BARCELONA, Espanha - Terceira parte

Palau Güell

Para que a postagem, sobre Barcelona, não ficasse muito longa e cansativa, eu resolvi dividi-la em partes. Uma parte para cada dia.  Esta postagem é a terceira parte, nosso terceiro dia em Barcelona, capital da Catalunya.

04 MAI 18 - Terceiro dia em Barcelona

Acordamos animados por este dia. Optamos em tomar café-da-manhã em uma cafeteria próxima e seguimos para o que foi nosso único passeio neste dia em Barcelona, o Palau Güell (palácio Güell). À tarde, seguiríamos viagem em um pequeno tour marítimo no Navio Costa Fascinosa.

Solar da família do rico industrial e político, Eusebi Güell, sua esposa Isabel e seus dez filhos, projetado por Antoni Gaudí. Localizado em uma ruazinha transversal à La Rambla, na Carrer Nou de la Rambla, no bairro do Raval. O edifício fica colado a outros e, se você não estiver atento, pode passar direto e nem perceber a construção. Então fique ligado.
Esta mansão foi a moradia da família Güell até a sua mudança para o Park Güell.

Este foi o primeiro grande trabalho de Gaudí.
Em um terreno pequeno de apenas 18 x 22 metros, Gaudí fez a proeza de conseguir 500 m² de área construída. Para isto a construção foi elevada aos céus, com vários andares. Construído entre 1886 e 1890, é único edifício, para fins de moradia, que Gaudí conseguiu terminar. Um belo exemplo do Modernismo Catalão e Art Nouveau, sendo declarado patrimônio Mundial da Unesco em 1984.

Na fachada principal da edificação, dois largos portões de ferro forjados, permitiam que carruagens puxadas por cavalos entrassem na casa por uma porta e saíssem pela outra. Entre os portões um intricado adorno traz no seu topo a escultura de uma fênix. Do lado de fora do edifício, é possível visualizar algumas chaminés decoradas com mosaicos, no alto terraço.

Por um acesso no piso térreo, uma rampa desce ao porão (sótano), onde era abrigada a cavalariça do palácio e de seus convidados. Além dos cavalos, era ali que se abrigava a palha, a lenha e o carvão. Em uma área neste mesmo porão, residiam alguns criados da casa. Um recinto curioso que lembra uma caverna (cave) com largas pilastras de sustentação, rampas e escadas.

Nos estábulos, há uma área descoberta, de onde se pode observar a construção por outro ângulo.

Se externamente a fachada é sóbria e sisuda, principalmente se consideramos quem a projetou, o seu interior esbanja opulência. São vários pavimentos a serem explorados.

Com o áudio-guia em mãos (incluso no ingresso), começamos a visita à mansão pela entrada principal, subindo dois lances de uma linda escadaria em mármore. 
O primeiro lance de escada leva do vestíbulo até uma pequena antessala com um lindo vitral decorativo. 
O segundo lance vai até o andar nobre (piso principal) da mansão. Observem os detalhes. O tapete, o teto, os lustres, ...

É neste andar que ficam os espaços destinados ao convívio social da família e convidados, como a sala de jantar, sala do piano (sala dos fumantes), sala de visitas e outros recintos privados.

Impossível não ver a imensa pintura ocupando toda parede de Aleix Clapés, um pintor do modernismo catalão. Trata-se de “Hèrcules buscant les Hespèrides” (Hércules à procura das Hespérides), 1890, que, após restauração, volta ao seu local original, o Palau de Güell. Esta gigantesca pintura de 4,20 x 3,45 metros, foi doada ao Museu Nacional de Arte da Catalunha (MNAC) em 1928, onde permaneceu por quase noventa anos.

 

No piso principal, a antessala, a sala dos passos perdidos e a sala de visitas e toucador, fluem com uma decoração bem similar. Abaixo, vemos a antessala na primeira foto e a sala de visitas na segunda. A diferença está no tamanho da sala e na quantidade de arcos e janelas.  Algumas técnicas usadas por Gaudí, como os seus famosos arcos, seriam empregadas na Casa Batlló (a casa dos ossos). O Palau Güell funcionou como um ensaio para que o artista Gaudí aflorasse e libertasse todo o seu potencial artístico.  

A sala do piano ou sala dos fumantes, também denominada sala de estar da tribuna, merece destaque pela quantidade de detalhes que se harmonizam ao redor de um pequeno piano. Esta sala antecede a sala de jantar e provavelmente era usada pelos cavalheiros para fumar e conversar após as refeições.

Os poucos mobiliários do andar nobre, traduzem a preocupação pelos detalhes naquela época.

Da sala de estar da tribuna ou sala dos fumantes, tem-se o acesso para a sala de jantar. As duas salas são separadas por um trabalho em madeira e ferro forjado de inspiração árabe. Na realidade, não se pode entrar na sala de jantar, mas apenas observá-la por uma parede de vidro. Vale a pena esperar que os grupos de turismo se afastem um pouco. A Sala de Jantar é um recinto estreito e ricamente decorado, tendo ao fundo uma linda lareira com acabamento em nogueira.

