechamento, não deixando brechas visíveis. E não correspondiam ao mesmo lado. Novas dúvidas surgem e precisam de solução. Será preciso retirar os barrotes? Caso os barrotes permaneçam, como igualar a lateral do móvel após a montagem?
A primeira providência é rever as medidas de cada móvel. A altura não irá interferir muito, mas a largura e profundidade precisam ser igualadas o máximo possível. Na medição, verifiquei que o móvel 1 estava mais largo que o móvel 2.
A diferença, praticamente, correspondia ao barrote da lateral. A resposta para o problema estava bem evidente. Resolvi retirar os barrotes da lateral do móvel 1 e manter os do móvel 2. Dica: De certa forma, isto facilitaria o trabalho de igualar esta lateral do móvel após a montagem. Eu só teria que resolver o problema no lado em que o barrote irá permanecer. Mas, vamos resolver um problema por vez.
Com calma, arranque os dois barrotes. Procurando não ferir a madeira (MDF) por baixo. Com uma espátula, com calma, raspe a parte do barrote que permanece colada. Depois serre a fórmica excedente para nivelando com o móvel o máximo possível. Dica: Nesta hora, meu marido sempre aparece para uma bem recebida ajuda.
Observe o resultado final e faça todos os ajustes para deixar a superfície reta e uniforme. Além da fórmica, ficou um pedaço de madeira que também foi serrado.
Orifícios irão surgir e precisam ser fechados. Poderia ter usado os recursos anteriores, mas resolvi testar algo diferente. Optei por serragem de madeira e cola branca. Fui misturando os dois ingredientes aos poucos, sem uma medida exata de cada um. Misturei com um palito de churrasco que usei para preencher os buracos. Aproveitei e fiz o preenchimento em outra área do móvel. Dica: Esta massa demora um pouco para secar. Ao secar, costuma retrair, diminuindo de tamanho. Observe se há a necessidade de complemento. A vantagem é que fica bem firme e forte, difícil até para lixar.
- Montagem dos móveis:
Empilhe os dois móveis, um sobre o outro, formando um único móvel. Hora da verdade. O móvel 1 está por baixo, e o móvel 2 sobre o primeiro.
Procure ajustar um sobre o outro, na largura e profundidade. 
Lembram da barra de madeira que foi mantida no móvel 1? Refresque sua memória revendo a foto abaixo referente ao móvel 1. Esta barra de madeira irá ajudar na fixação, aumentando a área de contato entre os dois móveis. 
Passe cola em toda a área que será sobreposta, incluindo as bordas superiores das laterais e divisória. Fixe com pregos e parafusos. Caso prefira que os pregos e parafusos não fiquem visíveis, vire o móvel de cabeça para baixo para executar esta etapa. Espere a cola secar.
Dica: Importante igualar as laterais do novo móvel. Analise atentamente e procure identificar os problemas que deverão ser sanados. Na foto abaixo. O móvel está na posição em que ficará, mas com a frente voltada para a parede. Para facilitar o entendimento, coloquei algumas informações na própria foto. Alinhe o móvel o melhor possível do lado onde não será preciso complemento. O lado em que os barrotes laterais do móvel 1 foram removidos.
Do lado contrário, onde os barrotes laterais do móvel 2 foram mantidos, será preciso fazer um fechamento. Neste momento, as diferenças entre os dois móveis devem ser sanadas. Escolha um pedaço de chapa de eucatex ou madeirite (resinado, fenólico, plastificado, naval o que você tiver em mãos) de espessura fina. Meça o tamanho a ser coberto e risque na chapa com um lápis e régua. Corte a chapa com a serra de mão. Dica: Para facilitar o corte, gosto de passar o estilete no risco para criar uma depressão que servirá como guia para a serra.
Para que a fixação e resultado final fique o mais perfeito possível é necessário preencher o contorno das laterais que não possui barrotes. Infelizmente, os barrotes retirados do outro móvel estavam destruídos e não pude aproveitá-los. O que fiz foi colar palitos de picolé completando o contorno e na mesma largura e espessura dos barrotes já existentes. Um pouco trabalhoso e demorado, mas deu certo. Poderia ter cortado tiras da própria chapa que usei, mas preferi deixar este material para outra ocasião.
