MOSAICO E RECICLAGEM DE MÓVEIS:
Em meu antigo apartamento, eu tinha um apoio na cozinha que servia para colocar alguns eletrodomésticos.
Quando
nos mudamos o móvel deixou de ser necessário em sua antiga função. Os móveis
planejados resolveram a questão de maneira mais prática, funcional e bonita.
Passou a ser um entulho.
Desfazer
dele era uma possibilidade. Mas resolvi dar mais uma oportunidade para ele.
Afinal, tratava-se de um móvel de madeira maciça. Não é algo que simplesmente
jogamos fora.
Onde
aproveitá-lo?
Estava
precisando de um apoio na varanda. Por que não usar aquele móvel? A ideia era
bem interessante e resolvi deixa-lo lá. Mas ele não se encaixava.
Era
laqueado de branco e a laca já estava descascando em vários pontos. O tampo
tinha cerâmica branca que precisavam ser substituídas. Resolvi
reciclar o móvel.
Pensar
nas diversas possibilidades é tão prazeroso quando a execução em si do
trabalho.
O
que fazer?
Recuperar
a pintura? Retirar a tinta e dar outro acabamento? E o tampo, qual seria a
solução?
Após
algumas deliberações, decidi que o melhor seria tirar toda a pintura e deixar
na madeira. Simplesmente adoro a madeira natural. No tampo decidi fazer um
trabalho com mosaico. Como o móvel será mantido na varanda, o mosaico seria
floral.
Hora
de deixar de especulações e passar para a ação propriamente dita.
-
2 Espátulas. Uma mais estreita e outra mais larga;
-
Lixa de madeira;
-
Pastilhas de cerâmica, vidro, azulejos, pedras... várias cores de acordo com o seu projeto;
-
Molde do desenho do mosaico;
-
Lápis;
-
Papel carbono;
-
Torquês de mola ou torquês de roldana ou alicate;
-
Material de segurança (óculos e luvas);
-
Cola branca tipo extra-forte;
-
Recipiente com água;
-
Rejunte;
-
Espátula plástica;
-
Paninho e esponja para limpeza;
-
Jornal velho.
PASSO
A PASSO:
- Com o uso das espátulas, raspei toda a pintura do móvel. Comecei pelas falhas na laca. Fica mais fácil se já tiver um buraco na pintura. Bem mais fácil.
Existem
vários produtos no mercado para amolecer a pintura e facilitar a sua remoção.
Cuidado são tóxicos. Como fiz o trabalho em casa (na minha área de serviço),
resolvi não lançar mão deste recurso. É, fui na espátula mesmo.
É
a parte mais trabalhosa e cansativa. Nesta fase é preciso alguns ingredientes
extras: paciência, perseverança e teimosia. Nada de desistir. Eu consegui você
consegue. rsrsrsrsrsrsrs...
- Depois de toda a tinta removida, lixei o móvel. Inicialmente usei uma lixa grossa e depois finalizei com uma mais fina. Você pode lixar usando a furadeira manual com lixas apropriadas. Cheguei a tentar, mas desisti. Queria deixar vestígios da pintura sobre a madeira. Gosto do efeito.
- Escolha do desenho: Como iria deixar o móvel em minha varanda, escolhi um motivo de flores, com o fundo verde.
- Hora de passar o desenho para o tampo do móvel. Isto pode ser feito de duas maneiras: com o auxílio de um lápis e papel carbono ou com moldes.
- Cortei as pastilhas com o torquês (alicate próprio para a quebra das pastilhas). Existem vários modelos no mercado com preços bem variados.
Se
não tiver um torquês, coloque a pastilha em um saco plástico ou envolvido por
um tecido e bata com um martelo. Neste caso cuidado para não esfarinhar a
pastilha. Basta uma ou duas pancadas com o martelo, tendo o cuidado com a
superfície de trabalho. Vá quebrando aos poucos. A quebra ficará irregular,
conferindo um efeito interessante ao trabalho.
Atenção
com os cacos das pastilhas. São altamente cortantes. Mosaico com pastilhas
quebradas não é serviço para crianças ou pessoas distraídas.