A sala de bilhar e atelier de pintura e escultura me deixou decepcionada. Muito simples se comparada ao resto da mansão. No início, eu pensei que se tratava de uma sala para os atuais funcionários do museu. Não era, kkkkkkkkkk. Mas, é interessante notar que a maioria dos recintos possuem lareira. Algumas simples e outras bem elaboradas.

É possível acessar o terraço sul pela sala de jantar ou pela sala de bilhar. Neste pequeno terraço privativo fica a fachada externa posterior da edificação, que é decorada com uma imensa escultura em ferro forjado.

Impactante o salão principal, denominado Salão Central, cujo acesso principal é pela Sala dos Passos Perdidos. Uma imensa sala com 80 m² e 13 metros de altura.
Olhar para o alto é de cair o queijo. O salão é revestido por uma cúpula com uma entrada de luz central e circundado por várias outras entradas menores. O efeito é fantástico. Lembra um céu estrelado. Este salão interage com os demais andares.

Era, no salão central, onde ocorriam as recepções, concertos e outros eventos sociais organizados pela família. Espetacular o imenso órgão de tubulação instalado na altura do nível do sótão. O órgão ainda funciona.

O salão central é um espaço multifuncional, com uma pequena Capela projetada dentro de

um imenso armário. Ao se abrir as altas portas desde armário, tipo closet, fica exposto um altar onde a família e amigos mais íntimos faziam suas preces. Pena que o altar não está lá. Em seu lugar apenas uma foto simbólica. 

As pinturas na parte interna das portas da capela são de Aleix Caplés. A última pintura da porta, mostra o autorretrato do artista.

Aliás, o pintor e amigo de Gaudí, Aleix Clapés, é responsável por várias obras no Palau Güell, sendo a maioria encontrada no salão nobre. Algumas em um ângulo pouco usual, no encontro de duas paredes. Entres elas, merecem destaque:

- “Santa Isabel d’Hongria oferint la seva corona de reina a un pobre” (Santa Isabel da Hungria oferecendo a coroa da rainha a um homem pobre), 1889-90.

- "Misericordia del señor" (a misericórdia do Senhor), 1889, que retrata a crucificação de Cristo.

- "Jaumes Balmes", 1888. Mural no canto esquerdo na foto abaixo.

Aproveite o olhe ao redor, sem esquecer de lançar o olhar ao alto. Observem a riqueza de detalhes em cada ângulo do salão nobre.

Para seguir o passeio e ir ao subnível, usamos a escada existente no salão nobre. No subnível, fica a Tribuna dos Músicos. Um mezanino onde a orquestra ficava em dias de concerto. Dizem que a acústica é perfeita. Não foi possível confirmar esta informação.

Por outra escada na Tribuna dos Músicos, passaremos para o próximo piso, a ala privada onde ficam os quartos, o piso familiar. A escada leva diretamente a um espaço aberto, denominado como Sala de Confiança, de uso exclusivo familiar. A partir da sala de confiança, um estreito corredor circunda o vão formado pelo salão nobre e dá acesso aos quartos da família. Através de janelas, neste corredor, pode-se observar o movimento no salão nobre e acompanhar os eventos sociais da família.

A Sala da Confiança possui uma lareira com um painel que retrata Santa Isabel, rainha da Hungria, obra de Alexandre de Riquer. Alexandre de Riquer i Ynglada, era artista e designer catalão espanhol, ilustrador, pintor, gravador, escritor e poeta, sendo de grande importância para o modernismo Catalão (1856-1920). 

Os quartos são dispostos ladeando parte do corredor e não estão decorados com o mobiliário próprio para o espaço. Cada aposento possui, além do quarto propriamente dito, um camarim. A falta de mobília original torna a compreensão um pouco confusa. Você entra por uma porta, sai por outra e fica sem saber qual é a do espaço. Imagino que a família levou seus pertences e mobílias quando se mudaram para o Park Güell.

Para confundir um pouco mais, uma exposição de móveis modernistas ocupa parte dos ambientes. Com certeza é interessante. Mas, eu me perdi em algum momento. kkkkkkkkkk. Eu irei postar algumas fotos de acordo como que consegui entender. Desculpem qualquer equívoco.

O casal tinha quartos individuais com comunicação entre si. O quarto da esposa, Isabel López, era decorado com colunas e arcos decorados com ferro forjado e arabescos de ouro. 

O quarto do Sr. Güell, embora com muito mármore e colunas, não tinha o rebuscamento do quarto de sua esposa. Era, portanto, mais sóbrio. 

Já o quarto dos filhos, possui um pequeno quarto adjacente, usado pela primogênita do casal, além de um quarto de estudos. O que? Dez filhos em um único quarto? Bom, eu não consegui descobrir a idade de cada um. Talvez, alguns já fossem maiores ou estudavam fora. Ou, talvez na época em que moraram nesta mansão, ainda não tinham nascidos todos.

Ainda no quarto dos filhos, reparem na lareira e nas portas que dão acesso a uma pequena varanda de frente para a rua.

 Que espaço era este? Era no andar dos quartos, mas não lembro em qual espaço.