Depois que os palitos estavam bem secos e firmes, colei a chapa com cola branca extra forte (pode ser cola de madeira) e fixei com pequenos pregos. Para firmar bem, coloquei o meu mini-torno para manter a peça no lugar até finalizar a colagem. Sonho de consumo: "Eu ainda compro um segundo torno". 😏
Dica: Não tirei a foto do processo de colagem dos palitos de picolé, mas dá para perceber as camadas que fiz, nas imagens abaixo. Procurei colar os palitos uma camada sobreposta a outra de maneira que as pontas não ficassem na mesma posição. Não economize cola. O acabamento com massa é opcional. O lado superior será coberto pelo tampo do móvel. E o lado posterior será coberto pela chapa que servirá como fundo do armário. 
Percebam na primeira imagem que a lateral do móvel superior ficou mais "grossa" que o móvel inferior. Isto irá interferir na colocação das portas e suas ferragens. Mais adiante, veremos a solução para este problema.
- Colocando o fundo do móvel: 
A primeira providência foi nivelar todas as superfícies que receberão o fundo do móvel, para que não fique frestas e aberturas. Verifique a necessidade de nivelamento, usando um pedaço de madeira ou alguma régua rígida para observar como ficaria o fechamento na parte posterior do móvel.
Novamente, eu lancei mão de palitos de picolé, que colei com cola branca extra. A diferença era pequena e bastou uma única camada de duas filas de palitos, na lateral posterior das divisórias de ambos móveis. Dica: a opção de usar palitos de picolé foi por já os ter. Lembrando que o objetivo deste trabalho era reaproveitar e transformar os móveis, lançando mão da reciclagem de outros materiais. Com isso, comprar o mínimo possível de itens.
Para o fundo use uma chapa de eucatex ou maderite de pequena espessura. A chapa, que eu tinha, não cobria totalmente o fundo do móvel e precisei colocar um complemento. Foi necessário um pequeno corte para ajustar à altura do móvel. Para fixar, passei cola nas laterais das madeiras do fundo, posicionei a chapa e reforcei a fixação com pequenos pregos. Em seguida fiz o mesmo com o outro lado. A união dos dois pedaços da chapa do fundo, ficou praticamente no meio de um dos lados do móvel. União fechei, colando um pedaço de tira de fórmica branca, conhecida como fita de borda. Usei cola universal e deu certo.
- Colocando suportes para as futuras prateleiras:
Eu decidi colocar uma prateleira em cada abertura do móvel. A existência, quantidade e profundidade das prateleiras, irá depender da utilização do móvel. Nesta altura, eu já tinha decidido que este móvel seria utilizado em meu pequeno atelier para guardar e organizar minhas tintas e outros materiais que emprego em meus artesanatos. 
O processo para instalar suportes onde serão colocadas as prateleiras, é bem simples. Marque dois pontos de cada lado, com altura e distância iguais. Use a furadeira para fazer os orifícios e ajuste os suportes para a prateleira. Use um martelo e dê leves batidinhas. No mercado existem suportes em madeira ou metal. Estes eu tive que comprar. Mas, mantive alguns que já estavam no móvel. Dica: Para fixação mais duradoura, use cola branca no interior dos orifícios, antes de colocar os suportes.
- Preparando a superfície do móvel para a pintura: 
Tanto o móvel 1 como o 2 eram forrados externamente com fórmica texturizada (foto abaixo) na parte externa de uma das laterais, barrote frontal e portas. A lateral que ficava em contato com a parede não era forrada. Ao fazer a montagem dos dois móveis, transformando-o em um, parte das laterais ficaram sem fórmica. Resolvi minimizar e disfarçar a textura da fórmica. Mas, optei em manter a textura da fórmica das portas. 
Para isto apliquei uma mistura de massa corrida com cola sobre toda a superfície externa.  Primeiro lixei levemente a parte com fórmica. Em seguida tampei buracos, frestas aparentes com a massa corrida. Deixei secar bem. Terminei aplicando a massa corrida com uma espátula, em movimentos de cima para baixo, movimento que deve cobrir os dois móveis. Esperei secar. A massa corrida deve cobrir as ranhuras da textura da fórmica e a área de união dos dois móveis. Deixe secar bem.