Use
sempre óculos de proteção e luvas, quando for quebrar as peças com o martelo ou
cortá-las com o torquês. Um pequeno fragmento nos olhos pode provocar danos
irreparáveis à córnea. Evite acidentes.
- Limpei o tampo, tirando toda poeira para facilitar a colagem.
- Comecei
a colar as pastilhas seguindo o desenho. Primeiro fiz os miolos, depois as
flores e por fim o fundo. No miolo usei uma pedra tipo meio círculo, como se
fosse uma bola de gude cortada ao meio. Colei com a parte arredondada para
cima. Ficou um efeito legal. Caso você for usar o móvel para por objetos
em cima, lembre-se que estas meias esferas, deixam o tampo em falso pois ficam
mais elevadas que o resto do mosaico.
Caprichei no contorno das flores, para que ficassem bem definidas. Fui encaixando os pedaços
de pastilhas aos poucos.
Quando
passei para o fundo fiz primeiro o contorno no móvel e depois preenchi a área de dentro.
A
cola indicada para superfícies de madeira é a cola branca de rótulo azul (extra
forte), ideal para trabalhos artesanais.
Passei
a cola no tampo aos poucos à medida que foi colando. É importante que a cola
também seja passada em cada pedacinho da pastilha que será colada.
- Deixei a cola secar bem. Esperei 24h para passar o rejunte.
- Preparei o rejunte conforme orientação do fabricante. Existem rejuntes próprios para área externa e áreas internas. Como o móvel iria ficar na varanda e sofrer com as variações do tempo (sol, chuva, poeira...) usei um rejunte para o exterior. É mais caro, mas vale o investimento. Não se esqueça de verificar o prazo de validade do rejunte.
O
ponto ideal do rejunte é úmido, sem excesso de água. Fica uma pasta. Você pode fazer o teste da
colher para verificar o ponto: ele não deve escorrer da colher.
- Com o uso de luvas e de uma espátula plástica passei o rejunte. Além da agressão do próprio rejunte as bordas das pastilhas podem ferir os dedos.
- Retirei o excesso do rejunte com uma esponja úmida (não encharcada) e finalizei a limpeza com um paninho também úmido. No final use jornal velho para tirar qualquer resídio do rejunte sobre as pastilhas. A limpeza deve ser no máximo com 15 minutos após a aplicação. Caso contrário o excesso só será retirado com o uso de um removedor específico.
- Deixei secar na área de serviço. Na sombra. O sol direto pode rachar o rejunte e favorecer a entrada de água no móvel.
- Depois de seco, impermeabilizei a madeira com laca para exterior.
Se
preferir você pode usar verniz naval.
- Novamente, deixei secando. É preciso esperar cada etapa secar antes de passar para outra. A durabilidade do trabalho irá depender da qualidade dos materiais (principalmente rejunte e cola) e da correta secagem.
Com
as pastilhas que sobraram, cobri alguns descansos de panela. A base era de madeira
e o tampo de cortiça estava totalmente acabado. Com a espátula raspei
totalmente a cortiça e colei as pastilhas. Fiz o miolo da flor com pastilhas de cor contrastante. Afinal é para colocar panelas e toda superfície deve estar no mesmo nível. Veja o resultado já finalizado com o rejunte.
Cada
mosaico é único.
Mesmo que você repita o mesmo desenho, cada pastilha quebrada artesanalmente
se junta a outro caco de maneira a não permitir sua repetição em outros
trabalhos. É esta a beleza e encanto do mosaico.
É
uma técnica muito versátil, podendo ser utilizada em móveis, objetos
decorativos, piscinas, pisos, paredes dos mais diversos ambientes. Enfim, onde a imaginação permitir.
BOA SORTE e SUCESSO NOS TRABALHOS!
Teresa, ficou lindo! Continuo sendo uma admiradora de seus trabalhos manuais; quem me dera ter estas habilidades. bj. Maria
ResponderExcluirObrigada, Maria. Realmente sempre gostei de trabalhos manuais. Ver algo sendo criado ou transformado por minhas mãos é algo que me agrada bastante. Mas, minha amiga, não se esqueça que habilidades são desenvolvidas. É só começar. Bjs.
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