O único banheiro não era um espaço único, mas dividido em sala de banho, sanitário e pia. Havia, ainda, outro espaço que não estava decorado e não me ficou claro a sua utilidade. Seria um quarto de costura? Um vestiário (camarim)?

Esta mansão teria maior destaque se tivesse sido construída em um terreno amplo com gramado ao seu redor. A vista da janela mostra a proximidade das outras construções no entorno. O pátio com plantas é do prédio vizinho.

Uma estreita escada leva ao sótão, local que era destinado aos serviços dos criados, como o preparo das refeições e a lavagem das roupas. Atualmente, neste andar, ocorrem exposições temporárias relacionadas com Antoni Gaudí. Um amplo espaço com muita história sobre o artista e suas obras. A seleção de fotos em ângulos inusitados, realça a beleza das criações gaudinianas.

Do sótão seguimos para o último piso da mansão, o Terraço do teto. São várias lareiras espalhadas pelos cômodos da casa, o que resultou em 20 chaminés espalhadas pelo teto do prédio. Cada chaminé possui características próprias. Algumas são bem chamativas, coloridas e ousadas. Em se tratando de Gaudí, não poderiam ser simples chaminés. 

No centro do telhado, uma estrutura chama a atenção pelo tamanho e presença de inúmeras janelinhas. Logo se percebe não se tratar de uma chaminé. Denominada de La Linterna (a lanterna), esta estrutura cômica é a responsável pela iluminação da abóbada do salão nobre. Lembram dos pontos de luz, quando se olha para cima? São as janelas existentes nesta curiosa estrutura. Segundo informações que obtive, em dias de festas noturnas, eram colocadas pequenas lamparinas em cada janelinha. Estas, davam o efeito de céu estrelado aos convidados que, do interior do salão nobre, olhassem para o teto do recinto. 

O acesso é permitido a todos os cômodos da mansão, do porão ao terraço. Apenas nos dias chuvosos, por medidas de segurança, o terraço permanece fechado. 

No telhado, aproveite para observar a vista de Barcelona.

No final do passeio, retornamos ao andar térreo. Que tal uma passadinha rápida na loja do museu? Sempre tem alguma novidade. Do lado de fora da loja, algumas maquetes do Palau Güell.

Fotos são permitidas sem flashes. 
A entrada para o Palau Güell, pode ser adquirida antecipadamente no site: http://www.palauguell.cat/. 

Encantados, retornamos ao hotel para fecharmos as malas e a conta. Mas, não retornamos ao Brasil, fizemos um programa que desejava há muito tempo, um Cruzeiro. 

Tarde de 04 de junho até a manhã do dia 11 de jun:

Ficamos fora de Barcelona da tarde do dia 04 até a manhã do dia 11 de jun. Enfim, vou fazer um cruzeiro. O navio escolhido foi o Navio Costa Fascinosa. Foi FANTÁSTICO!!! Mas, para esta experiência, irei fazer uma postagem exclusiva após terminar as postagens sobre Barcelona. Aguardem.🚢

⇨ Viajando e sempre aprendendo. Muitas informações da postagem, foram conseguidas in loco, nos folhetos informativos dos monumentos ou através de pesquisas na internet (Santo Google 🙏). 😉 

Se gostaram não deixem de curtir e compartilhar. 

Bjs e até a próxima postagem que pode ser artes, guloseimas ou companhia (pensamentos, viagens, passeios)!!! 💋💋💋

Para quem se animar:  

                        BOA VIAGEM!!!!!

Se vocês tiverem gostado desta viagem, não deixem de ver: 

BARCELONA : Paseo Colon, La Gamba ou Gambrinus, Port Vell, Museu de História da Cataluna, L'Aquàrium, Maremagnum Compex, Autoridade Histórica do Almirante, Mirador de Colón 

BARCELONA: Av. La Rambla, Plaça de Catalunya, Catedral de Barcelona, Bairro Gótico, Palau de La Musica Catalã, La Cure Gourmande, Plaza de Sant Miquel, Iglesia de San Jaime, Plaza Real, Tapas Royale

BARCELONA: Mercat de Sant Caterina, Museu Picasso, Palau Dalmases, Basílica de Santa Maria del Mar ou Catedral del Mar

BARCELONA: Palau de la Generalitat , da Casa do Ajuntament de Barcelona, Capella D’em Marcús, El Born - Centre de Cultura i memória, Arc del Triumpho, Parc de la Ciutadela, Praia de Barceloneta

BARCELONA: Hospital de Sant Creu i Sant Pau, Praça Gaudi, Sagrada Família, Parque Montjuic, Castelo Montjuic, El Poble Espanyol, Museu Nacional d'Art da Catalunya, Plaça d'Espanya, Centro Comercial Arenas de Barcelona

BARCELONA: Park Guell (Casa Museu Gaudí) – Passeig de Grácia (Casa Batló, Casa Milá, Casa Amatler, Casa Casa Lleó Morera)

BATALHA, Portugal

LEIRIA, Portugal

COIMBRA, Portugal








 MADRI, Espanha

TOLEDO, Espanha

PORTO, Portugal