- Providencie os pés para o móvel: 
Você encontra uma infinidade de pés para armários no comércio. Com ou sem rodas, altos e baixos. Ou faça os pés que ensino no final da postagem.
- Iniciando a pintura do móvel:
Lixe e limpe as áreas com massa, tanto do interior como do exterior do móvel. Passe uma camada de tinta PVA ou acrílica branca nas áreas que receberam massa corrida e nas áreas em que a madeira está aparente. Uma ou duas demãos, intercalando secagem entre elas.
Não pintei a parte laminada (fórmica). Este tipo de tinta não pega nestes materiais. Dica: Se o móvel estiver com uma base uniforme e clara, fica mais fácil a cobertura com a cor escolhida.
- Escolhendo a cor e a tinta a ser empregada: 
1º teste: O mercado tem várias opções de cores e tipo de tintas. Mas, eu tinha visto um vídeo que ensinava a fazer uma tinta caseira tipo Chalk Paint (3 medidas de tinta acrílica, 1 medida de gesso em pó, 1 medida de água, corantes líquidos nas cores de escolha). Esta tinta pode ser usada em várias superfícies, mas não tinha certeza se iria fixar na fórmica (laminado). Resolvi testar.
Preparei a tinta conforme a receita. Importante misturar bem.
Tinta pronta, hora de a testar. Resolvi fazer o teste no fundo do armário. Se desse errado, seria menos traumático. Virei o armário de ponta cabeça, protegi os pés com fita adesiva. Ao redor dos pés, apliquei a tinta com uma trincha estreita. No restante da superfície usei um rolinho de espuma. A tinta parecia estar aderindo bem à peça e resolvi pintar outras partes do móvel. Esperei secar bem. Quando estava bem seco, fiz o teste da unha. Que, infelizmente, não foi satisfatório. A tinta descascou. 
Talvez se o móvel não fosse laminado com fórmica teria fixado melhor. Outra justificativa era não ter limpado bem o móvel antes da pintura. Se a superfície estiver engordurada, a tinta não pega. Talvez este tenha sido o problema. Não sei.
2º teste:
Resolvi não arriscar e optei por uma tinta pronta. Com uma espátula raspei a superfície do fundo do móvel, lixando em seguida. Interessante observar que a tinta ficou bem fixa na área onde foi aplicada a massa corrida (naquelas partes em que tive que fechar algumas as aberturas da madeira). 
Comprei uma lata de tinta multi-superfícies na cor verde "creme de menta". Procurei uma cor parecida com a que fiz. Mas, ao examinar o catálogo de cores, fiquei apaixonada por esta nova cor. Uma tinta epóxi a base de água que promete cobrir inclusive azulejos e pastilhas. 
Preparei uma pequena quantidade de tinta, conforme diluição do fabricante. Inicialmente, fiz a primeira camada com uma trincha estreita. Deixei secar de acordo com as instruções do fabricante. A segunda camada apliquei com o rolinho. A cobertura foi muito melhor com o rolinho. 
reforma de móvel; armário para tintas; Recuperação e transformação de móvel; restauração de armário;  pés de armário com latas;
O tempo de secagem ao toque é de 30 minutos. Entre as demãos é preciso esperar pelo menos 3 horas. A secagem final ocorre em 7 dias. 😲Tempo bem longo. Mas, com três horas de intervalo, a pintura conseguiu passar no teste da unha. 
Um cuidado com o pincel, trincha e rolinho entre as demãos, é colocá-los em um saco plástico e fechar bem. Isto irá impedir a secagem da tinta e você não precisará lavar os materiais após cada demão. Este cuidado só será necessário ao final da pintura.
Enquanto esperava a secagem, providenciei a raspagem da tinta caseira nas outras partes em que tinha sido empregada. Usei uma espátula, seguida de lixa. Importante retirar todo o pó. Passe um paninho úmido se for preciso. Pintei o que foi possível antes de virar o móvel para sua posição correta. Pensem numa mão de obra imensa e trabalhosa. 
reforma de móvel; armário para tintas; Recuperação e transformação de móvel; restauração de armário;  pés de armário com latas;
Antes de virar o móvel, retire a fita adesiva dos pés. Se necessário, e foi, retoque a cor dos pés. (Sim, mesmo com a fita, tive que retocar os pés. Faz parte.)
reforma de móvel; armário para tintas; Recuperação e transformação de móvel; restauração de armário;  pés de armário com latas;
Vire o móvel em sua posição inicial. Lixe e limpe as superfícies. Aplique a tinta com rolinho em toda a superfície visível. Espere a primeira demão secar conforme orientação do fabricante.
Repare na foto abaixo, na primeira e terceira imagem, é possível ver a tira de borda que colei para fechar a união da chapa do fundo do móvel. Aqui, ela se destaca, mas na próxima demão irá "sumir".
Após o tempo necessário (3 horas) aplique a segunda demão e se necessário uma terceira. Vejam como a fita de borda não está mais evidente já na segunda demão. 
- Prepare as prateleiras: 
Apenas uma prateleira do móvel foi aproveitada, que marquei na foto abaixo como "Prateleira 1". (Lembram que usei uma como divisória do móvel 2? E o outro lado não tinha prateleira, pois era destinado a receber roupa suja).
Para fazer as demais prateleiras cortei pedaços de chapa de eucatex ou maderite. Importante cortar e definir a posição de cada prateleira. Lembrando que para ficarem firmes e seguras, estas prateleiras serão reforçadas e engrossadas em sua espessura. Dica: Se você tiver madeira mais espessa é o ideal. Irá economizar no tempo e trabalho.  
A prateleira 1, tinha um recorte para permitir a passagem de tubulações de água e esgoto no antigo móvel. Este recorte teve que ser preenchido. Usei isopor no meio que foi coberto com palitos de madeira (tipo palito de picolé). Quando secou, complementei com gesso, finalizei com massa corrida e lixei. Processo similar ao que usei em outras partes do móvel.
Para engrossar e aumentar a espessura das outras três prateleiras, cortei pedaços de papelão. Foram dois pedaços para cada prateleira. Use as próprias prateleiras para servir de molde e risque com caneta ou lápis o papelão. Inicialmente, comecei a cortar com tesoura, mas achei que o papelão estava ficando "mastigado". Passei a usar um bisturi para o corte. Para não riscar a superfície de minha mesa, coloquei um pedaço de chapa de madeira por baixo.
Passe bastante cola branca extra forte em um dos pedaços de papelão e na chapa de madeira. Cole um sobre o outro. Coloque um peso sobre a prateleira até a cola secar bem. Providencie a colagem do segundo pedaço de papelão, seguindo os passos já descritos. 
Faça o mesmo com as outras prateleiras. 
Quando estiverem prontas e secas, lixe a superfície laminada da prateleira 1. Aproveite e finalize a parte "recortada" com a massa corrida misturada com cola.
Finalize a laterais das prateleiras com massa corrida para igualar e cobrir os orifícios do papelão. Espere secar e repita a operação até ficar uniforme. 
Cuidado para não engrossar muito. Ou irá prejudicar o encaixe no móvel. Lixe as imperfeições deixando o mais liso possível.
Quando estiver bem seco, raspe as bordas para nivelar a superfície e retirar o excesso de massa que tenha escorrido. Use uma espátula no processo.
Em uma tigela misture um pouco de massa corrida, cola branca e água, formando uma calda grossa, mas que seja fácil de passar com uma trincha. Passe esta calda em todas as prateleiras. Deixe secar e repita a operação. 
Teste as prateleiras no móvel, fazendo os ajustes necessários para sua acomodação. A prateleira não deve ficar nem muito justa e nem muito frouxa. 
Pinte as prateleiras com a mesma cor escolhida para o móvel. Superfície superior, fundo e contorno. Duas ou três demãos com intervalo de secagem de 3 horas. Após a última demão, deixe secando mais tempo antes de empregar. Reserve as prateleiras até o momento de seu uso.
- Providenciando o tampo superior do móvel:
Para o tampo superior do móvel, reaproveitei uma peça que tinha sobrado de um dos móveis planejados que contratamos no passado. A equipe, que fez a montagem do referido móvel, simplesmente a deixou para trás. Estava em excelente estado, então eu a guardei. Ficou esquecida em cima de um armário do quarto de serviço, até este momento. Tratava de uma peça em MDP (Medium Density Particleboard), espessa e grande o bastante para servir de tampo do novo armário. 
Optei para que o tampo ultrapassasse os limites do móvel, nas laterais e frente. O fundo, deixei rente ao móvel. Para tanto, precisei cortar a peça de MDP, no comprimento e largura. Por ser uma peça mais espessa e não possuir serra elétrica, foi preciso levar a peça ao marceneiro para serrar conforme minha marcação.
Para fazer o acabamento do contorno da peça (área da espessura) usei massa corrida, lixando após secagem. Se preciso, repita a operação até ficar como desejado.
Posicionei a peça sobre o móvel para sentir o resultado e a harmonia entre as três cores. Não fiquei satisfeita. Aqui é uma questão de gosto pessoal.
A peça de MDP, recebia um acabamento em fórmica de tonalidade diferente das portas do armário. Era um tom de marrom claro, talvez, camurça clara. As portas do armário eram em um bege claro, talvez palha ou areia.  
Como resolvi não pintar as portas e a estrutura do móvel já estava pintada em verde, achei que uma terceira cor não seria bem vinda. Também, não queria o tampo na cor verde.
A solução foi mudar a cor do tampo, deixando-a igual ou o mais similar possível das portas. Como? Pintando. Comprar fórmica e cobrir o tampo não era uma opção. 
Como as portas eram forradas em fórmica e não pintadas, tive que elaborar minha própria tinta para o tampo. Para o mesmo misturei tinta acrílica branca e corante amarelo e marrom até atingir a tonalidade desejada.
Usei uma lixa fina sobre a parte do tampo que receberia a tinta.
Antes de pintar, passei uma camada de primer no tampo. Não queria ter nenhuma surpresa desagradável. 
E lá vamos nós para a primeira camada de tinta. Usei um rolinho para evitar marcas de pincel ou trincha. Procurei passar seguindo uma única direção. Espere secar bem.
Dê duas ou três demãos até ficar bem coberto e uniforme, intercalado com período de secagem. Finalize com verniz geral.
Dica: Pintei a face superior do tampo e suas laterais (espessura da madeira). Não pintei a face inferior do tampo que ficaria voltada para baixo.
- Fixação do tampo no móvel:
Este processo pode ser feito antes ou depois da pintura. Eu resolvi fazer depois, achei que com a peça solta ficaria mais fácil de movê-la para pintar todas as laterais da espessura.
- Colocando as dobradiças das portas do móvel:
Limpe as portas. Use uma bucha com um pouco de sabão, depois passe um pano úmido para retirar bem o sabão. Finalize com um pano seco. Aproveite o momento para observar a necessidade de pequenos consertos ou não.
Comece a colocar as ferragens nas portas. Usei a parafusadeira no processo. Eu aproveitei os orifícios das antigas ferragens. Dica: Se sua porta não tiver estes orifícios, você precisará fazer o corte com ferramenta apropriada. Requer um pouco de experiência para saber o lugar correto do corte e sua profundidade. Não é para varar o orifício do outro lado da madeira. Se você não tem experiência e nem material adequado, é melhor pedir socorro de um marceneiro. Leve o móvel à uma marcenaria de confiança, junto com as portas e ferragens e contrate a instalação das ferragens e a fixação das portas ao móvel. Acerte o valor do serviço antes. Melhor gastar um pouco do que perder todo o serviço já realizado.
- Colocando os puxadores nas portas do móvel:
Escolha o puxador para o móvel. Os dois móveis originais ficavam em ambientes diferentes e os puxadores não eram bem diferentes. Tive que comprar novos puxadores para substituir os antigos.
Antes de fixar os puxadores é importante definir a posição das portas no móvel. Qual porta ficará na parte superior, inferior, lado direito ou esquerdo? 
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Uma vez respondido esta pergunta, hora de marcar a posição dos puxadores. Pode ser que um ou outro orifício original seja aproveitado no processo. Os que não puderem ser aproveitados deverão ser preenchidos e fechados.
Para facilitar o processo de marcação eu sugiro as seguintes etapas:
1º Cole um pedaço de fita crepe no puxador como mostra a figura abaixo. Marque os pontos onde ficam os orifícios de fixação do puxador. Reserve.
2º Faça um risco reto com lápis na superfície da porta, no lado onde será colocado o puxador. 
3º Retire a fita crepe com a marca dos furos do puxador. Cole-a na porta seguindo a linha traçada. Importante que a altura do primeiro furo fique igual nas demais portas. Então meça.
Com a furadeira e usando o gabarito com a fita crepe, faça furos na madeira. Procure manter 
a furadeira em ângulo reto com a porta a ser perfurada.
Retire a fita crepe usada na marcação. Limpe a área com álcool para retirar toda a cola e risco do lápis.
Fixe os puxadores nas portas, usando os parafusos que o acompanham. Repita o processo nas demais portas.
Providencie o fechamento dos orifícios dos antigos puxadores. Já fizemos algo parecido em outras áreas do móvel. Tampe os orifícios com pedaços de madeira (palito de dente, de churrasco, hashi) e cola branca extra forte ou cola de madeira. Deixe secar. Cubra com massa acrílica ou massa corrida ou massa plástica. Nivele o melhor possível. Deixe secar e lixe suavemente. Pinte com tinta na mesma cor da porta (ver a elaboração da cor no próximo passo em seguida). Este processo deve ser bem finalizado dos dois lados da porta.
Pinte com tinta na mesma cor da porta (ver a elaboração da cor no próximo passo a seguir). Este processo deve ser bem finalizado dos dois lados da porta.  OBS: A parte interna da porta é branca e não bege. 
- Fixando as portas no móvel:
Esta é uma parte que requer cuidado e um pouco de conhecimento. É preciso calma e atenção nas marcações para não prejudicar o resultado final. No YouTube você encontra vários vídeos ensinando o processo e como fazer o ajuste da ferragem. Se não quiser arriscar, um marceneiro pode ser necessário. Eu contei com a ajuda de meu marido. 
 
Aqui uma pequena pequena recapitulação de um problema que tivemos que sanar e que volta com outro problema. Lembram que tivemos que nivelar a parte externa superior de uma das laterais do móvel? Pois é, como a esta parte ficou visivelmente mais larga que a parte inferior, comprometeu o alinhamento da porta.
Para sanar este problema, foi preciso igualar a parte inferior por dentro do móvel. Para não ter que preencher todo o interior, optamos por complementar apenas na área onde seriam colocadas as ferragens. Vejam a foto abaixo.
Faça a pintura do complemento de madeira. Para isto retire a porta correspondente para ter acesso à área. Importante para um bom acabamento e evitar "melar" a porta em questão. Dê duas a três demãos, intercalando 3 horas de secagem entre elas.
No processo é natural que ocorram danos à pintura. Limpe a área e retoque a pintura onde for necessário.
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Coloque as prateleiras nos devidos lugares. A prateleira, da área onde foi feito o complemento, teve que ser modificada em sua profundidade. Precisou ser cortada e precisou de reparos no acabamento final e pintura.
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Comece a arrumar o armário para a finalidade desejada. OBS: O meu armário teve o destino de guardar e organizar minhas tintas e materiais correlatos.
Eu comecei a arrumar o meu armário antes de colocar a última prateleira. Esta estava secando a pintura antes de ser recolocada. 
Usei o último vão do armário para acomodar as latas de tinta maiores. Para evitar danos na pintura, coloquei um pedaço de papelão no piso do vão. 
O recuo da última prateleira, facilitou a guarda de pincéis, trinchas e outros potes mais altos no espaço livre. 
Enfim, armário finalizado e em uso. 
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Considerações finais:
Amei o resultado final. Meus materiais ficavam espalhados em lugares variados e sempre era um problema localizá-los. 
Naturalmente que reaproveitar dois armários com algumas diferenças de medidas cobra o seu preço. Preço este que não é financeiro, mas de tempo, dedicação e estresse. Mesmo porque os gastos foram muito poucos. Comprei as ferragens, os puxadores, a tinta verde e a mão de obra do marceneiro no corte do tampo. O restante usei o que já possuía. 
Houve momentos que pensei que não daria conta. Mas, não entreguei os pontos. Persisti, puxei o marido para auxiliar aqui e acolá. 
O desafio foi grande, mas o aprendizado foi maior. 
Falhas? Claro que ocorreram. Além de não ter todos os equipamentos e ferramentas necessárias, eu nunca tinha feito algo similar. E, o mais importante, não tem aprendizado em marcenaria. 
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Procurei sanar cada problema sempre que surgia. Um de cada vez.
O problema maior foi o alinhamento das portas. Por conta do acréscimo na espessura de uma das laterais do móvel, o alinhamento das portas de um lado, não ficou igual ao lado contrário. Observem as fotos abaixo.
Já o alinhamento dos puxadores, foi por que eu decidi usar pelo menos um dos orifícios do antigo puxador. Pura tolice de iniciante. Mas, esta diferença deu um ar mais moderno ao móvel, como se fosse intencional. Como uma assinatura artística. 😎😃😁🎨 
Se fosse fazer outro trabalho similar, tenho certeza que ficaria melhor e mais "profissional".
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BÔNUS DA POSTAGEM: 

    Pés do  móvel com latas de alumínio.

Faça você mesmo os pés do  móvel reciclando latas de alumínio. 
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Esta técnica que irei postar foi um pouco demorada e fiz ao longo da confecção do armário descrito na nesta postagem. Por este motivo, as fotos do processo mostra o móvel em vários estágio da sua transformação.
👉Aqui deixo um lembrete muito importante. Se você for colocar o seu móvel em área úmida, não use latas como pés. Neste caso, procure outra solução.
- Escolha as latas: Resolvi utilizar quatro latas de alumínio. Pode ser de molho de tomate, leite condensado, creme de leite, ... Mas, precisam ser iguais na largura e altura. Virei o móvel de ponta cabeça (fundos para cima), distribui as latas de maneira uniforme. Para uma maior estabilidade  do móvel, não posicione os pés muito longe das bordas. Marque o fundo do móvel e faça os furos com a furadeira.
Dica: Observe a última imagem da foto abaixo. Nela temos duas latas iguais no tamanho e largura, mas com acabamento do interior diferente. Latas destinadas a alimentos com certo grau de acidez (como molho de tomate), normalmente possuem uma proteção interna extra. Se você conseguir este tipo de lata, melhor. 
- Decida o processo de fixação das latas:
Depois foi a vez de decidir como fixá-las ao móvel. Decidi pelo bom e velho conhecido parafuso. Basta um único furo central em cada lata. Para centralizar a marcação de onde ficaria o furo, preparei um gabarito de papel. Dobrei o gabarito em quatro e fiz um recorte no centro. Depois foi só posicionar o gabarito no fundo de cada lata e marcar com caneta permanente. O furo fiz de maneira tradicional com um prego grosso e martelo.
- Preparo das latas:
Para proteger a lata de possíveis ferrugens e erosão, optei por pintá-las. Primeiro passei um primer que servisse para metais. 
Depois pintei com tinta branca (pode ser PVA ou acrílica)
Importante não tapar os orifícios para o parafuso. Dica: compre parafusos longos para madeira com porca. 
- Preenchimento do fundo com gesso:
Observando a lata, podemos observar que o seu fundo não é rente com a borda. O armário iria ficar pesado, pela estrutura de madeira e materiais que seriam colocados. Eu fiquei com medo que este "vazio" entre o fundo e a borda poderia forçar o parafuso e terminar rasgando a lata. Algo que poderia ocorrer ao longo do tempo e sempre que o móvel fosse arrastado do lugar. 
Resolvi preencher o fundo com gesso. Para que o buraco não fosse coberto e o próprio gesso não escorresse pelo orifício, tapei com o próprio parafuso. Mas, a intenção não era fixar o parafuso na lata. Ainda não era a hora. Então enrolei plástico filme (aquele que usamos na cozinha) em cada parafuso e os posicionei de maneira a tampar os buracos. Preparei o gesso com água o suficiente para cobrir as quatro latas. Acrescentei uma colher de sopa de cola branca extra forte, para deixar o gesso mais forte após a secagem.    
Deixe o gesso secar bem antes de retirar os parafusos. Observe se a superfície está nivelada. Lixe a superfície se for necessário.
O gesso é muito poroso e absorve umidade facilmente. Então, será preciso impermeabilizá-lo. Para isto use goma laca indiana ou goma laca incolor o que você tiver em casa. Se não tiver nada, pinte diretamente no gesso, uma ou duas camadas de tinta branca ou outra cor. Esta área não irá ficar aparente..
A pintura é importante para evitar problemas futuros de ferrugem. Lembre-se que o piso da área onde o móvel irá ficar, mesmo sendo em uma área seca, será limpo com pano úmido. 
Além disto, esta é uma peça que compõe o móvel. Inicialmente, eu pensei em pintar na cor bege, como as portas. Mas, por ser uma cor clara, iria sujar com facilidade. Terminei optando por uma cor neutra, o preto. A cor preta combina com tudo. 
Pintei tudo, inclusive o tampo de gesso. Fiquei em dúvida entre a tinta à óleo e a tinta plástica. Optei pela segunda. Finalizei com verniz geral para uma maior proteção. Dica: Se você usar a tinta à óleo, não precisa envernizar. 
- Protegendo o fundo da lata (opcional):
Resolvi providenciar uma proteção extra entre o móvel e os pés. Usando o molde feito anteriormente, cortei círculos de manta bidim (usada em jardinagem). Esta manta é feita de fibras de poliéster. Importante fazer o corte central para a passagem do parafuso. Colei os círculos no fundo da lata (sobre o gesso pintado) usando cola de silicone líquida. Coloque um peso sobre o círculo e aguarde a secagem da cola.
- Fixe as latas no fundo do móvel: 
Introduza o parafuso de baixo para cima. Encaixe a lata no parafuso. Enrosque a porca no parafuso para fixação. Aperte bem. Dica: A lata era larga o suficiente para a minha mão. Se você não conseguir usar a mão, use um alicate para enroscar a porca.
-Preenchimento da lata:
Antes de virar o  móvel, eu resolvi preencher a lata com cimento e cerâmica quebrada. A ideia era fechar o buraco para ter como colocar uma proteção na superfície que iria ter contato com o chão. Ninguém quer arranhar o próprio chão, toda vez que for mexer com o móvel, mesmo que seja algo bem ocasional e esporádico. Colar manta apenas nas bordas não seria algo durável. Eu precisava de uma área de contato maior.
Preparei uma pequena quantidade de cimento, distribui nas latas, acrescentei cerâmica quebrada (pode ser pedras, vidro quebrado, pedaços de isopor, ...). Fui completando aos poucos até preencher totalmente. No final, fiz um cimento menos denso (um pouco mais líquido) e distribui até ficar rende com a borda da lata.
Enquanto o cimento cura, aproveite para limpar as latas. Não tem jeito, sempre lambuza. Dica: Para diminuir a sujeira, você pode cobrir as latas (pés) com papel ou jornal e fita crepe.
Deixe o cimento secar bem. Por estar contido na lata, pode demorar muito tempo. Não se precipite. Ocupe sua mente fazendo outra coisa enquanto espera. 
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- Proteção dos pés:
Precisava também resolver a questão de possíveis aranhões no piso caso fosse necessário empurrar o móvel do lugar.
Novamente irei usar a manta bidim para jardinagem, aquela que usei anteriormente. Usei o mesmo molde já empregado nas latas. Mas, desta vez, não fiz o furo central. Colei sobre o cimento seco com cola de silicone. E, sobre o primeiro círculo de manta colei outro círculo da mesma manta. A intenção era deixar mais espesso para suportar o peso do móvel e não arranhar o  chão. Até a colagem total da manta, coloquei uma barra de madeira com pesos para firmar bem.
Antes de virar o móvel em sua posição final, providenciei a pintura do fundo. O fundo não precisava ser pintado, mas serviu como teste para a escolha da tinta.
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O que parece loucura pode ser a solução para os nossos problemas. Qualquer dúvida é só perguntar, irei responder assim que puder.  Se eu não souber a resposta, prometo pesquisar para vocês.
Eu vou ficar aguardando os armários de vocês. Se quiserem, mandem as fotos com o nome de vocês (pode ser nome fantasia) para colocar em uma atualização da postagem. ✉📧
Até a próxima postagem que pode ser arte, guloseima ou companhia (passeios, viagens, pensamentos, ...) 
Mil bjs carinhosos e um forte abraço aos meus amigos e seguidores. 
Obrigada pela visita e voltem sempre. 🙋🙋 
Fiquem na paz. 😚💋💋.
BOA SORTE e SUCESSO NOS TRABALHOS!
Obrigada pela visita. Um abraço carinhoso a todos.
                   Teresa Cintra

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